PRIMEIRO ATO
Albino sempre foi seu apelido, as pessoas costumam olhar e procurar uma característica marcante para poder rotular, muitas das vezes sequer se importam com o som que essas palavras tem para quem as ouve. A primeira vez que foi chamado assim, foi por sua amada mãe em um gesto de afeto o embalando nos braços para que tivesse um doce sono.
Como ele, ela também era albina, possuía longos cabelos lisos prateados da cor da lua e olhos verdes, como os seus, podia se lembrar disso. Das vezes em que ela se abaixava para conversar consigo, lhe explicando com muita paciência por que não podia sair pra correr, em um dia de sol como as crianças da sua vizinhança e brincar.
...A maior dificuldade dessa fase é fazer com que uma criança entenda, por que na verdade ela não compreende a gravidade da situação pensando nos motivos de serem diferentes dos demais...
-Mamãe, nós somos vampiros? - o pequeno acabava de chegar da escolinha, sua mãe apoiava o guarda sol no cabide, que ficava ao lado da porta de entrada.
Diante da pergunta do pequeno, a mulher sorriu tentando entender o que o fizera chegar a essa conclusão.
-Maru, por que acha que somos vampiros? - perguntou, abaixando-se na altura dele.
-Na escolinha falaram que eu parecia um vampiro, eu não posso sair no sol e nem posso brincar com os outros de pega-pega e... Ai eles começaram a dizer que eu era um vampiro e... - o pequeno fungou, passando a manga da camiseta nos olhinhos, cheios de lágrimas - eles começaram a fugir de mim, agora não sentam mais do meu lado dizendo que eu... Vou querer tomar o sangue deles.
Kaguya era uma mulher que sempre possuía abraços quentinhos, um sorriso alegre e palavras de conforto... Ela sempre, sempre sabia o que dizer para fazê-lo se animar. A mulher puxou seu pequeno para um abraço gostoso, acariciando seus cabelos tão brancos quanto os dela.
-Mas nós não somos vampiros, meu anjo, a mamãe nem come carne.
-Eu sei que não, eu tentei explicar que a gente era vegano... Mas nem chegam perto de mim mais...
-Wooo! - Kaguya o pegou nos braços, levantando-o do chão - posso te contar um segredo?
-Segredo? Qual?
-Nós somos filhos da lua, meu pequeno.
-Da lua...?
A mulher se afastou da porta, indo até a cozinha onde colocou o menino sentado em uma das cadeiras e começava a organizar a mesa para o lanche da tarde.
-Sim, isso mesmo. Nós somos filhos da lua, por isso somos assim.
-Mas a lua é feita de queijo!
Kaguya riu da fala do pequeno, servindo uma xícara de chá de maçãs com biscoitos de aveia e mel.
-As pessoas falam isso por que não sabem que a lua, na verdade, é uma deusa e a comida preferida dela é queijo.
-É verdade isso, mamãe? - Kimimaro olhou para a mais velha com os olhos brilhando, estava ansioso pra contar pros seus amigos que não era vampiro coisa nenhuma!
-Claro que é! É uma deusa muito bondosa, e que se preocupa com todos os animais e com a vida do nosso planeta.
-Eu vou contar pra todo mundo amanhã, eles vão parar de ter medo de mim e me deixar lanchar junto com eles.
-Maru, isso é um segredo. Lembra? - o sorriso do menino logo mudou, se tornando triste novamente – Hora essas, não faça essa cara triste. Maru, todos somos diferentes e não tem problema nisso, nós somos especiais por sermos filhos da Deusa Lua, mas todos lá fora também são e todos são especiais justamente por serem diferentes.
-Mas eu... Eu queria poder brincar junto com eles. Queria que eles não tivessem medo de mim, eu não sou ruim... Eu nem trapaceio no esconde-esconde!
Kimimaro estava perplexo, lembrava-se sempre de sua mãe lhe dizendo para nunca ser grosseiro com ninguém, respeitar os mais velhos, falar bom dia para as moças que cuidavam da limpeza e do lanche... Fazia isso tudo e ainda ajudava a professora, por que os outros inventavam motivos para excluir ele?
-As pessoas tem medo do que não conhecem, Maru. Você tem que conversar com elas para que entendam o seu ponto de vista.
Foi assim durante sua infância toda, Kaguya o ensinou a arte do diálogo e que com humildade é que conquistamos nosso espaço, pois gentilezas geram mais gentilezas.
A medida em que foi crescendo, Kimimaro entendeu que na verdade tinha uma anomalia hereditária chamada albinismo, no qual ocorre um defeito na produção de melanina, causando a perda a ausência parcial ou como no seu caso, total de pigmentação da pele, olhos e cabelos. Aparecendo devido à combinação dos genes dos pais portadores.
O que levou a questão seguinte: onde estaria seu pai?
Nunca havia ligado para essa questão, sua mãe o preenchia do mais puro amor e carinho, assim como seus avós maternos, para que nada lhe faltasse, contudo em datas como dia dos pais, dia do trabalho... Onde estaria seu pai. Os outros alunos o perguntavam, mas ele não sabia responder. Até que resolveu buscar uma resposta com a mãe.
Kaguya evitava esse assunto, não gostava muito de falar sobre e nem sabia como iria explicar para o pequeno que seu pai era um... Desgraçado, brincou com seus sentimentos, a fez acreditar que era amada e quando descobriu que estava grávida... A humilhou dizendo que não servia para ele, que era uma qualquer e que aquele filho não era dele. Seus pais não gostavam dela e apoiaram o filho, deixando a cidade escondidos para que ele não precisasse assumir a paternidade... Ele a abandonou, com dezenove anos e um filho.
Kaguya se sentia barata, suja... Usada!
Quase foi expulsa de casa por seu pai, que sempre foi contra seu namoro, ele não era um homem violento, mas era bem tradicional em relação ao mundo moderno e valorizava os bons costumes ensinados pela igreja. Kaguya cogitou no aborto, mas quando sua mãe a questionou se era isso que realmente queria, ela negou e assim sua mãe a apoiou durante toda a gestação e após o nascimento do pequeno até mesmo seu pai, que antes era totalmente avesso a situação acabou se apegando ao neto e o criando como um filho.
Mas as dificuldades não acabaram por aqui, Kaguya só conseguiu terminar o ensino médio e logo após isso foi trabalhar, conseguiu uma vaga como estoquista em um mercadinho próximo a casa dos pais, onde deixava seu filho. Sua mãe se encarregou da alimentação, cuidados e educação do neto, fazendo isso com muito amor. O sentimento ruim que tomou conta do coração de Kaguya foi totalmente extinguido, agradecia a Deus pela família maravilhosa, por seus pais e pelo emprego, que por mais puxado e exaustivo, era o responsável por poder matricular seu pequeno em uma boa escola primária.
Para Kaguya, ver seu pequeno anjo aprendendo a ler e escrever eram os maiores motivos de sua felicidade.
Perguntando aos seus avós, também descobriu que sua família compartilhava dessa anomalia hereditária, foi quando também entendeu os esforços de sua mãe para lhe ensinar a conviver com suas limitações em relação a exposição ao sol, o uso constante de protetor solar, sendo um requisito obrigatório para se levar na mochila da escola ou para qualquer lugar que fosse sair. Era comum também o uso de guarda sol em dias muito ensolarados, assim como diversos outros detalhes que aprendeu ao longo do seu crescimento.
Os problemas mais sérios começaram quando entrou no ensino médio...
Adolescentes e sua vontade de serem aceitos por todos a todo momento, ao mesmo tempo em que desejam ser rebeldes sem causa diferente do que seus pais um dia foram. A tentativa fracassada de se achar um adulto no corpo de uma criança cheia de hormônios. Adolescência, uma fase que Kimimaro gostaria de poder pular.
É a fase em que mais se sonha com o futuro e suas infinitas possibilidades, ideais, vontades... Ele, assim como qualquer outro adolescente também sonhava com o futuro, um em que não fosse invisível, nem motivo de chacota... Então, teve ódio do seu apelido pela primeira vez!
Aos poucos se acostumou a sentar sozinho, fazer trabalhos sozinho e a observar algumas atividades de longe, não podia jogar bola, não podia correr, não podia nadar... Tudo isso ficava na quadra e a quadra era aberta. Com o tempo descobriu um passa tempo em botânica e jardinagem, então quando não tinha nada melhor para fazer se escondia na biblioteca para aprender técnicas de cuidados com flores, os livros se tornaram seus melhores amigos e ele apreciava a companhia silenciosa do virar de páginas, a cada novo livro que devorava sobre o tema que se apaixonou.
-Ei professor, por que é que o albino não pode correr ao redor da quadra também? Por que só a gente se mata pra fazer essas coisas e mesmo assim ele ganha nota?
Esse questionamento, assim como muitos outros sobre suas limitações acadêmicas que se expandiam até mesmo para passeios e excursões, promoveram a construção de uma palestra onde os professores tentaram fazer expor o que era o albinismo e os cuidados que alguém que possuía essa característica deveria ter, mas ao em vez de proporcionar uma aproximação de Kimimaro com os demais alunos só o fizeram ganhar mais fama... Anômalo... Sem cor... Albino...
Começou a odiar esses apelidos. Era uma doce e agradável lembrança que se tornou amarga e triste.
Os professores conversavam com ele ou o levavam até a diretoria para falar da agressão que os alunos começaram a fazer, mas por mais vezes em que fossem castigados justamente por não se calar, assim como sua mãe havia ensinado, maior era a revolta... E assim começavam a fazer de sua vida um verdadeiro inferno.
Antes era comum encontrar piche em sua mesa, pés eram colocados na frente para que tropeçasse, desenhos de mal gosto eram feitos na lousa, frases deixadas anonimamente em seu caderno. Até que as agressões começaram a aumentar e coisas suas começassem a sumir do nada... Como seu guarda sol, seu protetor solar, os óculos escuros sumiam, sendo deixados dentro da lata de lixo ou... Na privada, assim ele precisava ligar para sua mãe ir buscá-lo, as vezes ela demorava por estar ocupada trabalhando e ele saia no fim da tarde, aquilo o entristecia, nunca havia feito nada para merecer aquele tipo de tratamento.
Por que faziam isso consigo?
Após os professores começarem a tomar algum tipo de atitude tudo desabou, agora ele não mais só tinha as coisas roubadas como apanhava por ser diferente. Diversas vezes sua mãe foi ao colégio preocupada com os hematomas e os olhos roxos do filho, mas os alunos nunca pararam, muito pelo contrário.
Houve uma vez que se amonturaram em um grupo de cinco para bater nele no banheiro. Kimimaro tentou revidar, mas acabou só apanhando mais, tanto que chegaram a quebrar seus óculos e o deixarem no chão com dor. Quando enfim conseguiu se levantar não conseguia enxergar nada, saiu do banheiro aos tropeços dando de cara com as paredes ou esbarrando nas pessoas, o que fez com que virasse motivo de piada na escola inteira. Kimimaro não era de chorar, mas chorou escondido nas escadas de emergência, abraçado a sua mochila.
E apesar de todas essas dificuldades que a adolescência lhe trouxe nada conseguiu parar Kimimaro de alcançar seus objetivos e estudar para passar em uma conceituada Universidade Publica, seu sonho era fazer psicologia e nem conseguiria descrever qual foi a sensação de conseguir passar em primeiro lugar na lista de colocados para o curso que sonhava estudar.
Durante todo esse processo recebeu total apoio e amor de sua família, esse apoio foi tão importante para si durante seus anos de colégio que mal saberia o que fazer sem ele na faculdade. Quanto ao seu círculo social, era extremamente mais simples na faculdade, a maior parte das pessoas eram mais maduras e não agiam de forma ignorante consigo. Obvio que ainda tinha pessoas que não conseguiam disfarçar o olhar quando Kimimaro passava pelos corredores, mas comparado ao que ele passou... Sua situação havia mudado da água para o vinho e estava extremamente melhor.
Se dedicou muito aos estudos tendo um CR de 15.06 ao se formar, sua maior complicação no último semestre foi lidar com os estudos e a morte do avô ao mesmo tempo, ele era a única figura paterna que tinha e havia lhe ensinado muitas coisas importantes... Coisas que levaria pelo resto da vida.
Com ele aprendeu a valorizar os bons momentos em família, a beleza de um crepúsculo e o silêncio, a sim o silêncio. A maioria das pessoas não sabia lidar com o silêncio, enxergando-o como solidão... Seu avô via o silêncio como liberdade e assim ensinou ao neto, era no silêncio que Kimimaro podia meditar sobre o seu dia e suas decisões, entendendo os motivos de tê-las tomado e por que.
