sailorji Luna Kim

Como líder do grupo BTS, Kim Namjoon sente-se realmente estressado, principalmente em época de comeback. O grupo debutou há pouco tempo, e ele ainda está se acostumando com as dificuldades que vêm com a convivência com outros caras, principalmente os mais novos. Entretanto, quando suas dores de cabeça o levam a ficar tão distante de seus dongsaengs, em especial, Kim Taehyung, ele percebe que talvez haja outra explicação para o seu estresse além da vida de k-idol. Vmon | Fluffly


Fanfiction Groupes/Chanteurs Déconseillé aux moins de 13 ans.

#bts #bangtan-boys #slash #yaoi #vmon #vjoon #taejoon #fluffy
Histoire courte
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Os problemas com a Maknae line



[Kim Namjoon]


Eu não tenho dormido direito nos últimos dias, o que só piora a minha dor de cabeça. Época de comeback está próxima, e isso já é sinônimo de cansaço, mas quando vejo a felicidade dos armys... Ah, isso é o mais importante e satisfatório. Infelizmente, nem todo o apoio e agito dos nossos fãs está me fazendo relaxar nesse momento, então desligo a tela do celular, tirando a minha atenção do Twitter.

Como estou deitado no sofá, alcanço uma outra almofada próxima e cubro o meu rosto numa tentativa falha de diminuir o grande incômodo.

— Aigoo, Jimin! — A voz de Jungkook se fez presente em um grito e eu resmunguei. — Admita que você perdeu e vamos finalizar esse assunto!

Bufei alto e, com raiva, joguei a almofada no outro lado da sala. Eis o principal motivo da minha dor de cabeça — não, não é o comeback —: maknae line.

Acontece que é simplesmente difícil fazer parte de um grupo. Temos que passar muito tempo juntos e trabalhamos demais. A parte boa é que, pelo menos, todo mundo costuma se dar bem, mas é impossível manter a paciência todo minuto. Mas parece que a maknae line não tem isso em mente, eles agem como crianças a maior parte do tempo e não ligam para a dor de cabeça alheia, vulgo, a minha.

— Para de gritar, Jungkookie... o líder está tirando um cochilo... — Agora foi a vez de Jimin falar; quando eu escutei a voz de Jungkook, parecia que eles estavam chegando na sala, mas nesse momento, aparentemente eles já haviam chegado, porém não tinha como eu confirmar por ter voltado a fechar os olhos.

— Ah, não está não. Ele acabou de jogar aquela almofada ali. — Taehyung falou.

Ah, Kim Taehyung.

Se Jungkook e Jimin agem como crianças barulhentas, Taehyung sente prazer em colocar mais lenha na fogueira. Ele é imaturo e gosta de me tirar do sério. Está dizendo isso só porque está com raiva de mim e não me quer ver em paz, dessa vez foi por uma coisa bem estúpida, para ser sincero. Eu tinha o chamado para jantar há uns dois dias, só que eu chamei o Jin hyung também e Taehyung começou a agir como uma criança depois, me causando dores de cabeça sempre que podia. E não, essa guerrinha dele comigo não é de hoje. Ano passado, quando viajamos à Los Angeles para gravar o American Hustle Life, ele tirou a minha paciência durante toda a viagem. Ele disse que eu me achava por saber falar inglês fluente, e quando ele conseguiu que uma garota participasse do nosso novo MV de Boy in Luv antes que eu, mesmo com aquele inglês desengonçado dele, é claro que ele ficou jogando na minha cara depois e tirando sarro disso.

O que me irrita mais não é isso. Os outros meninos também brincam comigo e zoam da minha cara o tempo todo, somos amigos, afinal. Mas quando é o Taehyung que faz isso... Argh! Não sei, apenas me sinto... frustrado. E isso sim me irrita.

E parece que ele sabe disso. Mas pensa que ele para só por esse mero detalhe? A resposta é óbvia: não.

— Ele parece cansado... — Jungkook fala baixo, mas ainda consigo entender. — Vamos para um dos quartos, conversamos lá.

Obrigado, Jungkook.

— Ah, mas eu quero assistir alguma coisa! E o DVD está aqui na sala! — A voz de Taehyung parece aborrecida e tento o máximo me concentrar em fingir que estou dormindo, torcendo para que eles cedam e sigam a ideia do mais novo. — Hyung, você não está dormindo de verdade, não é?

