lara-one Lara One

Inspirado na obra de Alfred Hitchcock, ‘Janela Indiscreta’. Mulder, com a perna quebrada, sem ter o que fazer, resolve bisbilhotar a vida dos vizinhos. Mas um deles, pode ser de ‘outro mundo’.


Fanfiction Série/ Doramas/Opéras de savon Interdit aux moins de 18 ans.

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S01#24 - NEIGHBOURS


INTRODUÇÃO AO EPISÓDIO:

Mulder vai até a janela, na cadeira de rodas. Pega o binóculo do chão.

MULDER: - Frohike, abra a cortina.

FROHIKE: - Ouvi a palavra mágica?

MULDER: - (DEBOCHADO) Por favor, titia!

Frohike abre a cortina.

FROHIKE: - De todas as suas taras essa é a mais bizarra. Desde quando virou voyeur?

MULDER: - Você não vai acreditar, mas tenho um vizinho extraterrestre.

Frohike arruma os óculos e o encara.

FROHIKE: - Mulder, leu a bula do remédio para saber os efeitos colaterais?

MULDER: - É sério, Frohike. Tem um ET naquele apartamento ali.

Frohike olha pela janela.

FROHIKE: - Qual deles?

MULDER: - Aquele em cima do que está com uma bicicleta na varanda. Ele se mudou ontem à noite.

FROHIKE: - E por isso significa que é um alienígena?

MULDER: - Não, eu vi! Ele se transformou em um, bem na minha cara.

Frohike puxa uma poltrona. Senta-se ao lado de Mulder. Os dois observam a janela.

VINHETA DE ABERTURA: A VERDADE ESTÁ LÁ FORA


BLOCO 1:

Apartamento de Mulder – 12:31 P.M.

[Som: Glenn Miller - Pennsylvania 6-5000]

Mulder, sentado numa cadeira de rodas, com a perna engessada e estendida, olha pela janela do quarto. Scully entra no quarto com uma bandeja, trazendo o almoço. Coloca no colo dele.

SCULLY: - Precisa comer alguma coisa.

MULDER: - Estou gostando do serviço de quarto...

SCULLY: - Não abuse, Mulder. Isso é apenas uma maneira de pedir desculpas pelo que lhe aconteceu.

Scully fecha a cortina.

MULDER: - Ei, o que está fazendo?

SCULLY: - Mulder, seus vizinhos vão reclamar! Pára de xeretar a vida alheia! Que coisa mais infantil!

MULDER: - O que quer que eu faça? Estou sem televisão! Pelo menos tenho um cinema ao vivo!

SCULLY: - Mulder, é crime espionar os outros!

MULDER: - Azar o deles se têm um agente do FBI como vizinho... Trabalhar pro Kersh colhendo informações dos outros me fez descobrir que isso é interessante.

SCULLY: - Quer voltar pra lá?

MULDER: - Não, muito obrigado. O Skinner é ‘miguinho’. O Kersh não.

SCULLY: - Mulder, coma isso. Não quero ver esse prato cheio quando voltar.

MULDER: - Vai me deixar sozinho?

SCULLY: - Mulder, você está de licença. Eu não. Preciso voltar pro trabalho. Comporte-se. Se precisar de algo, me ligue.

MULDER: - Preciso, Scully. Fica comigo.

SCULLY: - Vejo você à noite, Mulder.

Scully beija-lhe a testa. Sai do quarto. Mulder aproxima-se da janela com a cadeira. Abre a cortina.

MULDER: - Só porque ela quer! Não tenho nada melhor pra ver mesmo!


5:34 P.M.

Mulder cochila na cadeira de rodas, virado pra janela. Acorda-se com uma gritaria e barulho de objetos se espatifando. Mulder olha para a janela. Uma vizinha atira coisas pela janela, gritado com um homem, supostamente o marido. Mulder começa a rir.

MULDER: - Mulheres... Agora ela vai chorar e pedir pra ele ficar.

A mulher debruça-se na janela. Chora. Um homem aproxima-se por trás dela. Ela fala algo. Ele põe a mão no ombro dela.

MULDER: - Agora ela o abraça e os dois se beijam. Até começar tudo de novo amanhã.

A mulher abraça-se no homem. Eles trocam um beijo.

MULDER: - (IRRITADO) Novela chata! Sempre a mesma coisa. Vou mudar de canal...

Mulder observa outra janela. Há um homem tocando violino.

MULDER: - O músico... Ah, adoro música! Pena que não escuto nada!


7:16 P.M.

Mulder cochila na cadeira. Scully entra no quarto.

SCULLY: - Mulder?

Mulder acorda-se. Olha pro relógio.

MULDER: - Nossa! Acho que os analgésicos estão me dopando...

SCULLY: - (CULPADA) Dói muito?

MULDER: - Não.

SCULLY: - Ah, Mulder, me sinto culpada por você estar aí desse jeito... Se eu não fosse tão sexualmente extravagante, nada disso teria acontecido... Juro que não lembrei que a janela do quarto do hotel estava aberta...

MULDER: - Tá bom, Scully, não fica se culpando. Tem uma coisa que pode fazer eu te perdoar. Que tal um bom mousse? Daqueles que só você sabe fazer...

SCULLY: - Mulder, impressão minha ou você está adorando brincar de marido e mulher?

MULDER: - Brincaria disso o resto da vida, mas você não quer...

SCULLY: - (MUDANDO DE ASSUNTO) Amanhã vou trazer uma TV nova pra você... Já que jogou a sua pela janela.

MULDER: - Scully, considere assim: Eu e você adoramos “atirar coisas” pela janela.

SCULLY: - (SORRI) Tá com fome? Vou preparar o jantar...

MULDER: - (DEBOCHADO) Você tá começando a gostar de brincar de casinha...

SCULLY: - Já disse, estou cuidando de você porque me sinto culpada. É só por isso.

MULDER: - Vamos conversar, eu peço uma pizza... Quero que me ajude a ir pra cama, estou com dor nas costas! Não sinto mais o meu traseiro!

Mulder aproxima a cadeira da cama. Scully, com dificuldades o ajuda a deitar.

MULDER: - (ALIVIADO) Ah, agora sim!

Scully coloca um travesseiro debaixo da perna engessada.

SCULLY: - Melhorou?

Mulder bate no colchão. Olha pra ela sedutoramente.

MULDER: - Vem aqui.

SCULLY: - Preciso de um banho...

MULDER: - Vem aqui... Deixa o banho pra depois... Gosto do seu cheiro natural. Você tem cheiro de canela.

SCULLY: - (SURPRESA) Canela?!?

MULDER: - Talvez seja por culpa da cor dos cabelos... Você me lembra canela...

SCULLY: - (INCRÉDULA) Canela, Mulder?

MULDER: - Eu gosto de canela.

Scully senta-se na cama. Põe a mão nos sapatos.

MULDER: - O que vai fazer?

SCULLY: - Tirar os sapatos.

MULDER: - Não, você está na minha casa. E na minha cama não precisa tirar os sapatos. Gosto de olhar pras suas pernas... Seus pés com esses sapatos altos... Fetiche, Scully. Fetiche...

Scully deita-se ao lado dele, sorrindo. Eles olham pro teto.

MULDER: - Então, o que fez hoje?

SCULLY: - Preciso ir pra Nevada, amanhã. Há um caso de assassinato. Nada a ver com os Arquivos X.

MULDER: - Vamos xeretar alguma coisa por aí?

SCULLY: - Você não pode sair daqui, Mulder.

MULDER: - Tudo bem, você sai. Eu fico nos bastidores... Como apoio técnico...

SCULLY: - Nada disso, Mulder. Você vai repousar. Encare como se estivesse em férias.

MULDER: - Férias frustradas, Scully. O que vou fazer aqui preso o dia todo?

SCULLY: - Leia, vá para o computador... Chame os Pistoleiros... Mulder, aproveite um pouco e viva. Vá sair com seus amigos, vá assistir um jogo, sei lá.

MULDER: - Se você ficasse comigo o dia todo, eu arranjaria muitas coisas pra fazer...

SCULLY: - Com a perna quebrada?

MULDER: - (MALICIOSO) E o que tem uma perna quebrada? O resto continua inteiro.

SCULLY: - Mulder, não quero que me interprete mal, mas estamos muito colados um no outro. Não gosto disso. Trabalhamos juntos, voltamos pra casa juntos... Daqui a pouco você vai enjoar. E eu não quero que isso aconteça.

MULDER: - Você está brincando comigo? Há anos que estamos vendo um a cara do outro mais de 24 horas por dia! Se não estivéssemos nessa cama, com certeza estaríamos por aí investigando alguma coisa. Mas sempre juntos.

SCULLY: - ...

MULDER: - Eu não enjoo de você, Scully. Pra dizer a verdade, você é a força que me move. Como pode pensar que eu prefiro ficar distante de você? Aliás, isso já era impossível antes, quanto mais agora.

SCULLY: - (ABRAÇA-O, SORRINDO)

MULDER: - Eu é que sou um chato, pegajoso. Mas não se preocupe, estou mudando. De hoje em diante, serei um novo homem.

SCULLY: - Mulder, você está estranho. Muito estranho mesmo. O que está acontecendo com você?

MULDER: - Eu não estou estranho. Eu sou estranho... Você vai ter muitas surpresas, Scully. Escreva isso. O velho Mulder está se transformando...


8:36 P.M

[Som: KC & The Sunshine Band – Shake Your Booty]

Scully entra no banheiro. O rádio gravador ligado. Mulder, está deitado na banheira, com a perna engessada por sobre a lateral. Brinca com um patinho de borracha.

