Era noite, o frio congelava os vidros das janelas, as pessoas se escondiam em baixo de seus cobertores feitos de animais. Porém, em uma casa escondida no meio da floresta, uma mulher sofria as dores de um parto complicado, o suor escorria pela sua testa mesmo com o frio congelante do lado de fora, sua garganta já machucada de seus gritos de dor, seu corpo não tinha mais da onde tirar forças para fazer aquela criança sair de dentro de si, não queria desistir, mas não conseguia sequer respirar normalmente. A senhora idosa que fazia seu parto, sentia pena e medo pelas duas, mas ao ver a cabeça da criança sair por completo respirou aliviada, puxando o pequeno corpo e a pegando em seus braços. A mãe já cansada se deixou pesar na cama tentando regular a respiração, a senhora estava prestes a limpar a criança, mas algo a assustou imediatamente quando a menininha ruiva abriu seus olhos, pois os mesmos eram vermelho sangue, a senhora soltou um grito chamando a criança de demônio, mesmo cansada Valery se levantou e pegou sua filha no colo temendo que a mulher fizesse algo a pequena criança.
-Essa criança é o demônio! Não podemos mante-la viva, é uma aberração perigosa, a cria do satanás. -Valery se assustou com as falas da mulher, sua pequena criança não era nada daquilo.
-Sinto em lhe dizer que está ficando senil! Não digas isso de um recém nascido. -Valery falou com sua filha em seus braços tão cansados.
-Eu direi para todos a verdade! Direi que essa criança é a cria do próprio mal, como já dizia a profecia, a criança é a herdeira das trevas! -A senhora saiu da casa as pressas, Valery não podia deixar nada acontecer com sua pequena, então com medo pegou um casaco, enrolou sua criança com um cobertor que ficava grande em seu corpo pequeno e frágil.
Ela saiu de casa e montou em seu cavalo, ela começou a cavalgar sem rumo, mas pela primeira vez a criança chorou, e isso atraiu as pessoas que as seguiam para o caminho a onde elas estavam indo, antes de conseguir fazer qualquer coisa para se defender, seu ombro fora atingido por uma flecha que por muito pouco não atingiu junto o bebê, o cavalo acelerou mais, e quando conseguiram despistar os perseguidores ela desceu do cavalo, com dificuldade visto que o sangue já manchava suas roupas e o pequeno bebê que já havia parado de chorar a essa altura, caiu de joelhos ao sentir seus pés tocarem o chão e perto de uma arvore deixou a pequena criança.
Ela quebrou a ponta da flecha que atravessava seu ombro, ela deixou um beijo na testa da criança que a olhou com os olhos lagrimejados enquanto tocava as mechas do seus cabelos, Valery em prantos se afastou da menina retirou do seu pescoço um colar que continha o nome da menina, Lydia, o nome da sua pequena flor, deu um beijo no colar e o deixou junto a menina, subiu em seu cavalo com a certeza de que deixava uma parte de si para trás.
Ela cavalgou com rapidez em direção as pessoas más, ao chegar bem perto seguiu um caminho aleatorio fazendo com que eles a sigam, os levando para longe da sua filha. Ela sentia medo, as batidas do seu coração estavam aceleradas e todo o seu corpo tremia, ela sentia seu fim, e o aceitou quando os caçadores a cercaram, ela não tentou lutar ou resistir, eles atingiram-na com uma flechada certeira no peito a derrubando do cavalo, ela sentiu sua respiração falhar, o corpo queimar, sua alma gritou dentro de si para que não a separassem de sua criança, mas eles não poderiam ouvir, a ultima coisa que ela viu em seus olhos, foram as chamas da tocha que incendiou o seu corpo ainda em seus últimos suspiros.
18 Anos depois...
Passaram-se 18 anos após aquele tragico dia, e Lydia já era uma mulher adulta, um dia depois da morta de sua mãe uma senhora que passava de viajem pela floresta a achou, a chamou de milagre já que a menina recem nascida havia sobrevivido ali o pior inverno de todos os tempos, e desde então cuidou da menina, Lydia era conhecida em sua vila como a menina cega, já que para esconder seus olhos usava uma facha preta, dando a todos a desculpa que era cega de nascença.
Lydia quase nunca saia de casa, mas nesta tarde teve que sair, já que sua "mãe" estava fora e ela precisava ir até o mercado para comprar ingredientes para uma sopa. Lydia pegou um cajado e amarrou sua venda em seus olhos, a venda nunca atrapalhou sua visão já que inexplicavelmente ela via sob a venda, o cajado era apenas para que as pessoas não desconfiassem dela.
Lydia saiu de casa caminhando de vagar como sempre, ouvia alguns comprimentos e os respondia gentilmente como já era de costume quando saia, ela iria fazer o mesmo caminho de sempre para o mercado, mas algo aconteceu, uma coisa que nunca tinha acontecido antes, um homem passou correndo e colidindo com ela a derrubando no chão.
-Vem comigo ruiva. -Ele disse levantando Lydia e a puxando pelo braço a fazendo correr com ele.
-Oque você pensa está fazendo, me solta! -Ela pediu sem saber o que estava acontecendo, até se virar para trás ainda correndo e ver soldados do reino atrás deles. Se assustou e tentou se soltar, mas não conseguiu e só lhe restou continuar a correr pelos becos da vila junto aquele homem desconhecido. Quando o homem conseguiu despistar os soldados ele parou para respirar com as suas mãos nos joelhos. -Porque você fez isso?!
-Todos te conhecem, não iriam atirar alguma flecha em mim para não correr o risco de te acertar. Alias deixe-me explicar o que aconteceu. -Ele disse se levantando, mas com a raiva que sentia Lydia nem se quer pensou antes de falar.
-Ah claro, me explique porque corria dos soldados do reino homem. -O homem parou e a olhou sério, e logo riu em seguida. -Do que diabos está rindo?
-Achei que fosse cega de nascença. -Lydia se assustou e deu dois passos para trás, mas ele também deu passos para a frente a prensando na parede.
-Oque quer de mim, se afaste ou eu irei gritar. -A ruiva ameaçou
-Então eu direi a todos a sua farça. -Ele retrucou e ela se calou, ele levou suas mãos até a venda dela, e antes que ela pudesse impedir ele havia tirado sua venda, revelando o verdadeiro segredo por trás da venda. -Oque é isso?
Continua?
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