autoracarolfurtado Carol Furtado

Alisson foi decepcionada por seu ex namorado. O que fazer, quando esse mesmo aparece todo diferente nas atitudes e palavras. Será que é sensato lhe dar uma nova chance???


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#amor #cachorro #dexter #diadosnamorados #paixao #pipoca #sempre #amigos
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Feliz dia dos namorados

Quando o Dexter morreu, eu pensei que nunca mais ia ter outro cachorro na minha vida, até porque foi o meu ex namorado que o adotou no dia do meu aniversário. Dexter era o meu melhor amigo, amava o idiota mais do que a mim, mas na separação, ele preferiu ficar comigo. Como sei disso? O Derik, na hora de ir embora, mostrou o seu brinquedo favorito, mas ele deu as costas e ficou ao meu lado. Foi aí que soube, o Dexter é um vira-lata insubstituível, fez parte da minha vida e era da família.

Não sei se eu já contei, mas o meu ex-namorado é veterinário. No dia que o Dexter, morreu, ele apareceu aqui com um filhotinho lá do canil onde ele trabalha. Tinha uma fita no seu pescoço dizendo seu nome: Pipoca. É uma fêmea. Quando ele apareceu aqui, com a Pipoca, me pediu em namoro de novo, mas eu não aceitei. Ainda estava magoada com ele. Tudo que eu passei, por causa dele, não quero passar de novo. Derik é lindo, tem os olhos mais expressivos que eu já vi na vida.

A gente se conheceu, quando a gata da minha tia estava grávida. Levei ela em um petshop que tinha acabado de abrir perto de casa e foi aí que o vi, alto, loiro, olhos claros, como o fundo de uma piscina. Não me encantei no momento, pois estava muito preocupada com o estado da Mel. Mas quando o susto passou e ela teve os bebês normalmente, foi que a gente conversou e marcamos um encontro.

A minha felicidade ao lado do Derik durou pouco. A mãe dele me odiou no primeiro minuto. Não sei se pelo fato de eu não ser formada, mas a verdade é que ela não gosta de mim. Ficou os seis meses que passamos juntos me comparando com a ex namorada ele. Me enchia o saco ela ficar falando essas coisas e o bocó do Derik não falava nada. Só dizia, sem dizer, que não ligava para o que a mãe dizia, mas eu não sentia que era de verdade. Ainda mais que eu sempre tive a minha casa e ele ainda morava com a mãe.

A Pipoca mora comigo tem um ano e é a minha melhor amiga, fora a Sarah, que a gente faz programa de meninazinha aos sábados. Hoje, quarta feira, dia dos namorados, ela nem vai sair com o namorado dela para me dar uma força, mas não estou no clima. Vou ficar em casa, dizer para a Sarah aproveitar o boy magia dela, que por acaso é melhor amigo do idiota. Não vou nem trabalhar hoje. Quero só pipoca, Pipoca e filme.

As dez horas da manhã, minha campainha toca. Já estou no meu segundo filme, o preferido da Pipoca, "Diário de uma paixão". Não me pergunte como eu sei que é preferido dela, só é.

Caminho para a porta e a pessoa toca a campainha uma segunda vez.

- Já vai!!! – Me arrasto pelo corredor, a fim de que a pessoa desista, mas quanto insiste de novo, vejo que só vai sossegar quando eu abrir. – Já vai!!! – Grito mais uma vez.

- Sabia que a senhora tava em casa. – Dispensei a namorada, mas o namorado vai ficar no meu pé.

- O que você quer, Tyler?! – Abro a porta e volto para o meu quarto.

- O que você pensa que está fazendo no dia de hoje, com essa roupa? Aposto que está assistindo "Diário de uma Paixão". – Desgraçado.

Ouço quando entra e bate a porta, seguindo meus passos até a minha cama. Deito ao lado de Pipoca, que nem se deu o trabalho de sair do lugar. Me ajeito ao seu lado e Tyler só me olha com os braços cruzados.

- Pode sentar. Ainda to no começo do filme.

- Você não vai ficar aqui hoje. Pode levantar. – Ele desliga a TV e Pipoca late.

