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Vikings 1

Terminei de assistir recentemente a 6ª temporada de Vikings, lançada em 2020. A 1ª temporada é de 2013. Levei algum tempo para começar a assistir a série. O que eu achei? É ao mesmo tempo cativante e de certa forma perturbadora. Eu terei que dar alguns spoilers, então, se você já viu, leia o texto e comenta o que achou de Vikings e se você não viu, quer ver e não liga pra spoilers, vem comigo que vamos conversar um pouco.

Em outra plataforma de auto publicação, um leitor comentou na história de Deramir sobre o que ele pensava de histórias medievais. Compartilhei com esse leitor que gosto tanto de fantasia medieval como também de filmes mais realistas desse tempo histórico. Então, nessa mesma plataforma, esse mesmo leitor me sugeriu ver Knightfall que ele considerou a melhor série de histórias medievais da Netflix (eu assisti e é de fato uma série incrível!). Quando fui pesquisar comentários na internet sobre Knightfall, depois de já tê-la visto, um espectador comentou que Vikings era melhor e que não haveria uma série comparável. Num primeiro momento, resisti ao comentário dele, afinal, gostei bastante de Knightfall. Como preciso de “matéria-prima” para desenvolver minhas histórias medievais, resolvi assistir Vikings. Foi uma vontade doida de maratonar! Sorte que estava de férias e sobrou algum tempo para fazer isso.

Vikings começa bem tribal. Com a estrutura social de tantas tribos pelo mundo, em todos os tempos: um chefe, um vidente ou feiticeiro, um panteão de divindades. O chefe quer poder e concentração de tesouros para dar mais conforto a sua habitação e poder pagar seus guardas, além de fazer as regras ou fazê-las cumprir. O vidente traz o conhecimento do futuro, do destino das pessoas que o procura, ajudando-as a tomar decisões ou simplesmente orientando-as a decidir a não tomar decisões, ele é o limiar entre o mundo dos homens e o mundo das divindades. Elas, por sua vez, povoam os pensamentos das pessoas crentes, fazendo-as acreditar que seus entes queridos falecidos estarão com elas, as divindades, num lugar etéreo de festas contínuas, ao mesmo tempo que para os vivos, as divindades garantirão vitórias contra seus inimigos e os guiarão para a glória terrena. Assim, a tribo funciona, com regras e crenças que vão aos poucos sendo aceitas e se tornando verdades absolutas até que... sempre tem alguém, né? Alguém que começa a questionar as verdades prontas e acabadas, alguém que percebe que o mundo não é a tribo, mas a tribo está inserida num mundo muito maior e diverso. Ragnar Lodbrok é um deles. Essa é a ideia do filme, o início e o chamado à aventura é justamente parar de atacar o leste conhecido e escasso, e se voltarem para o oeste desconhecido e promissor onde o pessoal da tribo e, principalmente o lord, acreditavam não existirem terras. Ragnar contesta essa verdade e insiste em ir para o oeste contrariando seu lord, faz isso com a ajuda de seu amigo Floki que constrói uma embarcação para ele. Então, Vikings se desenvolve nesse sentido, a conquista do oeste e vão parar na Inglaterra. O que vemos são massacres sangrentos de uma cultura guerreira que avançou sobre a Europa e outras partes do mundo.

Historicamente, acredito eu que algumas cenas do filme estão bem próximas ou de fato retratam o sentido de se conquistar terras habitadas: mortes violentas, mutilações, estupros e escravidão. Por outro lado, existem personagens fascinantes. Além do carismático Ragnar, Floki é um deles. Completamente fundamentalista em relação ao seu panteão de deuses, Floki vai conquistando o espectador pelo seu jeito peculiar, talvez Floki tenha asperge. A trajetória dele é muito boa e percebemos sua transformação. Também temos o Rolo. Putz! Que vontade de dar uma “sova” nesse cara sem noção (rs). Ele é irmão de Ragnar e também tem uma trajetória fascinante. São três personagens bem construídos. E as mulheres? Em Vikings, elas têm um papel de destaque, principalmente a dama do escudo e minha personagem favorita, Lagherta, esposa de Ragnar e mãe do Biorn Iron Side. Aliás, Biorn e o inglês clérigo Athelston são também personagens muito valiosos na trama que se desenvolve. Todos esses são personagens bem consistentes, com seus dramas particulares e papéis cruciais no desencadeamento da história. Existem outros personagens, mas falarei um pouco deles na segunda parte do texto.

