sahsoonya sahsoonya

[KaiSoo] [OS] [FLUFFY] [YAOI] Jongin tem um dia importante no trabalho, e sendo o azarado que é, precisa de sua camiseta da sorte, para não criar nenhuma confusão. Mas, a peça simplesmente sumiu e o moreno vai passar por poucas e boas para recuperá-la, pois sua camiseta está sendo usada por ninguém mais, ninguém menos que KyungSoo. Créditos da capa a quem criou a fanart (na imagem)


Fanfiction Groupes/Chanteurs Interdit aux moins de 18 ans.

#kaisoo #yaoi #+18 #fluffy #exo #sahsoonya
Histoire courte
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The luck T-shirt

Notas iniciais: Olá galera, desculpem a demora para atualizar as fanfics aqui na nova plataforma. Como eu havia dito no Jornal da outra plataforma, eu pretendo repostar todas as fanfics aqui, além de outros estilos de história, contos e fanfics com temáticas diferentes. Só preciso de um tempo para organizar tudo certinho, pois essas coisas levam um tempinho para serem postadas. Peço a compreensão de vocês, e espero que a leitura compense minha demora. Boa leitura.



Os números no painel do elevador se elevavam, enquanto o moreno batia os pés impacientemente na borda da caixa metálica. Os dedos tamborilavam no tecido da calça jeans, enquanto ele repassava em sua mente, o que faria assim que adentrasse o apartamento do namorado.


Era certo que KyungSoo não estava em casa, afinal ele havia viajado há uma semana, a trabalho. Mas, embora Jongin adorasse entrar no apartamento do menor, a fim de sentir o aroma de seu perfume por toda parte, não era por isso que estava indo tão apressado para o local.


O moreno era um contador de muito intelecto e acreditava que tudo neste mundo pode ser explicado se contabilizado, afinal, o mundo está repleto de regras e por elas, se pode descobrir muito mais do que se pode ver. Ele amava números, neles depositava todas as suas mais profundas certezas, afinal equações não mentem... Sempre trazem consigo uma lógica.


E ainda sim, sua preocupação era quase palpável, uma vez que perdera algo de muito valor para si. E esse valor nada tinha a ver com números, não. Era algo muito mais precioso, de forma que era imperativo recuperá-lo.


Onde é que sua camiseta da sorte estava, afinal?


Por toda sua vida ele a teve, muito antes que sequer lhe servisse, uma verdadeira herança de família que até então havia sido protegida com a própria vida pelo pai, um homem igualmente sensato, mas que acreditava que a peça possuía propriedades mágicas que atraíam sorte.


Isso mesmo, a camiseta trazia sorte.


No início, o então pequeno Jongin acreditava que aquela história era uma falácia de muito mau gosto, afinal, o que aquela camiseta velha e vermelha com listras demais para seu gosto poderia atrair, senão algumas traças?


O pai lhe assegurou que a camiseta era de fato especial, e ainda desafiou o garoto a descobrir seu poder por si próprio. Segundo ele, a camiseta lhe proporcionou todo o sucesso financeiro de que dispunha e ainda lhe dera o amor de sua vida, a mãe do pequeno, de presente.


- Estou dizendo, Jongin... O que uma mulher linda como sua mãe iria querer comigo? Foi tudo graças a essa camiseta!


O garoto duvidava muito que aquela peça poderia mesmo ter atraído tanta sorte, e acabou por aceitar a roupa, mais para não deixar o pai triste. Na verdade, o moreno sempre fora muito azarado. Ele era do tipo que além de pisar na poça d’água por engano, ainda tropeçava e caía, derrubava seu sorvete no chão, o pão com a manteiga pra baixo e rasgava as calças de ginástica ao se abaixar.


Na escola era chamado de azarão, e mal conseguia fazer amigos, pois era muito desastrado.