Viu, como ela gosta.

- Aí, fala sério, Ty! Me deixa. Até o trabalho eu me dei o luxo de faltar. Olha, prometo que não vou incomodar ninguém.

Ele parece que não me ouve e vai até o meu guarda-roupas e escolhe uma peça para mim. Um vestido listrado, que marca muito as minhas curvas.

- Não vou usar isso. Não tem nem perigo! – Tyler só balança o vestido na minha frente, sorrindo que nem um bobo da corte. – Você não está me ouvindo.

- Não.

- Sabia que eu me livrei da sua namorada hoje?

- Sei. Por isso que eu tô aqui. Pode levantar. A gente vai passear. Já que vai faltar o trabalho, vamos fazer um programa legal. Todo dia dos namorados você fica do mesmo jeito. – Que droga. Odeio quando ele tem razão. Me levanto e ouço o protesto da minha cadela, que não gosta nada dessa situação.

- Não vou em nenhum desses programas malucos de nerd. – Passo por ele e pego o vestido de suas mãos.

- A gente vai na casa de um amigo. – Volto rapidamente para encara-lo

- Não quero conhecer ninguém.

- Não será preciso. Não vou fazer isso. – Uma das qualidades que eu mais admiro em Tyler é que ele não mente e não fala meias verdades.

Se você precisa ouvir alguma coisa, ele não liga se vai lhe magoar. Se for a verdade, ele diz.

Não demoro muito e saio do banheiro com o dito vestido e uma sandália salto Annabela, com o cabelo em um rabo de cavalo. Passei só um batom leve nos lábios e estou pronta.

- A gente vai só ver a casa nova de um amigo, não era pra você matar o dono da festa, Alisson!! – Esse cara não existe. Tyler me olha com um brilho nos olhos que faz a minha auto estima melhorar e muito.

- Para com isso, garoto. Foi a roupa que você escolheu. – Aponto para o vestido, colocando a mão na cintura.

- Eu sei, é que esqueço a gata que você. – Ele fala piscando para mim. Pega meu braço e me arrasta porta a fora.

- E que amigo é esse que a gente vai na casa dele? – Tyler, dirigindo seu carro convencional, só me olha de lado, com um sorrissinho de canto.

- Você vai ver. – Aí tem coisa.

- O que você está aprontando, Ty? – Ainda sem me responder coerentemente, ele só sorrir.

- Deixa de ser medrosa. – Tyler e Sarah quando se juntam para tentar virarem cupidos, nada de bom acontece.

- Tyler, você tem certeza que prefere me servir de companhia, do que ficar com a sua namorada? – Cruzo os braços, o encarando.

- Vou ficar com ela mais tarde. A gente tem um encontro quente. Ela comprou uma lingerie nova. – A última coisa que eu quero é saber das intimidas dos meus melhores amigos.

- Ok, já entendi. – Quando termino de falar e Tyler cair na gargalhada, estaciona na frente de um apartamento modesto, não tão distante do meu.

Meu amigo desce, da a volta no carro e abre a minha porta.

- Por aqui, madame. – Reviro os olhos.

- Deixa de frescura. – Bato em sua mão, que está estendida para me ajudar a sair do carro.

Subimos até o segundo andar. A porta está aberta.

O que eu pensei ser uma festa, não é. O cara, suposto dono da casa, está parado de frente para a janela, com uma roupa esporte. Uma camisa de botão listrada e uma calça jeans. As suas costas largas são marcadas pela blusa e sua bunda redonda chama muito a minha atenção. Minha nossa senhora. Me perco uns segundos admirando aquela obra de arte, quando o dono se vira para encarar Tyler, que vai ao seu encontro.

- E aí, meu irmão? – Meu amigo o cumprimenta.

- Achei que não vesse mais. – Sua voz me soa familiar, mas só identifico quem é, quando eles se abraçam

- Derik?! – Seus olhos me encontram e a mesma inspeção que fiz, ele retribui. Um arrepio me percorre a espinha. Nunca tinha sentido isso sob o seu olhar. Parece que esse ano que passamos separados, nos mudou completamente.