Estranhei a voz rouca e baixa de Taehyung parecer estar tão próxima de mim em sua última frase. Ao abrir meus olhos, vejo que ele está com o rosto diante do meu. Tão próximo que eu podia ver com nitidez algumas poucas espinhas em sua pele. Suspirei e o tempo pareceu estagnar por um mísero instante.

Taehyung sorriu soprado, com um ar vitorioso.

— Eu sabia. — E quando falou, sua respiração pôde bater contra a minha pele.

Ele deixou as mãos sobre as coxas e se levantou em menos de um segundo. Meu olhar acompanhou seus movimentos quando ele foi até a outra ponta do sofá e sem nem pedir permissão ergueu minhas pernas para sentar nele, em seguida, deixando meus pés sobre seu colo.

Mas é muita audácia mesmo.

— Jungkook, senta aí! — Taehyung falou apontando para o outro sofá. — Jimin-ah, por que você não escolhe o filme?

Os outros dois poderiam ser sensatos e não seguirem o que Kim Taehyung sugere, só que preferiram ficar por lá mesmo. Jimin escolheu um filme idiota de terror e eu tive que aturar Taehyung fazendo um escândalo em todas as cenas de susto. Aish, eu não me lembrava de ele ser tão assustado assim com esse tipo de coisa!

Eu ainda me pergunto por qual razão eu simplesmente não levantei dali e fui embora logo. Para piorar, Taehyung deu para ficar agarrando o tecido da minha calça toda hora que tinha um susto.

— Você sabe que tem outros lugares para se sentar, não é? — disse para ele quando finalmente decidi ficar sentado. Taehyung me olhou sério antes de falar alguma coisa.

— Eu estou te incomodando, Namjoon hyung?

Minha resposta travou na hora de sair. No começo eu estava irritado e com dor de cabeça, mas ao ouvir a voz de Taehyung me fazendo tal pergunta, foi como se tudo isso não tivesse mais importância. Ele perguntou de uma forma que me fez sentir um idiota se desse uma resposta positiva.

— Não. — respondi por fim, abaixando minha cabeça e encarando meus próprios dedos.

O filme não estava tão ruim, não é?

Uma sensação estranha fazia parte de mim agora. Eu estava aliviado ao ver de soslaio o sorriso no rosto do V quando ele olhou de novo para a televisão. Era uma sensação estranha, mas incrivelmente boa.

[...]

Na noite do dia seguinte, eu estava sofrendo com insônia. Finalmente a dor de cabeça havia passado, mas agora o problema é que eu não conseguia dormir. Vou preferir culpar a ideia de música que veio até mim do que os pensamentos que sempre levavam ao dia anterior e ao sorriso vitorioso idiota de Kim Taehyung. Pergunto-me se eu já havia parado para prestar atenção nele. Quer dizer, ele é peculiar e charmoso, quem nunca tinha prestado atenção?

Levantei-me no meio da noite, mexer no bloco de notas no celular naquele escuro não estava ajudando em nada. Talvez um copo d’água para acalmar a minha garganta seca me auxiliasse em algo e eu pudesse dormir tranquilamente.

Ao invés de voltar para meu quarto de imediato, me aproximei de uma das janelas da varanda. O vento gélido batia contra o meu rosto, era uma boa sensação. A paisagem diante de meus olhos que mostrava Seoul não obteve sucesso em organizar meus pensamentos, mas quem sabe continuar ali no silêncio por um pouco mais de tempo me deixasse mais em paz.

Encostei o meu rosto na janela de vidro. Ela estava tão fria quanto a noite, mas isso não me incomodou. Entretanto, uma segunda voz no local me pegou de surpresa.

— Hyung, o que está fazendo aqui? — Taehyung coçava um de seus olhos, e seu pijama engelhado denunciava que ele já tinha ido para a cama em algum momento naquela noite. — Está tarde, sabe?

— Eu estava sem sono. — respondi, me virando em sua direção, mas sem sair do local em que estava. — Uma música ficou rondando na minha cabeça, mas ainda as ideias estão desorganizadas. Vim pra cá pensar um pouco. Mas... você não devia estar dormindo também?

— Insônia atingiu nós dois. — Ele dá de ombros, como se não fosse nada demais e se aproxima, parando ao meu lado, mas seus olhos estão focados na rua da parte de trás do nosso apartamento. — Como é essa música que está pensando?

