Histoire courte
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Capítulo único

Promessas ditas obrigatoriamente são cumpridas, por mais que eu enrole por uma vida hahahaha
Tio Zack, Madrinha e Alice, a tão aclamada Kachako pra aquecer vossos corações (curtinha só pra não deixar o casal passar).

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Andando ao lado de Ochako, Katsuki mantinha-se quieto enquanto ouvia ela tagarelar sobre sua primeira aula de luta que tivera aquela manhã. Ambos voltavam de um exaustivo dia letivo, caminhando juntos rumo a estação, onde se separariam.

— Oh, eu aprendi um golpe muito legal hoje, fui testar numa garota nova lá também, taquei ela no chão com tudo, os ossos dela até estalaram — relatou, com uma animação quase psicopata.

Foi inevitável para Bakugou conter o sorriso torto ou o olhar falsamente repreensivo que lançou para a garota.

— Achei que praticasse aquele negócio lá… — franziu o cenho de forma concentrada enquanto tentava lembrar a palavra. — Soridade? Seridade? Ah, essa porra aí — resmungou por fim, dando de ombros.

Ochako deu uma gargalhada que arrepiou todos os pelos da nuca de Katsuki. Ultimamente, aquele som andava causando estranhos arrepios em seu corpo. Resolveu ignorar esse detalhe enquanto encarava a amiga de soslaio, esperando que ela se pronunciasse.

Sororidade, Kat, é assim que se fala — encarou o amigo e observou as bochechas dele corarem, provavelmente por causa do apelido (ela amava aquele nick que servia para lembrar o quão ele parecia um gato, tanto na aparência quanto no humor ranzinza e antisocial) — E eu já desisti desse termo estúpido e hipócrita, que só é usado em interesses próprios, assim como o próprio movimento que "criou" esse termo. Era pra ser uma coisa boa, sabe, mas as pessoas sempre estragam tudo… Além do mais, foda-se essas coisas de gentileza, eu não vou pra luta pra fazer amizades, vou pra lá pra dar uns couros bem dados e aprender autodefesa, e se eu pegar leve, nem eu nem a colega aprenderemos o necessário pra defesa e ataque.

A jovem parou sua tagarelice por um momento, recuperando o fôlego. Katsuki prestava atenção em cada uma das palavras, em cada expressão e careta que as acompanhavam. Às vezes, Uraraka lembrava o Deku de merda com seus falatórios, com a diferença de ser muito mais interessante em suas palavras, além de ser mais engraçada também. Bakugou adorava vê-la xingar, ou fazer críticas nada gentis a sociedade ou a quem quer que desagradasse seus parâmetros de ética e moral. Contrariado, o garoto percebeu que adorava muitas coisas na amiga.

Estavam atravessando uma passarela relativamente alta quando Uraraka parou de repente, agarrando a mão de Katsuki sem aviso, interrompendo assim os pensamentos do jovem. Puxando-o, ela aproximou-se da grade e apontou o horizonte de forma animada.

— Olha Kat, não é lindo? — perguntou, mas sem se importar realmente com a confirmação.

Ao longe, na linha horizontal onde o mundo se estendia de forma infinita, o sol se punha majestosamente, em um tom alaranjado capaz de derreter corações e alegrar a mais melancólica alma. O céu tinha um tom levemente rosa e as nuvens tinham um tom quase lilás. Era uma das pinturas mais lindas que a natureza podia criar, e mesmo Katsuki não pôde manter-se indiferente a tanta beleza — embora ainda mantivesse sua carranca característica enquanto observava a paisagem, com o cotovelo apoiado na parte superior da grade e a cabeça apoiada na mão.

Só por curiosidade, Bakugou espiou a companhia de soslaio, apenas para se deparar com aquele sorriso, aquele maldito sorriso, que podia competir com o sol no quesito brilho e beleza. Possuía o poder de aquecer seu coração tal qual a grande estrela que sumia no horizonte, assim como fazia queimar suas bochechas e pinicava os cantos de sua boca, instigando seu próprio riso, sua própria alegria e felicidade.

— O sol é tão lindo, não é? — perguntou ela, ainda encarando o cenário a frente com olhos cintilantes.

— Parece seu maldito sorriso — Bakugou soltou sem pensar, arregalando os olhos ao perceber que havia esquecido de usar a voz interior. Sentiu as bochechas queimarem ainda mais, e as orelhas passaram a acompanhá-las.

Ambos os olhares se encontraram após passada a surpresa incial, e embora Bakugou quisesse fugir da perscrutação astuta da garota, não pôde fazê-lo, pois estava preso pelo magnetismo que aqueles astutos olhos castanhos emanavam. E então, num ato brusco, Ochako soltou-se da grade e puxou Katsuki pelo colarinho do uniforme, colando os seus corpos e rostos ali mesmo, na passarela onde outras pessoas passavam e podiam ver cena.

Ela não se importava, nunca havia se importado. Agia de forma intensa, inesperada e impensada grande parte das vezes, ignorando os comentários alheios. O beijo deles estava sendo exatamente assim: intenso, profundo. As línguas se enroscavam numa dança lenta de passos que conseguiam ser vagarosos e afobados ao mesmo tempo (como isso era possível, não cabe a lógica explicar). Ficaram naquele transe por um tempo, até que o sol já tivesse sumido por completo e o céu escurecesse, entre beijos e abraços.

E então, como num estalo, ambos perceberam que já era passada a hora de irem. Uraraka mais uma vez tomou à frente, agarrando a mão de Katsuki enquanto o puxava para uma corrida apressada, sem deixar de proferir exclamações desesperadas no caminho, do tipo: "Oh, mamãe deve estar preocupada, papai vai me matar", ou "Estou atrasada, anda Kat, mais rápido, que saco!".

Bakugou se limitou a rir mais uma vez enquanto se deixava ser levado. Era sempre assim com Ochako: risos, xingamentos, corridas sob protestos de atraso e acima de tudo; surpresas intensas. A definição de intensidade no dicionário deveria ter uma foto dela, pensava ele. E talvez por isso gostasse tanto da jovem — pela intensidade que equiparava-se tanto a sua, embora de diferentes formas (ah, e pelos sorrisos que acompanhavam cada surpresa, não podia esquecê-los; aqueles malditos sorrisos bonitos).

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Gostaram? Espero que sim, não deixem de comentar suas opiniões.

E para quem ainda não leu minha primeira Kachako (Prego que se sobressaí leva martelada), taí o link (uma das minhas obras mais queridas <3):

https://my.w.tt/5SBkZwBc45

29 Avril 2020 04:00 2 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

Artemísia Jackson Afogando as mágoas na escrita!

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