No dia da sua formatura Kaguya comprou um terno lindíssimo para seu filho, além de um belo vestido para ela e sua mãe. Kimimaro recebeu seu diploma, sendo aplaudido de pé por sua mãe, que chorava de orgulho, nesse dia todos foram jantar fora para comemorar a grande conquista do filho.
Alguns meses após receber seu diploma, o albino resolveu prestar um concurso público, já estava na hora de trabalhar e complementar a renda de sua casa. Estudou e se esforçou por mais ou menos uns dois meses, cuidando de sua avó enquanto a mãe trabalhava. A idosa não estava bem desde a morte do marido, o garoto tinha que estar atento a todo momento, pois ela queria sair de casa acreditando que poderia encontrá-lo em algum lugar, preparava sua comida preferida apenas para vê-lo sorrir...
-Vó, onde você está indo? - Kimimaro estudava em seu quarto, quando ouviu o barulho da porta, ele escondia a chave para evitar que a idosa saísse escondida.
-Maru... Eu quero ir dar comida pros pombos - o albino se obrigou a engolir o choro nesse momento, seu avô fazia isso sempre...
Decidido, ele voltou ao quarto para pegar o protetor solar especial para sua pele e passou nas partes que poderiam ficar expostas ao sol, prendeu os longos cabelos brancos em um coque, trocou os óculos de grau, que usava obrigatoriamente para estudar, pelos de proteção solar e colocou uma roupa mais confortável, uma calça moletom e uma camiseta mais fresquinha.
Agradeceu por já ser de tarde, assim o sol não estaria tão forte. Desceu as escadas apressado, encontrando a idosa no mesmo lugar em que estava antes.
-Vó, eu vou te levar até a praça. Você passou o protetor?
-Por que? Nem estamos na praia pra passar protetor.
O albino sorriu de forma gentil, explicando mais uma vez a idosa que eles eram filhos da Deusa Lua e por esse motivo precisavam se proteger dos raios solares, ou poderiam queimar a pele sensível...
...Passaram um fim de tarde agradável, onde ela contava mais uma vez as histórias de sua infância, de como se apaixonou por seu avô e do casamento, sabia que para ela seria sempre a primeira vez que estava lhe contando aquelas coisas...Contudo não se importava, amava ouvi-la falar e se soubesse que essa seria a última vez em que poderia fazer isso, com certeza teria aproveitado mais.
Não demorou muito para o inevitável acontecer. Um dia a senhora foi se deitar em sua cama e não acordou mais, morreu sorrindo. Kaguya chorou por três dias inteiros a morte da mãe, com Kimimaro lhe dando consolo todo tempo. Sua avó foi enterrada junto a seu avô, eles mereciam a eternidade juntos.
...
-Calma Maru, eu sei que você conseguiu uma boa colocação. Abre logo esse ranking filho!
Kaguya estava sentada na cama do quarto de seu filho, finalmente havia chegado o dia de conferir os colocados para o Concurso Público que Kimimaro havia prestado, o albino esperou sua mãe chegar do serviço, pois estava com medo de abrir sozinho e assim que a mulher passou pela porta de entrada, foi correndo para o quarto.
-Eu tô com medo mãe e se eu não passei?
-Escuta aqui... Se você não abrir essa droga a.g.o.r.a eu vou levantar daqui e abrir!
-M...
-A.g.o.r.a!
Kimimaro respirou, fechou os olhos e abriu o documento, ficou alguns segundo assim parado até sua mãe começar a gritar e pular pelo quarto, quando abriu os olhos para conferir... Sua surpresa não poderia ser maior, havia passado! E não só passado... Era o primeiro colocado!
O albino foi puxado pela mãe para saltar e pular pelo quarto, dançando alguma coisa que ela mesma havia inventado, não pode conter o sorriso, estava muito orgulhoso de ter passado e finalmente poderia começar a trabalhar e ajudar sua mãe com a casa... Era o primeiro sorriso genuíno desde a morte de sua avó.
-A gente precisa comemorar Maru... Anda vai se trocar, vamos jantar fora!
-Q...Que, mas tá tarde mãe.
-Kimimaro, você tem vinte anos, não é mais uma criança e pode sair à noite. Então vá tomar um banho e ficar bem bonito, quero você pronto em vinte minutos.
Kaguya foi para seu quarto, precisava urgentemente de um belo banho também e como o combinado, Kimimaro apareceu na entrada pronto para sair em uma noite de quarta-feira para jantar.
-Que roupas são essas? - comentou Kaguya, que usava um belo vestido florido marcando suas belas curvas. Estava no auge dos 39 anos e esbanjava beleza e juventude, seu espírito era naturalmente animado muito embora, fosse uma pessoa mais séria para aqueles que olhavam de fora -Kimimaro, meu filho, nós vamos em um restaurante, não na padaria da esquina...
-Que que tem minhas roupas, mãe? - Kimimaro olhou para baixo tentando encontrar algo de errado no que estava vestindo.
-Meu amor, como você vai conseguir alguém se vestindo todo largado desse jeito? Tem que aprender a se cuidar, ainda mais agora que...
-Ai mãe, fala sério - interrompeu Kimimaro - Quem disse que quero encontrar alguém? Meu Deus!
-Não seja tolo, você já tem vinte anos... Tem mais é que sair pra namorar mesmo, beijar na boca – Kaguya se ajeitava em frente ao espelho da sala – Transar...
-Mãe!
-Que? Isso é natural querido – ela se virou para o filho - Você é gay?
-Oi? Mãe, você tá com algum parafuso a menos hoje? O que você tomou? - o albino parecia ultrajado, não que se ofendesse com sua mãe achar que seja gay... Mas é que ela nunca conversou com ele sobre esse tipo de coisas... Ok, ela tentava, mas ele sempre a cortava, mas é porque se sentia muito constrangido de falar com sua mãe sobre essas coisas.
-Quê que tem? Todo mundo é gay hoje em dia, Maru. Até eu já dei uns “pegas” em uma mulher. É assim que vocês falam hoje em dia né? A não, eu esqueci de falar mina.
-Ai mãe, eu não quero saber com quem você tá ficando... Me poupe dos... Pera, a senhora ficou com uma mulher?
Kaguya puxou seu filho pelo braço até o quarto, onde abriu o guarda-roupas conferindo as opções de roupa.
-Primeiro que senhora é o seu passado. Segundo, sim filho eu beijei, aliás você deveria beijar também, vai descobrir que é muito bom! Por último, sábado vou tirar uma folga, você vai começar a trabalhar e precisa de roupas melhores para isso, vamos ao centro comprar – colocou na cama uma calça jeans, uma camisa preta e uma jaqueta vermelha – Veste isso para ver como fica.
Kimimaro revirou os olhos indo até o banheiro se vestir, sua mãe deu um sorrisinho para sua vergonha de “pré-adulto”. O garoto saiu do banheiro ajeitando a manga da jaqueta.
-Agora sim! - Kaguya comemorou indo até o filho e apertando suas bochechas – Custa você se arrumar um pouquinho? Olha que bonito você está, muito melhor do que as roupas largadas de antes!
-Para mãe - afagou as bochechas doloridas pelo aperto – Tudo bem – admitiu se olhando no espelho - Eu estou ‘ok.
-Se “ok” for giria para estou um gato, então sim. Agora vamos, que eu tô com fome!
A matriarca fez questão de chamar um Uber para levá-los até o restaurante, jantaram uma deliciosa refeição com direito a uma taça de vinho suave para Kaguya e branco para Kimimaro conversando sobre suas vidas, sobre o futuro, desejos e sonhos...
-Na sua idade, bom antes na verdade. Eu engravidei de você aos dezenove, antes disso eu queria ser enfermeira sabe? Era meu sonho, mas as responsabilidades vieram e... Bom, é isso!
-E agora?
-Agora o que? - respondeu bebendo mais um gole de seu vinho.
-Seu sonho, você tem algum sonho...? Ainda quer ser enfermeira?
-Há há... Hora essas, eu? Já estou velha demais pra isso filho!
-Tá velha coisa nenhuma mãe. Você é inteligente, é esforçada... Você é capaz de fazer qualquer coisa.
Viu os olhos da mais velha se encherem de lágrimas, esta logo as limpou com um guardanapo.
-Eu agradeço pelas palavras, meu amor, mas...
-Mas o que, mãe? Olha, eu já sou grande, vou trabalhar e com a minha renda dá pra manter a casa. Se você quiser, eu vou te inscrever num cursinho preparatório pro vestibular...
-Maru, você tá louco? Eu não...
-Mãe, me escuta, você cuidou de mim a vida toda e eu estou aqui, sei comer sozinho e eu não preciso mais de atenção diária.
-Eu sei disso, seu moleque. Mas você esta me dizendo pra simplesmente largar meu emprego e ir estudar...
-Sim! Mãe o vovô tem aquela casa na praia, aluga ela pra ter uma renda por fora. Com o salário que eu vou ganhar dá pra manter as contas, a gente economiza nos gastos... Mas dá pra levar, não vamos passar fome eu garanto pra você.
Kaguya se ajeitou na cadeira, não podia acreditar no que estava ouvindo... Quando seu pequeno havia crescido tanto?
-Quando foi que você virou o adulto e eu a criança birrenta? – riu emocionada – Está bem – deu o braço a torcer – Eu faço o curso!
-Isso! – Kimimaro levantou de sua cadeira indo abraçar a mãe - Eu quero ajudar você a realizar seus sonhos mãe, assim como você me ajudou a realizar os meus.
A mulher acariciou o braço do filho que a envolvia sentindo o calor do abraço gostoso e aconchegante dele. Tinha que aceitar que sua criança havia crescido.
-Mas eu não vou ficar parada sem fazer nada – completou – Eu ainda vou trabalhar, o curso eu farei anoite.
-Mas...
- Nada demais, eu sei que você quer me ajudar, então aceite minhas condições.
-Está bem, dona teimosa – deu de ombros - O importante é você ser feliz.
-A Kim – beijou o filho – Eu já sou muito feliz, meu amor.
SEGUNDO ATO
Juugo odiava fazer entregas em escritórios chiques, era obrigado por seus patrões a vestir uma roupa de engomadinho e ir receber bronca no lugar de seus chefes, pois tal documento está errado ou ter de cobrar o pagamento do mês e ouvir as mil e uma desculpas que as pessoas inventavam para não ter de pagar, tudo com a melhor faceta de felicidade que poderia fazer, ou então o cliente ligaria para seus superiores reclamando de seus serviços.
Quase ajoelhou no chão da calçada ao terminar a última entrega do dia, desamarrou a gravata apertada em seu pescoço desabotoando os primeiros botões da camisa e finalmente conseguindo respirar corretamente.
Saiu pelas ruas em direção ao lugar em que havia deixado sua moto estacionada, já que o estacionamento do prédio era só para os residentes e locatários, era muita frescura isso sim. Além disso não havia vagas próximas no centro da cidade o que o obrigava a caminhar por um certo percurso até seu veículo.
No meio do caminho um jovem lhe chamou a atenção, possuía uma pele extremamente clara e usava um guarda sol, também tinha óculos de sol no rosto para um dia parcialmente ensolarado...
“Que curioso” pensou.
Sem conseguir disfarçar seu interesse observou o homem, até este parar no sinal, mas antes que pudesse atravessar acabou derrubando algo que trazia na mão, descobriu serem folhetos quando um deles acabou deslizando até seu pé.
Viu o rapaz suspirar e se abaixar para pegar os folhetos que restaram, como já tinha acabado suas entregas decidiu ajudá-lo. Abaixou-se pegando os papéis próximos a seus pés e caminhou na direção do dono enquanto pegava outros folhetos pelo caminho.
-Aqui – disse ao estender os papéis na direção do outro – Deu pra salvar quase todos – seu olhar recaiu sobre alguns folhetos que estavam no meio dos carros na pista.
-Sim – juntou os papéis em um novo montinho nos braços – Muito obrigado pela ajuda – deu um sorriso simpático – Não é todo mundo que para pra ajudar um desconhecido... – completou.
-Por nada – Juugo olhou novamente para os papéis nos braços do homem – Então para que são esses folhetos? Você não é um daqueles caras que entregam folhetos de loja é? Porque se for eu já tenho dentista e não estou interessado em colocar aparelho!
O ruivo viu o homem dar risada, este lhe parecia muito bem sorrindo.
- Não, não sou – declarou – Estou organizando uma palestra pra falar sobre albinismo.
-Albinismo?
