luraywriter Luray Armstrong

Após duas internações consecutivas por estresse e má alimentação, Katsuki Bakugou é obrigado por seu chefe a tirar férias. A contragosto, ele acaba decidindo passar duas semanas no litoral, longe de sua capital agitada, apenas para relaxar e tomar um pouco de sol na praia. Todavia, Eijirou Kirishima, um jovem corajoso e ousado, não está muito afim de deixar que Bakugou tenha férias pacíficas. capa: @Mariliya (IG) e @FanDomiAlex (TWITTER)


Fanfiction Anime/Mangá Para maiores de 18 apenas.

#kiribaku #bnha #gay
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Capítulo único

Notas: Olá!!

Esta é mais uma fic do kiribaku month, a penultima. Com o tema do dia 27: música. Eu escolhi: does your mother know?. Isso mesmo, a fic é inspirada naquela cena de Mamma Mia: https://www.youtube.com/watch?v=nyUqbGkvRXM pra quem não conhece.

Espero que gostem e comentem! Até sábado, com o cap 11 de Brofriends <3.





Bakugou checou sua mala uma última vez antes de fechá-la adequadamente e colocar as etiquetas com suas informações e depois começou a arrumar a bolsa menor que levaria consigo durante o voo.

Ele pegou seu notebook pessoal, suspirando enquanto acariciava o notebook da empresa com carinho. Tá, talvez ele fosse um pouco viciado em trabalho. Só um pouco. Todavia ele tinha que ser se quisesse ser o melhor, não é mesmo? Katsuki não era o tipo de homem que se contentava com algo menos do que o topo e chegar no topo não era fácil.

Mas, infelizmente, seu chefe, Toshinori Yagi, achava que trabalhar demais faz mal ao empregado e depois da segunda internação de Bakugou por estresse, insônia e má alimentação ele decidiu dar férias forçadas ao subordinado.

Katsuki, como se pode imaginar, não estava feliz. Todavia, uma semana depois de ficar em casa tentando pedir ao inútil do Todoroki ou o imbecil do Midoriya para enviarem notícias ou pequenas tarefas para ele fazer em casa e não conseguir nada, Uraraka, sua amiga dona de uma pequena cafeteria, o convenceu a ir aproveitar as férias.

Ele já estava em casa de qualquer forma, então por que não aproveitar para realmente tirar um tempo do trabalho? Sua pele já estava mesmo meio pálida de tanto ficar dentro do escritório. Assim, Katsuki pesquisou por belas praias em seu próprio país e decidiu por uma viagem para um lugar tranquilo a poucas horas de viagem de sua cidade, para ter o mínimo de dor de cabeça com o voo e programação de viagem.

Ele agendou a estadia de 2 semanas no hotel, para que voltasse e passasse alguns dias de suas férias visitando seus pais. Novamente, não era algo que ele queria, contudo as pessoas à sua volta adoravam obrigá-lo a fazer coisas que não queria.

Então, 3 dias depois lá estava ele, uma mala simples com as poucas roupas de banho que ele tinha, roupas leve, artigos de higiene e outras poucas coisas essenciais. Como seus livros, porque ele sabia que querendo ou não ia acabar saindo do hotel e descendo à praia apenas para ler e pegar um pouco de sol. Okay, não eram as férias mais agitadas da história, porém era o ideal para Bakugou.

Por mais que fosse alguém estressado e irritado, de certa forma ele também era calmo e sério. Não costumava beber sempre, ou sair muito, era bem caseiro e relaxado. Há muitos anos, antes de se tornar meio obcecado com o trabalho, ele até dormia cedo e comia de forma muito saudável. Lembranças de um tempo distante...

Com uma única mala e uma bolsa com alguns lanches para o curto voo, seu notebook, celular, fone de ouvido e documentos, Katsuki saiu de casa e pegou um táxi até o aeroporto, chegando 2 horas antes e se organizando facilmente.

Poucas horas depois de um voo tranquilo, Katsuki descia na cidade litorânea que vivia principalmente do turismo. Era meio longe da capital onde ele vivia e era muito reconfortante pensar estar em um lugar onde ninguém o conhecia. Nada de Uraraka, Todoroki ou Midoriya, nem mesmo seus pais para encher seu saco. Bem, pelo menos não enquanto ele não atender nenhuma ligação.

O hotel em que Katsuki ficaria não era nada extremamente luxuoso, mas era muito confortável, com uma vista agradável para a praia que esbanjava um azul claro, o céu limpo e o sol alto eram convidativos. Por mais que não tivesse sido agradável acordar muito cedo na madrugada para viajar, Katsuki se sentiu recompensado ao ter a chance de chegar ao local no início da tarde, assim ainda poderia descer para a praia e aproveitar um pouco.

O loiro logo colocou a roupa de banho e saiu. Sem carteira, sem celular, nem mesmo dinheiro ou toalha. Ele só queria sentir a água do mar um pouco sem muitas preocupações e então voltar ao hotel e desfazer as malas, comer e dormir. Parecia bom o suficiente para um primeiro dia.

