Bem, me chamo Violetta, pertenço ao ano 2079, o meu trabalho é bem interessante, sou pesquisadora de mundos, isso mesmo, pesquiso a natureza dos planetas e como o ambiente e seus animais se comportam em níveis de estresse ambiental de diferentes planetas. Hoje estou descendo de asa delta em um planeta chamado Órion, claro, desci da minha nave em uma altura com condições plausíveis para uma asa delta, nesse momento também estou em companhias agradabilíssimas, o senhor Guio e de um jovem que me acompanha nessas aventuras, o estagiário mais exagerado dos mundos, um ser que se chama Guevara. O nome faria sentido se realmente fosse revoltado, mas ele é exagerado no sentido de preocupado com os seres dos planetas, nunca se acostuma com nossas estratégias de comunicação com os diferentes seres.
Olhando de cima o planeta parece bem verde, e aparentemente sem qualquer intervenção antrópica onde paramos, parecia que iriamos encontrar somente animais e bactérias. Havia lagos, muitas árvores destoadas, como se houvesse em uma natureza só, porém com outros biomas distintos. Uma mata bem diversa e típica de um ambiente que soava ser único. Enquanto eu admirava o verde, Guevara brincava no ar e não reparava onde estava caindo. Deveria se chamar de ‘’ o meu estresse’’.
- Guevara, não desça aí! — gritei no comunicador.
- Sou cego por acaso! — retrucava Guevara.
-Um verdadeiro jegue, tem um gorila ou seria algo assim correndo em tua direção Guevara! — Se comunicava Guio.
Corri incessantemente na direção daquele bastardo com os tranquilizantes prontos para disparar. Mas o gorila era muito rápido, ou algo que se assemelhava as características de um. Cheguei a tempo de disparar no gorila, mas cai na ribanceira, e realmente não sei se atingi o alvo.
- Está tudo bem, apesar da queda e de ninguém ter me perguntado! — gritei para ambos.
- Vocês não vão acreditar! O alvo fugiu mesmo cambaleando! — respondia Guevara.
- Não é possível! Tô toda quebrada aqui e tu brincando aí em cima! — gritava a Guevara.
- Precisamos de outro estagiário, isso sim. — arfava Guio.
- No entanto, estou me direcionando a ele! — retrucava Guevara.
O Guevara na verdade era o meu irmão, isso mesmo, era um jovem alto, amarelo, de cabelos lisos escuros na altura do ombro e com um jeito debochado de lidar com as coisas, porque ele sempre foi inteligente desde muito cedo, ultrapassou muitas séries e cedo ingressou na pesquisa e incrível como é um carrapato, queria tanto a pesquisa que escolheu justo o laboratório que eu trabalho.
- Tu és ridículo, Guevara! — gritei.
Levantei da ribanceira mas senti que tinha alguma coisa de errada comigo, o meu pé já não era muito bom, doía um pouco, mas não impedia a missão ali. Consegui escalar aquela ribanceira que se formava uma camada rochosa, mas nada alto, apenas como se formasse uns pequenos degraus e lá embaixo havia folhagens. Ainda bem que lembrei agora que poderiam existir cobras lá embaixo ou outras coisas, senão não estaria com essa calmaria toda.
Ao longe o Guevara corria atrás do Gorila manco, mas a criatura não parecia querer brigar e sim realmente se distanciar. Quando de repetente caíram abaixo, em alguma coisa. Apenas corri no solavanco e disparei novamente até eles.
Havia um riacho lá embaixo, mas não era uma queda alta, apenas 5 metros. Eu já estava preocupada com o meu irmão, ele não serve pra esses campos e não sei porque insiste em vir comigo.
- Eu consegui buscar ele, certamente morreria afogado se eu não viesse ... — arfava Guevara.
- Coloque o micro chip nele, Violetta. — pedia Guio.
- Fazendo isso agora mesmo ... — retruquei.
Enquanto o micro chip resultava na sua fala"Reino: Animalia, filo chordata, classe Mammalia, gênero Gorila, espécie desconhecida. "
- Bom, vamos ligar pro Doutor "A", vamos perguntar se ele quer uma amostra ou que leve o espécime. — pediu Guio.
O Doutor “A” era um senhor de meia idade, careca, corpo mediano e quase transparente, mal vê a luz do sol, fica sempre preso em seu escritório, trabalha com esse reino animal, é cauteloso com tudo, honestamente, até demais, parece até que esconde alguns resultados de pesquisa, é o famoso ‘’capa preta cientista’’. Não gosto desse tipo de cientista, respeito, mas prefiro que tudo que se faça seja visto por todos, até porque viemos a campo e nos sacrificamos por isso. A gente não lida com resultado, lidamos com vidas, vidas que precisam de reconhecimento.
- Não vamos levá-lo... — disse concordando com o Guevara.
- Ele tem família. — disse olhando para os bebês gorilas a frente.
- Pronto, só falta o Tarzan aparecer agora. — dizia Guio.
- Levaremos apenas amostras de pele e deixaremos um micro chip nele, caso quisermos encontrá-lo, será fácil. — dizia em tom de responsabilidade.
- Guevara, vou levar amostras de solo e tu se responsabiliza pelas tuas plantas aí Hera Venenosa. Vou fazer buscas pela área. Mantém contato. — dizia enquanto me despedia para adentrar naquela mata densa.
Obrigado pela leitura!
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