Eu disse que era perturbador. De certa forma sim, pois o sistema de sacrifícios humanos é bem recorrente na série. Não é algo esporádico, mas faz parte da lógica da história. Hoje, no mundo contemporâneo, não é admissível qualquer sacrifício humano. As religiões ditas pagãs dos tempos passados usavam o sacrifício humano para obter favores das divindades. Odin, Thor e outros, volta e meia, ganhavam um sacrifício humano e o sacrificado, ou a alma dele, iria direto para Valhalla tomar cerveja em chifres com Odin e a galera toda. A maioria dos sacrifícios era voluntário, pois para os vikings seria uma honra dar a vida pela causa da comunidade e a ideia da continuidade da vida, ao lado de quem eles veneravam, era o auge da felicidade. Essa é a ideia em Vikings, mas no geral, na trajetória histórica universal, a oferenda humana era sacrificada a contragosto, até porque eram rivais políticos, prisioneiros de guerra ou escravos.

A “verdade” é que toda vez que eu terminava de assistir um episódio, seja num combate violento, seja num sacrifício humano, meu rosto ficava respingado de sangue (rs). Encerro por aqui e nossa conversa continua em Vikings 2, até breve.

23 de Julho de 2021 às 12:47 0 Denunciar Insira 1
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Mitologia Grega (1)

Estarei falando sobre matéria-prima. No caso, entendida como algo já existente que pode ser transformado. Mitologia é uma boa matéria-prima para se desenvolver histórias, pois já tem um universo sistematizado, com personagens bem consistentes e histórias bem sedimentadas. Pretendo conversar sobre algumas mitologias e vou começar por uma que gosto bastante: a mitologia grega.

Ela é sem dúvida uma das mais famosa do mundo. Temos uma infinidade de livros e filmes que mostram como heroínas e heróis, deuses e deusas, semideuses e mortais se comportam nesse universo. Filmes como Percy Jackson (2010), Fúria de Titãs (2010) e Hércules (2014) são exemplos da riqueza dessas histórias antigas que são lidas e relidas, redimensionando-se no tempo à medida que ganham novas perspectivas de abordagem. Hoje, a mitologia grega não está mais atrelada à religião, o que nos dá mais liberdade de trabalha-la. Explorar histórias dentro desse universo nos traz diversidade de conhecimento e nos faz pensar o ser humano. Algumas abordagens científicas dos mitos gregos estão na mesa de estudantes de Psicologia, de História e de Filosofia, por exemplos. A humanização que se dá aos mitos é tão consistente que um ou outro acaba sendo reconhecido e identificado em nós mesmos.

A história de Narciso, a história de Édipo, a história de Zeus e seus irmãos, são exemplos dos nossos conflitos interiores e com nossos pais ou os responsáveis que nos criam ou criaram. Refletindo no que foi exposto, nós podemos pensar que muitas das histórias que contamos, fanfictions que escrevemos, revelam um pouco dos nossos conflitos internos e externos. É claro que muitas outras construções textuais de nossas histórias originais ou fanfictions são apenas construções que fazemos para dar mais dimensão à nossa história, para chamar a atenção do leitor, mas é impossível não deixarmos registrados algum aspecto de nossa personalidade. Os conflitos fazem parte do nosso crescimento, amadurecimento, e da percepção que temos de nós mesmos diante do mundo.

Caso você desenvolva alguma história baseada na mitologia grega, não deixe de me avisar. Em outra oportunidade vou falar um pouco mais sobre a mitologia grega. Até lá.

12 de Junho de 2021 às 00:27 0 Denunciar Insira 0
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Síndrome do Impostor

Na conversa anterior, falamos sobre atitudes contra o bloqueio criativo, ações que podem significar o desbloqueio. Agora, vamos fazer uma breve troca de ideias sobre uma causa possível do bloqueio criativo. É a Síndrome do Impostor! Ela é objeto de estudo de educadores e psicólogos. Neste breve texto, o assunto é tratado como instigador e provocador de uma reflexão. Vamos aplicá-la na compreensão da causa do bloqueio criativo. Destacamos que tal síndrome também é chamada de Síndrome da Fraude e é algo que pode prejudicar sua vida escolar, acadêmica, profissional e até amorosa!