— Quer mesmo saber? — perguntei por curiosidade, mas a expressão de Taehyung franzindo a testa para mim em seguida me fez me perceber que eu tinha falado algo de errado.

— Claro, hyung gênio. Se a música der certo, todos nós estaremos envolvidos. A não ser que esteja planejando algo exclusivo para a rap line. — Ele riu acenando negativamente com a cabeça por um segundo. — Mas eu já sei que dará certo. Tudo que você escreve é bom.

— Obrigado. — Sorrio e sinto minhas bochechas quentes enquanto olho para o chão. — Um elogio vindo de você é muito importante.

— Você fala como se eu fosse bom com música ou algo assim. — Notei que Taehyung embora continuasse com os olhos voltados para a rua, ele se afastara da janela e adquiriu uma expressão vazia e distante.

— Do que está falando, Tae? — pergunto incrédulo e seguro em seu ombro, fazendo com que nossos olhares se encontrassem; talvez fossem as luzes do lado de fora que entravam preguiçosamente na varanda que deram aquele brilho aos olhos e à pele de Taehyung, mas eu não devia prestar atenção nisso agora. — É claro que você é! E acima disso, somos do mesmo grupo, sua opinião vai ser muito importante para tudo. — Suspirei desviando o olhar antes de prosseguir. — E eu te acho muito talentoso... só pra você saber.

A resposta àquilo me surpreendeu. Taehyung riu soprado brevemente como se não estivesse acreditando em minhas palavras. Quando voltei a olhar para ele, ele não olhava mais em minha direção.

— Pensei que me achasse somente um pirralho irritante mais novo do que você. Pelo menos na maknae line Jimin se supera cada vez mais na dança e o Jungkook é bom em tudo que faz, nosso Golden Maknae.

— Eu não acredito que você está preocupado com idade. É só um número, Taehyung. E os outros meninos são muito talentosos sim, mas isso não quer dizer que você não seja também.

Eu não pensei direito nas minhas palavras, o que veio à mente simplesmente eu coloquei para fora, nada mais que a verdade. O silêncio predominou e fiquei feliz ao ver o discreto sorriso no rosto de Taehyung antes dos nossos olhares se cruzarem novamente.

— Você realmente acha isso? — Ele perguntou com sinceridade, e, com a mesma expressão, lhe respondi que sim. Em seguida, ele sentou no chão, deixando as costas repousadas na parede abaixo da janela. Ele levantou a cabeça e falou depois como uma criança curiosa. — Por que não conversamos muito, Namjoon hyung? Eu gosto de estar com você.

Coloquei uma das mãos no bolso da calça do pijama verde que eu usava e parei para pensar durante alguns instantes. Realmente eu não sabia. Eu não era muito próximo do Taehyung desde que nos conhecemos. Lembro que por um tempo eu acreditei que nossa distância se devia a essa incrível e irritante mania que ele tem de abraçar todo mundo. Uma vez tivemos que dormir na mesma cama e ele ficou me abraçando a noite inteira. Eu dei um travesseiro para ele abraçar, mas mesmo assim ele voltou a pôr os braços ao meu redor. Sabe o quanto eu fiquei nervoso com isso?

Desde então eu venho evitando ele. Quando ele se aproxima, lembro de seus abraços espontâneos e isso faz com que eu fique com receio. E o pior é que ele faz isso com todo mundo! Irrito-me mais ainda quando o vejo abraçando os outros meninos, como ele ousa ser dessa forma?

Tudo bem, tudo bem, não posso pensar demais nessas questões.

Sentei ao lado de V e dei de ombros torcendo o lábio, sem sucesso na missão de obter uma resposta adequada.

— Acho que nunca tivemos muito assunto. — falo enquanto coço a nuca disfarçadamente após o silêncio vindo da parte dele.

— Já sei, você me acha estranho. — Apesar do sentido de sua frase, sua voz não saiu magoada ou algo do tipo. Parecia... divertida?

— Não é que eu te ache estranho, Taehyung... — Revirei os olhos e os voltei para ele, encontrando seu sorriso de lado, então me permiti sorrir junto. — É, talvez só um pouquinho. — Ele empurrou o meu ombro sem muita força e uma risada breve foi escutada vinda dele. — Mas é um estranho bom.