Quando recebeu a camiseta de presente, pensou ser aquilo algum tipo de estratégia do pai para fazê-lo sentir-se melhor, e ela era grande demais para si, de qualquer forma. A peça foi para o fundo do armário, e o caso encerrou-se ali.

Jongin agora sorria ao lembrar-se de como ganhara aquele item precioso, e de como desdenhara dele.


Ao ouvir o som característico do elevador ao alcançar o andar desejado, saiu meio atrapalhado do espaço, dando de cara com uma das vizinhas de KyungSoo, que trazia consigo seu poodle Ching. Tanto o cão quanto Jongin se assustaram com a presença alheia, e reagiram de forma semelhante, ambos estancando no lugar.


- Oh, jovem Kim... – a senhora Lee dissera.


O rapaz tentou se afastar, mas o pé enroscara na guia do cachorro, fazendo com que o animal se aproximasse mais, enquanto ele intentava desvencilhar-se.


- Oh, olá senhora Kim... – ele girava tentando tirar o pé do bolo de corda que se formava, enquanto o canino resmungava, impaciente.


- Espere... puxe... – Jongin dizia, tentando não pisar na pata do animal pretinho, e o mesmo cheirava sua perna, enroscando-se mais.


- Dê a volta... – ela instruía, mas nada de o maior conseguir. O cachorro, cada vez mais impaciente, passou a dar umas investidas pra frente, enquanto Jongin dava a volta em si mesmo, tentando se soltar. Quando estava prestes a se libertar, o cachorro deu uma guinada, e o rapaz que já puxava o pé daquele emaranhado de tira de borracha acabou perdendo o tênis all star pink, além de cair de bunda no chão.


Jongin suspirou ao fitar o próprio sapato a metros de distância, enquanto a senhora ria baixinho.


- Sinto muito, ele está impaciente para passear... – ela replicou, arrumando a coleira do cachorro - Você está bem?


Ele assentiu, consultando o relógio. Não podia perder tempo.


Se ergueu em busca do sapato, e ao abaixar, ouviu o som tão conhecido do tecido da calça se rasgar.


Se ao menos estivesse com sua camiseta...


Enquanto amarrava os tênis com um sorriso amarelo, e após a saída da senhora, lembrou-se de como conhecera KyungSoo.


Não conseguia acreditar que realmente encontrara o amor de sua vida em uma loja de quadrinhos. Jongin passou muito tempo observando aquele menino branquinho que vinha sempre ler Watchman, e depois ia embora sem comprar. E longe de achar a atitude alheia ruim, ele sonhava em poder ver aqueles olhos grandes e negros focados nele, lhe observando de volta.


E mesmo com seus dezessete anos, Jongin ainda não tinha a coragem necessária para se aproximar daquele que recentemente descobrira chamar-se KyungSoo, pelo balconista da lojinha. O Kim simplesmente estava encantado com a naturalidade e confiança com a qual o rapaz lia o quadrinho como se lhe pertencesse, lá sentado e comendo seus nachos na maior plenitude do mundo. Sempre folheava as páginas animado, e cobria os lábios cheinhos em formato de coração com a palma da mão quando se impressionava com algo que estava lendo. Ele era simplesmente lindo para si, e Jongin não resistia à vontade de ficar ali o observando, mesmo que de longe.


E foi aí onde teve o primeiro impulso de usar a camiseta.


Ele precisava de algo que lhe garantisse sucesso nessa empreitada. Se funcionasse, daria tudo certo.


- Tem certeza de que vai funcionar? – ele batia os pés impacientemente nas pernas da cadeira do pai, já estava até irritando.


- Já disse, a camiseta ajuda em qualquer área que você imaginar. Mas, pra magia acontecer, você tem que acreditar... E pelo que sei, você não dá a mínima pra isso, sequer usou ela por cinco anos... – ele lia o jornal calmamente, enquanto falava.


- Dessa vez eu preciso... É urgente! – o rapaz pôs-se a andar de um lado para o outro, tremendo em antecipação.


