MACROFILIA
Tenho aqui, agora, de indagar:
Todos amam da mesma maneira?
Ou há outras maneiras de amar?
Gosto de me imaginar encolhendo
Por um raio, pílula ou magia
Do tamanho de um Lego permanecendo
Uma constante e vívida fantasia
A essa estatura reduzido
Correndo o risco de ser pisado
Não me seria ameaçador esse perigo
Mas excitante tal estado
Desse modo me infiltraria no quarto
De uma amiga, ou ex-namorada
Aquela garota que me deixou farto
Por no colégio ignorar minha cantada
Estou no assoalho e eis que ela aparece
De sandálias salto-alto, vinda de uma balada
A cada passo dela, a terra toda estremece
Devido a meu tamanho, é terremoto cada pisada
Quase sou esmagado por um de seus saltos
E ela joga-se na cama sem me perceber
Os pés da cama e os lençóis são muito altos
Como farei para até lá em cima me ascender?
Eis que uma de suas pernas pende da cama
E descubro a imperdível oportunidade
Para a escalada minha deusa me chama
Emoção e prazer, a mais pura verdade!
O grande pé solta-se do sapato
Que por pouco não cai em cima de mim
Agarro seu dedo mindinho no ato
E a subida dos dedos começo assim
Ela pelas cócegas dá uma risadinha
Mas não me nota por ela a subir
Permanece imóvel a minha rainha
Enquanto seu calcanhar consigo atingir
Começo a subida pelas pernas lindas
E eis que surge auxílio à minha escalada:
A meia-arrastão me dá boas-vindas
A costura cria cordas para minha parada
Vou subindo de fio em fio até os quadris
Excitado de prazer pela grandeza do monumento
Quando, do nada, a perna vira e não caio por um triz
Quase sou jogado da cama por um momento!
Salvo-me por ter me agarrado à meia
E chego à sensual região da cintura
Se algum homem também tem tal fantasia, leia:
Concretizada com cinco centímetros de altura
Ela vira para cima e sigo engatinhando
Seu umbigo nu a mim parecendo poço de prazer
Pelo definido abdômen vou espreitando
Os dois montes à frente, que já posso ver
Os seios são como duas colinas do Cupido
Enrijecidas por meu suave toque sobre a giganta
Estendo uma mão e toco um dos mamilos, entretido
Excitado, o bico róseo se levanta
Cada peito é do tamanho de um iglu
Onde gostaria de fixar minha morada
Viver para sempre entre os dois, nu
Do tamanho de um prédio a minha namorada
Passo entre os seios e continuo escalando
Suado, entorpecido de prazer
Chego ao pescoço suave, os pelos dela se eriçando
Cada um a mim fazendo grama parecer
Salto e agarro o queixo angular
Impulsionando meu corpo para cima
Assim me deito no topo do maxilar
Como subindo uma borda de piscina
A boca é do tamanho de uma janela
Os lábios carnudos tendo uma textura de fruta
Toco-os naquela dimensão ampla e tão bela
Considerando-os prêmios por minha labuta
E eis que uma sombra ergue-se sobre mim
Sem que eu possa resistir à sua incursão
Uma das mãos da gigante me agarra assim
Prendendo-me entre o indicador e o dedão
As grandes unhas pintadas são como lajes
Espremendo-me feito um inseto
“Pequenino, por que não reages?”
E eu assim respondo de modo direto:
“A Baudelaire faço eco, minha amante
Que lá nos 1800 disse em Paris:
Se for para padecer com uma mulher gigante,
Eu expiro, mas morro feliz!”
Merci pour la lecture!
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