MULDER: - Não vai me fazer companhia? Vem aqui, vem...

SCULLY: - Mulder, o que está acontecendo com você? O tombo afetou seu cérebro?

MULDER: - Por que diz isso? Foi você quem me deu o patinho!

Scully pega uma toalha.

SCULLY: - Vamos, acabou o banho, Mulder ‘meu filho’.

MULDER: - Só mais um pouquinho...

SCULLY: - Mulder, chega! Tenho que voltar pra casa, fazer minhas malas... Pedi ao Frohike pra ficar com você, enquanto eu me ausentar...

MULDER: - Eu não preciso de babá, sei me cuidar sozinho!

SCULLY: - É bom eu saber disso. Então posso voltar pra casa.

MULDER: - Não, não mesmo! Você é uma boa babá. Ele não!

SCULLY: - Se não sair daí agora, eu nunca mais vou dar banho em você!

Scully inclina-se para tirá-lo da banheira, com a toalha nas mãos. Mulder a puxa pra dentro. Scully cai por cima da perna quebrada dele. Mulder dá um grito.

SCULLY: - Tá vendo? Você fica de palhaçada! Molhou todo o gesso, Mulder!

MULDER: - Ai, ai, ai !

SCULLY: - E agora, como vou sair daqui, Mulder! Não consigo levantar!

Scully coloca as pernas dentro da banheira. Fica deitada de costas sobre Mulder. Mulder a agarra, segurando os quadris dela e a sacudindo no ritmo disco da música.

MULDER: - (CANTANDO) Ohhhhh shake, shake, shake... Shake, shake, shake... Shake your booty... Shake your booty...

SCULLY: - (INDIGNADA) Mulder!!!!!!!

MULDER: - (ASPIRANDO A PELE DELA) Oh, you can, you can do well, very well... Hum, baby...

SCULLY: - Mulder, agora além do monte de coisas que tinha pra fazer, tenho que levar você pra trocar o gesso! Imbecil!

MULDER: - Espera um pouquinho. Confessa, não tá gostoso ficar assim, aqui, comigo...

SCULLY: - Mulder, está muito bom ficar aqui, assim, com você. Mas tive um dia estressante, estou cansada, preciso até beber alguma coisa!

MULDER: - (MALICIOSO) Eu deixo você brincar com o meu patinho...

Scully levanta-se furiosa.

SCULLY: - Sabe o que fazer com esse patinho, Mulder! Agora levanta daí ou vou chamar os bombeiros!

Scully sai do banheiro batendo a porta. Mulder faz uma cara de pânico.

MULDER: - Chata!


10:27 P.M.

[Som: KC & The Sunshine Band – Shake Your Booty]

Scully abre a porta. Frohike e Langly entram. Langly carrega uma sacola. Escuta-se a voz de Mulder, na sala, cantando.

LANGLY: - Trouxemos algumas coisas... Hum, isso é anos 70, maninha?

FROHIKE: - Como está o Mulder?

SCULLY: - Está agindo estranho. Mais estranho que de costume...

Mulder continua cantando. Frohike tapa os ouvidos.

FROHIKE: - Ele bateu com a cabeça?

Frohike e Scully desviam a atenção pra Langly que vai entrando na sala com uma das mãos pra cima, com a outra erguendo a sacola, rebolando os quadris e fazendo passes de discoteca.

LANGLY: - Ohhh... Shake, shake... Shake, shake...

Scully e Frohike trocam olhares incrédulos.

SCULLY: - ... Bateu com a cabeça sim, mas... Não o suficiente pra ter afetado seu cérebro... Acho.

FROHIKE: - Quando você volta?

SCULLY: - Daqui há dois dias.

Scully e Frohike desviam a atenção pra Mulder dançando na cadeira de rodas e Langly se esfregando nas cortinas. Frohike leva a mão num tapa ao rosto.

FROHIKE: - Eu mereço!!!

Scully disfarça.

FROHIKE: - Eu fico com o Mulder, mas ele tem que parar de cantar.

SCULLY: - Ele é um ‘bom menino’. Não vai dar muito trabalho. Boa sorte. Não me liguem, não vou atender o telefone. Se ele colocar fogo no apartamento, chamem os bombeiros. E mantenham objetos cortantes longe do alcance dele. E nada de sobremesa se ele começar a teimar muito. E o coloquem pra dormir bem cedo.


10:37 P.M.

Na sala, Mulder, sentado na cadeira de rodas. Scully está de pé, ao lado da janela. Langly atirado no sofá. Frohike serve três copos. Entrega um pra Scully.

FROHIKE: - Sinto muito, Mulder, mas está tomando remédios. Nada de bebidas alcoólicas.

MULDER: - (INDIGNADO) Tudo bem, deixo vocês três fazerem uma festinha por aqui. Afinal eu não sou nada, apenas o dono do apartamento!

FROHIKE: - Scully, eu faço companhia pra ele, mas há algumas condições: Nada de ‘papinhas’ na boca, não vou trocar as fraldas e ele vai dormir cedo.

MULDER: - Droga, Scully, eu não acredito que vai me deixar com esses dois! Eles não vão cuidar de mim como você cuida!


12:31 A.M.

[Som: Glenn Miller - Pennsylvania 6-5000]

No quarto, Mulder pega um binóculo. Aproxima-se da janela, com a cadeira de rodas. Observa a vizinhança. Scully fecha a porta. Está bêbada.

SCULLY: - (ENROLANDO A LÍNGUA) Eu gosto dos seus amiguinhos... Eles são divertidinhos...

MULDER: - ...

SCULLY: - Hum... Mulder, acho que tô tontinha...

MULDER: - Você não iria acreditar no que o Músico está fazendo!

Scully olha-o com desejo. Morde os lábios. Mulder não percebe, continua olhando pelo binóculo.

SCULLY: - ... Mulder? Eu sou uma menininha má.

MULDER: - ... Eu sabia, Scully. Desconfiava disso...

SCULLY: - De que eu era uma menininha má?

MULDER: - Estou falando do Músico.

SCULLY: - Hum... Que peninha!

Scully aproxima-se dele, completamente bêbada, tropeçando nos pés. Senta-se sobre Mulder. Mulder desvia a cabeça, enquanto tenta olhar pelo binóculo. Scully começa a chupar o pescoço dele. Mulder continua observando os vizinhos.

MULDER: - Scully, pára com isso!

Scully enfia a língua no ouvido de Mulder. Morde sua orelha. Mulder fica nervoso.

MULDER: - Scully, por favor, eu estou imobilizado aqui!

SCULLY: - Tadinho... (LAMBENDO O ROSTO DELE)

MULDER: - Vai abusar de um doente?

SCULLY: - Você tá doentinho, é? Ah, pobrezinho! Vou cuidar de você. Vou te dar um remedinho...

MULDER: - (INCRÉDULO) Scully, você está bêbada!

SCULLY: - Hum... (RINDO) Só um pouquinho...

MULDER: - Scully, sua mãe não te disse que esse negócio de bêbado e virgem não tem meio termo? É como aquela velha desculpa “só vou botar a cabecinha”... Besteira, aquilo não tem ombros!

Scully levanta a camiseta dele, num sorriso sacana.

SCULLY: - Tira isso, vai.

MULDER: - Se não percebeu, estou ocupado, observando os vizinhos.

Scully tira o binóculo das mãos dele. Mulder olha pra ela. Ela ri. Mulder tira a camiseta. Scully devolve o binóculo. Mulder continua a olhar pela janela. Scully tira a blusa. Lambe o peito dele, mordisca os mamilos. Mulder continua a olhar pelo binóculo, tentando se distrair. Scully sai de cima dele.

MULDER: - O Atleta saiu com uma morena...

Scully ajoelha-se. Beija a barriga de Mulder. Começa a desatar a cordinha do calção de Mulder com os dentes.

MULDER: - E o pior de tudo é que a morena é filha do Português, que mora no andar de baixo... (PÂNICO) Scully, o que está fazendo?

SCULLY: - ... “Coisinhas”.

MULDER: - Scully, o andar térreo está interditado. Por favor retorne urgentemente à cobertura.

Scully levanta-se e senta-se sobre Mulder. Mulder olha pra ela surpreso. Scully coloca a língua na boca dele e dá um beijo daqueles de tirar o fôlego. Morde os lábios de Mulder, os puxando delicadamente com os dentes. Envolve suas mãos nos cabelos de Mulder.

MULDER: - Ok, Scully... Quando você bebe... Eu fico com medo... Do que pode acontecer... Se sóbria você me convida pra transar e me atira pela janela... Imagine bêbada!

SCULLY: - Tá com medinho? Hum, pobrezinho, tá com medinho... Não vou te machucar. Só quero brincar de médica com você...

MULDER: - (SACANA) Scully, eu sou um cafajeste, sabia? E você está bêbada... E reza o provérbio que certas coisas de bêbado não tem dono...

SCULLY: - (RINDO) Oh! Coitadinha de mim...

Mulder larga o binóculo no chão. Agarra Scully pela cintura. Beija os seios dela. Scully coloca os braços ao redor do pescoço dele, puxando-o contra seu corpo.

SCULLY: - Você é um menininho muito malvadinho... Ai!!

MULDER: - Scully, não me provoca com esses seus diminutivos... Estou ficando ‘nervoso’... Minha pressão tá subindo...

SCULLY: - Hum, tá nervosinho, é?

Mulder passa as mãos pelas costas de Scully. Beija-a na boca, enquanto tira o sutiã dela. Mordisca os mamilos. Desce as mãos pelas costas de Scully, até agarrá-la pelo bumbum.