-Sim, essa cor bem diferente que eu possuo – esclareceu – Muitas pessoas não conhecem, ou só sabem de nome, por isso quero fazer uma palestra e ajudar pessoas como eu a se cuidarem e pessoas como você a conhecerem. Toma – passou os papéis para um braço só entregando um folheto – adoraria que fosse.
Juugo pegou o folheto observando o conteúdo, no folheto dizia alguns tópicos da palestra, falava um pouco sobre o palestrante também, foi aí que soube o nome do rapaz: Kimimaro. Fornecendo juntamente o endereço e a hora do evento.
-Muito obrigado, Kimimaro – Juugo dobrou o papel e guardou no bolso da calça – Espero que consiga bastante interessados para a palestra. Me parece uma causa importante.
-Obrigado...Hã? – esperou que o outro completasse com o próprio nome.
- Juugo- estendeu a mão em cumprimento sendo retribuído prontamente – Não gostaria de ajuda para distribuir? Eu não costumo fazer Isso, mas você parece bastante enrolado.
Kimimaro coçou a nuca com um sorriso constrangido, lhe parecia um pouco desconfortável com a situação.
-Olha, se não quiser tudo bem...
- Não - interrompeu - É que eu fico sem graça de você ter presenciado uma das minhas muitas pérolas, eu sou um caos ambulante – o homem suspirou inconformado – Mas eu adoraria ter ajuda.
-Ótimo, então me dê aqui a metade deste monte – pegou metade dos papéis que o albino carregava – Agora você vai pra lá - indicando a direção norte – E eu vou pra lá - apontou na direção oposta – E quando terminarmos nos encontramos aqui novamente. Tudo bem? – perguntou ajeitando os papéis.
-Fechado!
Ambos saíram distribuindo os papéis em direções opostas para qualquer pessoa que se dispusesse a aceitar, ou deixando em lugares com suporte para que as pessoas pudessem ver ao passar. Juugo achou aquele trabalho um tanto divertido, pelo menos mais divertido que o seu próprio... Líder com empresários e papéis era dor de cabeça na certa!
Enquanto terminava de entregar os últimos folhetos começou a pensar sobre Kimimaro, ele era um tanto... Peculiar, mas não no mal sentido. Era branco como... A lua, riu ao compará-lo com a lua, mas na verdade não parecia tão estranho assim se pensasse pelo lado de que era tão claro quanto.
“Albino” pensou na palavra, já havia escutado sobre, porém nunca tinha visto alguém assim, então poderia dizer que era uma... Primeira vez encontrando alguém que se encaixava naquela condição. Pensando melhor agora, o que sabia sobre pessoas albinas? Talvez o fato dele estar praticamente todo coberto, em um dia como aquele explicasse.
“Eu tô morrendo de calor dentro dessa roupa... Coitado dele”
Entregou o último folheto e esticou os braços, ouviu a coluna estalando e suspirou apreciando a sensação gostosa que ficou. Caminhou vagarosamente observando de longe o contorno da forma que era Kimimaro, ele ainda carregava o guarda sol e estava de costas, o ruivo recostou-se em um poste olhando-o entregar os últimos folhetos também.
...Se perguntava, como seria seu rosto por baixo dos óculos de sol...
Kimimaro finalmente entregou o último folheto e suspirou cansado, era difícil fazer aquilo com uma das mãos ocupadas, enquanto derretia de calor. O que não daria para poder usar qualquer outra coisa... Suspirou aliviado por finalmente ter terminado e se virou, procurando por Juugo... Este lhe observava do ponto de encontro com uma expressão curiosa, parecia divagar enquanto o observava.
Acenou de onde estava para o outro homem, este parecia um tanto alheio e logo percebeu que encarava Kimimaro descaradamente e tratou de disfarçar rapidamente, acenando de volta. Juugo se aproximou do albino sorrindo.
-Uffa! Trabalho cumprido – comentou, observando uma gota de suor escorrer pela testa do outro homem, que enxugou o rosto com uma toalhinha.
-Sim, eu não aguento mais ficar aqui. Tá muito quente. Agradeço muitíssimo pela sua ajuda. Bom, eu preciso ir também... Tá ficando meio tarde, acho que já vou indo.
Juugo se desesperou ao ver o outro virar, indicando que realmente iria embora e rapidamente chamou por seu nome... Queria chamar sua atenção.
-Ah! Se você quiser, eu conheço uma padaria muito boa que fica aqui perto. É bem grande, daqueles lugares que é metade padaria, metade barzinho... Quer ir?
Kimimaro o olhou como se fosse uma espécie de alienígena a sua frente, fazendo o sorrir. Deveria ser bem estranho mesmo, eram estranhos e por mais que soubessem seus nomes, não era o suficiente. Contudo, queria tanto poder conversar um pouco mais com aquele ser tão... Algodão.
-Eu... Fiquei meio curioso sobre o tema, achei que... Quem sabe, a gente pudesse conversar um pouco e você me contar em primeira mão.
O albino ponderou sobre a proposta, não haveria nada de errado em espairecer um pouco, talvez conversar com alguém diferente fosse interessante.
-Bom, eu estou com fome mesmo. Vamos dar uma olhada nessa padaria.
A breve caminhada até a padaria foi preenchida por uma breve explicação do que era o albinismo e suas principais características.
-Os cientistas chamam de “anomalia” genética... E eu odeio esse termo, por que eu não sou defeituoso por ter albinismo... É uma característica, sabe? É como uma pessoa que tem intolerância a glúten e não pode comer coisas com farinha de trigo, elas não são defeituosas por isso e... Arght! Isso me irrita.
-Imagino o motivo, também não gostaria. Olha eu tenho asma, não ia gostar de ser chamado de... Anormal por isso.
Kimimaro parou por alguns minutos, antes de voltar a acompanhar o passo do ruivo.
-Asma... Deve ser complicado ter asma e lidar com esse trânsito caótico, além da fumaça e... Como é lidar com isso?
-Olha... Eu ando com a minha bombinha de asma comigo o dia todo, basicamente é o que eu posso fazer... Ou me mudar pro campo! Tá, mesmo assim eu levo a bombinha, dela eu não me livro por que tenho asma crônica, desde que nasci...
-Nossa, isso é bem chato!
-É sim, mas existem quatro tipos de asma. A minha é a leve, aparece esporadicamente com alguma atividade diária, também tenho alguns problemas pra conseguir dormir o que é o mais chato, as vezes eu tô muito cansado e não consigo pegar no sono... Mas nada disso é frequente, então não é tão ruim.
-Isso é bom. Deve ser horrível ter sono e não conseguir dormir...
Kimimaro parou quando Juugo entrou em um estabelecimento, logo na entrada o albino percebeu que se tratava de um ambiente agradável com um cheiro gostoso e confortável de café e chocolate, também podia sentir um leve aroma de canela aos fechar os olhos. A padaria era um lugar moderno, como uma Starbucks que vendia pães e frios. As mesas eram de madeira clara e as cadeiras vermelhas combinando um ambiente agradavelmente iluminado, com uma luz mais baixa. Havia diversos balcões, separado para cada tipo de atendimento e algumas prateleiras com os produtos comercializados juntos aos produtos da casa marcados pelo selo do lugar.
Antes de entrar Kimimaro fechou seu guarda sol e o guardou na bolsa de pano escrito “Por Um Mundo Com Mais Amor”, fez o mesmo com os óculos de sol, guardando no porta-óculos e pondo na bolsa. Juugo observou calado o momento em que o rosto bonito do albino apareceu e não pode esconder a surpresa ao contemplar tamanha beleza... Ele era realmente branco, mas observando sua pele parecia ter uma textura suave... Gostaria de poder tocar.
-V-vamos... nos sentar mais no fundo? Acho que assim dá pra ficar mais confortável - sugeriu o ruivo, tocando brevemente no ombro de Kimimaro para guiá-lo.
O albino não era acostumado a esse tipo de contato e se assustou, se afastando por reflexo, logo se envergonhou do que fez, abaixando o olhar.
-Me desculpa, eu não devia ter feito isso.
-Não, eu não sou muito chegado em contato físico e fiz por reflexo, mas você não fez nada errado, por favor, não se desculpe, sério - tocou levemente no ombro do ruivo, sorrindo de forma tímida - com o tempo eu me acostumo com você...
Mesmo que um pouco envergonhado, Juugo apontou para a frente indicando a direção das mesas, deixando que o albino passasse na frente, antes de se sentarem Juugo cumprimentou o homem no caixa, que lhe acenou de volta de forma amigável.
Kimimaro olhou de forma curiosa para o rapaz no caixa, este que lhe parecia bem diferente com tantos piercings no rosto. Juugo vendo sua expressão sorriu, cruzando os braços em cima da mesa.
- Aquele é o Yahiko - explicou - E é um dos filhos do dono.
O albino balançou a cabeça mostrando compreender, logo foram interrompidos por uma garçonete, está tinha um cabelo loiro muito bonito e bem arrumado, seu uniforme era preto com um avental vermelho.
- Juugo? - a mulher sorriu - Nossa quanto tempo que você não aparece por aqui, gato!
-Olá Ino - cumprimentou o ruivo - Pode me trazer o de sempre, por favor? Um café e um daqueles folheados - olhou para Kimimaro - O que vai querer?
- Eu vou querer um lanche natural vegano e frio, no pão integral com um suco verde, por favor - disse observando o cardápio sobre a mesa.
Ino anotou os pedidos, olhando impressionada para o pedido do homem albino.
-Ok, já trago os pedidos - sorriu com simpatia.
"Discretamente” o olhar de Ino pairou sobre Juugo fazendo a típica pergunta muda "Quem que é o boy?"... O ruivo revirou os olhos respondendo igualmente, o que a loira pode ler como um "Não te interessa", mas nada do tipo rude, apenas um velho amigo mandando a amiga ir cuidar da sua própria vida.
Juugo sendo Juugo.
-Ino é uma velha amiga - comentou assim que a loira se retirou - Ela é meio... Doidinha, mas é uma pessoa bacana. Também é filha do dono.
-Você parece frequentar muito esse lugar.
-Sim, eu morei aqui perto durante um tempo, ando sumido porque não moro mais por essas bandas, é bom ter aproveitado uma chance pra vir fazer uma visita – Juugo se esticou na cadeira, confortável com o ambiente - Já estava com saudades daqui.
-Sim, parece bem le...
Antes que Kimimaro pudesse concluir sua frase um homem veio correndo na direção dos dois.
- Não creio que o senhor resolveu dar as caras aqui novamente!
Um homem de longos cabelos castanhos e lisos usando uma roupa de chef começou a gritar com Juugo, contudo sua expressão não parecia severa então o albino supôs ser um velho conhecido do ruivo também.
- Como tem coragem de vir até aqui e não me dizer nenhum "oi"?
Kimimaro ficaria preocupado se não fosse pelo olhar zombeteiro de Juugo ao olhar para o tal homem também.
- Já chegou a rainha do drama - Juugo se levantou para abraçar o homem - Quanto tempo velho!
O homem o abraçou de volta com um aperto bem forte, quase um abraço de urso.
-Vocês jovens vão fazendo a vida por aí e esquecem dos outros! - reclamou o homem.
-Tá, tá - o ruivo voltou a olhar para Kimimaro - Quero te apresentar alguém.
-Hm, seria um namorado por acaso - sugestionou o homem levantando uma sobrancelha de forma divertida.
-Não! - Juugo apressou-se em dizer tapando o rosto, não acreditava naquela vergonha - Este é Kimimaro - apontou para o rapaz sentado - Kimimaro este é Hashirama, o pai de todos.
-Pai... de... todos? - Kimimaro não poderia estar mais confuso - Como assim?
Juugo riu pelos ombros da expressão confusa do rapaz.
- Ele é o dono dessa maravilhosa padaria - explicou - Todo mundo que trabalha aqui é filho dele.
-Ou esposo - completou um outro homem que vinha calmamente na direção deles.
Este trajava uma touca no cabelo e um avental de corpo inteiro na cor vermelha.
- Madara - Juugo cumprimentou - Quanto tempo!
- Oi moleque - as mãos do homem logo foram parar na cintura - Aprendeu a visitar os velhos antes que eles morram, foi?
-Nah, vocês estão muito novos ainda, vão atormentar a vida da gente por um bom tempo.
Kimimaro se sentiu um pouco deslocado naquele clima familiar.
-Você disse...Pai de todo mundo que trabalha aqui? - sussurrou surpreso para o acompanhante.
-Sim, eu disse.
O tal Madara soltou a rede do cabelo deixando lindas e grandes mechas de um cabelo preto meio rebelde caírem por seu ombro. Por um instante Kimimaro se sentiu em um comercial da Loreal Paris. Em seguida o homem tirou o avental que cobria sua roupa.
