“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.
Ele estava no princípio com Deus.
Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez.
Nele estava à vida, e a vida era a luz dos homens.
E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não a compreenderam.
Houve um homem enviado de Deus, cujo nome era JOÃO.”
João entrou na igreja sem nenhuma esperança, ajoelhado à beira do altar com o rosto colado na terra, chorava atormentadamente. Sabia que havia chegado ao seu limite, dali para frente não conseguiria ir mais… Sentia-se fraco, desesperado, perdido... Seus olhos vertiam rios de lágrimas como se tudo que fosse suportado até agora ficasse pesado e dolorido demais. Forte? Precisava ser forte?! Depois de tudo... Era impossível!
Seu desespero era tanto que se pudesse rasgaria o próprio peito e acabaria com a sua existência. Chegara ao limite da sua trajetória, sentia sua cruz pesada demais. Tinha visto milagres, mudanças, alegrias... Mas também muita desilusão, maldade e morte. E tudo isso se fundia em sua cabeça.
Era como se um tornado o tivesse atingido e o arrancado do chão. Estava tão impotente que não conseguia louvar, clamar... Não conseguia nada!
O jovem trazia o espírito fatigado e desolado pela longa batalha. A fraqueza o invadira de tal modo que naquele momento não tinha força alguma. Acreditou que somente Deus entenderia sua dor. Por isso, estava ali.
As lágrimas corriam pelo rosto, vindas das profundezas de seu coração. Eram o reflexo puro de sua alma. Em sua curta existência, não tivera tantas provações, mas todas as que o Pai havia colocado em seu caminho, vencera. Era um campeão! Um vencedor! No entanto, aquela... A angústia o dominara e sua crença em si se desfazia como um castelo de areia na beira do mar.
Ergueu os braços e balbuciou uma oração incompreensível:
— Não posso! Tira esse amor do meu coração ou tira minha vida!
Acima de si, estava o amor a seu Deus e logo depois o amor por ela. E si mesmo? Qual era o seu valor? Para si: nenhum.
Incapaz de por fim a sua existência, seu clamor era como o pedido de Elias, desesperado, repleto de um cansaço pungente. Implorava que o senhor tirasse o seu fôlego, parasse seu coração sofredor. O peso da tribulação o encurvara até o chão. Não entendia mais os rumos de sua vida. Projetos... Desejos... Fé... Tudo parecia confuso.
Queria a morte, precisava dela.
Seus olhos ardiam com uma dor que vinha de dentro da sua cabeça, o corpo acreditava que o choro tinha sido suficiente, porém, ainda doía tanto...
— Piedade, meu pai! — clamou repetidas vezes, incapaz de falar qualquer outra coisa.
Queria subtrair o amor que lhe consumia o coração por completo, que o fazia temer cada vez mais o futuro.
Passou por sua mente o sacrifício imensurável de Jesus, o Messias. Forte carregou todo o pecado do mundo, sangrou até a última gota para que ele – ser humano imperfeito – tivesse uma oportunidade de redimir-se, hoje entendia o sacrifício e aquela dor narrada no jardim do Getsêmani.
Analisou-se tristemente, era indigno de tamanho sacrifício de amor, permanecia com seu clamor e sofrimento, “Senhor tira minha vida” pedia angustiado até a alma incapaz de sozinho levantar-se.
Passos...
Alguém se aproximou lentamente e acariciou-lhe os cabelos, João levantou o rosto assombrado e deparou-se com olhos muito fixos nos seus...
Algo aconteceu...
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