acho que vejo a morte
não tem forma, só cor
é escura... cor da dor
que bom que é forte
já não me aguentava...
meu corpo pede o fim...
minha alma, presa assim...
pelo olfato viera a clava...
sinto-a aproximar-se
terna, como se amasse
...algo estremece lá dentro
num momento, o êxtase
ela quis dar a sua ênfase
...já não estremece lá dentro
sinto que me consumiu
o negro é omnipresente
só sinto a minha mente
o mundo todo... subiu...
surge um orbe verde
que traz um discurso
"acaba aqui o decurso.
já todo o todo viveste."
"morres não de doença –
pois a tua vida já o era;
como tantas, tão mera –
mas de convalescença."
"o exício que inalaste
foi por mim planejado.
estás melhor marejado,
sem par nem haste."
"mas mereces alguma
verdade como prêmio,
por teres sido gelsêmio
de tantos energúmenos:
"eu te pus, a ti e a todos
neste mundo aparente,
do qual já foste ente,
"para que vossos cômodos
lhes mostrassem o que é gente.
cada um de vós é doente."
"doença mata e reproduz.
sofre porque só quer viver,
mas a morte não deixa ser.
doença morre, sem luz.
"mas agora dou-ta.
adeus. vais a outra"
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