SCULLY: - Nossa! Que mãozinhas grandinhas que você tem...

MULDER: - Tenho outras coisas ‘grandinhas’ também...

Scully desce as mãos até o calção dele.

MULDER: - (ASSUSTADO) Scully, vai com calma, por favor...

SCULLY: - Fica quietinho, fica... (RINDO) Hum, o que tem pra mim aqui? Hein? Hum?

MULDER: - (ASSUSTADO) Scully??? É você mesmo ou é um clone pervertido?

SCULLY: - (RINDO) Hum... Sabia que quem mexe no “balaio” quer banana?

MULDER: - (EMPOLGADO) Sabe o que me deixa maluco? É que nunca sei quando você vai incorporar a Madonna ou a Madre Teresa...

SCULLY: - Hum...

MULDER: - Scully, não faz assim... (RECLINA A CABEÇA/ FECHA OS OLHOS) Ah, Scully...

SCULLY: - (O SACUDINDO PELOS OMBROS) Me exorciza, vai! Sem perdão! Me exorciza, seu menininho levado, pervertido!

MULDER: - (PÂNICO) Mas eu estou quebrado!

SCULLY: - Tadinho! (RINDO SACANA) Deixa que eu te ajudo...

Scully se ajoelha entre as pernas de Mulder. Mulder olha pra baixo.

MULDER: - (PÂNICO) Scully... Não, Scully... O que você está fazendo? ... Ah, meu deus, mulher! Sorte sua que estou nessa cadeira... Scully! Au!!! Isso dói!!!!!!!!!


3:41 A.M.

Luz do abajur acesa. Mulder arrasta-se da cama pra cadeira de rodas. Vai pra frente da janela. Pega o binóculo. Observa uma mudança chegando. Luzes num apartamento, onde um homem indica o local dos móveis aos carregadores. Scully está dormindo. Mulder continua a observar o vizinho. Os carregadores saem do apartamento. O vizinho fecha a porta. Desliga as luzes, deixando apenas um abajur ligado. Vai para o quarto.

MULDER: - Oba, maluco novo na vizinhança!

O vizinho volta pra sala. Lentamente seu rosto vai se transformando. E o semblante de Mulder também. O vizinho transforma-se num ET acinzentado. Mulder larga o binóculo no chão e fica olhando catatônico pra janela.


BLOCO 2:

[Som: OMC – How Bizarre]

Mulder ao lado da cama, tenta acordar Scully, sacudindo-a pelo ombro.

MULDER: - Scully, você tem que ver isso.

SCULLY: - (SONOLENTA) Ver o quê? Que horas são? Onde estou? Quem é você?

MULDER: - (IRRITADO) Sou seu amiguinho do FBI e seu amante aleijado! Acorda!

Scully senta-se na cama. Põe as mãos sobre a cabeça. Olha pra ele, sonolenta e com ressaca.

SCULLY: - Ai, minha cabeça tá doendo! É você, Mulder?

MULDER: - (ENCIUMADO) E quem mais seria?

SCULLY: - O que aconteceu? Por que não está dormindo?

MULDER: - Vá até a janela, vai ter uma surpresa. Verá com seus próprios olhos.

SCULLY: - Ver o quê?

MULDER: - Levanta daí, mulher!

Scully se levanta. Vai até a janela. Mulder entrega o binóculo pra ela.

MULDER: - Veja o apartamento que está na penumbra.

Scully olha pelo binóculo.

SCULLY: - Não há nenhuma luz acesa.

Mulder tira o binóculo das mãos dela e olha novamente. As luzes estão apagadas.

MULDER: - Droga!

SCULLY: - O que está havendo por aqui, Mulder? Por que está olhando os vizinhos numa hora dessas?

MULDER: - Eu vi, Scully! Tem um ET no edifício da frente!

SCULLY: - Ahn? Mulder, você teve um daqueles pesadelos!

MULDER: - Eu vi, Scully, era bem real. Um enorme cara acinzentado, com olhos negros grandes e uma cabeça maior ainda!

SCULLY: - (INDIGNADA) Mulder, preciso viajar esta manhã e você me acorda pra dizer uma besteira dessas?

Scully fecha a cortina.

SCULLY: - Chega, Mulder, vá já pra cama!

MULDER: - Por que você nunca acredita em mim?

SCULLY: - Tá bom, acredito que viu alguma coisa, mas não significa que viu um ET. Mulder, está tomando sedativos fortes, é completamente normal que tenha esse tipo de alucinação e... (CAI EM SI) E o que eu estou fazendo no seu apartamento? Eu deveria estar no meu, arrumando minhas malas... Ai, minha cabeça tá doendo!

MULDER: - (INDIGNADO) Claro que está! Você bebeu a noite toda com o Lobo Mau e a Vovozinha e quando eles foram embora você me molestou sexualmente!!!

SCULLY: - (INCRÉDULA) Eu bebi? Molestei você? Está louco?

MULDER: - Não se lembra?

SCULLY: - ... Não.

MULDER: - (SORRINDO DEBOCHADO) Ainda bem que não se lembra!

SCULLY: - (INTRIGADA) O que quer dizer com isso, Mulder?

MULDER: - Nada. Absolutamente nada.

SCULLY: - (NERVOSA) Mulder, o que eu fiz? Pelo amor de Deus me fala!

MULDER: - (DEBOCHADO) ... “Coisinhas”...

SCULLY: - Coisinhas? Que coisinhas?

MULDER: - Coisinhas. Nós fizemos muitas coisinhas juntos. Adorei fazer coisinhas. Aliás, eu nem fiz nada, você fez tudo sozinha...

SCULLY: - (IRRITADA) Mulder odeio quando fica debochando da minha cara e eu nem sei do que está falando! Me diga o que aconteceu!

MULDER: - Bem, digamos que você sente uma tara incontrolável por homens em cadeiras de rodas...

SCULLY: - Ah, meu Deus! Mulder eu... Eu não fiz isso!

MULDER: - (DEBOCHADO) Fez... Fez isso e mais aquilo.

Scully fica corada.

SCULLY: - (FURIOSA) Acho melhor ir dormir. E não me fale mais nada!!!

MULDER: - (RINDO) Não quer saber em detalhes?

SCULLY: - Não!

MULDER: - Tá bom... Digamos que a partir de hoje tenho um novo apelido pra você.

SCULLY: - Que apelido, Mulder?

MULDER: - (SACANA) Que tal Garganta Profunda???

Scully arregala os olhos e deita-se, envergonhada. Mulder volta pra janela. Espia pela cortina. As luzes do apartamento do alienígena estão apagadas. Mulder volta pra cama. Deita-se com dificuldades. Scully fica de costas pra ele.

MULDER: - Scully...

SCULLY: - Não fale comigo, Mulder! Você se aproveitou da oportunidade!

MULDER: - Claro que me aproveitei.

Scully vira-se pra Mulder, incrédula.

MULDER: - Não sou nenhum idiota pra não aproveitar.

SCULLY: - Canalha!

MULDER: - Scully, pra dizer a verdade, quem se aproveitou foi você! Eu estou desse jeito, indefeso...

SCULLY: - Não se faça de vítima, Mulder!

MULDER: - Nossa, por que esse drama todo, Scully? Se fosse há anos atrás, teria motivo até pra me bater! Mas agora? Já fizemos tantas ‘coisinhas’ juntos que não sei qual o motivo da vergonha...

SCULLY: - ...

MULDER: - (DEBOCHADO) Foi bom, muito bom.

SCULLY: - ... Foi?

MULDER: - Pelo menos você gritava loucamente como sempre faz. Entendo que isso é sinal de que está gostando.

SCULLY: - (SORRI ENCABULADA) ...

MULDER: - Boa noite, Scully.

Scully deita a cabeça no ombro de Mulder. Passa seus dedos nos pelos do peito dele, brincando com eles.

MULDER: - A verdade está no edifício em frente, bem pertinho, debaixo do meu nariz. E eu estava procurando tão longe!

SCULLY: - Tem certeza do que viu?

MULDER: - Absoluta.

SCULLY: - (CURIOSA) Mulder, eu bebi muito?

MULDER: - Ah, bebeu. Estava falando em uma língua estranha, cheia de diminutivos... Scully, você bêbada é muito excitante. Você fica outra pessoa, sabia?

SCULLY: - Mais?

MULDER: - (PROVOCANDO BRIGA) Muito mais. Você fica irracional, sabia? Acredita até em homenzinhos do espaço.

SCULLY: - (CURIOSA) ... Sério?

MULDER: - Pelo menos foi o que entendi por (IMITANDO A VOZ DELA, DEBOCHADO) ‘Assim, Mulder! Oh, meu deus, Mulder, estou chegando na Lua!’

Scully se irrita. Vira-se de costas pra ele. Mulder ri.

SCULLY: - Boa-noite, Mulder!

Mulder apaga o abajur. Acende novamente. Olha pra ela.

MULDER: - Scully, me responda uma coisa.

SCULLY: - O que é, Mulder?

MULDER: - Por que você se escandalizou com isso?

SCULLY: - Terminou o assunto, Mulder. Preciso dormir. Apaga essa luz!

MULDER: - (SÉRIO) Eu quero conversar sobre isso. Preciso entender por que às vezes você fica puritana...

Scully vira-se pra Mulder.

SCULLY: - (INCRÉDULA) Puritana?

MULDER: - É, puritana. Você um dia está louca, cheia de fantasias na cabeça. Outros dias fica completamente ofendida quando eu falo bobagens no seu ouvido. Afinal de contas, quero saber quem está dormindo na minha cama! Eu não sei como agir com você! Primeiro me acusa de ser ‘nada criativo’. Quando eu sou, me chama de tarado. Quero entender, Scully.