-Ue, você já vai? - Juugo quem perguntou.
-Sim, vou encontrar Mito agora. Vamos jantar junto com Tsunade e conversar sobre o intercâmbio que ela quer fazer. Acredita? Minha menina cresceu e eu nem vi.
-Mande um beijo para elas, e diga a Mito que sinto saudades e logo farei uma visita.
Hashirama tomou a mão do esposo, entrelaçando os dedos aos de Madara.
- Será dado, agora eu estou bom um pouco de pressa. Mas aparece outro dia pra por o papo em dia.
-Isso e... Gostei do namorado! – Madara acenou em despedida e saiu puxando o marido até a porta.
Juugo corou novamente, se desculpando pelo ocorrido enquanto que Kimimaro apenas sorriu, sem realmente de incomodar com aquilo. Após os pedidos chegarem e Kimimaro tomar um bom gole do seu suco, voltou ao assunto.
-Então, o albinismo é uma condição causada pela produção de melanina, pode ser causada pela falta ou excesso de. Tem tipos diferentes de albinismo o meu tipo é quase uma herança genética, toda minha família materna tem. Embora no meu caso seja o tipo por cromossomo, que altera tanto minha pele, quanto meu cabelo e meus olhos. Pessoas com albinismo que sofrem de falta de melanina devem tomar excessivo cuidado com o sol, principalmente pela facilidade em pegar doenças de pele, por isso que temos de ir frequentemente ao dermatologista no caso de uma nova pinta ou mancha de sol, também é por isso que não saio de casa sem meu óculos de sol, guarda-sol e claro protetor solar.
Juugo estava completamente distraído com a confusão que fora encontrar Hashirama e todo o pessoal, demorou um pouco para entender sobre o que o albino falava e logo entendeu que o outro estava apenas concluindo o assunto de antes e acenou positivamente. Kimimaro sorriu.
-Me desculpa voltar com o assunto assim do nada. Mas agora quem está curioso sou eu, você parece conhecer essas pessoas muito bem...
O ruivo sorriu, tomando mais um gole de café suspirando em seguida.
-É uma longa história, mas quando eu disse que o Hashirama é pai dessas pessoas soa engraçado de primeiro momento... Bom, eu sou órfão e o Hashi foi casado com a Sra. Mito Uzumaki, ela é diretora do orfanato e... Todos viemos dele. Eu, Ino, Yahiko... Hashirama adotou seis filhos, contando com Tsunade que é de sangue dá sete filhos.
-Nossa eu... De tudo que eu imaginei pra isso, nada chegava perto da... Realidade.
-Imagino que não, falando assim parece engraçado. Mas se não fosse pelo Hashirama e o coração enorme dele... Muitos estariam sem ter pra onde ir. E eu vim desse mesmo orfanato, então eu vejo o Hashi desde que era pequeno... Cheguei lá com cinco anos.
Kimimaro mudou de expressão, adquirindo em seu olhar uma ternura ao encarar o outro homem, havia se identificado um pouco, embora os universos fossem extremamente divergentes.
-Eu também sou órfão de pai. Minha mãe engravidou nova demais e ele abandonou ela, nunca conheci ele e nem tenho vontade... Meus avós me criaram enquanto minha mãe trabalhava duro, enfrentando as dificuldades sozinha... Minha mãe é tudo pra mim, depois que meus avós faleceram eu só tenho ela no mundo.
Juugo também mudou sua expressão, algo estava sendo construído ali naquele momento, naquela conversa que era para ser simplesmente uma conversa. Juugo sentia compreensão, empatia... Era quente e gostoso de ser sentido, era calma... Paz.
-Ah quer saber? – Seu tom agora era mais divertido e despojado - não é porque eu vim de um orfanato que minha vida foi uma merda o tempo todo, sacou? É claro que teve os idiotas no colégio, mas quem nunca foi julgado por gente imbecil no colégio, né? - riu movendo os ombros - Sabe, depois que eu cresci percebi que eu não ter conhecido meus pais só me deu a chance de ter três outras famílias que me acolheram e me amaram como eu sou: O pessoal do orfanato, os Uchihas que me acolheram em sua casa e os meus amigos.
Era estranho como a vida brincava com seus passageiros, era inusitado e totalmente aleatório a forma como haviam se esbarrado... Kimimaro não era alguém acostumado a conversar com pessoas assim, por mais que seu trabalho exigisse isso e mesmo assim não pode impedir sua vontade de tocar no braço de Juugo, seus olhares assim como o sentimento agradável e confortável estava sendo moldado.
TERCEIRO ATO
Kimimaro estava muito confiante, aquele era o seu momento de gritar ao mundo todo o quanto conhecer aquela causa era tão importante quanto saber como guiar uma pessoa surda, todas as diferenças foram caladas durante anos demais e as pessoas não sabiam lidar com isso... Achando que eles eram uma espécie rara, por ter particularidades tão visuais e sequer percebiam que cada ser humano possuía as suas próprias características e era tão vasto como o universo, tão profundo quanto um abismo e tão multifacetado o que tornava todos indivíduos únicos.
O albino explanava sobre as diferenças entre os níveis mais simples e os mais graves de albinismo, exemplificando de forma clara e simples, todos prestavam atenção em si, ele estava finalmente sendo ouvido e a sua voz ecoava levando a sua história, sua marca no mundo... Sua mensagem.
-Apesar de cor da pele ser um dos fatores que mais comumente contribuem para a identificação de uma pessoa com albinismo, ela pode variar em diferentes tons, do branco ao marrom.
Deu uma breve pausa para tomar água e mudar de slide, quando notou uma agitação às suas costas, olhando discretamente para a plateia pode notar Juugo se aproximando um pouco mais, por um momento o ar fugiu dos pulmões, mas olhou imediatamente para sua mãe, que gesticulou que prosseguisse com a sua fala, respirou fundo para recuperar a compostura, voltando a falar.
- Por exemplo: Para algumas pessoas com albinismo, a pigmentação da pele não muda nunca. Para outras, no entanto, ela pode aumentar com o passar do tempo, principalmente durante a infância e a adolescência. A produção gradual de melanina pode levar ao surgimento de sardas, pintas e outras manchas na pele. Tornando a frequência de visitas ao dermatologista muito necessárias.
Kaguya sorria ao ver o filho falar de forma confiante na frente de tanta gente, ela sentia tanto orgulho que mal cabia no peito. Seus olhos pousaram na figura ruiva, este que mal piscava ao olhar para seu filho. Parecia fascinado. Ah sim, Kimimaro havia lhe dito quem aquele homem era. Antes de subir ao palco o menino mais parecia uma geleia dizendo "Ele tá aqui" nem precisava perguntar mais, o filho tinha lhe fofocado sobre o estranho gentil que lhe levou para tomar um café.
"Quem é?" - perguntou ao filho olhando atentamente os homens na plateia. "O ruivo de camisa social preta ".
O primeiro pensamento de Kaguya foi que o rapaz era muito bonito e o segundo foi de que com certeza juntaria os dois. Ainda mais depois de ver o filho falar animado sobre alguém que conheceu em um dia, se dependesse dela já estaria batizando o nome dos filhos dos dois. Quando a palestra terminou foi a primeira a se levantar e aplaudir sendo seguida pelos demais. Saiu correndo para abraçar o filho que a recebeu em um abraço carinhoso.
-Estou tão orgulhosa de você, meu amor - apertou mais o abraço - Fiquei feliz, você não gaguejou nenhuma vez! Mesmo com o tal do Juugo na plateia - provocou.
-Mãe, não é nada disso que você está pensando - rebateu.
-Ah não? Então por que ele te olhava tão fascinado, hein?
Kimimaro não teve tempo de responder. Juugo vinha sorridente na direção dos dois, meio em dúvida se deveria ou não se aproximar.
-Oi- disse meio incerto - Só queria te parabenizar pela palestra.
Kimimaro sentiu as maçãs do rosto arderem de vergonha, o que não passou despercebido por aproxima
-Que rapaz gentil - comentou Kaguya como se não quisesse nada.
O albino revirou os olhos para atitude infantil da mãe, as vezes ela parecia a "criança" da casa.
- Juugo, está é minha mãe Kaguya - apresentou - Mãe este é o Juugo, o rapaz que me ajudou na semana passada.
Juugo estendeu a mão para cumprimentar, mas Kaguya puxou-o para lhe abraçar, surpreendendo seu filho e o homem. A albina mais velha estava gostando muito de ver seu filho conversar com outra pessoa, ele era um tanto tímido e fechado para contato social... Tinha dois amigos que conseguiu na faculdade: Tayuya e Jirobo, que não puderam estar presentes na palestra por causa de trabalho. Fora eles o filho não tinha contato com mais ninguém e isso a preocupava um pouco, queria tanto ver ele feliz...
Quando ele chegou mais tarde que o normal naquela noite, Kaguya o esperava vendo uma vídeo aula de matemática, estava estudando em casa para o vestibular que se aproximava mais a cada dia. Kimimaro a contou de tudo, eles haviam trocado telefones e... Ver a forma como seu pequeno sorriso olhando para a tela do celular enquanto o respondia ou... Esperava por uma resposta, era...
Quando Juugo o convidou para jantar após a palestra, Kaguya viu seu filho hesitar, ela incentivou que ele aceitasse e naquele dia viu seu filho escolher uma roupa para sair... Pela primeira vez, acabou se intrometendo para ajudar é claro. Vendo de perto a forma como eles se olhavam... É, estava vendo alguma coisa acontecer...
-Muito prazer Juugo, eu ouvi muito sobre você, Kim não parou de falar sobre o que aconteceu. Agradeço por ter ajudado meu filho.
O albino corou, se tivesse um buraco era exatamente alí que iria se enfinar naquele momento.
-Magina... Sra.Kaguya...
-O quê? Senhora nada, pode me chamar só de Kaguya mocinho! Eu tenho cara de velha por acaso?
Sem jeito, Juugo tentou se desculpar, mas acabou se atrapalhando todo. Também estava admirado com a beleza da mulher, agora sabia de onde Kimimaro havia herdado tamanha beleza.
“Droga, isso não é hora de pensar nisso”
-Tudo bem Juugo, minha mãe já está de saída mesmo. Certo? - olhou de forma significativa para a mulher, que apenas sorriu como quem nada sabia.
-Nada disso, quem está de saída é você. Juugo querido, ele não tem hora pra voltar pra casa, cuide dele e se divirtam. Sim? - Kaguya empurrou levemente as costas de Kimimaro, que perdeu o equilíbrio e acabou sendo amparado pelo ruivo.
Ambos coraram, estavam tão distraídos que não puderam perceber o sorriso diabólico que a mulher deu antes de se retirar. Juugo estava com o rosto tão próximo do de Kimimaro que pode sentir sua respiração, o suave aroma de melancia que desprendia dos lábios o fez desviar o olhar para os lábios finos e de aparência delicada do outro, no momento seguinte censurou-se e se afastou do albino.
-Me perdoe, não quis parecer atrevido ou... Desrespeitoso com você de forma alguma.
Kimimaro não demonstrou, mas seu coração estava batendo a mil por hora. A aproximação brusca o colocou em uma saia justa, não queria admitir por sentir um pouco de medo em meio à turbulência que era... Admitir que estava interessado no ruivo. Havia questionado sua orientação sexual por muito tempo, havia questionado até mesmo seu interesse em relacionamentos românticos e por um momento acreditou... Acreditou que era uma frigideira e que não havia encaixe para si, que havia nascido com... Defeito em seu coração e por mais maduro que fosse para muitos assuntos, aqueles que envolviam sexo e amor ou paixão, era um completo inexperiente.
Nunca havia se interessado por ninguém, sentimentos sempre foram muito confusos para si... Contudo, e se?
Sexualidade ou orientação sexual... Pra que se preocupar com isso agora?
-Tudo bem, não precisa se preocupar com isso. Vamos?
-Ah... V-você ainda quer sair comigo? - comentou um tanto sem graça, coçando a nuca com um sorriso encabulado, adorável, ele era adorável.
-Mas é claro que sim, anda vamos logo que eu estou com fome.
Juugo sorriu de forma mais aberta, dando espaço para que Kimimaro fosse na frente. Seguiram para o elevador do prédio acadêmico e durante o caminho uma agradável conversa sobre a palestra e o sucesso que fora. Foram caminhando até um restaurante que Kimimaro fez questão de levar o ruivo, já que ele havia compartilhado um de seus lugares preferidos sentia que deveria fazer o mesmo.
Assim que entraram, o albino foi atendido e solicitou a reserva que havia feito para aquela noite e ambos foram encaminhados para um local mais reservado onde poderiam conversar à vontade.
