shirley-ns Shirley Santos

O que é a insanidade? Assim diz um certo ditado: "De médico e de louco, todo mundo tem um pouco". A insanidade depende do ponto de vista de cada um. Acredito que todos os grandes artistas, tinham uma pontinha de insanidade em suas mentes, talvez seja por isso que tenham criado coisas tão magnificas. Se eu me acho uma insana? Sim! Sem dúvida alguma, eu sou! E quem não é? Bom, se você não é um pouco insano, acredito que não consiga viver plenamente a vida, pois somente sendo insano, conseguimos enfrentar certos tipos de problemas e não esmorecer, não se abater, não perder a alegria de viver. Enfim, este livro não é para contar apenas uma história, mas várias histórias. Na verdade, contos algumas leves, outros pesadas, mas acima de tudo histórias imaginadas por essa mente insana que vos fala. Plágio é crime!


Histoire courte Déconseillé aux moins de 13 ans.

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O Último Baile de Stephanie

Olá. Hoje, 05/05/2019, começo a postar esse livro que será um conjunto de contos e NECESSITO da opinião criteriosa dos leitores dessa plataforma. Devo avisar que alguns serão leves, outros pesados, ou seja, para mais de 18 anos e por isso vou deixar um aviso no começo do conto para avisá-los. Espero que gostem. Uma coisa importante que devem saber é que alguns desses contos, ou talvez todos, serão escritos sob a influência de algumas músicas, como é o caso deste primeiro, por isso, peço que ao lerem ouçam a música também, pois ela é muito importante para manter o clima da história. Um beijo. ;)

Essa música é: Camille Saint-Saens - Danse Macabre




A capa desse conto é essa.


************************************************

— Stephanie?! – ouço a voz da Elaine atrás de mim – Não se esqueça de entregar o relatório antes de você sair. O Doutor Kevin detesta atrasos!

Me viro para encará-la tentando demonstrar um sorriso cortês, mas tenho que admitir que estou morrendo de raiva dela. A víbora nem para disfarçar o sorriso de deboche. Respiro, profundamente, tentando aumentar meu sorriso.

— Sim. Claro. Já estou terminando, acredito que em quinze minutos enviarei para o Doutor Kevin.

Ela se vira e segue na direção do elevador. Peste! Vaca! Pelo menos, consegui diminuir seu sorriso quando disse que já estava terminando e que enviarei em tão pouco tempo. Na verdade, acredito que ela ficou com raiva depois da minha declaração. Agora, estou sozinha no escritório, o que, na verdade, não é tão ruim, afinal sempre preferi fazer certos trabalhos sozinha para que eu não me distraia.

Mais alguns minutos passam, então, como eu havia previsto, envio o documento para o Doutor Kevin ao final dos quinze minutos. Verifico as horas novamente com uma maior atenção. Merda! Estou atrasada! Tudo por causa daquela megera da minha chefe que ficou enrolando para me enviar o e-mail com os dados necessários para fazer o relatório.

Elaine Clark sempre faz isso comigo quando sabe que vou ter um encontro, ainda mais como o de hoje que será um baile de máscaras. Contei para a minha amiga Francine sobre a festa, a danada espalhou para o resto dos nossos colegas. Alguns me perguntaram onde seria o tal baile, o que, na verdade, nem tenho certeza do local. O pior é que uma colega perguntou bem na frente da cobra, por isso deve ter ficado com raiva por não ter sido convidada.

Eu e minha chefe tivemos um breve desentendimento alguns anos atrás, por causa de um ex namorado meu. Fiquei sabendo por terceiros que eles começaram a namorar logo depois que eu o deixei e a víbora acreditava que eu ainda queria ficar com aquele traste. Fui bem clara, na época: “Faça bom proveito!”. Algum tempo depois, fiquei sabendo que ele a chutou para ficar com outra. Bem feito! Hoje, ela está só e sinto que colocou todas os seus problemas amorosos em cima de mim. Peste! Vaca! O que eu tenho a ver com a vida dela? Elaine precisa urgentemente buscar ajuda psicológica e parar de implicar comigo!

Me apresso para sair do prédio, mesmo trabalhando não muito longe de casa, pego um táxi para chegar mais rápido. Meu apartamento é localizado em um bairro um pouco afastado do centro de Londres, ao entrar, corro para o banheiro para tomar uma ducha rápida. Ainda bem que fiz um belo penteado no meu cabelo platinado na hora do almoço, assim fica mais rápido me arrumar.

Alugar um vestido de gala é que me deu trabalho. De todos os que experimentei foi um vermelho que, realmente, ficou bom, mas eu gosto mais da cor azul e também do verde.

Ao encarar meu reflexo no espelho, noto uma espinha querendo aparecer na testa. Onde já se viu, quase trinta anos na cara e ainda aparecem espinhas no rosto, mas nada que uma boa maquiagem não possa resolver.