Katsuki caminhou à vontade sem camisa, pois já tivera visto diversos homens apenas de sunga dentro do próprio hotel e assim que saiu foi agraciado, ou em outros casos amaldiçoado, com a visão de mais alguns homens sem camisa. Até agora as pessoas por aqui não pareciam tão feias.

Interessante.

Katsuki apreciou e muito chegar à praia e notar pouco movimento, já que era dia de semana. Se fosse calmo assim todo dia, ele voltaria mais vezes. Ele deixou seus chinelos na areia e entrou na água. Estava morna, uma sensação aconchegante em sua pele.

Há quanto tempo não ia à praia? Caralho, talvez fizessem anos.

Ele afundou mais e mais na água azul e clara do mar, até onde a água batia em seu peito e ficou por ali.

Deixou o corpo afundar completamente, molhou o cabelo.

Observou o movimento das ondas, carregando coisas para o mar e trazendo outras de volta.

Observou as poucas nuvens se movendo no céu azul.

Ouviu crianças brincando com a mãe na areia e um grupo de jovens jogando vôlei de praia.

Era calmo, não era muito barulhento.

Naquele momento, um sentimento tomou Katsuki. Ele realmente ficava muito tempo preso naquele escritório, né? Era solitário. Ele se sentia um pouco sozinho, às vezes. Mas no geral estava contente com sua vida. Tinha amigos pelos quais não pediu, pais que não era muito fã e o emprego que ele sempre quis e avançando para a posição de chefe. Era uma boa vida para alguém aos 40 anos. Estava satisfeito. Talvez só precisasse de mais pausas como essa.

Talvez estivesse com saudade do mar.

Ele lembrava de gostar de ir à praia quando criança. Lembrava de conhecer o maldito Izuku numa dessas viagens à praia, a única coisa ruim que o mar lhe trouxe. Fora isso, ele lembrava de sempre se divertir. De gostar da sensação da água contra a pele, do cabelo molhado grudando no corpo.

Katsuki sorriu. Talvez as férias vieram em boa hora e ele pudesse mesmo voltar mais relaxado para o trabalho. Por enquanto, ia apenas aproveitar sua estadia aqui como merecia, na calma e na paz que tanto gostava.

Depois dei um bom tempo, com os dedos da mão já enrugados da água, Bakugou começou a voltar para a areia, tentando voltar pro local exato onde deixara seus chinelos para caminhar um pouco por aí antes de voltar ao hotel.

Quando a água já estava abaixo de sua cintura Katsuki ouviu gritos:

— Kirishima. KIRISHIMA PEGA! — Uma voz masculina gritou.

Logo em seguida Katsuki notou um jovem ruivo na areia em frente a ele, lhe olhando com cara de bobo. Será que o cabelo molhado estava caindo de um jeito engraçado em seu rosto? Katsuki não conseguia entender muito bem que tipo de olhar estampava o rosto do outro.

Poucos segundos depois uma bola de vôlei bateu com tudo na cara do garoto, fazendo-o cair no chão.

Katsuki sabia que não deveria rir. Era errado, cruel, ele podia ter se machucado.

Mas Katsuki não era exatamente o tipo de cara que não seria chamado de cruel.

Então ele deixou uma gargalhada escapar de sua garganta sem muita vergonha, calçando seus chinelos assim que os achou na areia e indo caminhar pela praia na direção oposta ao ruivo caído no chão. Ele podia sentir que o garoto ainda lhe olhava, entretanto não olhou para trás enquanto caminhava.

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No dia seguinte, como havia pensado que aconteceria, Katsuki desceu para a praia com um livro em mãos, seus novos óculos (para leitura) de lentes e armação fina e redonda no rosto e sua carteira no bolso de sua bermuda.

Ele vestia a aberração chamada regata que ele sempre odiou, mas não queria ir sem camisa se não ia entrar na água e também parecia muito estranho ir com alguma camisa com manga.

Bakugou logo se acomodou num canto na praia debaixo de uma árvore, sentando em cima da pequena toalha de picnic que tinha comprado só para aquela viagem. Foi o primeiro pedaço de pano grande o suficiente para ele deitar em cima, então ele só pegou a primeira coisa que viu na loja e foi.

Na sombra de um coqueiro não muito grande, ele continuou o livro que lia antes mesmo da viagem, acompanhando uma história de fantasia qualquer. Era mais um dia calmo na praia, o som distante de crianças brincando e jovens e adultos conversando era baixinho o suficiente para que ele não se importasse.

Todavia, após mais algumas horas no sol quente daquele dia e nem aquela sombra gostosa do coqueiro era suficiente para protegê-lo. Bakugou levantou, batendo o pano e o dobrando com perfeição antes de seguir com ele e seu livro para um dos quiosques que viu por ali mais cedo.

Katsuki se apoiou no banquinho de ferro e pediu uma água de coco para beber, se perguntando se estava com fome o suficiente para se arriscar comendo naquele local. Não que fosse alguém muito preocupado com sua alimentação, ele só era fresco e não gostava de comer em locais desconhecidos que não tivesse uma referência da qualidade da comida. Ele podia sempre almoçar no restaurante do hotel, entretanto ainda não estava pensando em voltar para lá, pois sabia que no momento que pisasse em seu quarto não sairia mais.