— Fala sério. — Apesar de baixa, sua voz saiu firme e ele arqueou uma sobrancelha quando olhou para mim. — Você disse que eu seria o pior namorado do grupo uma vez porque eu penso de uma forma estranha e as meninas não gostam disso.

— Não sei as meninas, mas quem sabe os meninos gostem?

Ok.

Por que eu disse isso???

Taehyung me olhou sem entender a situação e eu apertei os meus olhos, me condenando por ter falado algo daquele tipo. E se ele interpretasse errado?

Isso seria um problema.

Seria... não é?

De qualquer forma, a imagem da testa franzida de Taehyung quando virou o rosto de repente para frente não saiu de minha lembrança por aqueles intermináveis segundos.

— É. Quem sabe eles gostem. — Foi a última coisa que escutei ele falar sobre o assunto, antes de voltarmos ao tema “músicas”, que se seguiram para outras infinidades de assuntos e coisas em comum que eu não sabia que tínhamos.

No final, os raios de sol entrando na varanda nos avisaram que devíamos voltar para nossos quartos antes que os outros garotos acordassem e mais um dia cansativo do Bangtan se desse início.

[...]

Alguns dias depois do acontecimento do filme na sala com a maknae line, eu pensei muito sobre isso. Vai ver era somente o meu lado “irmão mais velho” falando mais alto para não me irritar tanto com os mais novos. Mesmo assim, eu quis falar com o Suga hyung sobre isso.

Ele estava em seu estúdio e trabalhava em algumas músicas, mas para a minha sorte, não estava estressado como eu pensei. Parecia até sorrir, mas isso é detalhe. De qualquer forma, fico feliz que ele está tendo um dia bom, o meu só está confuso.

— Pensei que você achasse o V um idiota. — Ele fala com um meio sorriso sarcástico com a atenção vidrada no computador.

— Aish, também não fala isso. Eu disse isso no começo do grupo, não é como se eu tivesse a mesma opinião. Além do mais... — suspirei derrotado antes de prosseguir. — Além do mais, esse não é o foco da conversa. — Yoongi olhou para mim de repente. — Você... também se sente assim com eles, não é? Digo... mesmo quando os outros meninos te irritam, no final, você não fica tão irritado e até gosta de tê-los por perto? — Observei o meu amigo em silêncio, ele parecia pensar em alguma coisa durante um bom tempo. — É assim a sua relação com o Jimin, não é?

Yoongi repousou a testa sobre a mão que estava em cima da mesa do computador e sorriu soprado olhando para a tela.

— É que o Jimin é um bebê. E sobra pra mim ter que cuidar desse pirralho. — Então ele ficou em silêncio e travou a mandíbula, deixando o corpo relaxado sobre a cadeira logo depois, cruzando os braços. — Você se sente assim com os outros meninos também, não? Tem vontade de cuidar deles mesmo eles sendo irritantes de vez em quando.

Fiquei pensativo e cocei a nuca, hábito meu.

— É... não deixa de ser verdade. — respondi incerto. — Afinal, somos todos amigos, não? — Meu olhar buscou o do mais velho para que ele me desse uma resposta definitiva, mas ele parecia tão perdido em pensamentos quanto eu, só depois de alguns segundos fez que sim com a cabeça. — É. Deve ser isso.

Preferi não comentar com o hyung sobre aquela noite na varanda com Taehyung. Eu não sei o que ele diria justamente por eu não saber como explicar aquela situação. Os momentos que vivi com Taehyung vinham e voltavam à minha mente incontáveis vezes ao dia e eu comecei a me perguntar quais eram as verdadeiras razões para eu me irritar tanto com a maknae line e com as minhas briguinhas com o V quando ele decide que quer ficar de mal comigo.

Deveriam ser somente momentos com um dos meus amigos do grupo, por que eu me preocupo tanto com isso?

Pensar tanto faz minha cabeça doer novamente e eu não posso ter preocupações agora. O comeback está cada vez mais próximo, hoje vamos começar as gravações do novo MV e temos que chegar antes na empresa para uma reunião.

— O que... exatamente te irrita neles? — Yoongi pergunta com o olhar firme sobre mim, ele está falando sério.

— Ah, não sei explicar direito... — Coço a nuca novamente, desviando do olhar do mais velho, enquanto penso realmente em uma boa e verdadeira resposta. — Eles são muito barulhentos e ficam se abraçando a todo instante, principalmente o Taehyung... Eles são tão grudados! E... E... Eu acho que... — Fechei meus olhos com força e grunhi frustrado comigo mesmo. Eu não sabia explicar essa simples questão, me sinto como um perdedor sem respostas.

