Império
Arco I – Trono de Sangue
Japão, Tóquio.
11 de Janeiro de 2014.
Uchiha Sasuke
“Erga seu império. O mantenha, crie fachadas e compre as pessoas. Nunca se exponha, seja um enigma.
Mostre ao mundo somente aquilo que importa, esconda sua real identidade. Se movimente pelas sombras, não seja notado, crie máscaras e acumule esconderijos. Ninguém saber quem é você, se um dia for pego leve seus segredos para o túmulo.
Priorize o dinheiro, ganhe poder. Não se distraia, foque em seus objetivos.”
Cresci escutando isso, meu dizia eu deveria ser igual a ele, desde as palavras às atitudes. Sempre ser frio, objetivo e direto. Não enrolar e nem se apagar, que o amor é somente uma reação química, que a única coisa real são às coisas físicas que conseguimos tocar.
Todavia, nunca vi essa vida como minha. Jamais tive desejo de ser assim, queria ser uma pessoa comum, com uma vida pacata e que a única preocupação seria as contas e o emprego.
Só queria ser normal, mas isso não foi possível.
Andar como se fosse um deus, agir como um. Cercado por seguranças e andando em carros blindados; sorrindo quando se quer chorar, e morrendo por não ter mais razões para viver.
Mantenho meu Império intacto. Apesar de não ter mais família, não ter ninguém a quem amar.
Desejo vingança, apesar da mesma envenenar minha alma, adoecer meu coração e me roubar as forças. O dinheiro não trouxe ela de volta a vida, minhas conexões não me deram pistas. Nada do que fiz adiantou.
Anseio morrer. Quero parar de sentir – cansei de viver, mas ainda não é a a hora de partir.
A linha torta na qual percorro já deixou marcas demais, me roubou pessoas e sonhos. Objetos e sentimentos, ela aos poucos está a me deixar sem nada. Cansei de perder e destruir, cansei de simplesmente ser temido.
Parado em frente a um desfiladeiro. Apago o cigarro, dou o último gole na bebida, jogo a garrafa quase vazia contra as pedras, o líquido transparente escorre. Respiro fundo, o clima quente e a roupa apertada, suor escorre pelas minhas costas, as vestes pretas e o carro esportivo são a minha marca registrada.
São a prova de que um dia fui, do que adianta dirigir uma Lamborghini, morar em uma enorme casa e se sentir vazio?
Seguro a foto da minha amada, a mulher que assisti morrer sem fazer absolutamente nada. Eu lutei pelo nosso amor, para perdê-lo da pior forma possível, não me julgo capaz de perdoá-lo, pelo contrário quero vingança.
Mas para que isso aconteça eu preciso sumir. Meu Império ficará aos cuidados do único homem que confiei além dele.
Ninguém sentará em meu trono de sangue. Ninguém além de mim merece carregar esse fardo, vingarei a morte daqueles que amei, tomarei do cálice envenenado, me afogarei e ressurgirei. Caçarei todos aqueles que me causaram dor.
Entro dentro do carro. Dando partida, eu dou inicio ao meu plano, mas para que minha vingança ocorra eu preciso morrer.
Merci pour la lecture!
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