Scully vira-se de costas pra Mulder.

MULDER: - (DEBOCHADO) Então, tem uma resposta ou é um Arquivo X que preciso investigar?

SCULLY: - Quer saber mesmo? Você às vezes me deixa irritada! Então eu te deixo de castigo.

MULDER: - (INCRÉDULO) Ah, é assim?

SCULLY: - É.

MULDER: - Tá bom, pelo menos obtive uma resposta para o enigma.

SCULLY: - ...

MULDER: - Scully?

SCULLY: - O que é, Mulder? Não vê que quero dormir?

MULDER: - Você nunca me falou do que mais gosta.

SCULLY: - Sobre o quê está falando?

MULDER: - Sexo.

Scully levanta-se da cama.

SCULLY: - (NERVOSA) Mulder, tivemos uma amizade que se transformou em algo mais. Mas isso não significa que eu não sinta vergonha de falar certos assuntos com você! Me dá um tempo, tá? Já acho que fui ousada demais pra tão pouco tempo de intimidade física!

MULDER: - (DEBOCHADO) Tudo bem, Scully. Não precisa falar. Apenas me mostre.

Scully sai do quarto batendo a porta.

MULDER: - Scully! Volta aqui, eu prometo que vou ficar quietinho!

SCULLY: - ...

MULDER: - (FINGINDO) Scully! Ai, Scully, minha perna tá doendo! Se não fosse por você, eu não estaria aqui sofrendo!

Scully entra no quarto, com uma panela nas mãos.

SCULLY: - Onde dói, Mulder?

MULDER: - (PÂNICO) O que é isso?

SCULLY: - Método pré-histórico de anestesia local.

Mulder fica emburrado. Afofa o travesseiro e se deita.

MULDER: - Boa noite, Scully!

Scully solta a panela no chão. Volta pra cama. Mulder desliga o abajur.

MULDER: - Desculpe, Scully.

SCULLY: - ...

MULDER: - Sabe de uma coisa? Nós dois temos um parafuso a menos na cabeça. Somos altamente influenciados pela lua. Essa é a verdade.

SCULLY: - ...

Mulder acende a luz do abajur. Scully suspira. Está de costas pra ele.

SCULLY: - Ah, eu não acredito, Mulder! Eu tenho que acordar cedo! O que foi agora?

Mulder aproxima-se dela. Beija-lhe o rosto.

MULDER: - Eu te amo.

Mulder deita-se e apaga a luz. Está completamente escuro.

SCULLY: - ...

MULDER: - ...

SCULLY: - Mulder?

MULDER: - O que é Scully?

SCULLY: - (RINDO) Te peguei.

MULDER: - Como assim?

SCULLY: - Ainda não percebeu que eu gosto de brigar com você? Gosto de ver sua carinha emburrada, de cachorrinho pidão, indefeso... Eu gosto de dominar, Mulder.

MULDER: - Tenho uma má notícia pra você, Scully. Na minha cama quem manda sou eu.

SCULLY: - ... Acho que mudei de opinião rapidamente...

MULDER: - Ai, Scully, minha perna!

SCULLY: - Desculpe, Mulder...

MULDER: - ...

SCULLY: - ...

MULDER: - ...

SCULLY: - ... Mulder, o que pensa que está fazendo?

MULDER: - ... Coisinhas...

SCULLY: - ...

MULDER: - ...

SCULLY: - (RINDO) Mulder saia já daí! Preciso dormir, Mulder!

MULDER: - ...

SCULLY: - Ah, Mulder... Por favor... Vai amanhecer logo e... Hum, Mulder... Estou gostando disso.

MULDER: - É? E disso?

SCULLY: - ... Não fala, Mulder. Não fala nada. Fica bem quietinho!


9:26 A.M.

Mulder acorda. Vê Frohike sentado na cama olhando pra ele, com uma caneca na mão, lenço no cabelo. Mulder dá um pulo, sentando-se na cama.

MULDER: - Argh, que horror acordar com essa sua cara feia olhando pra mim! Qual é, hein? É daquele tipo de biruta que tem prazer em olhar os outros dormindo?

FROHIKE: - Seu café, ‘madame’.

Mulder pega a caneca.

MULDER: - Onde está a Scully?

FROHIKE: - A adorável e sexy agente Scully foi para Nevada. Isso  significa que vou ter que aturar sua cara por dois dias! Estou fazendo um favor pra ela, não pra você.

Mulder entrega a caneca pra Frohike. Arrasta-se sobre a cama e senta-se na cadeira de rodas. Frohike levanta-se.

MULDER: - Droga, não sei por que minha perna tá doendo!

Mulder vai até a janela, na cadeira de rodas. Pega o binóculo do chão.

MULDER: - Frohike, abra a cortina.

FROHIKE: - Ouvi a palavra mágica?

MULDER: - (DEBOCHADO) Por favor, titia!

Frohike abre a cortina.

FROHIKE: - De todas as suas taras essa é a mais bizarra. Desde quando virou voyeur?

MULDER: - Você não vai acreditar, mas tenho um vizinho extraterrestre.

Frohike arruma os óculos e o encara.

FROHIKE: - Mulder, leu a bula do remédio para saber os efeitos colaterais?

MULDER: - É sério, Frohike. Tem um ET naquele apartamento ali.

Frohike olha pela janela.

FROHIKE: - Qual deles?

MULDER: - Aquele em cima do que está com uma bicicleta na varanda. Ele se mudou ontem à noite.

FROHIKE: - E por isso significa que é um alienígena?

MULDER: - Não, eu vi! Ele se transformou em um, bem na minha cara.

Frohike puxa uma poltrona. Senta-se ao lado de Mulder. Os dois observam a janela.

FROHIKE: - Tem outro binóculo?

MULDER: - Não.

FROHIKE: - Que tal dar um passeio por aí?


11:27 A.M.

[Som: Glenn Miller - Pennsylvania 6-5000]

Frohike sai de uma loja, empurrando Mulder na cadeira de rodas. Mulder segura um monte de tralhas no colo, incluindo um telescópio desmontado.

MULDER: - Agora temos um bom equipamento de observação.

FROHIKE: - Pedi ao Langly pra levar minha câmera com lentes especiais e algumas pizzas. Não dormiremos hoje à noite.

Eles passam na frente de uma joalheria.

MULDER: - Pára!

Frohike pára, assustado.

FROHIKE: - O que aconteceu?

MULDER: - Tive uma ideia. Vou aproveitar que estou de férias pra fazer isso.


6:44 P.M.

Mulder, observa a janela. Está com um brinco de argolinha na orelha. Frohike, sentado na poltrona, olha pra ele.

FROHIKE: - Você realmente tá estranho.

MULDER: - Eu sempre quis usar um destes. Eu já usava um na faculdade, mas depois que entrei pro FBI precisei mudar alguns hábitos...

FROHIKE: - Vai deixar o cabelo crescer também?

MULDER: - Não, eu não combino com cabelos compridos... Fico parecendo aqueles astros de filmes pornô... É isso! Eu acho que escolhi a carreira errada.

FROHIKE: - Mulder, já pensou que está na famosa crise dos 40 anos e quer bancar um garotinho? Tenha senso do ridículo! Eu já passei por isso.

MULDER: - Já passou? Você ainda está em crise! E esse rabinho de cavalo? Vai ter moral pra falar do meu brinco? Você também usava um!

FROHIKE: - Quando a Scully ver isso...

Langly entra no quarto carregando um tripé e um telescópio. Olha pra Mulder.

LANGLY: - Uau, ficou muito maneiro.

MULDER: - Gostou?

LANGLY: - Ficou legal. E aí, qual é o espetáculo da noite? Vocês estão observando as vizinhas se despirem na frente das janelas?

MULDER: - Não, estamos esperando um ET.

LANGLY: - Não foi uma boa piada.

MULDER: - Por que não é uma piada. Há um ET morando aí na frente.

Langly monta o telescópio na frente da janela, enquanto dança.

FROHIKE: - Alguém quer pizza?

MULDER: - Frohike, preciso de uma cerveja. Não fala nada pra Scully.

FROHIKE: - Hoje tudo é liberado.

Frohike pega o telefone.

FROHIKE: - Pizza de quê?

MULDER: - Qualquer grude que mate a fome.


BLOCO 3:

7:48 P.M.

[Som: KC & The Sunshine Band – Shake Your Booty]

Os três sentados na frente da janela, com a luz do abajur acesa. Embalagens de pizza, salgadinhos, doces e latas de cerveja espalhadas pelo quarto junto com revistas pornôs. Mulder e Frohike observam de binóculo. Langly olha pelo telescópio, enquanto come um pacote de jujubas.

FROHIKE: - Nada no perímetro.

LANGLY: - Esquerda, apartamento com a luz acesa, vaso de flores na varanda. Mulher loira e gostosa tirando a roupa.

Mulder e Frohike viram o binóculo para a esquerda.

FROHIKE: - Nossa!!! Que faróis!!!!!

MULDER: - Ah, eu já vi isso. É reprise de ‘Peitowatch’. Acontece toda a Quinta-feira. É silicone.

LANGLY: - Não é não. Está balançando...

FROHIKE: - Claro que é silicone! Ninguém tem peitos assim naturalmente...

LANGLY: - Não é silicone. Note bem que não tem voltinhas em cima...

MULDER: - ... Tem razão... Não tem voltinhas como alguma coisa empurrada pra cima... Não é silicone... Uh!!!!!