Meus olhos azuis parecem mais escuros que o normal, creio que seja por causa da ansiedade. Faz um mês que estou saindo com o Patrick, ele é um belo rapaz de trinta e cinco anos, pele alva, olhos azuis mais claros que os meus, cabelo castanho e porte atlético.

Quando o conheci pela internet não confiei muito na sua foto, afinal existem pessoas que colocam fotos de outras só para poderem ser mais chamativas, demonstrando aquilo que elas não são, mas ao encontrá-lo pessoalmente nem acreditei na minha boa sorte. Lindo e rico! Estou com a vida ganha com certeza.

Finalizo a maquiagem, em seguida, vou para o quarto, coloco o vestido, depois dou uma olhada no meu reflexo no espelho do guarda-roupa. É, tenho que concordar com a atendente da loja de aluguel, o vestido ficou ótimo. Realmente, nunca pensei que ficaria tão bem num traje vermelho.

Às vinte horas, em ponto, meu interfone toca:

— Pronto.

— Senhorita Stephanie, o motorista do senhor Patrick, lhe aguarda.

— Peça para aguardar mais uns minutos, senhor Jonathan. Já vou descer.

— Sim.

Desligo o aparelho e volto correndo para o quarto. Mexo no meu estojo de joias que, na verdade, é de bijuterias. Ah! Mas para uma ocasião como esta, preciso de algo melhor, vou usar as joias que a mamãe deixou para mim. Uma correntinha de ouro que possui um pequeno pingente com um minúsculo rubi, além de brincos que formam um belo conjunto com a correntinha e o pingente.

Infelizmente, perdi a minha mãe quando tinha dezessete anos. Ela faleceu por causa de um câncer de colo de útero, que se espalhou rapidamente, não dando tempo suficiente para um tratamento eficaz. A única coisa de valor que ela me deixou foi essas pequeninas joias que guardo com o maior carinho.

Quanto ao meu pai, esse nunca soube quem é ou era, nem quero conhecê-lo mais, afinal abandou minha mãe logo depois de saber que ela estava grávida de mim. Ellen, minha mãe, trabalhou incansavelmente em um restaurante como garçonete para me criar. Depois que se foi, fiz de tudo para continuar meus estudos sempre trabalhando muito. Meu atual emprego, foi conseguido através de um amigo americano que foi ex cliente da minha mãe, ele adorava as panquecas dela.

Sem dúvida alguma, sei que a minha mãe tem muito orgulho de mim por estar trabalhando, por estar estudando administração de empresas em uma boa universidade e por não depender de homem nenhum para sobreviver, mas eu adoraria me casar com o Patrick que é rico e lindo.

Ok! Agora, não é era de pensar no passado! Preciso pensar no meu futuro que espero que seja ao lado do meu lindo Patrick.

Depois de calçar um par de sandálias e pegar minha clutch, saio rapidamente do apartamento, mas não antes de dar uma boa olhada no meu pequeno e humilde lar. Quem sabe hoje fisgo de vez o Patrick? Assim, todos os meus problemas financeiros vão acabar!

Ao chegar na portaria vejo Duarte, o motorista, num belo terno negro do lado de fora do prédio:

— Tenha uma boa noite, senhorita Stephanie. – Jonathan abre um belo sorriso para mim.

— Obrigada. Certamente terei uma boa noite, senhor Jonathan. – retribuo o sorriso.

Ao sair do prédio, Duarte me cumprimenta cordialmente, com um leve aceno de cabeça, abre a porta do grande e luxuoso carro negro.

Não sei ao certo onde é o baile, apenas que é, aproximadamente, cinquenta minutos de distância de Londres. Patrick comentou que seria em um castelo medieval e me avisou que muitas pessoas importantes estariam presentes, por isso é mais que obrigatório o uso de trajes de gala.

Durante a viagem, a minha ansiedade só aumenta. Como será que é esse castelo? Realmente terá tantas pessoas importantes? Creio que sim, afinal Patrick nunca mentiu para mim, pelo menos não até agora. O certo seria eu não colocar tantas expectativas sobre o meu namorado, mas é quase impossível.

Ao chegarmos no local, me deparo com um majestoso castelo, luxuosamente decorado. Patrick me aguarda na entrada ao lado de vários seguranças. Ele está lindo usando um smoking preto com gravata borboleta vermelha. Interessante! Será que adivinhou a cor do vestido que eu iria usar?

Duarte abre a porta para mim. Ao descer, Patrick vem ao meu encontro deixando a mostra seu belo e encantador sorriso:

— Está lindíssima, querida. Adorei o vestido! O vermelho combina perfeitamente com você e com esta festa.

— Obrigada, mas, na verdade, queria mesmo um vestido azul, mas não encontrei nada interessante. – mostro-lhe um sorriso sutil.

— Entendo. Vamos entrar? Esta será a sua máscara. – ele me entrega uma máscara no estilo vienense com detalhes em vermelho e preto que cobre apenas uma parte do rosto.

— Parece que você adivinhou! Essa máscara combina com o meu vestido! – arregalo os olhos, espantada com a beleza da peça.