-Eu fui criado como vegano, minha mãe também é e meus avós. Nunca comi carne e também não tenho vontade. Esse lugar foi a minha salvação na época da faculdade, aqui vende lanches e salgados também, era o único lugar que eu podia ter confiança por dois motivos, higiene e qualidade de alimentos.
-Interessante isso, sempre quis experimentar comida vegana. A gente ouve falar, mas por puro comodismo nos contentamos com o que é mais fácil. Fico feliz por ter me trazido até aqui, obrigado.
Juugo pediu que Kimimaro escolhesse a refeição, pois ele nada entendia de comida vegana e o albino riu, dizendo que era só comida. Mas acabou guiando a refeição daquela noite com uma bela lasanha vegana de berinjela e vinho. O ruivo ficou surpreso com o quão saborosa a refeição estava comentando sobre a todo momento. Ainda teve a deliciosa sobremesa de nozes.
Após deixarem o restaurante, Juugo parou em frente ao albino. Seus olhos buscavam o olhar do outro e o albino não pode esconder o rubor.
-Olha eu... queria te levar em outro lugar. Ainda está cedo e... Eu quero passar mais tempo com você e te conhecer mais.
O albino sorriu tamanha felicidade que sentia no momento.
-Tudo bem eu vou com você... Que tipo de lugar é?
-Do que que você só leva pessoas especiais.
O albino apenas acenou, sendo guiado para um estacionamento. Juugo destravou o carro e abriu a porta para que entrasse antes de dar a volta no veículo, colocar o cinto e dar a partida, abrindo um pouco os vidros para que ar entrasse.
-Me desculpa o cheiro de lámen, o carro é do Sasuke e o noivo dele ama comer essas porcarias.
-Quem é Sasuke?
-Sasuke é meu melhor amigo, somos como irmãos - revelou - Foi a família dele que me abrigou quando eu não podia mais ficar no orfanato.
O caminho foi preenchido por uma agradável conversa onde Juugo contou um pouco mais de sua história, Kimimaro prestava atenção em cada entonação, os sorrisos que ele dava ao falar de sua família e como amava cada um deles... Juugo era fascinante e o albino se pegou prestando atenção em outros detalhes, como o formato anguloso do rosto, o som de sua voz calma, baixa, os sorrisos e a forma como ele gesticulava enquanto prestava atenção na estrada... E não tinha ideia de onde estava sendo levado, mas não sentia medo de estar na presença e companhia do outro homem.
Sequer percebeu o tempo passar, foi tirado do seu devaneio quando percebeu que o carro não se movia mais.
-Chegamos.
Juugo estacionou o carro na vaga de uma colina, deu um sorriso para Kimimaro antes de descer do carro convidando o outro a fazer o mesmo. Se sentou no capô do veículo apreciando a vista do lugar. O albino ainda não acreditava onde estava, saiu do carro, sentindo o doce aroma da vegetação, a brisa fresca das árvores que o cercava... A paisagem do penhasco era de tirar o fôlego, lá embaixo dava para ver os planaltos e planícies moldando uma obra de arte natural, graças à altura, era possível ver o riacho correndo. As grandes montanhas que cercavam a paisagem criando um grande berço e olhar para o céu era incrível, estava todo iluminado por estrelas e mais estrelas, totalmente limpo e claro.
-Esse lugar é lindo, não sabia que existia.
-É meu lugar especial, venho aqui pra espairecer e pensar...
Kimimaro olhou quando Juugo se recostou sobre o capô do automóvel, o ambiente ao redor era preenchido de sons da natureza, fechando os olhos poderia ouvir o silvo do vento que batia nos galhos das árvores provocando o farfalhar de folhas, mais abaixo era possível ouvir a água que seguia rio abaixo... Cigarras cantando.
-Você é a pessoa mais linda que eu já vi em toda a minha vida – Juugo criou coragem para revelar o que estava sentindo, admirar a face do albino de olhos fechados, iluminado pela luz da lua o faziam parecer um ser encantado. Ele estava brilhando diante de si – queria poder tocar seu rosto.
Kimimaro abriu os olhos para encarar a o outro homem, se aproximando vagarosamente de Juugo. Delicadamente tocou em sua mão e a trouxe para seu rosto, permitindo que o tocasse.
-Algodão... - murmurou Juugo, provocando uma expressão engraçada no albino - você tem uma cor linda e eu estava me perguntando com o que se parecia a sua pele... Algodão.
Kimimaro corou ao ser chamado de bonito, nunca ninguém o elogiara por sua aparência ou fora tão gentil consigo.
-Sabe - seus olhos se encontrando com os de Juugo - A vida toda as pessoas foram cruéis comigo, eu recebi todo tipo de ofensa que você pode imaginar - declarou - Isso me fez preferir o isolamento do que passar a ser humilhado de novo, mas aí você apareceu - sorriu - Eu nunca conheci ninguém como você, Juugo. Você parou para me ajudar, você se interessou pelo que eu dizia e agora você me diz que eu sou bonito...
-Mas você é lindo...- interrompeu o ruivo
-E torna a fazê-lo - riu - Olha, o que eu tô querendo dizer é que... Nunca conheci alguém tão maravilhoso como você.
Foi a vez de Juugo corar, ele não concordava, perto do albino ele parecia um plebeu perto da realeza. Inteligente, gentil, divertido e lindo. Enquanto que ele era só... Ele, mas para Kimimaro isso parecia ser muito. Juugo dedilhou os lábios de Kimimaro enquanto o tempo parava e o mundo se calava, a existência deixa de existir para que somente eles estivessem alí.
-Não quero te assustar... – sussurrou, mirando os olhos e a boca do outro - Mas não tem nada que eu gostaria mais do que beijá-lo neste momento
Kimimaro se aproximou do corpo de Juugo, ficando entre as pernas deste tocando o rosto do companheiro da mesma forma que este fazia.
-Você não me assusta. Eu adoraria saber como é... Um beijo seu.
Juugo foi quem deu fim ao espaço entre os dois selando sua boca na de Kimimaro devagar. Lentamente moveu os lábios em contato com os seus para aprofundar o beijo, tendo calma e paciência para a maneira um pouco infantil como o albino correspondia, era notável sua inexperiência e isso lhe pareceu totalmente adorável. Suas mãos acariciavam as bochechas dele enquanto suas línguas se entrelaçavam de forma engraçada, aos poucos o rapaz começou a pegar o jeito dos movimentos fazendo com que o beijo fosse ficando melhor a cada minuto.
Aos poucos o albino foi se soltando mais e quando percebeu já havia enlaçado o pescoço do mais alto, que também abraçou seu corpo tornando aquele beijo ainda mais caloroso, Kimimaro se afastou apoiando seu rosto na curva do pescoço de Juugo, que se pôs a acariciar as madeixas com calma, apenas aproveitando o momento e o local.
-Isso foi... Uma das melhores coisas da noite – sussurrou o albino, de olhos fechados embalado pelos carinhos que recebia do outro.
Juugo sorriu com carinho para as palavras do rapaz.
-Eu voto por repetirmos então...
Os olhares se cruzaram de maneira divertida, uma promessa muda de que se beijariam muitas vezes mais.
--x--
Aquela era um dia especial para Juugo, havia marcado um almoço com Kimimaro em sua casa e assim poderia apresentá-lo para sua família. Motivado a fazer algo especial para o amado, havia se programado para que nada desse errado naquele dia, desde a comida até a organização da mesa, por este motivo acordou cedinho para fazer uma bela faxina na sala, no corredor que dava para a cozinha, no banheiro de visitas, assim como a cozinha.
O jardim ficou sob a responsabilidade de Sasuke, Naruto ficou com a parte frontal da casa. Acordar o loiro tão cedo em um domingo foi uma tarefa difícil, mas o ruivo não economizou esforços e mesmo sob os protestos Juugo ligou o som com uma música agitada para propositalmente atrapalhar o sonho do casal de pombinhos. Dona Mikoto havia saído para jantar com o marido na noite anterior e só retornaria no horário do almoço de domingo.
Juugo finalizou a faxina na cozinha e foi tomar um banho, estava encarregado de fazer a refeição também, havia comprado os ingredientes para fazer uma macarronada vegana e tofu, tomou cuidado na escolha de ingredientes e estava ansioso para colocar a mão na massa, havia visto diversos vídeos e lido muitas receitas para se preparar e mesmo assim sentia medo de algo dar errado e acabar estragando tudo. Tomou uma ducha rápida para remover o suor e se trocou, colocando uma regata cinza com uma bermuda preta, logo retornou à cozinha dando de cara com Sasuke e Naruto, ambos jogados na cadeira tomando água e reclamando do calor.
-Nossa que calor, queria tanto um sorvetinho – Naruto riu de sua própria piada.
-Você tá com calor? Não foi você que ficou naquele sol quente lá de trás - reclamou Sasuke - Você só varreu a entrada Naruto, para de graça.
-E fiz foi muito tá! - rebateu – Eu sou visita aqui, não deveria fazer nada.
-Você praticamente mora aqui, não é visita – Juugo se pronunciou sem tirar os olhos do macarrão - Deixa de ser bunda mole.
-Minha bunda é bem durinha, tá - olhou para o moreno – Fala pra ele, Sasuke!
-Duro é meu pau nela – falou de forma maliciosa.
Juugo olhou para Sasuke descrente das palavras do amigo.
-Ah que nojo! Vão fazer piada sexual em outro lugar
-Nojo? - Naruto olhou para o namorado em cumplicidade – Duvido que você vai achar nojento quando fizer o mesmo com o seu Kimimaro.
-Oh sim, quando ouvir ele gemendo: Mais Juugo... Mais forte! - Sasuke imitou gemidos.
-Ei – Naruto chutou de forma a brincalhona a perna de Sasuke - Não geme o nome de outro na minha frente, animal.
Sasuke riu acariciando a área da perna agredida. Juugo revirou os olhos para as brincadeiras dos dois.
-Mas cê tá de quatro por esse cara, Juugo – Naruto continuou – Virou até chef de cozinha para impressionar o crush!
-Isso é medo de não ter nada mais impressionante para mostrar – provocou Sasuke.
-Vocês podem me zoar agora, mas se esquecem que eu já ajudei muito no passado, não é senhor Naruto? - mexeu a colher dentro da panela fumegante enquanto olhava para o loiro - Com aquela festa surpresa pro Sasuke que eu ajudei a organizar. E você Sasuke? - olhou para o moreno - Seu pedido de noivado perfeito em um restaurante cinco estrelas que eu ajudei a pagar, podem zoar o amigo, vai! Vocês também ficam idiotas apaixonados, ok?
Juugo ignorou os comentários dramáticos de Naruto se concentrando em seguir a receita para não errar, afinal aquele almoço dependia dele.
Juugo terminava de enfeitar a mesa com flores quando os pais de Sasuke chegaram, gentilmente Mikoto ajudou a pôr o macarrão em uma travessa bonita e o tofu em outra, enquanto o ruivo fazia uma bela salada de frutas para a sobremesa, cada detalhe, como a disposição de talheres na mesa foi supervisionado e pontualmente as 14h Juugo recebeu uma mensagem do amado, dizendo que havia chegado no endereço e o aguardava na calçada.
Atrapalhado Juugo correu para atender a porta, o dia estava quente demais para que seu albino ficasse do lado de fora, assim tratou de se olhar no espelho da sala uma última vez antes de abrir a porta e encontrar com Kimimaro parado na calçada, com seu costumeiro guarda sol e os óculos escuros. O ruivo sentia o coração acelerado e a respiração levemente alterada pela ansiedade, mas não podia ter um ataque de asma justo agora. Por isso controlou a respiração e tentou com todas as forças permanecer firme.
Kimimaro se aproximou do mais velho, levantando os óculos escuro para que pudessem se olhar nos olhos, contudo o albino percebeu algo estranho com a respiração do ruivo, ele estava ofegante e suava muito. De repente colocou ambas as mãos sobre o tecido da camisa se contorcendo até que caísse de joelhos no chão, o albino tomou um susto e imediatamente largou o guarda sol amparando o ruivo.
-Meu deus, o que... Asma, você está tendo um... - o albino olhou para a porta da casa que Juugo havia saído e gritou por socorro.
Sasuke foi o primeiro a chegar na porta e correu em direção ao amigo, desesperado.
-Juugo. Que merda, Naruto! Naruto... - o moreno gritou pelo noivo que correu até a porta – pega a bombinha do Juugo no quarto dele. Agora!
