A Vida Pelos Olhos Dela Seguir blog

est-olereta Esther OleReta Pensamentos aleatórios de uma mulher, que usa a escrita como aliada no caminho da vida. Esther é uma jovem mãe, que se casou cedo e teve seu primeiro filho cercada de grandes emoções, carrega em seu passado uma infância bem vivida, mas também feridas profundas resultantes de uma vivência familiar turbulenta. Cresceu e viveu boa parte de sua vida em Israel, chegando ao Brasil com doze anos, leva consigo uma bagagem histórica e cultural repleta de aprendizagens. 0 reviews

#mulher #cotidiano #Maternar #sentimentos
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Rindo com os lobos

A vida não foi feita para ser de alegria, temos apenas alguns momentos felizes que nos servem de força para os intermináveis ciclos de 365 dias.

Sonhos apocalípticos me perseguem,tenho um temor particular em me seperar do núcleo que criei. Tudo torna-se novo e ressignificam-se os valores.

Não me chame para sair, não quero colocar o nariz fora da toca, está frio.

Ontem parei de chorar, não faz mais sentido lamentar pelo leite azedo que foi derramado anos atrás. A vida continua, mas gélida.

Não eram os monstros que me faziam mal, mas sim a minha própria vida. Nasci de uma farsa.

Não confio mais em ninguém, mas cá estou rindo com os lobos.


8 de Maio de 2023 às 01:48 0 Denunciar Insira 4
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Sobre minha vida

Tive uma infância impetuosa, fui e não fui feliz. Nasci cercada de ciclos violentos, traições, rancor e mágoa. O irônico é que sou mais uma em milhões que sentiram a dor de 'ser' ainda muito nova.

Não gosto de lembrar da criança que fui, pois entre memórias alegres e inocentes, surgem as lembranças sombrias e cruéis.

Cresci fria, não amava nem a mim, ironicamente me preocupava com as pessoas, na minha concepção isso era amar.

Meu primeiro amor foi meu marido, vi nele uma humanidade e uma franqueza que eu não ousava ter. Meu segundo amor é meu filho, não preciso dizer os motivos.

Escrever é um jeito de queimar as páginas assombrosas de uma criança traumatizada que ainda precisa de colo.

1 de Abril de 2023 às 22:51 1 Denunciar Insira 4
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Solidões

Desde que me tornei mãe, me deparei com solidões que até então eram desconhecidas.

A solidão que mais me doeu foi do abandono familiar, não me abandonaram de fato, mas me deixaram de escanteio, é tão raro uma visita que quando acontece não sei nem como lidar.

A outra solidão foi a de mulher. Me fechei tanto nessa vida materna que nem sei mais o que sou, pra que sou e pra onde devo ir.

Aos poucos vi que a mãe é sobrecarregada naturalmente, o que nós sentimos por nossos filhos, pessoa nenhuma no mundo sente. É uma relação de dependência mútua.

Não tenho mais vontade de sair, ou de me arrumar, ou de qualquer outra coisa...talvez seja um início de depressão pós parto? Só a terapia dirá...



6 de Março de 2023 às 14:08 0 Denunciar Insira 3
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Sobre ser mãe

Não, eu não nasci para isso. Não nasci sabendo tudo sobre gerar, parir e criar. Foi tudo acontecendo.

Durante a gestação, trabalhei em período integral, saía com o nascer do sol e só voltava quando o mesmo estava querendo se pôr. Foi assim até o fim.

Eu não tinha aquele amor incondicional que falavam que eu teria assim que soubesse da existência do meu filho, eu tinha mais uma necessidade de protegê-lo, de garantir o que estava em meu alcance para que ele desenvolvesse de forma saudável no meu útero. Me sentia mal por não ser perdidamente apaixonada.

E então chegou o parto, depois de um longo período de "repouso", coloquei entre aspas porque foi quando mais me encheram o saco, onde mais me atormentaram. Quinze horas de dores intensas e pessoas me atormentando para fazer uma cesárea. Perdoe-me o palavreado, mas 'pqp', o corpo é meu, o filho é meu, se quisesse parir em cima da geladeira, era lá que eu colocaria a criança pra fora.

Nasceu! Meu meninão...foi aí que o baque da maternidade começou, eu via aquele serzinho, indefeso, pequeno, prematuro, grudado em mim, eu tinha urgência de acolher, cuidar, proteger aquele pedacinho meu. Foi quando o amor começou a surgir, cada dia um pouco mais, devagar e sem aquele conto de fadas de "peguei, amei incondicionalmente"...fomos nos conhecendo, nos amando cada vez mais, fui aprendendo aos poucos o que dizem sobre o amor de mãe.

Hoje eu não sei mais viver sem meu menino, meu guri!


Mamães/Futuras mamães por aí, vocês estão indo muito bem! Vocês são ótimas mães, VOCÊS sabem o que é melhor para seus filhos, vocês e mais ninguém. Abraço forte em todas.

12 de Fevereiro de 2023 às 01:13 2 Denunciar Insira 2
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