“Tentei dizer o quanto te amava, aquela vez,
baixinho mas havia uma grande berreira,
um enorme burburinho e, pensando bem,
o berçário não era o melhor lugar.
Você de fraldas, uma graça, e eu pelado lado a lado,
cada um recém-chegado você sem saber ouvir,
eu sem saber falar. “
— Declaração de amor, Luiz Fernando Veríssimo.
Naruto chorou. Ele estava deitado, muito confortável, dormindo e ouvindo a voz de seu pai tagarelando enquanto tentava achar sua mãe na loja enorme. Não que ele conseguisse apreender todos esses detalhes, ou se importasse. O que interessava era que ele estava num lugar aconchegante e com seu pai, então estava seguro. Até que, de repente, um movimento brusco o assustou, por isso ele chorou.
Na mesma hora ele ouviu outro choro acompanhar o seu, enquanto se sentia levantar do lugar confortável para os braços de seu pai. Do alto, ouviu seu pai falar várias coisas. Ele não entendia muito bem, só gostava do som.
— Ah, me desculpe bater no seu carrinho e acordar seu bebê, eu me perdi da minha esposa nesse lugar enorme e não prestei atenção, eu sinto muito mesmo. — Minato falou.
— Não tem problema, ele já estava chorando antes. Não gosta muito de ficar longe da mãe ou do irmão e também não é muito meu fã. Os homens da família Uchiha são complicados. Desculpe acordar o seu bebê também. — O homem respondeu, num suspiro cansado.
Naruto olhava para tudo encantado. Havia muita luz, muitas cores, muitas pessoas. Seu pai falava com alguém, ele olhou na mesma direção e sua atenção rapidamente caiu sobre o carrinho de bebê que o homem guiava. Havia alguém como ele ali, alguém pequeno, frágil, carregado por aí num carrinho muito confortável e bem protegido. Só que ele estava chorando, chorando muito.
Naruto grunhiu, tentando chamar a pessoa com um sorriso. Não entendia bem o que era aquele barulho, mas não era bom. Seus pais sempre faziam caretas feias quando ele fazia aquele barulho.
Quando ouviu o gritinho de felicidade, o outro bebê parou de chorar. Olhou para cima e viu um homem loiro e um bebê com alguns fios de cabelo loiros olhando para ele. Naruto deu mais um gritinho e uma bolha de baba saiu de sua boca. O outro bebê riu.
— Qual o nome? — Minato perguntou.
— O nome dele é Sasuke. Prazer, sou Fugaku.
— Prazer, Minato.
Sasuke e Naruto ficaram rindo um para o outro. Nenhum dos dois sabiam bem o porquê, mas algo no outro os fazia querer rir.
De repente, Sasuke ficou ainda mais feliz, pois ouviu a voz do irmão, que chamava o pai. Então os três se foram, após o mais velho se despedir de Minato. Naruto ficou triste quando ele foi embora, mas logo seu pai voltou a brincar consigo e ele esqueceu.
Estava chovendo naquele dia, mesmo que fosse verão.
Ele esqueceu disso também.
No futuro, Sasuke seria como a chuva de verão: uma inconstante em sua vida, aparecendo rapidamente e então sumindo sem muitas explicações, como hoje. O cheiro de chuva seria sempre uma lembrança dos olhos negros e o sorriso pequeno. Mas nunca uma lembrança desse dia. Mesmo sendo o primeiro encontro de Naruto e Sasuke, ambos eram muito novos para lembrar.
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