- Alisson?! Que surpresa. Nunca pensei que veria você aqui? – A familiaridade das suas palavras me conforta.

Depois do nosso termino, não tive outro namorado. O máximo que ficava com uma cara, eram por duas ou três semanas. Mais do que isso, já me deixava entediada.

- O Ty me arrastou. Não sabia que era a sua casa. – Digo tímida. Não terminamos de uma maneira ruim, mantemos o respeito, mas não ficamos amigos. Ainda gostava muito dele, quando pedi que fosse embora de vez. Ele olha para os pés. – Não queria ser intrometida. Se você achar melhor eu posso...

- Não! – A rapidez da sua resposta, nos faz rir. Tinha esquecido como seu sorriso é lindo e as sensações novas que estão acontecendo comigo, me deixam sem graça. – Pode ficar. Achei que só o Ty viesse. Ele que me ajudou na mudança.

- Que legal. Devia ter me dito que era a casa do Derik, Tyler. – Olho ao redor, procurando meu amigo, mas o desgraçado foi embora fechando a porta. – Não acredito. – Me sento no sofá. – Ele e a Sarah são inacreditáveis.

- Alisson...

- Olha, não sei o que deu neles. A gente não tem mais nada a ver...

- Fui eu que pedi.

- O quê? – Olho para ele, que agora se ajoelhou na minha frente.

- Quando você me mandou embora, fiquei sem entender o que tinha feito de errado. E percebi que você estava pronta pra mim. Mas eu sou um idiota e não estava pronto pra você. Só percebi isso na segunda vez que me dispensou. Eu fiquei bravo, quis dizer umas verdades na sua cara. Fiquei um caco. – Ele se senta sobre os joelhos, encarando o chão. – Mas depois, percebi que estava certa. Eu era metade de um homem. Nunca tive autonomia. Deixei que minha mãe tomasse a maioria das minhas decisões e a pior delas, foi ter deixado você sair da minha vida. – Ele suspira.

Suas palavras mexem muito comigo, a forma como ele fala, está muito diferente do que eu me lembro. Toco seu queixo para que me encare. Seus olhos verdes refletem agonia, como se eu pudesse destruir seu mundo só com uma palavra.

- Você pediu que ele fosse me buscar, por que sabia que eu não viria se você me chamasse? – Que pergunta estúpida. É claro que foi isso.

- Queria que você visse que eu mudei. Estou pronto para ficar com uma mulher independente como você. E não consegui ficar com outras. Tudo que eu conseguia pensar era em ter você de volta. – Derik emoldura meu rosto com suas mãos. Seu toque manda pequenos choque pela minha pele. Fecho os olhos para absorver mais a sensação. Nesse meu pequeno vacilo, ganho um selinho. Minha nossa. Como seu senti falta dessas mãos.

Me deixo levar por seu toque e retribuo o beijo com vontade. Ele se senta ao meu lado e não perco tempo. Monto em seu colo.

- Alisson, como senti sua falta. – Derik agarra minha cintura e me pressiona no seu volume, que cresce e me deixa feliz.

- Tô sentindo. – Sorrio e aumento a fricção. Ele passa o nariz de leve pelo meu pescoço, agarrando meus cabelos da nuca. Olhos os olhos mais uma vez. Os arrepios continuam. Derik, aperta minha bunda por baixo do vestido, me puxando mais ainda ao seu encontro. Sentir a sua mão quente, pelo meu corpo, é uma perdição. Empino meu decote na direção da sua boca. Ele não perde tempo e afunda seu rosto no meio dos meus seios, que respondem na mesma hora.

- Fica comigo?

- Sabe que o nosso problema nunca foi aqui. – Aponto entre nos. Mesmo com o teor da conversa tendo mudado um pouco, não mudo de posição.

- Deixa eu te mostrar que eu mudei. Não moro mais com a minha mãe e tenho a minha autonomia. Ela não se mete mais na minha vida. Posso ficar com você sem ter que ouvir nada dela. – Começo o movimento de vai e vem em cima dele, que perde as palavras por um segundo. – Não consigo pensar em outra coisa com você fazendo isso em cima de mim, Alisson!

