Quando se está em uma bolha, eu não diria bolha, mas sim um mundo em que nos amávamos e que vivíamos inteiramente felizes, um mundo em que nos entendíamos, nos ajudávamos e enfim, nos completávamos. Esse era nosso mundo, talvez a bolha que nós dois críamos, talvez um conto de fadas onde tudo acontecia de verdade e tudo era muito intenso, mas vivíamos inteiramente feliz. Tudo era divertido, divertíamos um ao outro, alegrávamos um ao outro, a companhia era mais importante que o programa, o beijo vinha sempre acompanhado de um olhar antecipado e o abraço era sempre apertado dos mais gostosos, as conversas eram sempre interessante sobre sentimentos e expressões de ternura, a vida dos outros nunca nos interessava, a paixão era vivida a cada instante. O cheiro no pescoço, o aperto de mão, o suave toque, o passar a mão nos cabelos que aliviava a alma, as várias massagens quando estávamos stressados, as suas costelas e tudo era tão envolvente, e o seu corpo que tinha as curvas perfeitas e que para mim tudo se encaixava perfeitamente. O que era defeito se tornava exceção e o que era exceção se tornava importante. Talvez tenhamos vivido em uma bolha, talvez quem sabe tantos talvez, ou talvez não, mas eu o amava de verdade e tudo se passou e tudo se foi e tudo foi intenso e não me arrependo de nada por mais estranho e louco que tenha sido. Eu o amei de verdade e isso valeu a pena pois, conheci o verdadeiro amor, o que nos faz querer viver, que nos faz querer buscar a felicidade e a "liberdade", que faz nos encontrar, que sacia a sede e que alivia a alma. E assim se vai tantos amores e tantas e tantas bolhas. E se por acaso se encontrar em alguma bolha, então aproveite ao máximo e viva todos os momentos intensamente, pois eles serão únicos e inesquecíveis, daqueles que lembrará para sempre e saber que foi feliz e muito bom.
Esses eram os pensamentos de Hotaru enquanto pensava em Utakata o mesmo havia dito a ela para esperar, mas o mesmo nunca voltou, deixando a dúvida se o homem havia quebrado a sua promessa ou simplesmente desistiu do seu verdadeiro propósito, mas para além de Hotaru querer Utakata como mestre, a mulher nutria um sentimento puro pelo mesmo. E em seus pensamentos a mesma decidiu que o seu amor era como bolha de sabão.
O amor é a vida acontecendo no momento: Sem passado, sem futuro, presente puro, eternidade numa bolha de sabão. O amor imenso é assim... Como uma bolha de sabão carrega de ilusões. Como Hotaru imaginou-se ao lado de seu amor, mas qualquer pequeno descuido, estoura joga por terra as nossas ilusões. Amor estilo bolha de sabão. Aparenta ser tão belo, tão formoso, tão colorido, tão leve, tão alegre, tão suave, mas não passa de uma esfera oca que dura apenas um breve instante.
Muita gente se fecha numa bolha, e era isso que Hotaru queria fazer, fechar na bolha do amor, viver aquele sonho, mas não fez questão de dizer o que sentia, o que desejava, o que fazia feliz. Muita gente engana o peito, tranca a alma, quebra a cara e perde o amor. É por isso que dizem: essa gente não tem mais nada. Têm tudo, tudo o que é o essencial, não precisa de mais nada para além do amor.
Se Hotaru pudesse, ela guardaria dentro de uma bolha para que nada de mal lhe acontecesse porque ela merecia a felicidade, os dois mereciam felicidade.
Agora estava na altura de aceitar o passado para assim o resto e o futuro fluísse como bolha de sabão. E naquele exato momento Hotaru vivia numa bolha mista de emoções. A mesma olhou para o campo verde, sentada no tronco em que a esperança ainda perdurava, os olhos esmeraldinos percorreram pelas belezas mais delicadas que a Natureza tinha, foi então que aproximou-se de si uma cana de bambu com água e sabão, com um canudo mais fino de bambu mergulhou na água e soprou formando várias pequenas bolhas de sabão, foi então que Hotaru contemplou a beleza das bolhas e das borboletas.
Creio que aqueles que mais entendem de felicidade são as borboletas e as bolhas de sabão. Ver girar essas pequenas almas leves, loucas, graciosas e que se movem é o que da mulher, arrancam lágrimas de tristeza.
Até as bolhas de sabão vão mais longe quando se adaptam aos ventos das mudanças, mas era essa mudança que Hotaru não queria acontecesse, a mudança de que viver sem Utakata era dolorosa. E assim algumas pessoas eram como bolhas de sabão, lindas, porém são frágeis e vazias por dentro. Era o sentimento que Hotaru sentia todo esse tempo.
E nesse meio tempo, nesse tempo torto, morto, foi criando asas, feito de bolhas de sabão que vai fazendo de conta, que vai flutuar, colorindo se redimindo e se abrangendo, ao engraçado e o ridículo. As palavras por vezes são descartáveis, como viver e conviver, onde as borboletas voam entre o coração, cabeça e estômago. Bolhas formou assoprando espuma de sabão, como as palavras, se permitir, embora vão é formada no soprar dos lábios com carinho e sem cuidado, perde-se, desviando do seu caminho. Desperta-nos quando estouradas são como as palavras que nos chamam atenção, precisam ser assopradas para cima, assim como as palavras que nos anima. Sopram-se muitas bolhas para serem estouradas.
Assim como as bolhas de sabão, que a mulher brinca, se diverte, quer afagar, tocar, prender... e o momento passam, a felicidade se esvaiu...quando quis pegar entre os seus dedos, o momento, que sonhou, viveu e tanto que apegou!
E nas lembranças Hotaru se permaneceu, fechando na sua própria bolha que formou seus pensamentos de saudade e de ternura.
Fim
Merci pour la lecture!
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