queria ser borboleta
poder voar até teu jardim.
amo e sinto tanta falta de tuas flores, amor.
ando presa no casulo há tanto tempo
que não me recordo da cor do céu
do cheirinho de vida pelo ar
de como era a sensação de admirar as pequenas belezas
a cada bater de asas.
quero voar.
mas mal sei como e quando conseguirei
sair do meu conforto que deixou
há tanto de ser conforto.
deixei de ser lar
e sinto falta de abrir as janelas,
passear meus olhos pelo teu jardim
esplêndido,
deitar na graminha fresca,
sentir o beijo do vento em meu rosto.
não me sinto ser borboleta.
e me questiono se algum dia já fui.
fui? serei?
mas, por favor, saiba que te amo muito daqui. e mando lhe entregar todo esse
meu amor e carinho e cheiro por cada pétala tua.
por aqui, espero com minhas dores e lágrimas nos olhos - esses que tanto
sentem falta de ver o seu balançar - que a saudade que sinto de ti, de ser
borboleta, possa romper esta minha cápsula protetora e me permita voltar, ao
lar.
voltar a ser casa, não mais ser casulo; sentir o ar passar por minhas asas e voar, então, até tu.
ps.: ainda tenho medo de meu coração parar de bater liberdade, amor. ainda quero me sentir livre. e é desta minha versão que não é borboleta. desta minha versão que me impede de me sentir.
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