— Entendi. — Suga falou depois de alguns segundos, ele parecia pensativo.

Deixo por encerrada aquela conversa com Yoongi hyung e ficamos falando sobre músicas até o horário que devíamos ir para a sala de reuniões.

[...]

Como já era de se esperar, depois de alguns debates, o conceito dessa nova era que estamos entrando tem a ver com momentos memoráveis da nossa juventude. Nosso chefe e mais algumas pessoas envolvidas queriam conversar conosco sobre a história que devemos mostrar nos MV’s que serão lançados a partir de agora. Óbvio que já tínhamos ideia sobre isso, na época de Danger já conversávamos sobre mostrar uma história para que os fãs criem teorias, mas nem para a gente foi tudo revelado. Imagino a reação dos armys em relação a isso e até tive algumas ideias sobre o que vai acontecer a seguir. Minha mente ficou viajando nisso até que o meu nome foi escutado. O meu e o de Taehyung.

Aparentemente, teremos muitas cenas juntos de agora em diante, assim como o Jimin fará cenas com o Hoseok e o Suga hyung com o Jungkook, enquanto o Jin hyung fará o papel de “observador”. Meu olhar procurou o de Taehyung, mas ele desviou quando os outros concordavam com tudo que diziam ali.

E então volta o período de agir estranho.

Eu já tinha aceitado o meu destino de me sentir esquisito com a existência de Kim Taehyung e que ele tinha maneiras peculiares de invadir os meus pensamentos. Eu estava disposto a conversar com ele sobre isso, eu simplesmente queria saber mais sobre ele e quem sabe um dia chegar a uma conclusão sensata com ele. Se eu desse sorte, eu saberia como ele se sente em relação a mim também.

Quando eu saí do estúdio em que eu estava com Yoongi hyung hoje de manhãzinha, dei de cara com Taehyung e Jungkook brincando juntos de algo idiota a ver com um jogo de palavras que não entendi muito bem. Eu só sei que eu estava disposto a não me irritar tanto com a barulheira dos garotos, eu estou de bom humor, afinal. O problema é que meu plano foi por água abaixo quando eu me sentei no mesmo sofá que o Jimin, ao lado do que eles estavam. Ao que me parece, Jungkook havia perdido no tal jogo e Jimin começou a fazer piadinhas com duplo sentido sobre isso, foi quando J-Hope se juntou ao grupo. Eles comemoraram, e mesmo que eu estivesse com os olhos voltados para o celular, minha atenção passou a ser toda dos meninos que estavam comigo.

— Você já beijou o Hoseok hyung, não deve ser um sacrifício tão grande beijar o Jungkook! — Jimin disse antes de ter outro ataque de risos.

— Você gostou daquele beijo, não gostou, hyung? — Taehyung perguntou a Hoseok, e pude ver de soslaio um olhar malicioso teatral no mais novo, mais um hábito estranho que ele adquiriu.

E então a chuva de gritinhos, piadas idiotas e risadas irritantes começou, formando um barulho insuportável para mim. Eu simplesmente deixei que minha mente ficasse agitada com o que acontecia, e se eu pudesse voltar no tempo, teria me controlado e não teria gritado daquele jeito.

— Calem a boca!

Jimin, que antes ficava como um participante de um grupo de líderes de torcida gritando “Taekook! Taekook!”, olhou para mim surpreso, a boca ainda entreaberta. Jungkook e Hoseok ficaram paralisados com a minha atitude. Quanto a Taehyung... eu não sei o que ele fez, não consegui olhar em sua direção.

Não se pode nem mais ficar estressado nessa casa?

Eu sou um ser humano também, oras!

Para a minha sorte, não demorou muito depois disso para que Jin e Yoongi hyung se juntassem a nós e irem conosco até a sala de reuniões, onde estamos agora.

Vi quando Taehyung agarrou o braço de Jimin que estava ao seu lado, e o mais baixo sorriu sem entender para o moreno, mesmo assim não questionou.

— ...Então teremos também uma cena onde vocês estarão em uma espécie de acampamento, é uma cena peculiar e cheia de detalhes, além, é claro, das interações entre vocês. — Uma das diretoras falou, olhando para cada um de nós durante o processo. — Quero ver risadas, abraços... enfim. Demonstrações de carinho.

