Se eu não fosse feita de carne e ossos, seria feita de vidro: Transparente, gélida e facilmente quebrável.
Talvez fosse a minha sina ter a alma maculada. Ser quebrada e sombria por dentro. Talvez a garota feliz que nasceu com um bom coração tenha sido assassinada em Paris junto com os pais numa noite gélida.
Eu estava caminhando na rua. Meu pai segurava minha mão esquerda, minha mãe a direita. Ele olhou para ela que sorriu para ele. Eu era só uma menininha usando um vestidinho azul, voltando do teatro. Passando por um beco, de volta para casa.
Foi difícil enxergar a luz quando a morte encarnada apareceu. Meu papai pôs-se à frente de mim e mamãe, na tentativa falha de nos proteger.
— Feche os olhos, querida. - Minha mãe sussurrou em meu ouvido
Eu queria obedecê-la, eu tentei obedecê-la, mas parecia impossível. Uma força maior que eu, me proibia de fechar os olhos. Me obrigava a ver o que estava por vir.
E, numa fração de segundos, havia sangue por todo lado.
O sangue dos meus pais.
Não consegui me mexer, não consegui parar de encarar a cena.
Meus pais estavam mortos.
A morte se aproximou de mamãe, arrancou o colar dourado que adornava seu pescoço, e desapareceu.
Eu recitei uma oração baixinho, pois sabia o que estava por vir... Eu também seria executada, junto aos meus pais.
Eu esperei que a morte voltasse para me levar quando tudo ficou completamente escuro, e eu fiquei completamente sozinha. Mas foi muito pior quando percebi...
A morte não iria voltar para me buscar.
Não naquela noite.
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