FROHIKE: - Ei, direita, quarto andar. Festinha de adolescentes.

MULDER: - Eu desconfiei que aconteceria alguma coisa quando a velha saiu cedo com uma mala...

LANGLY: - Adorava quando minha mãe ia viajar com o velho... Puxa, cada coisa acontecia naquela casa... Ninguém via ninguém por ali, era uma fumaceira desgraçada...

Mulder larga o binóculo e olha pra Langly. Langly olha pra ele.

LANGLY: - Não é o que está pensando. Mulheres a gente identificava.

MULDER: - Imagino. A regra era: O que não tem peito não se agarra...

FROHIKE: - Nunca topou com um travesti?

LANGLY: - Não haviam muitos naquela época. Eram mais reprimidos...

FROHIKE: - Virem pra direita, terceiro andar, janela do quarto!!!!!!!

LANGLY: - Uau!

MULDER: - Eu não disse que isso era melhor que televisão? Yhaaaaa!!!!! Vai amorzinho, mexe mais um pouquinho... Uh!!!!

LANGLY: - A coisa tá fervendo por lá!

FROHIKE: - Quem faz sexo em Washington com as janelas abertas?

MULDER: - Devem ter vindo de Nova Iorque, onde essas coisas são normais...

LANGLY: - (BOQUIABERTO) Aquilo ali é posição do Kama Sutra?


9:31 P.M.

Os três continuam olhando pra direita com os equipamentos de observação.

MULDER: - ... Minha nossa! O cara é bom...

FROHIKE: - Estou até com inveja!

MULDER: - Eu já estou até cansado!

FROHIKE: - Como ele consegue ficar tanto tempo fazendo isso?

MULDER: - ... Cronometrou?

LANGLY: - (OLHA NO RELÓGIO) Cinqüenta minutos. Sem intervalos comerciais...

MULDER: - E o Oscar vai para... O Peladão do terceiro andar!

Eles assoviam e aplaudem.

FROHIKE: - Ei, Mulder. Acho que o suspeito chegou.

MULDER: - Peito, aonde?

LANGLY: - Suspeito!

FROHIKE: - Seu Grey está chegando. Hora de trabalhar.

Corta para a imagem do apartamento do vizinho alienígena. Ele entra na sala, tira o paletó e joga-o. Vai pra cozinha.

LANGLY: - Não me parece um ET...

MULDER: - Observe, observe...


10:38 P.M.

Os três continuam olhando pela janela.

LANGLY: - Alguém quer outra cerveja?

MULDER: - Eu quero.

Langly sai do quarto.

FROHIKE: - Desde quando tem um quarto, Mulder?

MULDER: - Era um depósito, mas um bisbilhoteiro chamado Morris Fletcher teve que arrumar tudo por aqui. Mas pelo menos me deixou um bom aparelho de som, tapetes, quadros... Tudo de graça.

FROHIKE: - Nada. Até agora seu ET jantou, foi pro banheiro, assistiu o noticiário. E agora está vendo um filme.

MULDER: - Não acredito! Frohike, você tem que ver essa!

Frohike pega o binóculo e olha pro apartamento do ET. Ele está sentado na frente da televisão. Langly entra com duas cervejas.

FROHIKE: - Não acredita no quê? O cara ainda está lá, catatônico...

MULDER: - Não é isso. Olha pro apartamento do Peladão...

Langly larga as cervejas e pega o telescópio.

LANGLY: - Meu Deus... O que esse cara toma? Eu quero um pouco!

FROHIKE: - Duas? De onde saiu aquela outra?

MULDER: - Eu não sei, mas isso aqui tá ficando divertido. Yhaaaaa!!!!!! Dá-lhe garoto!!!!!

Mulder solta o binóculo. Empurra a cadeira de rodas até o telefone.

FROHIKE: - O que vai fazer?

MULDER: - Peguem o catálogo na sala. Vamos incomodar aquele sortudo desgraçado. Já estou ficando com raiva! Quem ele pensa que é? O Superman?

LANGLY: - Talvez seja.

MULDER: - Pois vamos atirar kriptonita nele pra acabar com a festa.

FROHIKE: - Eu não acredito! Deixem o cara se divertir!

MULDER: - Não mesmo. Eu não posso, ele não pode.

LANGLY: - Uns com tantas, outros sem nada... é a vida.

FROHIKE: - Vocês são dois invejosos. Nunca transaram com duas mulheres?

Mulder e Langly olham surpresos pra Frohike.

MULDER: - (RINDO) Ah, não, me conta outra. Você tá mentindo.

LANGLY: - Você? Frohike, eu não acredito!

MULDER: - Vai, pode contar.

FROHIKE: - Não vou contar minha vida sexual pra dois tarados como vocês!

LANGLY: - Quem diria!

MULDER: - Eu sabia que esse baixinho não era fácil...

LANGLY: - Vai, Frohike. Ajoelhou tem que rezar.

MULDER: - Conta aí, vai! Qual é o problema? Só estamos nós aqui, três amigos, bebendo cerveja, comendo pizza e xeretando a vida dos outros.


11:11 P.M.

Mulder come um pedaço de pizza. Frohike olha incrédulo pra ele. Langly, bebe cerveja.

FROHIKE: - Ela fazia isso?

MULDER: - Ela não era uma mulher. Era um furacão. Pelo amor de Deus, não contem isso pra Scully ou vão me ferrar!

LANGLY: - Segredo de homem. Então a Diana Fowley gostava de...

MULDER: - É. Gostava.

LANGLY: - Nunca tentei? É bom?

MULDER: - É... é diferente. Mas na hora, tudo é diversão... Ou você consegue pensar racionalmente quando está fazendo isso? Eu não consigo!

Frohike começa a rir.

FROHIKE: - Mulheres... Minha ex- esposa dizia que...

MULDER: - (SURPRESO) Ex-esposa?

LANGLY: - Cara, você já foi casado?

FROHIKE: - E daí? Todo mundo tem direito de errar uma vez na vida.

MULDER: - Hum... Isso aqui tá virando um capítulo de “Diário Íntimo”... Os segredos que nunca descobririam sobre nós.

FROHIKE: - Por falar nisso, não tem escutas na sua casa?

MULDER: - Sabe que não me preocupo mais com isso? Se tiver, aposto que os velhos tarados do Sindicato devem estar se fartando!!!

Mulder pega o binóculo. Olha pela janela.

MULDER: - Ele está na TV ainda.


11:53 P.M.

Os três ainda bisbilhotando pela janela, enquanto conversam.

LANGLY: - Acho que todo o homem gosta disso. Acho sexy duas mulheres juntas...

MULDER: - Acho perigoso. E se elas resolvem fazer a festa sozinhas porque você não acompanha o ritmo?

O telefone toca. Mulder atende.

SCULLY (OFF): - Mulder?

MULDER: - (PÂNICO) Scully?

SCULLY (OFF): - Que música é essa?

MULDER: - Música? Ah, é o vizinho. Onde está?

SCULLY (OFF): - Num necrotério, olhando pra um cadáver, cansada e tentando criar coragem pra fazer uma autópsia. E você? O que está fazendo?

MULDER: - E-eu? Hum, nada de interessante.

Langly começa a rir.

SCULLY (OFF): - (DESCONFIADA) Impressão minha ou tem alguém rindo?

MULDER: - Claro que não, Scully. Os rapazes estão aqui comigo, estamos jogando ‘Pokémongo’ no computador e jantando suco de laranja e sanduíche de pão integral. E muitos legumes e frutas, só vitaminas como você ordenou.

Langly tropeça nas embalagens de pizza.

SCULLY (OFF): - Mulder, eu não acredito em você. Aposto que deve estar na janela, com um binóculo, procurando extraterrestres!

MULDER: - Estou com saudade...

Langly e Frohike olham pra Mulder, debochados.

SCULLY (OFF): - Mulder, infelizmente vou me atrasar. Há um caso de assassinato por aqui e a polícia está confusa. Talvez eu só volte em três dias!

MULDER: - Eu supero isso, Scully. Há alguma coisa estranha por aí?

SCULLY (OFF): - Não, Mulder. Já temos pistas do assassino. Vamos divulgar um retrato falado. Mulder, já tomou seu remédio?

MULDER: - Já, Scully. Minha perna tá doendo, estou triste, tá tudo sem graça por aqui.

SCULLY (OFF): - Mulder, vou fazer o possível pra voltar logo. Descanse. Não quero que fique até tarde acordado. O Frohike levou a TV?

MULDER: - É, ele trouxe. Estamos assistindo ‘filmes’.

SCULLY (OFF): - Cuide-se, Mulder.

MULDER: - Você também, Scully.

Mulder desliga. Frohike olha pra ele.

FROHIKE: - Você é o pior mentiroso que já vi na vida! Aposto que esse seu lado negro ela não deve conhecer.

MULDER: - Aposto que você não deve nem desconfiar do lado negro dela!

LANGLY: - A Scully tem um lado negro?

MULDER: - Vou dizer uma coisa pra vocês dois. Não tenho o hábito de falar sobre a atual. Sobre as outras não tem problema.

LANGLY: - E por que não fala da atual?

MULDER: - Porque eu não costumo fazer propaganda. Não quero vender o produto. É minha propriedade.

Langly olha pra Frohike.

LANGLY: - Ela é quente!

FROHIKE: - Aposto que é. E aposto que ela tem a ver com essa perna quebrada.

LANGLY: - Mulder, só dá uma pista. Como você caiu de uma janela? Você não é tão burro pra fazer isso!

MULDER: - Eu não disse que não costumo pensar em mais nada quando estou ‘ocupado’? Não percebi que a janela estava aberta.