— Olá. — Uma voz masculina interrompeu seus pensamentos.

— Oi. — Bakugou respondeu com uma voz um tanto seca, olhando para a pessoa que o incomodava.

Era um jovem que mal devia ter seus 20 anos, o cabelo ruivo vibrante claramente pintado, um sorriso largo e covinhas fáceis de notar. Pelo bronzeado escuro em seu corpo devia viver ali pela praia e pelos musculos definidos talvez gostasse de se exercitar na areia. Ele não era tão ruim de olhar. Mas era quase uma criança.

— Então, eu percebi você aqui sozinho e pensei se não gostaria de uma companhia pro almoço, talvez…? — Ele perguntou, o olhar cheio de expectativa focando nos lábios de Katsuki em volta do canudo.

Katsuki riu. Será que ele não tinha reparado que Katsuki tinha idade para ser seu pai? Não era nenhum papa-anjo ou coisa do tipo.

— Não preciso de companhia pro almoço, obrigado. — Bakugou tentou ser um pouco gentil ao dispensá-lo.

Talvez estivesse apenas brincando com ele? Um desafio dos amigos talvez?

Ele parecia um pouco familiar, mas não conseguia lembrar de onde.

— Talvez uma companhia pro jantar? — Ele tentou, mordendo o lábio de um jeito fofo.

Uma criança, de fato.

— Não preciso de companhia.

Bakugou terminou sua água de coco e jogou o coco no recipiente adequado ao lado do quiosque, jogando o canudo no recipiente para material reciclável e indo de volta para o hotel, de repente sem querer mais ficar na praia, porém sentindo o olhar do falso ruivo lhe seguindo pelo caminho.

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Bakugou aceitou que era um homem com uma vida que podia ser considerada desanimada e maçante para os outros há muito tempo. Quando informou a Uraraka que aquele era o segundo dia em que pretendia sair do hotel para se sentar e ler debaixo de uma boa sombra na praia, ela lhe lembrou exatamente isso. Falou sobre como ele não tinha preguiça de passar horas e horas trabalhando, entretanto tinha para conversar com pessoas ou ir em festas. Tentou colocar em sua cabeça para ao menos ir a um barzinho à noite durante o fim de semana.

Bakugou, no entanto, não estava de férias pra conhecer gente nova e nem viver uma vida agitada enquanto podia. Ele queria viver férias relaxadas e calmas, pegar um pouco de vitamina D e ter como maior gasto o protetor solar e comida.

Alguém além de Uraraka estava tentando estragar seus planos pacatos.

Quando uma bola passou por Bakugou e levantou areia em seu colo, batendo na capa do novo livro de mistério que ele lia (terminara o de fantasia ontem no hotel), o loiro suspirou tentando manter a calma para não surtar com uma possível criança em público.

Todavia, quem veio pegar a bola de vôlei não foi uma criança de 12 anos como Katsuki imaginou, e sim uma que tinha idade suficiente para ele gritar sem ser taxado de cruel e sem coração, ou mesmo ter que enfrentar os pais.

— Olá, de novo. — O garoto de ontem se dirigiu a ele, com a bola em mão, bloqueando o sol.

— Por que cê tá tapando o sol? — Foi a primeira pergunta de Katsuki, que estava propositalmente deixando suas pernas muito pálidas levarem um pouco mais de sol que o resto do corpo, já que já tinha passado uma camada extra de protetor.

— Calma, chocolate branco, eu não quero que você derreta.

Bakugou franziu o cenho. Mas que porra…?

— Ah, cê não pegou a referência. É de um filme. Desculpa pela bola, o Denki tem uma mira péssima quando bebe. E a gente se conheceu ontem, né? Prazer, Eijirou.

Muita informação, calma.

Crianças bebiam tão cedo da manhã esses dias?

O tal Eijirou achava mesmo que a interação deles do dia interior o permitia mesmo chegar e se apresentar? Bakugou não foi claro o bastante?

Olhando para o jovem alto em sua frente e a bola de vôlei em suas mãos Katsuki finalmente lembrou de onde o conhecia de verdade. Era o rapaz que levou uma bolada na cara naquele dia. Riu.

— Meu nome é Katsuki. — Ele disse, o bom humor de lembrar da bola batendo na cara dele e ele caindo no chão em seguida o tornando mais sociável por dois segundos.

— Então, Katsuki, talvez hoje fosse gostar de um pouco de companhia? — Ele perguntou.

Quase teve pena daqueles olhos de filhotinho que caiu da mudança. Quase.

— Sua mãe sabe que você tá por aí falando com estranhos na praia? — Bakugou falou, no seu melhor tom de quem lidava com uma criança.

O outro pareceu ser bem atingido pelo fora e Katsuki apreciou a expressão amarga com satisfação, pensando que finalmente ficaria livre.