O Kim mais velho enfim tirou os olhos das páginas de esportes.


Nos olhos do adolescente, viu algo novo e completamente intrigante. Os olhos intensos do filho tinham um brilho diferente, eufórico. Seu filho gamer havia enfim encontrado algo a que almejar e isso para si, era muito interessante.


Abandonou o jornal sobre a mesa, vendo o filho a roer as unhas, temeroso.


- O que é que te aflige hein...


Jongin respirou fundo, bufando e fazendo os cabelinhos da franja negra se agitarem em frente aos olhos negros.


- Estou apaixonado...


O pai rira da cara de tacho do filho, achando engraçada a atitude desesperada do filho.


- Quer se declarar? – o pai perguntara.


O menino assentiu, com um biquinho. O mais velho suspirou, segurando as mãos alheias, com um sorriso.


- Se usá-la, quem quer que seja, será seu.


O contador abriu a porta do apartamento escuro, tapando suas partes traseiras com a palma da mão. Agora além de achar sua camiseta da sorte, teria que achar uma calça do namorado que lhe servisse.


Tinha uma reunião importante hoje e apesar de a camiseta vermelha não combinar com sua camisa de trabalho, ele sempre a usava por baixo. Aquela peça que tanto buscava, era a única forma de sentir-se confiante para falar naquela sala cheia de associados mais velhos. Ele precisava dela, e seria incapaz de conseguir apresentar o balancete novo sem ela.


Tinha tanta confiança nela... Estava certo de que se procurasse com afinco no quarto do namorado, acharia ali. Tinha ficado na casa do namorado enquanto ele estava fora, devido á saudade, e com certeza a esquecera ali.


Revirou a sala de estar, sempre consultando o relógio, fez sua ronda pela cozinha e pelo banheiro, sem sucesso.


- Onde ela está? – bateu o dedinho na quina de uma cômoda, gemendo de dor.


Estava azarado novamente. Não podia ser verdade.


Lembrou-se da primeira vez que a usara, de como andou incerto por entre as prateleiras da lojinha, segurando a barra da famigerada camiseta, ouvindo o coração bater acelerado em seus ouvidos. Nem sabia ser aquilo possível. A imagem de um KyungSoo sentado com os cabelos num corte tigelinha e comendo nachos enquanto lia o lançamento de Watchman lhe deixava ainda mais nervoso.


- O-oi... – Jongin gaguejou, praguejando internamente por ter soado bobo.


- Oi, Jongin... Tudo bem?


O moreno ficou surpreso pelo sorriso direcionado a si e também por KyungSoo saber seu nome.


- C-como sabe meu nome? – perguntou confuso.


- Você é o garoto que derrubou aquela prateleira no ano passado... Difícil esquecer a forma como você chorou de vergonha.


Jongin enrubesceu como um tomate, sentindo o rosto esquentar. Sinceramente cogitou sair correndo dali. Tudo o que havia ensaiado dizer havia se perdido no fundo de sua mente, e ele só fazia olhar sem reação para o garoto diante de si, que trazia no rosto um sorriso sincero.


- E-eu... Erm...


- Senta aqui, Jongin... – o rapaz dissera – Vem ler Watchman comigo.


Jongin piscou, surpreso.


- É sério?


- Muito sério... Como pretende ler comigo estando de pé?


O moreno nunca esqueceria a expressão serena do menor, enquanto lhe convidava para sua vida. E graças àquela camiseta da sorte, ele nunca pagava mico na frente do menor. Ela tornou-se pra si uma espécie de amuleto. Sempre que ia encontrar o menor, a usava para garantir que daria tudo certo, e apesar de sentir vergonha de parecer possuir apenas uma mísera camiseta, tudo deu certo... O que começou com uma amizade, logo evoluiu para algo mais. E Jongin sentia-se tão feliz de ter conquistado KyungSoo... E tudo graças á camiseta.