Langly e Frohike olham pra Mulder.

FROHIKE: - Ela é quente! Realmente é muito quente!


1:32 P.M.

Langly boceja. Frohike está de olhos fechados. Mulder olha pelo binóculo.

MULDER: - Ele saiu do sofá!

Frohike pega o binóculo. Langly ajeita o telescópio. O vizinho desliga a TV. Vai pro quarto. Acende o abajur. Tira a camisa.

FROHIKE: - Ah, por favor, eu não quero ver strip-tease de homem!

MULDER: - Não é um homem. É um ET.

FROHIKE: - Pior ainda! Já imaginou como deve ser...

MULDER: - Eles tem uma forma diferente.

LANGLY: - (CURIOSO) Como sabe disso?

MULDER: - Eu não sei. Os ufólogos é quem afirmam que algumas espécies tem órgãos sexuais diferente dos nossos. Com exceção dos greys.

FROHIKE: - E ele não é um grey?

MULDER: - Ele é cinza, mas é alto demais pra ser um grey. É dos acinzentados grandes, geralmente eles são inofensivos.

FROHIKE: - E por que estaria morando aqui em Washington?

MULDER: - Olha, acreditem em mim, mas já ouvi relatos de ETs jogadores de beisebol. ETs executivos são besteira!

O ET caminha até a cama. Seu rosto se transforma. Frohike solta o binóculo no chão. Langly olha pra Mulder. Mulder larga o binóculo sobre as pernas. Langly e Frohike ficam catatônicos, de boca aberta.

MULDER: - Eu não disse? Acostumem-se. O primeiro ET a gente nunca esquece.


1:47 A.M.

Langly e Frohike continuam assustados.

LANGLY: - Você viu aquilo, cara?

FROHIKE: - ... E eu pensava que era feio... Aquele ali ganha de mim!

MULDER: - Então, acreditam agora?

FROHIKE: - Precisamos descobrir quem é. Que nome está usando, onde trabalha, quais suas intenções.

Frohike pega o binóculo e continua olhando.

LANGLY: - Cara, eu tô com medo.

MULDER: - Relaxa, Langly. Ele não sabe que o estamos vendo.

FROHIKE: - (ASSUSTADO) Eu não contaria com isso.

O ET está na janela, olhando pra eles. Frohike levanta-se assustado e fecha a cortina.

FROHIKE: - E agora?

MULDER: - Deixem de ser maricas! Estou armado. Ele não vai entrar aqui.

FROHIKE: - E por acaso balas funcionam?

MULDER: - ... Langly, tenho um picador de gelo na gaveta dos talheres. Não é o ideal, mas pra garantir...


3:46 A.M.

Langly dorme atirado na cama. Mulder dorme na cadeira de rodas. Frohike com os olhos grudados na janela, observando o apartamento do ET. Nervoso. Muito nervoso. O telefone toca. Os três dão um pulo, assustados. Mulder vai até o telefone.

MULDER: - (PARANÓICO) Quem é?

BYERS (OFF): - Nossa, por que a preocupação?

MULDER: - (ALIVIADO) Ah, é você, Byers.

BYERS (OFF): - Posso falar com você um minuto?

MULDER: - Claro.

BYERS (OFF): - A Scully me pediu para verificar um endereço e achei que seria interessante falar sobre isso com você.

MULDER: - Endereço?

BYERS (OFF): - Sim, ela está em Nevada, investigando...

MULDER: - (IRRITADO) Eu sei onde ela está e o que está fazendo. Mas que endereço é esse que ela pediu pra você? Por que não pediu pra mim?

BYERS (OFF): - Ela acha que você está muito paranoico e isso poderia deixá-lo mais...

MULDER: - Que endereço?

Langly e Frohike olham pra Mulder.

BYERS (OFF): - Tem um cara envolvido no assassinato que ela está investigando. É o mandante do crime. E é seu vizinho.

Mulder larga o telefone sobre as pernas. Olha pra Langly e Byers.

MULDER: - (ASSUSTADO) Acho que o ET é assassino.

Mulder volta pro telefone.

MULDER: - Qual é o endereço? ... Espera aí. (OLHA PRA FROHIKE) Frohike, me dá um papel e uma caneta.

Frohike pega um papel e uma caneta. Langly corre pra janela e pega o binóculo. Observa o apartamento do ET que está escuro. Mulder anota o endereço e desliga o telefone.

FROHIKE: - Tem certeza de que é o ET?

MULDER: - E quem mais poderia ser?

LANGLY: - Ele está dormindo. Pelo menos as luzes estão apagadas.

MULDER: - Amigos, eu bem gostaria de xeretar aquele apartamento, mas como vêem eu não tenho condições físicas. Mas conheço alguém que sabe como fazer isso.

Langly e Mulder olham pra Frohike.

FROHIKE: - Ah, não, eu não vou! Não mesmo. Não com aquela coisa por lá.

MULDER: - Vamos esperar até amanhecer. Então quando ele sair pro trabalho...


9:02 A.M.

[Som: Glenn Miller - Pennsylvania 6-5000]

Frohike veste um colete. Põe o lenço na cabeça. Pega uma caixa de ferramentas.

FROHIKE: - Tá certo, sou o encanador.

MULDER: - Leva o meu celular. Se o ET aparecer, eu ligo pra você. E dê o fora de lá o mais rápido possível.

FROHIKE: - Pra quê celular? Estou levando um rádio.

MULDER: - Por via das dúvidas...

LANGLY: - Pegou as escutas? A câmera de vídeo?

FROHIKE: - Tudo ok.

MULDER: - Quer levar o picador de gelo?

FROHIKE: - Não. Se alguma coisa me acontecer quero que deem minhas coisas pra minha mãe.

Frohike sai do quarto. Langly vai com ele. Mulder volta pra janela. Ouve-se o barulho da porta do apartamento se fechando. Langly entra no quarto. Vai pra janela. Mulder e Langly observam o apartamento do ET.

LANGLY: - Tem certeza de que o ET saiu?

MULDER: - Absoluta. O vi descer com uma maleta nas mãos.

LANGLY: - O que esse ET faz com uma maleta?

MULDER: - Deve ser um “ET de negócios”...

LANGLY: - Não acha estranho? E se ele tiver uma bactéria alienígena naquela pasta e está tentando negociá-la com o governo?

Mulder olha pra Langly e faz cara de pânico.

MULDER: - E se ele tiver uma arma ali dentro? Precisamos entrar lá e pegar aquela maleta.

LANGLY: - Olha, o Frohike está subindo as escadas...

Corta para Frohike, que sobe a escada de incêndio até chegar na janela do ET. Frohike abre o vidro e entra. Pega o rádio.

FROHIKE: - “Cachinhos Dourados” chamando “Mamãe Ursa”...

MULDER (OFF): - “Mamãe Ursa” na escuta.

FROHIKE: - Estou dentro... É um apartamento bonito... Não há nada estranho por aqui.

Frohike caminha até a cozinha. Abre a geladeira.

FROHIKE: - Não vão acreditar... Esse cara só come sorvete de morango!

MULDER (OFF): - Olhe nos armários!

Frohike abre os armários.

FROHIKE: - Nada. Pelo menos já sabemos o que os alienígenas comem... Sorvete de morango...

Frohike sai da cozinha. Vai pro quarto. Olha pela janela. Acena pra Mulder e Langly.

FROHIKE: - Vou começar a colocar as escutas.


Corta para o apartamento de Mulder. Ele está na janela, espiando pelo telescópio. Langly entra no quarto, com uma tigela.

LANGLY: - Hum, encontrei isso na sua geladeira. É mousse de maracujá?

MULDER: - Se comer isso daí, tá ferrado! Acredite em mim!

LANGLY: - Tá bom...

MULDER: - Eu sei que tá bom... Me dá um pouquinho.

Langly senta-se ao lado dele. Os dois, cada um com uma colher começam a comer o mousse na tigela.

LANGLY: - Isso é bom... Como se faz?

MULDER: - Creme de leite, leite condensado e a mesma medida de suco...

LANGLY: - Sei fazer um gelado de coco e chocolate que você morre comendo.

MULDER: - E como faz isso?

LANGLY: - Seguinte. Pega uma lata de leite condensado e mistura com um pacote de coco ralado, no fogo médio. Quando estiver em ponto de doce, coloca num refratário. Reserva. Daí você mistura uma lata de creme de leite com bastante chocolate em pó. Leva ao fogo só pra desmanchar. Põe por cima da mistura do leite condensado e o coco. Leva ao congelador e... meu irmão, você come até estourar!

MULDER: - Anota isso pra mim... Eu me esqueço fácil...

LANGLY: - O que o Frohike tá fazendo?

MULDER: - Acho que colocando as escutas. Ele se abaixou, não o vejo.

FROHIKE (OFF): - Estou ouvindo vocês. Anotem essas receitas pra mim. Por acaso algum de vocês sabe fazer rocambole de chocolate?

LANGLY: - Hum, isso eu não sei. É mais complicado que abrir latinhas e usar o liquidificador...

MULDER: - Dá muito trabalho. Tem que enrolar a massa de pão-de-ló num pano molhado e... Mas que droga, por que estamos falando essas coisas?


BLOCO 4:

Apartamento de Mulder – 12:17 P.M.

Na cozinha, Frohike está no fogão, preparando alguma coisa. Mulder lê o jornal. Langly, sentado numa cadeira, espeta palitos numa batata fazendo perninhas nela.

FROHIKE: - Ok, eu sou o espião, o cozinheiro... Ninguém faz nada por aqui?