— Digamos, apenas, que imagino o que as pessoas pensam. Agora, vamos porque estamos perdendo a valsa.

Ele coloca uma máscara negra que cobre somente parte do rosto como a minha. Seguimos no sentido da entrada, porém, noto que o Patrick faz um leve aceno com a cabeça na direção de um dos seguranças. Interessante! Por que fez isso? Talvez seja para demonstrar que sou sua acompanhante e, assim, o segurança não impediria a minha entrada.

Ao entrar, percebo que o luxo do lugar não é só externo, mas também interno. Passamos por alguns corredores até, finalmente, chegarmos em um grande salão de festas. Tudo é tão luxuoso, grandioso, perfeito e combina muito bem com a alta aristocracia inglesa.

Muitas pessoas já estão aqui, todas dançam alegremente a valsa. Meu namorado me puxa em direção ao centro do salão:

— Espera, Patrick, eu não sei dançar.

Entranho! Parece que não me ouviu, pois, continua me puxando. Ele para bem no centro, se vira para mim, encara meus olhos com o mais belo sorriso em seus lábios, então, me faz dar um rodopio, em seguida, começamos a dançar.

Ele continua encarando meus olhos que, por alguns segundos, parecem me hipnotizar. Desde que o conheci, sempre achei os olhos dele fascinantes, ao mesmo tempo, intimidadores, mas seus gestos nunca demonstraram que eu poderia correr algum perigo estando ao seu lado.

Sempre cordial, simpático, romântico, um verdadeiro gentleman inglês, o que, na verdade, é estranho por ser um pouco diferente dos outros rapazes que conheci que possuem a mesma idade dele.

Espera! Estamos dançando? Incrível! Realmente, nunca dancei valsa, mas parece ser tão fácil ao lado do Patrick que não me contenho e começo a rir como uma boba e ele ri junto.

Dançamos várias músicas. Tudo parece um sonho! Será que, realmente, não estou sonhando? Meu Deus! Será que, finalmente, vou conseguir ser feliz com alguém depois de tantas desilusões amorosas? Patrick é perfeito! É tudo que sempre sonhei em um homem!

— O que está pensando? – de repente, sussurra no meu ouvido.

— Parece que tudo isso é um sonho. Jamais pensei que um dia iria colocar os meus pés num lugar como este.

— Foi o que imaginei. Todas pensam a mesma coisa, mas o sonho se torna pesadelo rapidinho.

— Como assim todas? O que quer dizer com isso?

— Olhe ao redor, minha querida! Não notou nada de estanho?

Vasculho o lugar com um olhar mais atento. Percebo algo estranho acontecendo com um casal em um canto. O homem parece estar beijando o pescoço da moça, porém, um líquido vermelho-escuro escorre em suas costas pela abertura do vestido.

O que é aquilo? Do outro lado do salão, noto outro casal, mas desta vez, é a mulher que beija o pescoço do homem. Nossos olhares se cruzam, então, vejo algo que me deixa totalmente amedrontada. Dentro de sua máscara, seus olhos estão vermelhos como sangue.

— O que está acontecendo, Patrick? – questiono ao encarar seus olhos novamente.

— Patrick é, somente, um dos vários nomes que costumo usar, minha querida. – abre os lábios num meio sorriso.

— O que quer dizer? Está me assustando!

— Você está participando de um dos nossos bailes de orgia de sangue. – responde, no mesmo instante que seus olhos começam a mudar do azul para o vermelho sangue.

— O quê? Me solte! Quero ir embora! – tento me soltar de seus braços, mas ele não me liberta, e, na verdade, por algum motivo que desconheço meu corpo não obedece mais os meus comandos, por isso continuamos a dançar.

— Não tem como fugir, minha querida. Sua vida, agora, pertence a mim e faço com você o que eu desejar.

Começa a gargalhar sinistramente, enquanto continuamos a rodopiar pelo salão. De repente suas presas começam a crescer. Meu Deus! Um vampiro! Patrick é um vampiro de verdade! Pensei estar num sonho, mas estou num pesadelo! Acorde, Stephanie! Acorde!

Subitamente, ele crava seus dentes no meu pescoço, sinto meu sangue se esvaindo, enquanto continuamos a bailar, ele me envolve em seus braços possessivamente e com mais força. O salão parece estar rodando mais do que eu, é como se estivesse alcoolizada. E a dor, é algo tão forte, que acredito que poderia morrer só por senti-la.

Minha vida toda passa diante dos meus olhos, meus amigos, meu trabalho, até mesmo a megera da Elaine Clark surge em meus últimos pensamentos.

Sinto meu corpo cada vez mais fraco e a névoa da morte me envolve, então, começa a me leva para longe. A última coisa que escuto é a voz do Patrick misturada a música da valsa.

— Adeus minha querida e bela Stephanie. Que a morte te leve para um lugar mais seguro.


Fim

7 Mai 2019 23:26 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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A propos de l’auteur

Shirley Santos Em algum lugar do passado.

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