O primeiro beijo de ambos fora uma iniciativa sua... Estava confiante, pois tinha consigo seu amuleto. Não só teve sorte no amor, mas se sobressaiu ainda na escola, usando-a na semana de provas. Na época de faculdade, devido á camiseta misteriosa, foi o primeiro da turma e recebeu um estágio numa grande empresa de contabilidade. Porém, por baixo daquela camiseta existia um rapaz pouco confiante, desastrado e inseguro, que o contador não gostava de transparecer pra ninguém. Nem mesmo para aquele por quem se viu apaixonado.


Andou rapidamente até o quarto que o amado costumava ocupar, rumando o guarda-roupa no escuro mesmo, revirando tudo ali.


Foi enquanto mexia nas roupas, que ouviu um barulho e virando-se, percebeu uma protuberância na cama de casal. Num primeiro momento arregalou os olhos para a coisa que se mexia por baixo do grosso edredom e até mesmo pegou uma vassoura, levantando-a e indo nas pontas dos pés até o móvel, pegando a barra do tecido e após respirar fundo, puxou-o.


Muito aconchegado com um travesseiro, KyungSoo ressonava tranqüilo, usando a tão procurada camiseta. Como seu corpo era pequeno, a peça cobria seu corpo até as coxas. Jongin ficou tão surpreso que ficou na mesma pose, observando o homem que pirava sua mente dormindo calmamente. A gola de cor branca da camiseta ficava meio folgada no pescoço cheio de pintinhas, enquanto os cabelos lisinhos estavam repousados no travesseiro.


KyungSoo sentiu frio, e abriu preguiçosamente os olhos, fitando alguém lhe encarando com um pedaço de madeira na mão.


Ainda meio torpe pelo estado de sonolência, se assustou e soltou um grito, que assustou a Jongin, que tropeçou na barra do edredom, bateu a vassoura na lâmpada acima de si, e foi ao chão, com um grito.


KyungSoo sentou na cama confuso, vendo diante de si seu namorado.


- Jongin? Por que estava segurando essa vassoura?


O moreno massageou as nádegas. O sorriso sem graça nos lábios grossos.


- Oi amor... Não sabia que voltaria hoje...


O menor coçou os olhos.


- Voltei mais cedo. Que susto você me deu! – desceu da cama, dando um beijinho no rosto do maior.


Ajudou Jongin a levantar e avistou o rasgo nas calças do mesmo. Tentou não gargalhar, e abafou uma risada.


- O que aconteceu com você dessa vez?


Como KyungSoo o conhecia melhor que ninguém, ele imaginava que algo o assolava. E apesar de o namorado usar sua camiseta da sorte, o moreno não conseguia negar que ficava maravilhado com como a peça caía bem no corpo menor. O maior frenesi do maior tinha início quando o jovem via o namorado tendo como único abrigo para seu corpo a velha camiseta vermelha.


Jongin não conseguia tirar os olhos do menor. Estava com muitas saudades. Agarrou o corpo menor e aspirou o perfume do amado. Encostou o queixo no ombro alheio, sentindo os braços do menor se enroscarem em volta de sua cintura. Os olhos então se conectaram, enquanto os lábios se aproximavam. Um beijo lento e repleto de saudade começou, com os dedos do menor se enroscando nos cabelos desgrenhados do namorado, enquanto as línguas se encontravam. Kyung pôde sentir como Jongin sentia saudades, e adorava o fato de o namorado ser tão quente e aconchegante de abraçar. Se sentia seguro com ele, completo.


- Eu senti tanto a sua falta... – Jongin ainda segurava a vassoura e se afastou com um selinho, olhando com adoração para a única face que almejava poder ver todos os dias pela manhã, pelo resto de sua vida.


KyungSoo estava na ponta dos pés e fitou confuso, a forma desgrenhada como o namorado estava.