MULDER: - ... (ASSOVIA, DISFARÇANDO)

LANGLY: - ...

FROHIKE: - (INDIGNADO) O que está fazendo com as batatas?

LANGLY: - (SÉRIO) Bichinhos. Você coloca os palitos como se fossem perninhas e chifres. Não parece uma vaquinha?

FROHIKE: - Pelo amor de Deus, o hospício soltou os malucos todos e eles vieram parar aqui!

MULDER: - Ei, vê como fala com o meu amigo. Nós não somos malucos.

LANGLY: - Só um pouquinho retardados.

MULDER: - É. Ele tem razão. Mas bem pouquinho.

FROHIKE: - Da próxima vez que a Scully me pedir um favor eu vou dizer que não! Não sou babá de marmanjos! E tem outra coisa: a louça é com vocês dois!


6:11 P.M.

Mulder está na janela, comendo sementes de girassol, sem camisa, de cuecas, barba por fazer, com aquele brinco na orelha. Langly, com uma camiseta dos Ramones, calças jeans rasgadas, bebendo cerveja e cantarolando Surfing Bird, enquanto arruma os equipamentos sobre a cama. Frohike ajeita a bagunça, com uma vassoura nas mãos e um lenço na cabeça. Há um monitor sobre a cama, aparelhos de escuta, gravadores.

FROHIKE: - Se a Scully ver isso, vai ficar louca! Pizza, lata de cerveja, este quarto parece um chiqueiro. Vocês dois parecem porcos!

MULDER: - Frohike, tem certeza de que você e a Scully não são irmãos?

Frohike enche um enorme saco de lixo só com as embalagens atiradas no chão.

FROHIKE: - E se espalhar esses girassóis por aí, eu não vou limpar! Entenda-se com ela!

MULDER: - Sim, titia.

LANGLY: - (OLHANDO PRO MONITOR) Mulder, o ET está chegando.

Langly liga o gravador. Liga o vídeo cassete. Frohike larga a vassoura. Senta-se de frente pro monitor.

Corta para o ET entrando no apartamento. Ele acende as luzes e joga a pasta sobre o sofá.

Corta para o quarto de Mulder.

LANGLY: - Temos que pegar aquela pasta. Aposto que é a prova do crime.

MULDER: - Frohike, você poderia...

FROHIKE: - Não. Eu não vou entrar lá novamente. Ainda mais com aquele cara do espaço lá dentro!

Mulder observa pelo binóculo.

LANGLY: - Ô, Mulder, pode olhar pelo monitor. A imagem é melhor.

MULDER: - Prefiro a janela. Não confio em equipamentos eletrônicos... Langly, você poderia entrar lá e pegar aquela pasta.

LANGLY: - De que jeito?

MULDER: - Tenho uma ideia.

FROHIKE: - Ah, meu Deus, isso é um perigo! O Mulder teve uma ideia. Já senti o cheiro empestar por aqui...

MULDER: - Frohike, você poderia acionar o alarme de incêndio do prédio.

FROHIKE: - E acha que ele não sairia correndo com a maleta?

MULDER: - Droga, precisamos achar um jeito de tirá-lo de lá sem aquela maleta...


6:41 P.M.

Frohike bate na porta do ET, vestido com um terno preto, uma Bíblia debaixo do braço e com uma maleta na mão. O ET abre a porta.

FROHIKE: - Boa noite, senhor. Sou o Pastor Jonathan, da Igreja dos Irmãos do Apocalipse Universal. Gostaria de ter uma palavrinha com o senhor por um momento...

ET: - Não estou interessado.

FROHIKE: - Por favor, não vou vender-lhe nada. Só alguns minutinhos de seu precioso tempo, para trocarmos uma ideia a respeito de Deus...

Langly, pela escada de incêndio, entra no apartamento. Frohike o vê e puxa o ET pra fora do apartamento.

FROHIKE: - Não vou entrar, podemos conversar rapidinho aqui fora...

Langly caminha lentamente até o sofá. Pega a maleta e corre pra janela.

Corta para o quarto de Mulder, que os observa pelo binóculo.

MULDER: - Yes!

Frohike continua conversando, enquanto Langly desce a escada depressa, com a maleta. O ET desiste da conversa e fecha a porta na cara de Frohike. Frohike entra no elevador rapidamente.


6:59 P.M.

[Som: John Willians – Theme from Movie Jaws (Tubarão)]

Foco ao longe da maleta sobre a cama de Mulder.

Foco se aproxima rapidamente como se a câmera fosse atacar a maleta.

Corta para o rosto catatônico de Mulder, Frohike e Langly.

FROHIKE: - Quem vai abrir?

MULDER: - Parem de suspense! Isso aqui não é filme do Hitchcock!

Langly abre a maleta. Close no rosto dos três, que fazem uma cara de assustados.

FROHIKE: - Meu Deus!

MULDER: - Eu não acredito!

LANGLY: - Era isso o que ele tinha aí dentro?

Close na mala. Há um monte de folhetos, catálogos e peças publicitárias.

[A música cessa.]

FROHIKE: - O que esperavam? Que ele carregasse planos detalhados sobre a invasão do planeta?

MULDER: - Que droga! Fuck me, fuck me, fuck me!

LANGLY: - Mulder, precisamos gravar quando ele se transforma. É a prova de que precisamos.

Mulder revira os papéis na maleta. Acha uma carteira.

MULDER: - Olhem isso, nosso ET trabalha numa agência de publicidade!

LANGLY: - Sempre achei publicitários estranhos... Aposto que 90% deles são extraterrestres...

FROHIKE: - Isso devia ser a apresentação da campanha dele! Acho que ferramos o cara.

MULDER: - Tá com peninha? Vá devolver!

LANGLY: - Hum, ele tem talento. Gostei do slogan...

FROHIKE: - Não acham suspeito que seja uma campanha pra cigarros?

MULDER: - Morley?

FROHIKE: - Não confunda as coisas, Mulder.

Mulder continua revirando a carteira.

MULDER: - Bem, ele chama-se... (COMEÇA A RIR) Puxa, mas isso é brincadeira!

LANGLY: - Qual o nome do ET?

MULDER: - Charles Chaplin.

FROHIKE: - O que esperava? Qualquer imigrante ilegal nos Estados Unidos usa nome de personalidade do cinema!

MULDER: - Bem, o Charles Chaplin trabalha na Image Company, tem 28 anos, carteira de motorista, seguro social, cartões de crédito e até uma foto de mulher na carteira.

FROHIKE: - Deixa eu ver isso!

LANGLY: - O ET tem namorada. E é bonita.

MULDER: - Será que é uma deles?

FROHIKE: - Será que ela sabe quem ele é?

Mulder coloca a carteira na maleta. Fecha-a.

LANGLY: - Ele me parece um cidadão comum, exceto pelo fato de ser extraterrestre.

MULDER: - Não confie em ninguém, muito menos em extraterrestres. E agora, o que vamos fazer?

FROHIKE: - Esperar. Gravar a mutação dele. Vai ter uma boa prova, Mulder, sobre a existência de ETs nesse planeta.

LANGLY: - Mulder, não acha que é uma ideia imbecil? Por que os ETs sempre querem invadir a Terra? O que tem de bom por aqui? A Terra virou a casa da sogra da Galáxia?

MULDER: - Vão brincando com essas coisas...

FROHIKE: - Alguém quer pizza?


8:13 P.M.

Mulder observa pela janela. Frohike também. Langly observa pelo monitor. Os três  comem pizza.

FROHIKE: - Coitado do cara. Está desesperado atrás da pasta.

MULDER: - E se ele relacionar o desaparecimento da pasta com a gente?

O ET aproxima-se do telefone. Pega-o. O telefone de Mulder toca. Mulder faz uma cara de pânico.

MULDER: - (GRITA EM PÂNICO) Não atendam!

Frohike fecha as cortinas. Os três estão assustados.

MULDER: - Ele sabe que fomos nós!

LANGLY: - E agora?

O telefone continua a tocar. Eles observam o telefone assustados. O telefone toca repetidas vezes. Pára. Eles respiram aliviados. O celular de Mulder toca.

MULDER: - (PÂNICO) Ele descobriu o número do meu celular!

O celular continua tocando. Mulder aproxima-se da cômoda e atende.

MULDER: - (FURIOSO) Eu sei o que quer, mas está fora de cogitação! Sei quem você é e sei o que fez! Vai precisar me matar pra ter suas coisas de volta!

SCULLY (OFF): - (INCRÉDULA) Mulder? O que está acontecendo?

MULDER: - (SURPRESO) Scully?

Langly e Frohike respiram aliviados.

SCULLY (OFF): - (INDIGNADA) Onde estava? Tentei seu telefone, não atendeu! Tentei seu celular, estou preocupada com você, Mulder! O que está falando? Quem está querendo te matar?

MULDER: - Onde está?

SCULLY (OFF): - Estou no aeroporto. Vamos pegar o seu vizinho. As provas estão todas contra ele.

MULDER: - Como sabe que eu sei sobre o meu vizinho?

SCULLY (OFF): - Ora, Mulder, o Byers me contou. Ele não sabe guardar segredos!

MULDER: - Scully, você não pode entrar lá sozinha!

SCULLY (OFF): - Estou com apoio, Mulder.

MULDER: - Scully, ele é um ET!

SCULLY (OFF): - ET? Que história é essa, Mulder? Olha, assim que resolver esse caso, juro que vou levar você ao psicólogo! Sua paranoia está passando dos limites!

MULDER: - Scully, precisa acreditar em mim! Ele é um ET!

Scully desliga.

