Às vezes me vejo como uma folha de papel. Não uma folha branca que nem linhas tem e sim uma reciclada.
Em mim, histórias já foram escritas, tanto boas quanto más. Já fui picotada com várias tesouras que queriam diminuir o meu tamanho e até colorida por pessoas que queriam que eu mudasse.
Apesar dos trancos e barrancos, também encontrei pessoas maravilhosas que não chegaram a fazer parte da minha vida por muito tempo, mas estavam dispostas a pegar estes recortes de papel colorido que eu era para fazer uma colagem. Graças a isso, eu ainda tinha os traços do que fizeram comigo, mas, pelo menos, estava inteira de novo.
Contudo, sendo uma colagem, você ainda apresenta cores que não eram suas e cortes que não eram para existir. Então, com o tempo, isto não é mais o suficiente. Até que, pela primeira vez, me voluntariei para algo, a reciclagem desse papel. Onde estava disposta a voltar a minha forma original e começar outra história do zero, desta vez com cores, cortes e colagens escolhidas e feitas por mim. Para sair da minha forma original mais uma vez, porém desta vez para me tornar a “eu” que sempre quis ser.
Feliz e independente, em uma folha de papel onde só tem cores quentes.
Obrigado pela leitura!