- Qual o problema, Nini? – capturou o rosto do namorado com as mãos, fazendo-o fita-lo diretamente, já que ele desviava os olhos.


- Eu tenho uma reunião importante, Soo...


O menor assentiu para si mesmo.


- E está nervoso... Sabe que não precisa ficar... É o contador mais brilhante dessa cooperativa.


Jongin deu uma olhadela na camiseta. Ele amava ver KyungSoo usando-a, mas precisava muito dela. Não queria que o namorado soubesse que ele não era bom o suficiente sem ela.


- Não seja bobo, você é um homão da porra! Manda bem no trabalho! – o menor incentivou, mas o maior não tirava os olhos da camiseta.


KyungSoo seguiu o olhar do namorado e se olhou.


- Ah, cheguei de madrugada e estava com tanta saudade, que quando vi essa camiseta eu tive que vestir! Tem seu cheiro nela... – o produtor disse. KyungSoo acessorava e fazia produção para cantores da atualidade.


Jongin riu, trêmulo.


- Isso é muito fofo, meu amor... Erm, que tal tomarmos café? Você toma um banho e eu vou fazer um pouco de arroz pra nós...


KyungSoo sorriu, beijando a bochecha alheia e assentindo.


- De acordo... – foi caminhando até o banheiro, mas foi detido por um Jongin que dizia, com uma expressão nada serena no rosto:


- É... Jagyia, pode me dar a camiseta... Eu jogo ela no cesto pra você.


KyungSoo sabia que o namorado sentia ciúmes da camiseta, então quis brincar.


- Quer me ver pelado, mocinho?


Jongin parou para admirar a cena por um instante. Por mais que sua situação fosse tensa e dramática, tinha que admitir que a visão de Kyung usando nada mais que sua camiseta e um par de meias era bem interessante de se ver.


As coxas grossas estavam demarcadas e o menor rebolava o quadril lentamente, com aquele sorriso sugestivo que sempre enlouquecia o contador. Aquele até que era um bom plano, afinal. Ele precisava tirar a camiseta do corpo do namorado para usar, certo?


Passou ambas as mãos por baixo da peça, tocando o abdômen firme sob seus dígitos. Ambos iam malhar juntos, há alguns meses. Sentiu a pele se arrepiando onde tocava e puxando o tecido até a altura das axilas do marido, puxou-a pela cabeça do menor, se livrando rapidamente dela.


A boxer preta e justa ficou exposta para todas as fantasias de Jongin tomarem forma e ele pouco se importou com o rumo que a camiseta tomou quando jogou-a longe. A mão pequena, porém firme do menor adentrou a parte traseira da calça do maior, onde a destra se fartou na carne dos glúteos alheios, enquanto o baixinho mordiscava os próprios lábios, provocante.


Jongin abraçou o corpo do namorado, logo se animando com a situação, quando de repente seu celular começou a tocar. Bufou impaciente, atendendo a chamada de Kris, seu chefe:


- Jongin? Está tudo pronto para a apresentação?


O moreno, que tinha os lábios levemente sendo sugados pelo produtor, se assustou com o choque de realidade e acabou mordendo a boca alheia.


- Ouch! – KyungSoo resmungou, enquanto Jongin pedia desculpas silenciosas e se dava conta de que tinha a maldita apresentação ainda.


- S-Sim, senhor Yifan... estarei aí em quarenta minutos.


Largou o namorado e rumou o armário, mirando de relance a camiseta abandonada no chão.


- Amor... – disse ao desligar a chamada – Eu realmente sinto muito por ter te mordido... Mas, é que hoje é um dia complicado... – olhou desolado para o corpo alvo e irresistível, e então para a camiseta, e de novo para o corpo alheio, numa batalha cruel de interesses.


A última coisa que queria naquele momento era trabalhar.