MULDER: - Droga!

LANGLY: - O que foi?

MULDER: - A Scully vai prender o cara. Ela não acredita em mim!

FROHIKE: - Precisamos fazer alguma coisa.

MULDER: - Queria estar fora dessa maldita cadeira!

FROHIKE: - Mulder, eu e o Langly vamos ficar no prédio do ET. Se algo acontecer, vamos entrar também. Você fica aqui, toma conta de tudo.

Langly e Frohike levantam-se. Mulder fica nervoso.

MULDER: - Não querem levar minha arma? Sei que isso não se empresta, mas é uma emergência!

FROHIKE: - Não, prefiro o picador de gelo.

MULDER: - Na nuca, não se esqueçam. Pelo menos com os outros funciona.

FROHIKE: - (PERPLEXO) E com esse?

MULDER: - Não sei.

FROHIKE: - (INDIGNADO) Mulder, como pode nos deixar lá com uma arma que nem sabe se funciona!

MULDER: - ... Pela nossa Scully....

Os dois saem do apartamento. Mulder pega o binóculo e fica observando o apartamento do ET. O ET sai do apartamento.

MULDER: - Mas que droga! Onde esse imbecil vai?

Mulder pega o rádio.

MULDER: - ‘Fox 1 para Águia 2’. Suspeito saindo do apartamento.

FROHIKE (OFF): - Vamos esperá-lo e atacá-lo.

MULDER: - Estão loucos? Isso é assunto do FBI!

FROHIKE (OFF): - Então melhor. Só vamos esperá-lo.


8:33 P.M.

[Som: John Willians – Theme from Movie Jaws (Tubarão)]

A porta do apartamento de Mulder abre-se por fora, revelando a sala.

Câmera foca aos poucos todos os lados da sala.

Câmera foca a porta do quarto.

Câmera de aproximação lenta em direção ao quarto.

Vemos a mala sobre a cama. Mulder de costas para a porta, observando pela janela com um binóculo.

Mulder abaixa o binóculo. O suor escorre de sua testa. Lentamente Mulder vira-se pra porta do quarto, assustado. Mulder arregala os olhos em desespero gritando.

[Cessa a música.]

Close nos pés de um homem parado na porta do quarto. O ângulo de câmera sobe, revelando que o homem é o ET.

ET: - Vejo que está com algo que me pertence.

Mulder aproxima-se da cômoda e pega a arma. Aponta pra ele.

MULDER: - O que quer aqui?

ET: - Não faça isso, amigo. Só quero minha maleta e vou embora.

MULDER: - Quais são suas intenções? Por que está aqui? Seus amiguinhos já estão preparando a invasão?

ET: - (SORRINDO) Meus amigos estão esperando o meu trabalho. Minhas intenções são comprar uma casa numa vizinhança menos tumultuada.

Mulder olha pra ele, desconfiado.

MULDER: - Não acredito em você!

O ET aproxima-se. Mulder engatilha a arma.

ET: - Acha que faria algo contra você? Não sou covarde pra atacar alguém num estado desses. Não tenho nada contra você. Nem te conheço!

MULDER: - ...

ET: - Sabe tanto sobre mim, vizinho. Eu deveria ter sido mais cuidadoso e fechar as janelas. Mas é que a visão do céu e o desejo de vê-lo, sempre são mais fortes... Eu... Eu só quero minha maleta. E essa fita que você gravou.

MULDER: - Por que quer isso?

ET: - Não quero me expor. Seria perigoso. Perderia as pessoas de quem eu gosto... Olha, passei muito sofrimento para chegar até onde estou. Não acabe com a minha carreira, minha reputação, meu noivado... Eu não quero o mal de ninguém, só quero viver minha vida. Vocês humanos são divertidos. A vida de vocês me diverte, me dá prazer.

MULDER: - ...

ET: - Eu vou embora. Mas vou levar a fita e a minha campanha. Ou estarei demitido amanhã cedo.

MULDER: - ...

O ET aproxima-se do vídeo. Pega a fita. Pega a maleta.

ET: - Gostaria que você e seus amigos ficassem de boca fechada. Eu não vou fazer nada contra ninguém. Só quero minha privacidade. Só quero ficar nesse planeta. Estou cansado de bisbilhoteiros. Toda a vez que isso acontece tenho que fugir.

Ouve-se uma agitação estranha no apartamento do Peladão. Mulder pega o binóculo e olha pela janela. Vê Scully e alguns federais prendendo o sujeito. Mulder sorri.

MULDER: - O que o preconceito pode fazer... Desculpe, pensei que você fosse o cúmplice de... (VIRANDO-SE) ...

O ET sumiu. Frohike e Langly entram no quarto.

MULDER: - Ele esteve aqui.

FROHIKE: - Quem?

MULDER: - O ET. Levou a fita.

FROHIKE: - Está louco? Como pôde entregar isso...

MULDER: - Esqueçam do cara. Ele é mais inofensivo e íntegro do que muitos seres humanos que conheço.

Os dois se entreolham sem entender nada.

MULDER: - Ah, se pegarem os binóculos e olharem pela janela, verão que o Peladão foi preso por ser cúmplice de assassinato.

Os dois correm pra janela. Mulder respira fundo e sorri.


9:47 P.M.

[Som: KC & The Sunshine Band – Shake Your Booty]

Frohike e Langly saem do apartamento, carregando os equipamentos todos. Scully fecha a porta. Está vestida em um tailleur preto, bem conservador, cabelos escorridos e molhados. Vai para o quarto. Vê a bagunça do quarto. Olha séria pra Mulder, mas segurando o riso. Mulder, com cara de assustado, olha pra ela.

SCULLY: - Por onde começo? Pelo brinco na orelha? Por essa barba por fazer? Pelas cuecas? Pela bagunça nesse apartamento? Pelo mousse?

MULDER: - ...

SCULLY: - Mulder, você não vai voltar pro Bureau com esse visual George Michael! O que está acontecendo com você? Perdeu a sanidade?

MULDER: - Não a ponto de frequentar banheiros públicos...

SCULLY: - Mulder, eu até gosto desse brinco. Mas não pode usá-lo! Se eu permitir isso, daqui a pouco vai estar usando piercing no nariz!

MULDER: - Posso fazer uma tatuagem também, se quiser...

SCULLY: - (SEGURANDO O RISO) Mulder, não estou achando graça nenhuma! Da próxima vez não vou pedir a ninguém que fique com você! Principalmente aqueles doidos! E que história de ET é essa?

Mulder vira-se pra janela. Pega o binóculo. Olha pro apartamento do ET. Homens estão carregando a mudança. Mulder vira-se pra Scully, olhando-a pelo binóculo.

SCULLY: - Mulder, pára com isso! Chego aqui, encontro você nesse estado, equipamentos de vigia e escuta, telescópio, binóculos, sujeira por tudo... O que fizeram enquanto estive fora?

Mulder joga o binóculo no chão.

MULDER: - Coisas de homens.

SCULLY: - De homens doidos, suponho.

Mulder põe a mão na orelha para tirar o brinco.

SCULLY: - O que está fazendo, Mulder?

MULDER: - Virando um cara normal de novo.

SCULLY: - ... Pode deixar isso pra amanhã? Esse brinquinho me causou uma coisa estranha... Que vem bem quente de dentro...

MULDER: - ??? Não tá furiosa comigo?

Scully desliga as luzes, deixando apenas o abajur aceso. Fica séria.

SCULLY: - Estou, porque não admito que seja ousado quando eu quero ser ousada... Sem palhaçadas, Mulder. Isso é sério. Completamente sério.

Scully começa a tirar a roupa, revelando uma lingerie preta, cinta liga e meias. Mulder olha perplexo pra ela. Scully caminha na direção dele, sensualmente, murmurando alguma coisa. Sacode os peitos.

SCULLY: - Shake you booty, Mulder...

MULDER: - (DEBOCHADO) Auuuuuuuuuuuuuuuuuu!!!!

Scully senta-se sobre Mulder. Mulder a observa, fascinado. Ela está completamente fora de si. Mulder põe as mãos na cintura dela. Scully fecha os olhos e inclina-se para trás, enlaçando seus dedos nos cabelos dele.

SCULLY: - (SÉRIA) Não estou bêbada, Mulder... Mas quero fazer ‘coisinhas’ com você... Acho que é esse brinco... Estou perdendo a razão... Hum... Shake, baby... Shake, shake, shake...

Mulder aproxima-se para beijá-la. Scully sai do colo dele. Atira-se na cama. Bate no colchão.

SCULLY: - Não, Mulder. Não nessa cadeira... Na cama, como o mau menino que você é... Na cama, Mulder... Assim não tem perigo de você se machucar... Porque eu estou completamente doida, Mulder... (OFEGANTE/ PASSANDO AS MÃOS PELO CORPO/ MANHOSA) Completamente... Hum... Quero você agora... Quero o seu corpo aqui... Não me responsabilizo por acidentes que possam acontecer... Nem mesmo me responsabilizo por mim...

MULDER: - (RESPIRANDO COM DIFICULDADES) Scully, não fala mais nada... Pelo amor de Deus, não fala mais nada!

Mulder aproxima-se da cama. Scully desliga o abajur.

SCULLY: - Hummmm... Shake... Shake... Come and love me now...

Fade out.


18/01/2000

22 Novembre 2018 07:05 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
1
La fin

A propos de l’auteur

Lara One As fanfics da L. One são escritas em forma de roteiro adaptado, em episódios e dispostas por temporadas, como uma série de verdade. Uma alternativa shipper à mitologia da série de televisão Arquivo X.

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