O loiro acenou prontamente e correu para dentro da casa, Mikoto e Fugaku também correram para fora, ajudando tanto Sasuke como Kimimaro a carregar o ruivo para a sombra, o albino havia esquecido até mesmo de sua própria condição, seus óculos caíram e ele não poderia se importar menos no momento, não quando Juugo estava tendo um ataque de asma.
Sasuke arrancou a camisa que Juugo vestia enquanto sua mãe começou a abanar sua face com uma revista qualquer, Kimimaro levantou os cabelos da testa do homem soprando ar.
-Amor, respira, pelo amor de Deus... Respira – Kimimaro tentava acalmar Juugo, mas estava muito nervoso para manter sua própria calma – Respira fundo – fez como pediu ao ruivo para tentar se acalmar também.
-Juugo, vamos lá amigão respira devagar. Naruto, cadê você?
O loiro descia as escadas correndo, veio o mais rápido que suas pernas podiam correr entregando a bombinha para o moreno, que a posicionou na boca de Juugo bombeando duas vezes e aguardando o efeito do medicamente. Um minuto, foi o necessário para que o ruivo voltasse a respirar de forma ligeiramente mais normal, Sasuke usou a bombinha mais uma vez.
-Pronto, Juu se acalma – pediu o albino, acariciando sua face com carinho, atento aos sinais do mais velho, este segurou a mão que estava pousada em seu rosto.
-M-me desculpa por isso... - sussurrou, envergonhado por ter perdido o controle na frente do albino.
-Juugo, você exagerou na faxina, né? Você sabe que ficar exposto a poeira faz mal pra você - Naruto foi quem falou agora, estava ajoelhado à frente do ruivo.
Juugo olhou ao seu redor e sorriu, estava cercado de pessoas que se importavam consigo e durante sua adolescência se sentia sozinho... Boa parte da sua vida se sentiu solitário, rejeitado e agora tinha uma grande família e tinha Kimimaro... Por mais horrível que pudesse parecer sorriu emocionado, abrindo os braços para acolher Sasuke, Naruto e Kimimaro.
Após alguns minutos onde o ruivo se concentrou a recuperar o fôlego, levantou com a ajuda de Kimimaro.
-Que jeito de ser recebido. Me perdoa Kim.
-Que isso Juu, não peça perdão por isso. Eu tô feliz por você estar bem...
-Kim, o sol... Amor, cuidado pra não se queimar...
-Juugo, eu sou albino não vampiro!
-Ainda bem que você avisou! - Naruto interrompeu – Eu já tava indo pegar uns alhos na cozinha e tudo.
Todos olharam desacreditados para o loiro, este ganhou um safanão do noivo na nuca, que o olhou feio.
-Isso doeu, Teme! - reclamou.
-Que bom que doeu Dobe, se não tivesse eu daria outro!
Juugo revirou os olhos para a idiotice do cunhado, mas Naruto não seria Naruto sem passar uma vergonha alheia.
-Se as moças já terminaram – provocou o ruivo – Gostaria de apresentar o Kimimaro direito, dá pra ser ou tá difícil? - ambos se calaram – Kimimaro, esse é meu irmão Sasuke – sua mão se dirigiu ao moreno – E o idiota do lado dele é meu cunhado Naruto – apresentou o loiro.
-Hei! Eu não sou idiota – olhou feio para o mais alto – Oi, finalmente eu tenho alguém pra conversar... Uchihas são muito chatos!
Mikoto forçou uma tosse.
-Menos a senhora sogrinha, a senhora é linda e maravilhosa – mandou beijos para mulher – Te amo, viu?
-Sei... - a mulher se adiantou em se apresentar – Prazer Kimimaro, eu sou Mikoto, mãe do Juugo – puxou Fugaku pelo braço - E este é meu marido, Fugaku.
-Prazer – disse o senhor de maneira menos afobada que os outros.
-Bom, todos já apresentados – Juugo interrompeu – Acho que podemos ir comer, afinal eu não fiz um almoço especial atoa, não é?
Foi de acordo geral que entrassem em casa e fossem direto para a cozinha, afinal estavam mesmo com fome e a comida estava cheirando muito bem. Kimimaro não disse nada, mas estava emocionado, afinal Juugo havia se preocupado com sua alimentação e cozinhou especialmente para ele... Ele era realmente incrível.
Após a refeição, todos conversavam animados envolvidos em seus próprios assuntos, Sasuke e Naruto ficaram responsáveis pela louça já que Juugo cozinhara tudo sozinho, Mikoto foi assistir ao jogo de futebol com Fugaku. Assim Juugo e Kimimaro foram para o jardim do fundo, o sol já havia baixado e por isso o albino se permitiu ficar sem os óculos, as flores dali eram tão lindas e ele se pegou admirando uma por uma.
-Esse jardim é tão bonito, eu amo flores, sabe? Eu tenho um em casa também, você podia vir almoçar lá em casa com a minha mãe, vou te mostrar o jardim que eu mesmo plantei.
Juugo se aproximou por trás do amado, enlaçando sua cintura o embalando em uma dança silenciosa acompanhada apenas pelo barulho da brisa fresca de fim de tarde.
-Eu adoraria, quero estar com você e fazer cada vez mais parte da sua vida. Mas, me diga o que achou da comida?
Kimimaro se virou ainda dentro do abraço do amado, apoiando as mãos em seus ombros fortes, gostava tanto de poder tocá-lo, de sentir seu cheiro próximo a si, da cor dos olhos e do sorriso também... A cada dia que se passava gostava cada vez mais, de cada detalhe que podia notar.
-Estava uma delícia, nem acredito que fez tudo aquilo por minha causa...
Juugo encostou a testa na sua, fechando os olhos apertando-o mais em seu abraço.
-Claro que eu fiz. Ainda bem que gostou... Estou pensando seriamente em uma recompensa por todo o meu esforço - brincou com um singelo sorriso nos lábios, abriu os olhos encarando de forma descarada os lábios tão apetitosos do amado.
Kimimaro corou com aquele olhar tão... Intenso, ser desejado era algo completamente novo para si e por mais que ainda não soubesse como lidar, sabia o que queria fazer e apenas fechou os olhos, ficando na ponta dos pés para enlaçar o pescoço do mais alto para permitir que lhe beijasse.
Sem perceber, estava desejando cada vez mais por aquilo...
QUARTO ATO
Kimimaro estava em sua sala, a TV permanecia ligada, mas ele não sentia-se realmente interessado no que se passava nela, sua mente viajava para os momentos com Juugo. Desde o primeiro beijo naquele penhasco vinha acontecendo outras coisas... Interessantes entre os dois.
O albino conhecera a família dele e passou a ir lá com frequência, Juugo também começou a frequentar sua casa, mas geralmente quando sua mãe não estava ali, já que a mesma não o deixava em paz um minuto querendo saber tudo sobre ele, não que o ruivo reclamasse, mas o próprio Kimimaro ficava desconfortável com a situação.
Com o passar do tempo e de uma forma muito natural, percebeu que não conseguiam se desgrudar mais. Não passavam um dia sem uma mensagem de texto, ou uma chamada de vídeo ou voz só pra saber como o outro estava e falar da vida. Quando estavam juntos faziam programas como assistir Netflix, cozinhavam juntos ou saiam para se divertir apreciando a companhia um do outro.
Sem que pudesse se conter Juugo começou a perpetuar seus pensamentos e as cenas mais frequentes eram os beijos que trocavam. Kimimaro aprendeu a beijar e cada vez mais os beijos foram se tornando mais urgentes e quentes, as vezes surgia uma mão boba aqui e ali, ou algumas marcas no pescoço, adorava as marcas, mas ficavam evidentes demais em sua pele, o que só dava material para que sua mãe e seus amigos lhe provocassem com brincadeiras.
A relação com Juugo estava ficando quente e Kimimaro sabia disso, também sabia que o ruivo não faria nada sem a sua permissão ou antes de se sentir confortável para tal. No entanto sabia que Juugo não era mais virgem e que possuía muito desejo de levar aquela relação adiante, porém o albino não conseguia não ficar inseguro ao pensar nisso, ele não tinha nenhuma experiência no assunto, tipo zero mesmo. Não gostaria que o ruivo se decepcionasse consigo.
Motivado pelo recente sentimento, percebeu que queria se entregar e já se sentia preparado para dar aquele passo tão importante, certificou-se de parecer natural quando levantou e saiu da sala, indo para o quarto. Trancou a porta e pegou seu notebook.
“Eu não acredito que vou pesquisar isso... Eu não acredito”
Seu coração batia rápido tamanha adrenalina, sua respiração se acelerou e as mãos tremiam quando digitou “Minha Primeira Vez” e uma série de postagens de meninas adolescentes, em sua grande maioria o conteúdo era voltado para o público Teen, entortou o nariz chegando à conclusão de que aquilo não o ajudaria então alterou o tema de sua busca “Minha Primeira Vez... Gay” dessa vez aparecendo alguns links de sites com contos eróticos, suspirou, não era bem o que queria, mas esse tipo de leitura talvez pudesse situa-lo melhor sobre o que fazer.
Olhou a sinopse procurando o conto mais longe do puro “pornô” possível achando um sobre a história de dois melhores amigos, foi uma experiência...Interessante. Viu que na história havia coisas como “dar atenção aos mamilos”, ou “beijar e arranhar a pele” pode provocar mais tesão no parceiro. Um pouco mais a frente descobriu que sexo oral era uma das coisas que mais agradava os homens... Nunca havia experimentado, então não tinha como saber como era, depois foi a parte sobre a “preparação anal”, o rapaz havia usado a língua primeiro, mas imaginou que isso não fosse muito usual... Apesar do outro ter gostado bastante, depois usou lubrificante e penetrou com os dedos fazendo movimentos para dilatar a entrada, isto parecia doer... Feito isso o rapaz penetrou o outro com o pênis esperando o pela permissão do parceiro para se movimentar, o que veio depois disso... Bom, atos carnais e o famoso orgasmo.
Kimimaro se assustou com o barulho do seu próprio celular, ao olhar para a tela corou ao ver que era Juugo quem o ligava, sentia vergonha por conta dos pensamentos que rondavam sua mente a respeito do amado...
“Kim, oi boa noite, meu amor. Como está?”
“Juu, eu tô bem e você?”
“Melhor agora ouvindo essa sua voz... Tô com saudade já”
“Seu bobo...”
“O bobo que te faz delirar... Kim, sábado eu peguei o carro do Sasu emprestado... De novo... Ah! Queria te levar em um lugar”
“A é? E que lugar seria esse?”
“Vamos para a praia... Você disse que nunca foi e morria de vontade ver o mar... Antes de qualquer objeção, vamos pegar a estrada por volta de umas 16h”
O albino parecia confuso com aquela proposta repentina, mas seu coração logo se alegrava em pensar que poderia passar mais e mais tempo ao lado de Juugo... Só eles.
“Mas assim vamos chegar lá praticamente a noite...”
“Essa é a intenção... Vamos passar a noite na praia, vou levar meu violão e uma barraca, vamos acampar lá, com direito a música, fogueira e eu vou levar uns espetinhos veganos que aprendi a fazer eeeeee vinho”
Kimimaro corou com todas as cenas que se passaram em sua mente, um calor passou por seu corpo ao imaginar ele e Juugo sozinhos na praia, só eles dois, uma barraca e...Vinho. Cobriu a face com uma mão envergonhado.
“Tá tudo bem, amor?” - Juugo perguntou preocupado por não haver resposta “Se não quiser ir...”
“Não! E-eu quero ir... Só...” - respirou fundo - “Eu adoraria ir à praia com você”
“Tudo bem... Então, te pego as 16h?”
“Combinado”
...
-Mãeeeee
Kimimaro saiu do quarto correndo, precisava urgente de uma roupa de banho e...
-Camisinhas? – comentou Kaguya, vendo o filho engasgar com o copo de água que bebia – Ah! Vamos, não precisa ter vergonha da sua mãe...
Rendido, Kimimaro sentou-se na frente da albina mais velha.
-É estranho falar disso com você...
-Não, não é! Filho sexo é normal, você gosta do Juugo é natural sentir desejo. Me prometa só uma coisa – Kaguya levou a mão ao rosto do menino, acariciando delicadamente – que vai se cuidar, vai tomar cuidado e se prevenir. Se você se sente realmente preparado para dar esse passo... Faça, você já tem idade suficiente, não é mais uma criança.
Kimimaro abraçou forte sua mãe, apenas balançando a cabeça em concordância.
-Agora, vá se trocar. Vamos ao shopping, você precisa de uma roupa nova, roupa de banho, camisinhas e lubrificante.
Kimimaro não pode dizer absolutamente... Nada, apenas escondeu o rosto entre as mãos pensando “Oh. My. God!”