— Pra sua informação, eu tenho 19 anos. Não sou criança. Se tu gosta de sair e ficar sozinho por aí, aproveita. — E saiu, voltando para o grupo de amigos que o esperava por estar com a bola.

Bakugou suspirou. Foi um pouco cruel, mas pelo menos ele entendeu. Era muito jovem para um homem aos 40 como Katsuki, era melhor que procurasse alguém da mesma idade.

Curioso, voltou a ler seu livro, montando sua teoria sobre quem havia matado uma das protagonistas e juntando mais pistas ao longo da leitura, logo esquecendo a existência de Eijirou.

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Alguns dias depois, Katsuki descia para a praia com um livro diferente em mãos. Ele nunca mais tinha visto Kirishima novamente, mas esse era um pensamento longínquo no fundo de sua mente, mais como um mero lembrete ao ver uma bola de vôlei ou uma comemoração ao conseguir ler sem ser interrompido.

Katsuki parou pelo quiosque de água de coco durante a pausa de sua leitura, entretanto notou que já estava passando da hora do almoço. Talvez devesse procurar um bom lugar para almoçar por ali.

Não que ele tivesse pedido, contudo Uraraka havia lhe enviado uma pequena lista de restaurantes e bares bem recomendados próximos à praia e ele lembrava de um que ficava bem próximo ao seu hotel e parecia ter um cardápio interessante. Decidido a finalmente tentar algo novo em seu sexto dia de férias na praia ele pegou seu celular, checou o local e o nome do restaurante e caminhou até lá, sentindo o sol escaldante queimar sua pele.

O lugar não era muito grande e para a felicidade de Katsuki não estava muito cheio. Ele se sentou numa mesa e pegou o cardápio que já estava lá, decidindo se as opções de comida e bebida valiam a pena ele falar com alguém.

Decidiu comer a especialidade da casa, um prato com peixe e camarão que parecia muito gostoso, se ele fosse honesto. Antes que levantasse a cabeça para fazer o pedido, ouviu uma voz ao seu lado:

— Então hoje precisa de companhia. — disse uma voz familiar num tom risonho.

Katsuki levantou o olhar do cardápio e lá estava, o idiota de cabelos vermelhos que não brilhavam como no sol, porém ainda se destacavam em meio a decoração amadeirada do local.

— Você é meu stalker, por acaso?

— Ah! — ele riu, como se só notasse agora que aquela era a conclusão mais óbvia naquele momento. — Eu trabalho aqui! — Ele mostrou o avental com o nome do lugar costurado no peito. — Desculpa se te incomodei antes, eu só achei você muito bonito e eu não sou bem o tipo tímido que fica crushando de longe, sabe? Eu te achei bonito e tentei falar com você, mas você não tem interesse, então tudo bem. Desculpa se foi desrespeitoso. — Ele falou, sincero.

Katsuki pela primeira vez viu nele um homem, não uma criança. Um jovem, claro, mas um homem que notou um erro e se desculpou. O tom e a expressão séria de quem era capaz de adquirir responsabilidades e lidar com elas. Foi quase como um lampejo de maturidade no rosto jovem antes que voltasse a ter aquele sorriso brincalhão e infantil.

— Iai, já decidiu seu pedido?

— Um especial da casa médio completo e uma água de 500 ml. — Bakugou disse, entregando o menu de volta ao garoto. Suspirou, decidindo ser sincero, já que ele também foi. — Eu só pensei que fosse muito velho pra você. Muita gente diz que eu pareço jovem, mas eu tenho 40 anos. — Bakugou falou, enfatizando sua idade.

Kirishima franziu o cenho.

— E?

— E que eu tenho idade pra ser seu pai.

— Seria um pai bem novo aos 21 anos. E você não é meu pai, é?

Bakugou suspirou. Ele não desistia?

Sabia que era bonito e as pessoas o diziam isso, contudo, nunca foi sua prioridade cuidar da aparência e um elogio a sua beleza não era bem o que massageava seu ego. Se ele parecia bonito e jovem, os créditos eram todos dos bons genes da família de sua mãe.

Não tinha herdado nada de seu pai, muito menos a gentileza e calma dele, infelizmente.

— Não sou. — Foi tudo o que Bakugou respondeu.

— Olha, eu sei que muita gente tem essa frescura com idade, mas eu não tenho. Além do mais ninguém aqui tá fazendo nada errado. Se quiser se apegar ao que os outros vão pensar ou qualquer coisa assim é com você, mas se você quer fazer uma coisa e isso não vai machucar ninguém, devia só fazer e pronto. É o que eu acho. Vou pegar seu almoço.

E saiu, entregando o pedido no caixa e depois indo atender outros clientes.

Bakugou mordeu seu lábio inferior. Para ele, a palavra-chave no discurso de Kirishima era querer. Bakugou o queria? Bem, tinha mesmo pensado que ele não era exatamente ruim de olhar, mas daí a querê-lo de verdade?

