“constelação não dá em água”
Lívia Dias Rosa
O boi a lama quietidão
avessa em todo o arenoso
vem treme o frio da gente
ó cão sem pelo em pluma
ó ventre azedo rejeito
vem parte o solo aberto
com ondosos gritos
no calo de Brumadinho.
Tem a lama
um parto do avesso
(no ventre a terra mole
como um pescoço e uma
respiradinha duas morreu)
engole o que é quente
morre o vertebrado que acusa
a sua presença pasta morta.
Aquele olho preto embruneia
e pensa os homens
não têm rabo não boiam
em meio dessa lambança
mas um fio baboso se rola
nas janelas da cara
entradas de muita lembrança
faz com que caiam sentados
nos pastos líquidos calados
na margem preta da pasta
nova suja deste olho preto
de boi lama quietidão avessa
que arrasta e descasca nos homens
um olhar de instante e esquece.
Merci pour la lecture!
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