--x--
Juugo estacionou o carro em frente à casa do amado, este já o aguardava sentado na frente da porta de casa e a primeira coisa que pensou quando seus olhares se encontraram foi no quão adorável seu albino estava. Juugo saiu do carro, abrindo o porta malas, para que o menor pudesse guardar seus pertences.
-Como vai o meu branquelo? - Juugo abriu os braços.
Kimimaro se aproximou rindo do novo “apelidinho” que havia ganhado.
-Algodão doce, anjinho, suspiro e agora é branquelo... Quantos apelidos você vai me dar? - o albino guardou suas coisas, encarando a expressão divertida no rosto do... Namorado.
-Quantos eu puder, meu bombom de chocolate branco – Juugo puxou o outro pela cintura, beijando-o de forma intensa, foi prontamente correspondido, Kimimaro acabou rindo das besteiras do outro e perdeu o ritmo do beijo, mas em seus olhares eles sabiam que aquilo... Aquilo era o certo.
Na estrada Juugo escolheu preencher a viagem com boa música, escolheu um álbum da Florence The Machine? Spectrum começou a tocar, descobriu ser a música preferida de Kimimaro, o rapaz ficou tão empolgado chegando a gesticular com os braços enquanto cantava ao seu lado. Aquilo foi realmente engraçado, precisava descobrir mais músicas para fazer o outro se soltar.
Chegaram à praia ao pôr do sol, onde Juugo manobrou o carro estacionando em uma vaga em frente à um coqueiral. Kimimaro saiu do carro notando o ambiente aos poucos, pois havia muito para se admirar... O cair da noite, com o sol se pondo no horizonte era uma visão estonteante e sorriu tanto que sentiu a mandíbula doer, e ainda havia o mar, nunca havia ido à praia e poder estar alí era... Estupendo, não tinha palavras para descrever o quão maravilhoso era toda a composição do cenário, era simplesmente lindo e ele não pode conter a animação quando saiu correndo em direção a água. Quando seus pés tocaram a água Kimimaro sentiu a boa energia passando por seu corpo, seus dedos em contato com a terra molhada e o cheiro do mar... Simplesmente mágico.
Juugo ficou para trás tirando as coisas que usariam naquela noite do carro, mas se obrigou a parar por alguns bons minutos e observar a reação animada do namorado, pulando ondas como uma criança e ele tinha que arrumar a barraca e a fogueira e... A alegria contagiante do namorado o fez largar tudo perto da encosta do coqueiral e ir até o amado, abraçando-o. Passaram bons momentos brincando na água, onde Juugo jogou água em Kimimaro e este riu alto, como nunca havia feito em sua vida e a cada nova gargalhada de pura felicidade o ruivo se via mais envolvido, mais apaixonado pela simplicidade que era conversar e se relacionar com o albino.
Ao cair da noite, Juugo precisou ligar a lanterna do celular para que pudessem enxergar a barraca e as demais coisas que haviam trazido. A primeira coisa que fez foi montar a fogueira e assim poderia ter um pouco de luz, com a ajuda de Kimimaro eles montaram a barraca, colocaram o colchão inflável dentro da mesma com a mochila do albino. Depois Juugo colocou a caixa térmica de isopor na areia, esta que estava pesada por causa do gelo, dentro dela havia petiscos e o vinho que trouxera.
Sorrindo Juugo pegou seu violão se sentando em cima de uma pedra. Kimimaro o olhou curioso, com a mão chamou o namorado que sem hesitar foi se sentar perto de si. O ruivo verificou a afinação do violão antes de se pôr a tocar. A melodia parecia de uma música havaiana, tinha todo um ritmo e gingado de uma hula romântica.
A voz de Juugo era mais grave do que o tom da música, mas isso não a deixava ruim, tão pouco fora do ritmo. Quando este chegou ao refrão seus olhos se cruzaram com os de Kimimaro.
-I have a dream, I hope will come true – cantava direto para si - That you're here with me, and I'm here with you – seu sorriso ao cantar era encantador - I wish that the earth, sea, the sky up above – a dedilhada ficou mais leve e Juugo mexia a cabeça no ritmo da canção - Will send me someone to lava
Juugo recostou o violão ao término da canção, indo até a caixa térmica para retirar o vinho e os copos plásticos que levara. Abriu a garrafa e serviu uma boa quantidade para ambos enquanto deixava os petiscos esquentarem na fogueira. Ofereceu bebida ao albino, que prontamente aceitou bebendo alguns goles enquanto observava Juugo... Ele havia organizado tudo aquilo, planejado cada detalhe para eles dois, se sentia... Abençoado? De poder conhecer alguém tão gentil assim e que o fazia se sentir especial... Se perguntava se esses meses de relacionamento foram apenas um sonho.
Juugo voltou com um espetinho que cheirava maravilhosamente bem.
-Senhor, devo lhe dizer que estou me esforçando para aperfeiçoar meus dotes culinários, então minha primeira experiência foi esse espetinho de tofu, cogumelos, seitan, pimentão e tomates, espero que esteja do seu agrado.
O albino riu com a encenação boba do namorado, mas aceitou a refeição soltando um longo suspiro de satisfação.
-Isso tá delicioso, obrigado.
Juugo retirou a camisa, estava com calor devido à proximidade da fogueira o que arrancou diversos olhares do namorado, Kimimaro bebia o vinho observando o ruivo se movimentar de maneira... Sensual, podia jurar ter visto uma gota de suor escorrer por suas costas.
O ruivo não era ingênuo para não notar os olhares direcionados a si, ficava extremamente feliz em saber que o outro lhe desejava, mas não faria nada para constranger ou desagradar seu albino. Nada o faria mais feliz do que amá-lo de forma lenta, mas sabia esperar e poderia esperar a vida toda por ele.
Por que o amava...
Um rubor se formou no rosto do mais novo, culparia o vinho ou a fogueira, mas sabia que a culpa era do calor que Juugo provocava em si. Se aproximou do namorado sendo bem recebido pelo braço forte que lhe envolvia pela cintura. Deitou a cabeça no ombro dele sentindo os carinhos em sua cintura aumentarem gradativamente, inclinou um pouco a cabeça para poder beijar o queixo e a mandíbula do ruivo, finalizando comum um selinho nos lábios deste.
-Juu... Obrigado por fazer tudo isso. Eu me sinto tão... Não sei explicar eu...
-Existem coisas que não podem ser explicadas... Elas precisam ser sentidas.
-Então me faz sentir elas... Eu quero entender o que é isso, quero aprender mais coisas com você...
Juugo tomou o albino em seus braços o pegando no colo, beijou-o com paixão da forma como queria ter feito a tanto tempo... Permitindo que suas mãos passeassem pelo corpo do amado, este agarrou-se em seu corpo como pode, com braços e pernas tremendo sob seu toque. O beijo permaneceu intenso e só foi findado quando ambos necessitavam de oxigênio em seus pulmões.
-Juu... Eu quero fazer sexo com você.
O ruivo estremeceu ao ouvir aquelas palavras, vindas da boca de um anjo pareciam ainda mais obscenas, caminhou com ele em seus braços até a barraca, onde acomodou seu amado deitado no colchão, olhou-o de cima respirando fundo tentando manter sua consciência sã.
-Kim, eu não vou fazer sexo com você... É muito pouco diante do que arde aqui no meu peito todas as vezes em que eu te vejo, sua voz, sua presença... Tudo sobre você me fascina. Eu quero você, te encher você com o meu amor...
-Então faz amor comigo!
Juugo beijou Kimimaro antes de virar-se para fechar a barraca. Aproveitando o momento o rapaz pegou timidamente sua bolsa e retirou os preservativos junto ao lubrificante de lá. Quando o ruivo se virou e viu as coisas na mão de Kimimaro sorriu, mordeu o lábio inferior abrindo sua mochila tirando o mesmo conteúdo de lá.
-Parece que somos um casal prevenido, não é mesmo? - brincou o ruivo
-Meu deus... Que vergonha... - comentou escondendo o rosto entre as mãos.
Juugo se aproximou do namorado, abraçando-o ternamente com carícias para acalmá-lo.
-Você sabe que não precisamos fazer isso agora, né? Não quero que ache que estou te pressionando nem...
-Shhhhiu – o albino colocou os dedos sobre os lábios do ruivo - não diz isso, eu tenho certeza do que eu quero fazer aqui...
Os dois passaram a se beijar de forma lenta, as mãos de Kimimaro alisando o peito nu de Juugo, enquanto que as mãos deste adentravam a blusa do albino sentindo a pele quente. O beijo foi ficando mais envolvente com as línguas se entrelaçando, continuaram naquele ritmo gostoso aproveitando ao máximo as diversas sensações que um provocava no outro e.
Juugo passou a beijar a mandíbula do amante, então o queixo descendo pelo pescoço até ser limitado pelo tecido incômodo. Moveu a camisa de Kimimaro para cima e a retirou por completo para voltar a beija-lo como bem queria. Marcou o pescoço com mordidas e chupões, a vermelhidão ficando evidente na pele extremamente clara e sensível do outro. Mordeu de leve os ombros deste e lhe arranhou as costas.
Kimimaro fechou os olhos sentido com intensidade as sensações dos toques do namorado. Sua mão por instinto desceu pelo tórax atravessando o abdômen parando em cima da calça do ruivo... Arriscou apertar e sentir o volume que se formava ouvindo-o gemer. O som mais lindo que já havia escutado.
-É bom quando faço isso?
A intenção do albino era saber do que Juugo gostava apenas, mas sua voz saindo mais rouca pelo tesão soando tão próxima da orelha do ruivo fez o pau do mesmo doer dentro das calças, e o pior, o homem nem tinha noção do quão erótico soava.
-Porra...Demais... - Kimimaro que o desculpasse, mas ele ouviria muitos palavrões saírem de sua boca se as coisas continuassem daquele jeito.
Kimimaro riu um pouco da reação que provocou no namorado, Juugo respirou fundo lembrando do que iriam fazer alí... Ele precisava manter a calma, tudo seria sobre a primeira vez do seu albino. Pensando nisso, Juugo puxou as mãos do amado para beijar com carinho os nós dos dedos, aquela mão tão macia, aquela pele perfeita o faziam querer ver mais.
Moveu o corpo fazendo com que Kimimaro se deitasse no colchão inflável se apoiando para ficar por cima dele, mas o colchão não tinha textura para mantê-lo firme o que resultou nele caindo por cima de Kimimaro por desiquilíbrio, os dois acabaram rindo da situação.
-Ok, isso pode complicar um pouco as coisas – Juugo falou contra a pele do pescoço de Kimimaro mordendo em seguida – Como fazemos para não cair aqui?.
O albino pensou um pouco e chegou a uma conclusão aceitável.
-Acho que se você se apoiar pelos joelhos, vai ser melhor.
Juugo balançou a cabeça concordando com o namorado deixando uma perna de cada lado do corpo deste e se apoiar pelos joelhos. O ruivo pediu permissão com o olhar para retirar as roupas inferiores do namorado, que apenas ergueu o quadril em um sinal positivo. Assim que as últimas peças foram removidas e deixadas em qualquer lugar, Juugo se perdeu em meio as curvas e músculos do corpo do amado.
Este tinha uma aparência um tanto andrógena, com um rosto pontudo e os cabelos medianos moldavam um rosto bonito, Kimimaro era todo branco, contudo a aparência de sua pele era totalmente macia e exalava um aroma delicioso de protetor solar e praia, sua barriga era marcada por alguns músculos, mas nada muito exagerado. Desceu o olhar para admirar as coxas fartas e grossas, suas pernas eram tão bonitas e podia se imaginar beijando cada canto marcando-o com paixão... Seu pênis, assim como os mamilos eram rosados em um tom claro... Adorável.
O albino tremia de ansiedade, Juugo o devorava com o olhar fazendo-o corar, estava despido, mas não entregava apenas o corpo para seu amado, queria lhe dar mais, se conectar de alguma forma que entendesse a bagunça de sentimentos... Emoções ainda eram um tanto confusas para si, mas se sentia transbordar ao lado do ruivo e queria descobrir o que mais seria capaz de sentir, com seu toque e amor.
-Juugo... Eu quero que você me toque – sussurrou Kimimaro, mordendo os lábios em vergonha.
Sem poder se censurar, ainda mais depois do pedido e a forma como ele separou um pouco as pernas para lhe dar espaço, Juugo ergueu uma das mãos para acariciar a barriga do albino, que gemeu baixinho com esse breve toque. O ruivo cariciou o meio, passando pelo peito e parando um pouco antes do umbigo o que fez o outro arquear acompanhando seu toque.