A acusação de estar negando-o por influência da opinião alheia tinha se acomodado na mente de Bakugou como erva-daninha. Bakugou se importava mesmo tanto assim com idade? Era algo que faria outra pessoa ser mais ou menos interessante? Era mesmo um motivo a mais para afastar alguém além do mero fato de ser uma pessoa se aproximando dele e ele não gostar de pessoas?

Quanto mais pensava, mais achava que não. Talvez numa relação séria e duradoura pudesse vir a incomodar, entretanto Kirishima não oferecia isso. Tudo o que ele ofereceu foi companhia para o almoço, e por mais que tivesse segundas intenções, ele nunca se atreveu a sugerir ou pedir mais do que isso.

Quase dez minutos depois seu almoço chegou, Eijirou não escondeu o olhar cheio de expectativas em sua direção e Katsuki o encarou com uma sobrancelha arqueada, tentando não rir dele.

— Quer companhia pro almoço?

Katsuki riu, sem conseguir se controlar.

— E você tá livre pra fazer essa companhia? — Bakugou perguntou, vendo um sorriso animado colocar as covinhas profundas nas bochechas dele em destaque.

— Vou tirar minha pausa pro almoço agora!

E assim ele correu para o que parecia ser a cozinha, voltando pouco depois com um prato de comida, que parecia ser também o especial da casa, e sem o avental.

— Então, Bakugou, gostou da comida?

— Na verdade, sim. Não costumo comer de tudo, mas está bom. Deveria parabenizar o chefe. — Ele falou com um pouco de ironia no final, pois não era o tipo de pessoa que realmente se metia nesse tipo de situação mesmo minimamente social. Mas a comida estava mesmo boa.

— A chefe. E eu vou dizer sim. Minha mãe adora saber que os clientes gostaram da comida. — Kirishima disse, enchendo a boca de peixe e arroz.

— Sua mãe é a chefe?

— E minha outra mãe é a dona. Elas têm esse lugar aqui há alguns anos, realizando um sonho antigo de trabalhar na praia. Eu ajudo aqui sempre que dá, quando não to surfando ou trabalhando na escolinha com as crianças.

— Dois empregos e um hobby. — Bakugou falou, na verdade sendo sarcástico quanto a quantidade de informação que Eijirou acabou de dar a um estranho.

— É, eu queria viver do surf, sabe? Mas é difícil, tem que ser muito bom, muito famoso. E eu amo crianças, então pra mim ta de boas na escolinha. Penso em cursar pedagogia ano que vem.

Mais uma chuva de informação.

Mas Bakugou achava fofo o brilho no olhar dele falando sobre planos e sonhos.

— E você, o que faz da vida? Só lê livros na praia? — Eijirou perguntou rindo e bebendo um pouco de suco em seguida.

Definitivamente ele era do tipo social. Era irritante, mas conveniente: Bakugou nunca tinha que fazer esforço para conversar com os extrovertidos e quase sempre podia ficar calado e fingir que ouvia.

Mas como hoje parecia um dia para tentar coisas novas, ele deu uma chance a experiência de conhecer Kirishima e realmente deixar ele se aproximar, ao menos um pouco.

— Na verdade, eu trabalho numa empresa de pesquisas biomédicas. Acabei cuidado da parte administrativa e do grupo de jovens que receberam bolsa para pesquisar, dando aulas para eles e essas coisas. Eu tenho andando...estressado por isso e tive algumas visitas no hospital porque eu posso talvez ter colapsado na frente dos alunos, desmaiado e ele pensaram que tinham me matado com a mistura que eu pedi pra fazer. — Bakugou falou e foi interrompido pela risada alta de Kirishima. Nunca tinha pensado naquela história como engraçada, mas talvez fosse. Ele definitivamente riu quando um dos alunos pediu desculpas por quase matá-lo, na verdade, mesmo ele sendo inocente.

— Eu estava sendo um pouco descuidado com minha saúde. Queria mostrar competência, ser o melhor, conduzir uma pesquisa com ótimos resultados. Meu chefe pensou que eu estava pegando muito pesado e me obrigou a tirar um mês de férias e decidi aproveitar para tomar um sol. Já estava pálido de ficar no escritório e no laboratório.

Bakugou bebeu água depois de falar. Depois de se manter no nível mínimo de interação humana para sua sobrevivência, ele podia admitir que era a primeira vez que falava tanto naquelas férias.

— Deve ter sido difícil. Admiro sua paixão pelo trabalho. É incrível ver tanta dedicação, mas é assim quando a gente ama o que faz, né?

Ao invés das críticas e puxões de orelha que recebia quando contava que colapsou de estresse e cansaço, Bakugou recebeu um “eu te admiro”? Era algo realmente novo.

Era por isso mesmo? Sua dedicação era porque amava o que fazia?

Surpreso consigo mesmo, Bakugou percebeu que, apesar de não ter pensado nisso dessa forma há anos, era isso mesmo. Amava aquela empresa e gostava de seu trabalho. Gostava até dos estudantes de faculdade fazendo perguntas imbecis o dia todo. Não que ele jamais fosse admitir para ninguém.

— É. — ele concordou.

