Samantha Puckett passou toda a noite anterior verificando o dicionário inúmeras vezes para ter certeza de que todas as palavras escritas naquela carta estivessem certas. O rádio tocava uma música chamada Celeste, que atravessava seu espirito de uma forma que a fazia confiante a cada linha que escrevia, haviam duas folhas, cheias da sua letra cursiva que explicavam todo aquele sentimento acumulado desde o primeiro ano, momento em que Sam o havia visto pela primeira.
Os papéis eram rosados e haviam vários adesivos espalhados na mesinha de vidro, no centro do quarto, a luz baixa vindo do pequeno abajur em cima da mesa de estudos iluminava o resto do quarto, o radinho portava-se ao lado do abajur, em cima de diversos papeis decorados que ela mesmo havia espalhado, tentando escolher qual deles era o mais bonito. Seu uniforme já estava devidamente passado, pendurados em um cabide próximo ao guarda roupa, Sam o olhou com um sorriso triunfante e se dirigiu a janela, olhando para o céu de forma fantasiosa.
Dormira quase duas da manhã, mas nada a faria perder seu bom humor, absolutamente nada. Saiu cedo de casa e se portou na porta do St. Joseph, em Seattle. Aguardou quase uma hora até que os alunos finalmente começarem a chegar de fato, seu coração estava palpitando, quase não aguentava de tanta emoção. Seu sorriso estampado na cara era tão obvio que as pessoas passavam e logo olhavam estranho para ela. Sam estava beirando ao desespero. E se ele não fosse a escola justo naquele dia? O que ela iria fazer?
Entretanto, aparentemente, o destino estava do seu lado, apenas a deixando um pouco apreensiva no momento, pois, passado vinte minutos após os alunos começarem a chegar, algumas garotas não seguraram seus gritinhos histéricos: era ele. Estava chegando.
Sam não demorou. Pegou a carta de dentro da bolsa e respirou fundo, reuniu toda a coragem do mundo e o encarou. Fred Benson andava sem olhar para as garotas histéricas reunidas ao seu redor, passava direto de forma completamente indiferente.
― Com licença, Freddie Benson.
Ele parou. Sem olhar para ela.
― Meu nome é Samantha Puckett, mas você me chamar de Sam. Eu sou da turma F.
― Por que eu chamaria você assim?
Sam engoliu em seco. Certo, muita calma.
― Eu fiz isso pra você. Poderia ler?
O tempo pareceu parar naquele momento, todas as pessoas ali pararam para olhar aquilo. Alguém da turma F estava mesmo se declarando para o gênio de Seattle, Fred Benson?
― Eu não quero.
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