-Você é lindo Kimimaro – disse olhando para seus olhos, tão claros não só pela cor, mas por refletir a beleza que habitava a alma do menor.
Este corou e desviou o olhar, mas Juugo delicadamente o puxou pelo queixo, curvando sobre o mais novo para beijar seu rosto.
-É lindo, maravilhoso, formoso e... Gostoso, mal podia esperar para te provar... Acredito que depois de hoje eu não consiga mais parar...
Beijou as têmporas, as bochechas, o nariz, os lábios sugando a parte inferior até deixar inchado e rosado, passou para a orelha direita, mordiscando e sugando enquanto suas mãos ganhavam vida pelo corpo do menor, agarrando suas coxas com uma pegada forte, que fez seu amado gemer gostoso em seu ouvido e se agarrar as suas costas. Sorriu, pois iria amar cada parte daquele corpo.
“Eu me sinto em paz, sou o homem mais feliz do mundo” pensou, marcando o pescoço do outro com mordidas leves, trocou então para a outra orelha, lambendo ao mesmo tempo em que suas mãos foram beliscar os mamilos... Ele gemeu novamente, de forma lânguida arranhando suas costas mais forte.
-Juugo... Juu-gooo, isso é incrível, tão bom... – suas voz já afetada pelas carícias, demonstrava a entrega.
-Vou fazer melhor ainda meu amor, eu vou fazer isso no seu corpo todo.
Juugo então tomou a boca do albino, enrolando sua língua de forma possessiva, dominando o beijo, conduzindo seu pequeno algodão como gostava de pensar à loucura, estocou sua língua de uma forma que o Kimimaro ainda não havia experimentado, era um beijo fugaz, sensual e repleto de desejo, se limitou a tentar acompanhar o namorado, dedilhando suas costas fortes e largas, se sentia coberto de amor, Juugo era do tamanho perfeito para que pudesse se sentir acolhido em seu abraço.
Um filete de saliva ligava suas línguas quando o ruivo se afastou, descendo seus beijos pela clavícula, parando para mordiscar os mamilos já eriçados pelos toques anteriores, Kimimaro apertou as pernas ao redor de sua cintura, roçando seu pênis em sua cintura ainda coberta pelos tecidos que apertavam seu membro dolorido pelo aperto, mas ainda não era hora de se satisfazer, queria ver seu albino perdido em prazer e paixão, conduzido por ele. Nada o deixaria mais feliz agora.
Pressionou-se contra o pênis já excitado do menor, que regozijo com espasmos involuntários, mordendo os lábios já inchados. O ruivo demorou-se mais em abocanhar os botões rosados do menor enquanto se esfregava lentamente em seu baixo ventre, Kimimaro agarrou em seus cabelos, gemendo de forma linda chamando seu nome sofregamente enquanto era adorado.
Após se sentir satisfeito com seu trabalho nos mamilos, deixando-os marcados de beijos molhados, desceu mais vendo o desespero na voz e no olhar do amante, que o observava com um misto de vergonha e expectativas.
-Olha pra mim, Kim. Veja o quanto eu te desejo...
Passou a língua pelo umbigo, encarando as íris verdes claras turvas de desejo, quando chegou a virilha fez questão de ignorar o pênis já totalmente ereto, apontando para cima, para marcar suas coxas, ambos os lados da virilha e descendo mais... Riu da expressão de desespero do namorado, mas iria cumprir com o que havia prometido. Logo estava ajoelhado, com ambas as pernas do albino apoiadas em seus ombros, mordia e chupava sua panturrilha uma de cada vez de forma vagarosa, sugando com fome e vontade de provar cada pedacinho daquele corpo.
Por fim beijou os pés tão macios e sedosos, como todo o corpo de Kimimaro. Este corou e desviou o olhar daquela cena.
-Isso é tão vergonhoso.
-Mas você é todo delicioso, amor. Eu quero te devorar inteiro – disse enquanto mordiscava o dedinho do pé esquerdo.
Kimimaro gemeu, aquilo não estava nos contos eróticos que havia lido então por que sentir os lábios do namorado em seus pés, nos tornozelos... Era tão excitante? Juugo voltou a subir seus beijos, parando na altura das coxas para erguer as pernas do mais novo. Que corou ao se sentir tão exposto, o ruivo encheu a boca com a parte inferior, chupando mais sua pele o fazendo gritar de prazer, era estranho se sentir gotejar sem receber um único toque direto em seu membro, Juugo sabia o estava fazendo, quando morreu uma das nádegas separadas pela posição, Kimimaro revirou os olhos nas órbitas jogando a cabeça para trás.
O ruivo mordeu e chupou ambos os lados, antes de mergulhar a língua no contorno do períneo, passando desde o ânus rosado até os testículos. O albino se limitou morder uma das mãos, ou iria gritar bem alto como aquilo era bom, levou a outra mão para agarrar as madeixas ruivas com força puxando-o mais contra sua intimidade.
-Você é todo gostoso, Kim... Até aqui embaixo, seu cu tá piscando pra mim sabia?
-Aah isso é tão vergonhoso, mas é tão gostoso...
-E você quer mais?
-Sim... Eu quero tudo seu Juuu, me pega Aah!
Kimimaro arqueou novamente no chão quando o namorado abocanhou sua entrada... Não entendia, a ordem era começar com sexo oral e ele não parecia se importar com isso, chupando e lambendo-o em um lugar tão... Ah, tão bom, muito bom. Juugo separou mais as nádegas, ganhando espaço para afundar a língua penetrando o interior do albino, que se desmanchava em gemidos e se contorcia em se toque.
Juugo esticou a mão para pegar um dos pacotes de lubrificantes, rasgando e melecando três dedos, começou a rodear a entrada do albino, que olhou em seus olhos.
-Posso?
Kimimaro acenou positivamente, mordendo com mais força sua mão. Juugo penetrou um dedo com calma movendo-o lentamente observando as reações do corpo do outro. De forma lenta, começou a exploração no interior quente e apertado do albino, suspirou só em pensar como seria delicioso estar ali por completo... Moveu o dedo com calma até sentir os músculos relaxarem e cederem a invasão, então curvou mais uma vez o corpo para abocanhar os testículos do menor enquanto introduzia o segundo dedo, separando-os em movimentos de tesoura.
Kimimaro não sabia o que sentia ao certo, em determinado momento sua mente começou a ficar turva e seus pensamentos se embolaram um no outro, sua saliva escorria enquanto tentava a todo custo se manter o mais discreto possível... Mas a língua e os dedos de Juugo eram tão bons... Empurrava seu quadril em direção a ele, rebolando e arqueando a coluna à medida que o ruivo cutucava seu interior em uma área tão... Doce.
Urrou, tremendo todo seu corpo quando Juugo curvou os dois dedos para cima em um emaranhado de nervos, ali deveria ser sua próstata e por esse motivo sentiu o corpo entrar em combustão.
Juugo envolveu o pênis de Kimimaro circundando com a língua fazendo pressão enquanto mantinha movimentos para frente e para trás em um ritmo lento, torturante. Enfiou o terceiro dedo fazendo o albino gritar seu nome enquanto gemia desesperado.
-Juugo...! - seu corpo todo suava e tremia de tesão - Eu preciso de você, amor, eu quero agora...
O ruivo parou os movimentos se afastando um pouco de Kimimaro, ouvi-lo pedir por ele lhe deixava sem controle, era como um combustível intenso para mais e mais. Pegou um preservativo abrindo a embalagem com os dentes e colocou em seu pênis.
Suas mãos foram para as coxas de Kimimaro as acariciando e abrindo mais as pernas para que tivesse liberdade de movimentos. Seus olhos encontraram o do amante e transmitia todo desejo que ambos sentiam um pelo outro. Seu tronco se colocou ao do albino e o beijou com intensidade ao penetra-lo.
Kimimaro gemeu em meio ao beijo, suas mãos apertando com força os ombros de Juugo. O ruivo se manteve parado e continuou beijando-o, sentindo por inteiro, suas mãos acariciaram a cintura deste esperando até que ele lhe desse permissão para se movimentar.
O albino balançou a cabeça devagar ao sentir que já estava pronto para que o namorado se mexesse. Lentamente Juugo se movimentou retirando o pênis de Kimimaro, sem tira-lo por inteiro, voltando com igual velocidade. Continuou o processo até vê-lo morder o lábio inferior e fechar os olhos sentindo prazer.
Gradualmente aumentou a intensidade dos movimentos, ficando mais rápido e mais forte. As pernas de Kimimaro o envolveram pela cintura, o amante jogava o corpo contra seu pênis rebolando por instinto. Juugo desceu uma mão para o colchão apertando o tecido, sem se desiquilibrar dessa vez.
Rápido, fundo e forte... Prazeroso.
-Juugo... - gemeu Kimimaro contra os lábios do namorado - Tão bom...
Com a mão livre Juugo acariciou a face suada de Kimimaro o beijando sem diminuir a intensidade dos movimentos. Olhou diretamente nos olhos do namorado ao dizer:
-Eu te amo... - sua voz saia rouca pelo tesão, mas seu tom era firme e verdadeiro – Te amo demais...
-Eu também... Argh também te amo – Kimimaro podia chorar de emoção, mas não o faria, queria dar seu melhor pra Juugo e provar suas palavras em ações -Te amo muito – beijou-o novamente.
O beijo era urgente, a necessidade dos corpos de se tocarem, das línguas de se entrelaçarem, tudo contribuindo para o aumento de prazer que ambos sentiam em meio as estocadas. Juugo passou os braços por baixo do tronco de Kimimaro, içando-o para que ficasse por cima, sentou no colchão enquanto o outro se acomodava com as pernas dobradas uma de cada lado, o albino segurou o rosto do amante com ambas as mãos grudando suas testas, o contato visual era intenso quando começou a se mover novamente.
Kimimaro passou a rebolar enquanto subia e descia, quicando no colo de Juugo que agarrou suas ancas acompanhando o ritmo delicioso que se instalara, logo estavam imersos em uma bolha de prazer perdidos em olhares e gemidos, o suor escorria pela nuca e testa do albino, respingando na face contorcida em puro prazer do ruivo, que jogava os quadris para cima, fazendo o barulho do choque de corpos aumentar, sons molhados e sensuais, gemidos sôfregos e desesperados por alívio e satisfação... Kimimaro urrou quando Juugo concentrou as investidas em sua próstata novamente, fincando as unhas em suas costas.
-Juu... Ah! Sim... É aí mesmo que eu gosto...
-Kim... Você é tão apertado e gostoso... E-eu vou...
-Eu tô quase... Ahh! Mais forte... N-não para...
E Juugo não parou, aumentando a velocidade com a qual se empurrava para dentro do amante, tudo se tornou um turbilhão de luzes claras e escuras, se fundindo em algo grande e intenso quando gozaram, Kimimaro sujou o abdômen de ambos com seu primeiro orgasmo e Juugo pressionou seu quadril para baixo explodindo em prazer preenchendo a camisinha com os fluídos do gozo.
Permaneceram abraçados por bons minutos, respirando com dificuldade e trocando beijos apaixonados. O calor, o suor, o prazer... Tudo se misturava os tornando um só. Juugo esticou a mão até sua bolsa, de onde tirou uma caixinha de veludo branca, Kimimaro observou incrédulo o que viria a seguir.
-Eu nunca te pedi em namoro formalmente, essas coisas nunca foram necessárias entre a gente...Eu te apresentei como namorado e você não foi contra. Err eu não sou bom com essas coisas também - o ruivo abriu a caixinha onde haviam duas alianças prateadas - são alianças de namoro... Quero oficializar isso, é brega e clichê...
-Eu gosto de brega e clichê com você... Juu – Kimimaro derramava algumas lágrimas, aquelas que esteve segurando. Essas eram de emoção e felicidade, nunca acreditou que pudesse ser tão feliz – Sim, sim mil vezes! Sim!
Juugo sorriu encaixando a aliança no dedo do amado.
-Isto está parecendo pedido de casamento – riu-se - Não que eu tenha algo contra, mas é muito cedo – viu o namorado olhar para aliança de compromisso e rir também - Embora quando eu for realmente pedir... Gostaria que repetisse as mesmas palavras.
Kimimaro tinha um sorriso doce nos lábios, este se aproximou lhe dando um selinho.
-Não se eu pedir primeiro – murmurou.
-E então eu diria sim – beijou as costas da mão do amado – Quero passar minha vida com você, construir uma família...
-Esse é meu maior desejo também...Eu te amo.
Beijaram-se mais uma vez selando a promessa muda de que não importaria o que acontecesse realizariam o sonho de passar uma vida juntos e enfrentariam quais obstáculos a frente.
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