— Mas tem que se cuidar, a gente trabalha melhor descansado e com a mente no lugar. Mas achei foda, sobre o que é a pesquisa?

Kirishima parecia genuinamente interessado e antes que pudesse notar Bakugou estava falando e falando, contando sobre a natureza da pesquisa, sobre os alunos, sobre sua faculdade. Kirishima perguntava sobre tudo e se esforçava de verdade para entender quando Katsuki começava a entrar em muito termos técnicos.

O almoço foi todo daquele jeito. Pela primeira vez em anos, Bakugou não ficou quieto e fingiu escutar outra pessoa, ele realmente escutou sobre a vida de Eijirou e, mais surpreendente ainda, falou sobre a dele com tanta empolgação que lembrou de sua antiga paixão nos tempos de faculdade pelo que estudava.

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Já fazia duas horas que eles estavam naquele jogo.

Quando Bakugou desceu para a praia no dia seguinte, ele viu Eijirou jogando vôlei com os amigos. Os dois trocaram um olhar como cumprimento, Eijirou com um sorriso no rosto e Bakugou com sua carranca de sempre.

Katsuki se sentou para ler seu livro no mesmo coqueiro de sempre, entretanto vez ou outra sua leitura era interrompida pela sensação de alguém lhe encarando intensamente e quando levantava o olhar lá estava Kirishima, lhe olhando de longe.

Ele nem tinha vergonha na cara suficiente para corar. Só ficava lhe olhando, claramente pensando se devia ou não vir falar consigo e esperando que Katsuki lhe desse um sinal que fosse de que estava tudo bem ele se aproximar. Mas ele não o fazia. O loiro só o encarava de volta por um tempo e então voltava a sua leitura, as páginas finais do livro de mistério cada vez mais próximas e ele sem saber qual o final seria quando sua teoria se comprovou errada.

Quando Bakugou começou a se perguntar onde estava toda aquela coragem e determinação do dia anterior que Eijirou lhe mostrou, já lendo a parte final do Sobre o autor de seu livro, o ruivo se aproximou.

— Oi. — ele falou, o tom de alguém que reuniu toda sua coragem.

— Olá. — Katsuki fechou seu livro e o encarou, um sorriso debochado em seu rosto. — Pensei que não vinha nunca.

— Tava esperando que eu visse?

— Parecia que você vinha. — ele disse, dando de ombros.

— Eu não queria te atrapalhar. Ce ta lendo ai todo concentrado, é bonitinho.

Katsuki disfarçou que foi pego de surpresa pelo elogio. Ele gostava de lhe surpreender, não é mesmo?

— Eu tava pensando se… a gente não podia jantar junto. Lá na minha mãe mesmo ou em outro lugar. Aqui tem uns restaurantes maravilhosos, só não conta pra ela que eu te disse isso. — Eijirou riu. — Tem pizzaria também se cê quiser.

— Então a oferta de hoje é companhia para jantar?

— É sim, se você quiser.

Antes que pudesse pensar muito, Bakugou concordou. Ele provavelmente nunca mais veria aquele garoto na vida depois de voltar pra casa.

— Tudo bem.

Eijirou não disfarçou bem que tinha sido pego de surpresa. De olhos arregalados, ele perguntou:

— Sério?

Bakugou apenas assentiu, sentindo que se pensasse demais se arrependeria.

— E onde vamos?

— Tem um restaurante massa mais pelo centro da cidade, se quiser ir. Eles servem de tudo, até pizza. E as sobremesas são ótimas, se gostar de doces. — Eijirou falou, o sorriso largo no rosto.

— Tá bom.

Visivelmente mais calmo, o outro se sentou ao seu lado em cima do tecido que protegia Katsuki da areia quente.

— Sobre o que é o livro que você ta lendo?

— Um assassinato aconteceu. A protagonista é a mulher morta, ela conta o que aconteceu no passado e a investigadora narra a investigação. Cada capítulo é intercalado, para manter o mistério até o final.

— Por que parece que você não gostou…?

— Porque eu estava errado. Minha teoria estava errada. Não gosto de estar errado e acho até que meu final era mais legal.

Eijirou riu.

— É, você parece mesmo o tipo que não gosta de estar errado. Mas ainda parece interessante. Faz tempo que eu não leio um livro assim, só to lendo os infantis pras crianças.

— E qual foi sua última leitura?

— A Bela e a Fera. Quanto mais leio mais fico preocupado com a saúde mental da Bela. — Eijirou falou.

Katsuki riu. Contos de fadas eram mesmo um pouco mais sombrios do que as crianças viam hoje. Talvez porque desde o começo não eram para ser reconfortantes ou doces, mas sim praticamente histórias de terror.

Quando Katsuki levantou seu rosto novamente, percebeu Eijirou bem mais perto do que antes, o olhar baixo em seus lábios.

— Posso te beijar?

Katsuki não respondeu, mas o beijou.

Eijirou logo pôs a mão em seu rosto, a língua ansiosa adentrando sua boca para um beijo com muito desejo, muito ansioso. Um pouco demais.