- Já entendi. Você precisa trabalhar. Pegue uma de suas calças reservas aí e pegue um par de sapatos... Não dá pra ir trabalhar com esses tênis pink que seu namorado lindo te deu de presente... – riu baixinho, recolhendo a lâmpada quebrada do chão. – Vou preparar um desjejum pra você, pois está na cara que acordou com o pé errado.


Trocaram um selinho e o menor deixou o quarto, ao mesmo tempo em que Jongin derrapava pelo piso laminado cor de creme, a fim de enfim ter em sua posse a camiseta. A estendeu para o alto, como uma espécie de troféu, muito feliz que tinha recuperado seu tão estimado amuleto. Cantarolou “we are the champions”, enquanto tirava a camisa de cima, vestindo a camiseta vermelha e levemente desbotada, e se deliciando com o aroma amadeirado do perfume do namorado.


- Ah, estou a salvo...


Não podia acreditar que passara por todo aquele perrengue para achar a camiseta, e agora a tinha em mãos. Se vestiu depressa e tomou café ao lado do amado.


Mais tarde, como já era de se esperar, fez sua apresentação, e foi enormemente elogiado pelo senhor Wu e seus associados. Passou numa lojinha de nachos, decidido a comprar a porcaria favorita do amado, para que pudessem sentar e ver um filme juntinhos, e cantarolou com o rádio do carro, contente e decidido a não perder a camiseta de vista novamente.


Mas, a vontade de ver seu Soo usando-a e nada mais além dela, ainda lhe deixava mais que animado para chegar logo em casa.


Ao entrar, viu que o apartamento que chamava de lar estava com uma aparência mais arrumada do que quando o deixara. KyungSoo era muito organizado e fazia questão de manter ambas as moradias em ordem, quando tinha um tempo livre.


- Soo? Trouxe nachos!


Ouviu o resmungo vindo da lavanderia:


- Nossa, Jongin! Há quanto tempo não lava suas roupas? Que vergonha, essa pilha de cueca suja aqui! É só eu sair por uma semana que tu fica relaxado?


Riu baixinho, pois era exatamente como o outro dissera. Colocou as chaves na mesa e começou a pôr a mesa, afrouxando a gravata logo depois.


- Por isso não pode me deixar... Preciso de você para sobreviver... – retrucou.


Ouviu a risada grossa do namorado.


- Igual precisava daquela sua camiseta da sorte?


O Kim estancou com a porta da geladeira aberta, ouvindo a frase do namorado.


- Como sabe disso? – murmurou de volta.


- Ah, quando comecei a freqüentar sua casa, seu pai me disse que você tinha uma coisa da qual tinha muitos ciúmes. Era uma camiseta.


Jongin engoliu em seco, olhando para a peça embaixo de sua camisa.


- Fiquei muito preocupado quando ele disse que a queimou sem querer, enquanto passava, quando você fez dezessete anos – KyungSoo apareceu na porta da cozinha, com uns prendedores pendurados na barra da camiseta que usava.


Jongin arregalou a boca, mais do que seria considerável possível humanamente.

- Ele o que?


- Pois é... Eu nunca vi, mas segundo ele, ele esqueceu o ferro de passar encima e fez um túnel enorme na camiseta. Mas, como ele sabia que era importante pra você, acabou substituindo-a por uma semelhante e segundo ele, você sequer notou – riu baixinho, enquanto a cor sumia do rosto do namorado.


- Ela... Era da sorte... – o moreno balbuciou.


- Sim, acho que era mesmo. Contudo, parece que você nunca percebeu. Eu estava usando aquela camiseta que você ama usar o tempo todo esta manhã e lembrei disso... Como éramos bobinhos não é, meu bem...?


O alvo deu um tapinha na bunda alheia indo checar os nachos na embalagem, enquanto o maior tentava digerir o que acabara de ouvir.


- Quer dizer que toda a sorte que essa camiseta aí supostamente me trazia era falsa?


KyungSoo encontrou seus olhos com os seus.