- Não foi pra isso que você me queria aqui?

- Quero isso com você todos os dias. Nunca consegui te esquecer. Diz que quer ficar comigo também?

Sua pergunta me paralisa. Olho em seus olhos. Nunca vi tanta paixão e suplica em seu olhar. Nem quando a porta bateu a última vez que deixou o meu apartamento. Fico parada.

- Vou fazer você mudar de ideia. – Ele se levanta comigo em seu colo e me leva para o quarto. Não registro nada do cômodo, a não ser o seu corpo no meu. Coloca-me na cama, se afasta e fica de pé na minha frente. Desabotoa todos os botões da camisa com calma, coisa que nunca tinha feito. Era só sexo e ele também não tinha tantos músculos para mostrar. – Gosta do que vê? – Acaricia seu peito até chegar no abdômen. Passo a língua pelos lábios, mordo o inferior e junto as pernas um pouco para aliviar a minha tensão. Ele coloca a mão direita atrás da cabeça e vejo a tatuagem que sempre gostei e que me deixava muito exitada. O desgraçado sabe disso e fica me provocando. É uma frase em francês, em letra cursiva, que diz, Amor só vale a pena se for por inteiro.

- O quê está esperando? Que eu morra!? – Exclamo e ele sorri, que chega a seus olhos.

- Você ficou muito mais exigente. – Se livra da sua calça e fica só de boxer. A visão do seu corpo seminu me acende mais ainda e prendo a respiração. Delicadamente, toca meu pé e vai subindo pela perna, até a barra da saia.

- Só quero o melhor. – Sussurro e mordo o lábio novamente, quando vejo a resposta pulsar dentro da sua cueca.

- Safada!

- Sempre fui. – Derik continua a sua exploração torturante, subindo a minha saia, e puxando o vestido pela minha cabeça. Fico só de sutiã e calcinha em sua cama. – Nunca mais na vida achei que estaria aqui novamente.

- É a sua primeira vez aqui. – Aproxima a boca do meu ouvido e sussurra. – Essa cama é nova. – A proximidade dele é como um soco no estômago. Faz tempo que eu não sinto essas coisas, mas sentir isso com o Derik, é a primeira vez.

- O que isso quer dizer?

- Desde de que a gente se separou que eu não transo. – Ele sorri tímido. Não sei se vou conseguir me acostumar com essas reações dele.

- Sério?? Ou tá dizendo isso pra me iludir?

- Nunca menti pra você.

- Isso é verdade. – E já sem paciência e quase pegando fogo, agarro seu cabelo e puxo para um beijo ardente. Agora ele responde na altura do meu desejo, deixando seu peso cair sobre mim. Sua pele macia e quente é um bálsamo para as minhas feridas. Quantas noites eu me toquei sozinha, pensando nesse desgraçado e tudo porque ele não fez exatamente o que está fazendo agora, dizendo e fazendo a coisa certa.

- O que foi? Te machuquei? – Ele olha preocupado para o meu rosto quando me ver chorando.

- Há muito tempo atrás, mas agora não importa. – Volto a beijá-lo e viro para ficar por cima dele. Me livrando no meu sutiã, Derik ataca meu seio.

- Deliciosa, como eu me lembrava. – Termino de tirar sua cueca com bastante dificuldade e a minha calcinha. Ele para e me olha com desejo e paixão brilhando em seus olhos. – Fica comigo?

- Fico. – É a última palavra coerente que digo, antes de me perder em seus braços quentes.

Derik reverencia meu corpo, como se eu fosse uma espécie de deusa.

- Feliz dia dos namorados, meu amor.

8 de Outubro de 2020 às 18:04 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

Conheça o autor

Carol Furtado Sou brasileira, psicóloga formada e amo escrever. Vou deixar as minhas histórias aqui por enquanto não publico. A partir do momento que estiverem lançadas, vou deixar só um ou dois capítulos aqui. Então, aproveitem.

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