Puxando o cabelo dele de leve Katsuki o fez recuar um pouco, guiando o beijo para algo mais calmo, saboreando a boca do outro. Todavia, Eijirou beijava com fome, pronto para devorá-lo, e logo chupou sua língua, a mão escorregando para sua nuca e o mantendo lá enquanto ele coordenava um ritmo mais intenso no beijo.

Bakugou não o afastou dessa vez, seguiu o ritmo dele. Se perdeu na intensidade que era Eijirou, num beijo molhado cheio de língua e mordidas nos lábios.

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Ao voltar para o hotel onde estava hospedado Bakugou sentia as bochechas doerem de tanto tentar não rir das piadas idiotas de Kirishima e era acompanhado pelo próprio ruivo, tentando não deixar seu lado racional (ou talvez, quem sabe, aquilo fosse seus medos e preconceitos falando em sua mente) fazê-lo mudar de ideia.

Teoricamente, eles nem estavam lá para fazer nada. Katsuki o convidou para provar o vinho do Hotel, que era realmente muito bom e em sua opinião melhor que o do restaurante. Mas claro, a possibilidade de acontecer algo mais não era nula.

Principalmente depois de ter visto a carteira de motorista de Kirishima e confirmar que ele tinha mesmo 19, prestes a fazer 20 naquele ano.

— Okay, eu admito. É melhor. — Kirishima falou, após provar o vinho.

— Eu disse. Eu tenho bom gosto. — Bakugou respondeu, já perto de terminar a própria taça.

— Deve ser por isso que gostou de mim. — Eijirou falou e riu logo depois. — Desculpa. — Ele disse, ainda rindo como se sua fala fosse demais até para ele mesmo.

Bakugou expressou um sorriso de deboche em seu rosto, contudo não respondeu.

Novamente pego de surpresa, Bakugou sentiu a mão de Kirishima puxar sua nuca para encontrar seus lábios num beijo lento, mas intenso como era tudo nele. Devagar, Katsuki sentiu suas costas encontrarem o colchão e Kirishima deitou seu corpo por cima do dele suavemente.

As roupas rapidamente deixaram a pele e encontraram o chão, os corpos nus possibilitando o toque intimo. Eijirou era apressado, voraz, sua boca encontrando e descobrindo todos cantos os do corpo de Katsuki, os lábios beijando e a língua lambia com vontade cada ponto sensível que pudesse arrancar gemidos do homem mais velho, que se contorcia na cama, desconcertado pela forma sensível com a qual gemia.

A pele de Katsuki reagia a cada toque de Eijirou, arrepiando. Mal podia evitar os gemidos e grunhidos que fugiam de sua boca e quando ele finalmente abocanhou seu pênis, com habilidade e cuidado com os dentes afiados, ele deixou um grunhido gutural preencher o quarto, ouvindo Kirishima gemer logo em seguida, enviando vibrações pelo seu pênis molhado.

Bakugou segurou firme nos fios ruivos vibrantes, o prazer que o inundava fazendo seus membros tremerem. Um sorriso deliciado enfeitou seus lábios quando pensou que poderia agora estar em seu quarto se preparando para dormir e talvez batendo uma punheta pensando no garoto ruivo, e ao invés disso estava em sua cama cheirando a vinho recebendo um boquete molhado daquele que perturbava suas férias.

Bakugou afastou a boca de Eijirou de seu pau, aproximando-o pelos cabelos para um beijo molhado e devasso enquanto agarrava o pênis dele em sua mão com vontade, masturbando o membro grosso e duro. Ele recebeu os gemidos de KIrishima em sua boca e os engoliu com luxúria, ambos ansiosos e querendo ainda mais daquela noite.

— Trouxe camisinha? — Katsuki perguntou, se afastando para pegar seu próprio lubrificante.

Eijirou lhe mostrou uma cartela de camisinha com três unidades, a expressão culpada de uma criança pega fazendo travessura, entretanto que não se arrependia nem um pingo.

Bakugou riu, sabendo que ele obviamente tinha expectativa de fazer algo mais essa noite e sabendo que Eijirou devia estar mais surpreso que ele mesmo pelo fato deles realmente estarem prestes a transar.

Impaciente, como se a ansiedade de Eijirou fosse contagiosa, Katsuki se deitou na cama enfiando um dedo cheio de lubrificante em sua entrada com pressa, vendo o outro homem, já com a camisinha, massagear o pau grosso entre suas pernas, se deleitando com visão que era Bakugou com suas pernas bem abertas na cama, dois dedos fundos dentro dele e gemendo com o olhar preso no ruivo.

Quando se sentiu pronto, Bakugou retirou seus dedos e ergueu suas pernas por detrás do joelho, afastando-as, para se exibir completamente para Eijirou, que passou mais um pouco de lubrificante por cima de seu pau para entrar, deslizando facilmente pelo local quente.

Kirishima começou devagar, logo aumentando o ritmo ao perceber como Katsuki estava confortável, procurando a próstata dele querendo ouvi-lo cada vez mais alto, sem se importar com os vizinhos do hotel para turistas.

