Habituamo-nos com a distribuição dos cômodos da casa, com os móveis, objetos de decoração, eletrodomésticos, aparelhos eletrônicos, trecos úteis e inúteis.
Habituamo-nos com a rua onde moramos, os bairros aonde vamos, a ideia geral da cidade onde estamos. E não olhamos mais para as paisagens que a natureza oferece nem buscamos mais as estrelas no céu noturno.
Acostumamo-nos com as pessoas com quem convivemos; elas, bem ou mal, também se acostumam conosco; e, de repente, os contatos se tornam protocolares.
Acostumamo-nos a pensar que conhecemos pais, filhos, parentes, amigos, colegas, vizinhos e achamos até que nos sabemos bem.
Conformamo-nos com a nossa paulatina degradação como sociedade, como cidadãos, como seres humanos.
Resignamo-nos ao papel -- às vezes, não admitido -- de que somos tão somente pagadores de contas, taxas, tributos, impostos, juros sobre juros.
Resignamo-nos a novas regras absurdas, restrições, canetadas que nos retiram benefícios, violam antigos direitos.
Adequamo-nos para cumprir agendas, com datas marcadas e horários apertados, sem folgas para atividades que melhorariam relacionamentos,
aumentariam conhecimentos, desenvolveriam talentos, elevariam o nosso bem-estar.
Adequamo-nos à pretensão de que não somos "mais um" na multidão, mas a entendemos como uma aglomeração de "mais uns", onde ninguém é melhor, mais sabido, mais certo do que nós.
Rotinas, ritos, manias e ilusões, crenças, equívocos.
Há a idade a avançar.
Há propósitos e sonhos irrealizados que desvanecem.
Há o envelhecimento que não poupa ninguém.
Há o inescapável fim da história.
Sinceramente, isso não é viver.
28 de Agosto de 2023 às 23:25 0 Denunciar Insira 0Viver com Transtorno de Personalidade Borderline (TPB) pode ser uma experiência incrivelmente desafiadora. Essa condição é caracterizada por uma instabilidade emocional intensa, dificuldade em regular as emoções e uma visão distorcida de si mesmo. Aqueles que têm esse transtorno enfrentam frequentemente inúmeros obstáculos e lutam para lidar com a vida diária.
Uma das dificuldades mais proeminentes de viver com TPB é o constante turbilhão emocional. As emoções podem variar rapidamente e intensamente, deixando as pessoas se sentindo sobrecarregadas e fora de controle. O que pode parecer um contratempo menor para os outros pode desencadear uma cascata de emoções intensas para alguém com borderline. Essa montanha-russa constante de sentimentos pode dificultar muito a manutenção de relacionamentos estáveis, o desempenho no trabalho ou até mesmo o autocuidado básico.
Outro desafio significativo é a luta em relação à auto-identidade. Pessoas com TPB frequentemente têm uma visão distorcida de si mesmas, passando por crises de identidade constantes. Elas podem ter dificuldade em entender quem são, o que desejam e qual é o seu propósito na vida. Esse questionamento constante pode levar a sentimentos de vazio e confusão, tornando difícil estabelecer uma sensação de estabilidade e autoconfiança.
O TPB também está associado a comportamentos impulsivos. O desejo de se envolver em ações impulsivas, como automutilação, abuso de substâncias, direção perigosa ou gastos excessivos, pode ser avassalador. Esses comportamentos impulsivos podem ter consequências graves e complicar ainda mais a vida de um indivíduo. Eles podem prejudicar relacionamentos, levar a problemas legais e contribuir para a já desafiadora luta contra a instabilidade emocional.
Além disso, essas pessoas frequentemente enfrentam estigma e falta de compreensão por parte dos outros. Os sintomas do TPB, como mudanças de humor intensas, medo de abandono e comportamentos autodestrutivos, podem ser exaustivos tanto para os próprios indivíduos quanto para aqueles ao seu redor. Essa falta de compreensão pode resultar em julgamento e isolamento, agravando ainda mais os sentimentos de solidão e desespero.
No entanto, apesar dessas dificuldades, é importante lembrar que indivíduos com Transtorno de Personalidade Borderline podem levar vidas gratificantes com o apoio e tratamento adequados. A terapia, como a terapia comportamental dialética (DBT), pode fornecer ferramentas valiosas para lidar com as emoções, melhorar os relacionamentos e desenvolver mecanismos saudáveis de enfrentamento. Também pode ser prescrito medicamento para o controle de sintomas específicos.
Se você ou alguém que você conhece está vivendo com Transtorno de Personalidade Borderline, é essencial buscar suporte de profissionais de saúde mental e se educar sobre a condição. Com o tratamento adequado e o apoio de uma comunidade solidária, navegar pela vida com TPB pode se tornar mais administrável, permitindo crescimento, cura e uma renovada esperança.
10 de Agosto de 2023 às 00:14 0 Denunciar Insira 0Volto-me para dentro de mim. Hoje, me interessa descobrir a sabedoria da minha alma e trazê-la para a vida cotidiana.
Apesar de todas as distrações que nos desviam a atenção, das notícias do mundo que nos inquietam, das reações emocionais negativas que abaixam a nossa energia, aceito o desafio constante de me manter vigilante e equilibrada, visando -- não apenas a um temporário bem-estar -- à necessidade urgente de ser a minha melhor versão a cada novo dia.
Não tenho dúvida de que depende somente de mim silenciar o ego tagarela, abrir canais para intuições e insights que advêm da minha alma -- ela, sim, ciente de todo o plano da Natureza e, em particular, dos estágios para a minha evolução.
Interiorizar-me não vem a ser alienação nem vã presunção. É questão de preservar a sanidade nesse momento de insensatez mundial. É demanda para resistir a manipulações perniciosas. É quesito crucial para uma liberdade que ninguém há de sustar. Com certeza, um ato de desobediência cujo primeiro benefício é desvelar, gradualmente, as amarras que limitam o viver a padrões de submissão e sofrimento.
Volto-me para dentro de mim. Hoje, quero fazer valer o entendimento de que sou uma expansível consciência em trânsito, atendendo ao chamado sutil de retornar, passo a passo, para Casa.
21 de Julho de 2023 às 02:19 0 Denunciar Insira 0Estava, aqui, matutando sobre as tantas pessoas especiais que conheci ao longo da minha vida.
Foram homens e mulheres que me chegaram ou consegui chegar-lhes por simples Ventura.
Privilegiaram-me, representando faróis cuja luz ajustou ou mudou para melhor o rumo da minha travessia.
Como, com frequência, costumo sair da casinha e, fora dela, procuro safar-me das caixinhas, onde todos nós fomos metidos para não nos enxergar nem perceber o que, realmente, está a um palmo do nosso nariz, resolvi contrariar as recorrentes sugestões que visam a destruir a nossa autoestima e, de roldão, a nos enfraquecer potência, confiança, coragem.
Pois bem, dei-me a liberdade de imaginar que, em um momento ou outro, também eu pude ser farol, significando um privilégio na existência de alguém. Gostei.
E você? Já tentou aquilatar a sua especial importância na vida de algumas pessoas? Faça isso. É revolucionário.
2 de Julho de 2023 às 00:58 0 Denunciar Insira 0Podemos manter o Inkspired gratuitamente exibindo anúncios para nossos visitantes. Por favor, apoie-nos colocando na lista de permissões ou desativando o AdBlocker (bloqueador de publicidade).
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