- Nada disso amor, esse lance de camiseta só existe se você acreditar. Se coisas boas continuaram acontecendo após você perder sua camiseta, significa que não era ela a trazer um significado de teor mágico. Era a forma como você enxergava o mundo, que mudava.


Jongin vivia uma mentira... Uma bem complicada, mas por incrível que pareça, as palavras do menor não o fizeram sentir-se traído em relação ao pai. Muito pelo contrário, de alguma forma muito estranha, todas aquelas conquistas que teve, lhe pareceram mais suas... Suas atitudes com KyungSoo, a forma como o conquistara, eram suas... A sorte que possuíam era deles, e não de um amuleto.


Kim Jongin era capaz...


Capaz de trabalhar bem e sobressair-se...


Capaz de ser um excelente filho e namorado...

Capaz de não deixar o pão de forma cair com a manteiga pra baixo...


Não tropeçar...


Não quebrar nada, nem rasgar as calças...


Sem nem ao menos perceber, estava sorrindo. Um sorriso que fazia irradiar dentro de si uma sensação gostosa de aconchego.

- Aliás, Nini... Onde está a camiseta que eu usava de manhã? Fui pegar pra lavar e não achei. – KyungSoo beliscava os nachos e num rompante teve os lábios capturados pelo namorado.


- Eu te conquistei... – o maior cantarolava – Eu fiz sozinho e ninguém me ajudou!


- Achei que isso já fosse de domínio público... O que há com você hoje? – gargalhou.


Jongin apertou seu namorado entre os braços, aspirando o perfume de seus cabelos.


- Fui trabalhar com ela... – respondeu, abafado pelos cabelos que faziam cócegas em seu rosto.


- Nossa, mas ela não combina com o estilo social... – o menor não estava entendendo mais nada.


Jongin beijou o pescoço alvo e sorriu, antes de enunciar:

- Tem razão... Tenho uma nova função pra ela...


O produtor o fitou confuso, quando o namorado sussurrou algumas palavras em seu ouvido, bem lentamente, roçando seus lábios na orelha alheia e fazendo nos lábios cheios e em formato de coração nascer um sorrisinho malicioso.


- O que acha? – Jongin sorriu.


O menor mordeu o queixo alheio bem de leve, antes de dizer:

- Eu acho uma ótima ideia...


Ambos puseram-se a correr em direção ao quarto do contador, enquanto algumas peças de roupa se espalhavam pelo apartamento.


Jongin enfim sabia que tudo que possuía foi fruto de seu esforço e sua convicção e que não precisava de truques para ter seu Soo a seu lado. Bastava querer ser alguém melhor por ele, e tudo se ajeitaria naturalmente. Talvez eles não precisassem mais morar em casas diferentes ... Talvez eles pudessem enfim se chamar de maridos e Jongin poderia ser tão verdadeiro quanto queria ser, e de fato já era, sem ao menos saber.


KyungSoo não fazia ideia do martírio que o namorado vivia passando, mas gostou de poder compartilhar aquela camiseta com seu amado, apesar de gostar muito mais quando ela ia pro chão.


Os nachos esfriaram na mesa. Os dois homens voltariam para comê-lo quando estivessem famintos, por gastar energia.


Tinha espuma escorrendo pela máquina de lavar, esquecida ensaboando roupas, num loop interminável.


Mas nenhum dos dois se importava com isso. Eram livres para se amarem onde e quando quisessem, e vestindo ou não o que quisessem... E não havia nada melhor que isso.





***** A clothes matter ******



Notas finais: Bem, espero que tenham gostado, e atá a próxima atualização.

7 Mars 2019 20:08 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
2
La fin

A propos de l’auteur

sahsoonya Sahsoonya KPOP, ROCK, ANIME, DORAMA, GAMES, POETRY, HORROR MOVIES, ENGLISH, KIDS EXO - KAISOO "I would prefer not to" - Bartleby the scrivener (Herman Melville)

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