Bakugou mordia seu lábio com força, aproveitando o ritmo rápido e forte de Eijirou enquanto o fodia, segurando suas próprias coxas com forças para tentar evitar ser barulhento demais. Sentia-o se mover com fome dentro de si, seu corpo esquentando, ambos suados pelo calor intenso, um fogo que parecia queimar correndo por suas veias.

Eijirou enrolou uma perna de Katsuki em volta de sua cintura e segurou a outra em seu ombro delicadamente, fodendo o loiro com gosto e força, apertando a coxa pálida enquanto gemia pela sensação gostosa de ser envolvido por quentura num local tão apertado.

Bakugou cortou seu lábio ao deixá-lo escorrer pelos seus dentes, não mais aguentando segurar seus gemidos quando Kirishima achou sua próstata, acertando no ponto sensível sem piedade, procurando gerar cada vez mais prazer em Katsuki. Sua mão logo desceu ao pênis duro e molhado balançando em sua barriga com cada estocada e ele se mastrubou, logo gozando forte em seu peito e trazendo o ápice de Eijirou junto consigo, preenchendo a camisinha.

Depois que eles acalmaram suas respirações e Katsuki riu da timidez de Eijirou sem saber se deveria ficar ou ir embora, os dois homens tomaram um banho, com direito a punheta no banheiro, e dormiram juntos de conchinha. Eijirou, claro, foi a conchinha menor.

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No dia seguinte, por uma razão desconhecida, Bakugou se viu no restaurante das mães de Eijirou, tomando um café da manhã que o ruivo lhe fizera, já perto da hora do almoço.

Eles acordaram tarde graças ao vinho e Katsuki foi convencido a comer no restaurante quando ouviu que estaria vazio, só com alguns empregados preparando alguns ingredientes e massas.

Bakugou tentou não pensar muito no fato de que havia acabado de dormir com Kirishima e o que suas mães pensariam disso quando foi apresentado a elas, ignorando também o sorriso tímido de quem apresenta um namorado no rosto de Eijirou.

O outro homem se enfiou na cozinha e voltou meia hora depois, com diversos pratos e um bolo que já eram bem mais do que o necessário para o café da manhã e Katsuki tentou não sorrir da empolgação dele.

Eles comeram em uma quietude interrompida quando Bakugou demonstrava saborear a comida com gosto e então Kirishima começava a contar como tinha feito, quem o ensinara e vez ou outra uma história cômica envolvendo algum ingrediente. Bakugou não sabia como alguém conseguia falar tanto sobre cozinha e ainda ser interessante, porém aproveitou algumas das dicas de Eijirou no preparo de doces de qualquer forma.

E nos dias que se seguiram, eles continuaram se encontrando, a despeito do fingimento de Bakugou de dizer que não se importava com a presença de Kirishima e que queria continuar sozinho, sendo o ruivo agora uma presença constante a noite em seu hotel.

Quando estava distraído, notou muito depois, ele salvou o próprio número em seu celular com o primeiro nome e um símbolo de coração. Quando viu, decidiu que iria apagar o contato assim que voltasse para sua cidade, deixando as férias no litoral serem esquecidas, tanto a praia quanto Eijirou.

No dia em que foi embora, Eijirou estava no aeroporto e o abraçou. Foi a primeira vez que o viu tão calado, mal disfarçando a tristeza e Katsuki quase riu. Ele era tão emocionado quanto uma sapatão. Permitiu que o abraçasse, e envolveu seus braços em volta da cintura dele, se convencendo de que não significava nada demais e estava apenas demonstrando respeito com sua única companhia das férias.

O voo foi tranquilo e quando finalmente chegou em sua terra natal, a correria do aeroporto lhe trazendo o estresse familiar que aquela cidade parecia eternizar a cada segundo, Katsuki suspirou. Ele pegou o celular, mais um ato impulsivo e impensado (aparentemente ele não ia se livrar destas atitudes imprudentes nem tão cedo), e mandou uma mensagem para Kirishima, junto com uma foto do aeroporto.

Katsuki 15:30 : Cheguei e já to cansado.

(foto)

Em poucos segundos, Eijirou respondeu:

Eijirou <3 15:31 : Peguei uma onda linda hoje, pena que ninguém filmou.

Saudades de você <3

(foto)

Na foto, Eijirou aparecia com a pele escura de sol, quase vermelha, um sorriso brilhante e os cabelos molhados, sentado na frente de uma prancha na areia da praia.

Sem querer e nem notar, Katsuki sorriu. Talvez não quisesse mesmo esquecer nem as férias e nem Eijirou, afinal.

27 de Agosto de 2020 às 12:30 0 Denunciar Insira Seguir história
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Fim

Conheça o autor

Luray Armstrong Oiii Sou não binário e pansexual. Pronomes masculinos: ele/dele. Obrigado! Viciado em: SasuNaru, KiriBaku, WangXian. No meu perfil você encontra fics de Naruto, BNHA, PJO e em breve MDZS. Sejam bem viad0s! arte do perfil: Nathy Maki

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