A síndrome do impostor é um fenômeno pelo qual pessoas capacitadas subestimam as próprias habilidades e, muitas vezes, acreditam que outros indivíduos menos capazes (ou menos capacitados) também são tão ou mais capazes do que elas próprias. De alguma forma, tais pessoas se convencem de que não merecem o sucesso alcançado ou que sequer merecem alcançar sucesso, acreditam que são uma fraude. Acham que se conseguiram algo foi por pura sorte. Algumas vezes isso pode ser a causa do seu bloqueio criativo, ou seja, você se sente incapaz de escrever histórias, acha que sua história está péssima e não se sente mais motivado a continuar escrevendo.

Não se desvalorize, acredite em si mesmo. Sinta-se capaz, lute e trabalhe para alcançar seus objetivos. Sonhe, planeje e execute. Reconheça suas falhas, perceba que pode e deve melhorar, mas não se sinta incapaz. Já teve essa sensação? Em certos casos, a desmotivação para escrever acontece e não podemos afirmar que seja essa síndrome, mas quando isso é recorrente em sua vida, desconfie, talvez seja necessário procurar ajuda técnica.

30 de Maio de 2021 às 01:16 0 Denunciar Insira 0
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TUFF, o famigerado bloqueio criativo

Depois que descobrimos nosso jeito de criar histórias, percebemos que nossa história pode ser feita em três atos e, ainda, que podemos criar personagens interessantes, decidimos por um gênero narrativo. Aí... Mergulhamos profundo na nossa imaginação para criar, engajamos num ritmo acelerado. Queimamos toda a matéria-prima da nossa mente: imaginação fértil, pensamentos elevados, crenças arraigadas, conhecimentos científicos, conhecimentos de leituras, lembranças dos causos daquele tio-avô de oitenta e dois anos, nossas memórias antigas, imagens de filmes, cenas de novelas, episódios de animes, HQs e ... TUFF! Não há mais nada. Simplesmente, paramos de escrever por contrairmos um bloqueio criativo. Em alguns casos, a história flutua na mente, mas não conseguimos construir o texto; em outros casos, não sabemos mais o que escrever, é uma sensação de vazio. Então, neste capítulo vamos trocar uma ideia sobre esse famigerado fantasma que assola os escritores.

São apenas dicas de como superar o bloqueio criativo e não fórmulas prontas e infalíveis. Algumas dicas podem funcionar e outras não. Vai de cada um. Então vamos lá. Algo pode lhe ajudar. Não fique insistindo se você está diante da tela do computador ou da folha de papel e não vem nada à mente. Desligue seu aparelho ou deixe a caneta de lado e procure relaxar. Coma alguma coisa, delicie-se com sua bebida preferida, dê uma atenção especial ao seu bicho de estimação, assista alguma série do seu canal por assinatura, jogue conversa fora com os amigos, continue a leitura daquele livro esquecido na estante. O importante é se desligar do compromisso de “eu tenho que escrever alguma coisa, eu tenho que digitar algo”. Essa pausa é por tempo indeterminado, ou seja, dura alguns minutos e depois você tem um "insight" e logo recomeça a todo vapor no processo de criação de sua história. Contudo, outros escritores não vão conseguir tão rápido, talvez leve horas, dias ou até semanas. Alguns podem levar até meses! É desesperador, mas é verdade. De qualquer forma, é preciso sempre retornar ao texto e persistir na imaginação e na escrita, se não vier, repita o ciclo da pausa com uma atividade que te distraia.

Eu gosto de ouvir música, especificamente Epic Music. Aos poucos, minha imaginação retorna, “vejo” imagens e as reproduzo no Word. Enfim, crie sua válvula de escape do bloqueio. Trarei outras dicas num próximo capítulo. Agora, diz aí... Já passou por bloqueios criativos? Como foi? Como superou?

24 de Maio de 2021 às 15:18 2 Denunciar Insira 0
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