— Com licença... — Taehyung levantou a mão para falar e todas as atenções voltaram-se para ele. — Mas não seria melhor eu fazer dupla com o Jungkook? — Os olhos do maknae se arregalaram e os responsáveis pelo MV olharam para Taehyung incrédulos. — Digo... eu e ele somos mais próximos, acho que atuaríamos melhor juntos.

Meu queixo poderia ter ido ao chão com aquela cena. O que Taehyung pretendia com aquilo? Eu sou tão ruim assim que ele quer que eu faça par com outra pessoa? O que ele tem na cabeça?

Minhas dúvidas sobre o que ele sente em relação a mim já foram sanadas.

— Jungkook já irá ser a dupla do Yoongi, Taehyung. — Nosso chefe falou com a voz dura. Seu olhar também era de quem queria dar uma bronca em Kim Taehyung, ele já reclamou outras vezes o quanto aquele garoto é imprudente e fala em horas erradas.

— Desculpe. — Taehyung falou, agarrando mais ainda o braço de Jimin. — Foi só uma sugestão.

— Garoto, o MV já está todo planejado. — A mulher de antes voltou a falar, e seu olhar fazia questão de penetrar a alma do V. — Por favor, não nos interrompa com questões irrelevantes.

Naquele momento, foi como se minha mente tivesse dado uma pane. Eu estava indignado com a atitude de Taehyung, de fato, no fundo, eu acho mesmo é que eu estava muito triste por ver ele querendo me trocar assim. Mas quando aquela mulher falou com ele daquela forma, a expressão que ele fez em seguida apertou meu coração. Quem ela pensa que é para falar com ele daquele jeito? E por que eu continuo me preocupando tanto com isso?

Aish!

Me levantei de repente, a cadeira fez um barulho alto quando arrastada no piso, sei que todos olharam para mim, mesmo que eu estivesse de cabeça baixa.

Um, dois, três.

— Com licença... eu não estou me sentindo muito bem. — Deixei tais palavras no ar antes de sair da sala sem olhar para trás.

Meu peito doía, minha cabeça latejava e meus pensamentos estavam confusos. Então é isso fazer parte do BTS? Com certeza, estresse. Essa só pode ser a única explicação.

Eu sei que soei desrespeitoso saindo da sala daquele jeito, espero que eles entendam depois que se eu continuasse ali, poderia explodir. E não é só isso, aquela era uma reunião importante, daqui a pouco vamos sair para começarmos as filmagens do MV, eu não posso bancar o irresponsável agora, minhas preocupações pessoais vão ter que esperar.

Mas por que é tão difícil ignorar o que estou sentindo?

Corri até à copa e peguei uma garrafinha no frigobar, indo até a varanda logo depois. Eu precisava de ar.

A água desceu muito rápida pela minha garganta, e quase engasguei quando senti uma mão no meu ombro.

Taehyung.

Voltei para a copa, a fim de nem olhar para a cara dele e deixar qualquer conversa que ele quisesse ter de lado.

— O que você quer, Taehyung? — perguntei mais insensível do que desejava.

— Hyung, você está bem? — Sua voz era suave, mas soava preocupada. Ainda assim, revirei os olhos quando me voltei para ele e o olhei de frente, bem no fundo dos seus olhos.

— E desde quando você se preocupa comigo? — As palavras saíram ríspidas, eu praticamente as cuspi. — E desde quando você se importa que minha cabeça esteja prestes a explodir? Você só faz barulho, abraça todo mundo e tem como hobbie me irritar, Kim Taehyung!

— Hyung...

— E qual é? Eu sou tão ruim assim pra você que você prefere fazer dupla com o Jungkook? Não que eu me importe tanto, mas... Mas também não precisava falar daquele jeito!

— Hyung...

— Quer saber? Eu 'tô bem, eu 'tô ótimo! Volta pra lá e fica com o Jungkook, todo mundo shippa Taekook mesmo, vão é amar quando souberem que você e...

— Kim Namjoon! — A voz de Taehyung foi mais alta que a minha; seus olhos demonstravam que sua paciência estava perto do fim, e notei que minha respiração estava acelerada quando parei de falar e vi que eu só estava a um palmo de distância dele, e atrás de si, somente a parede branca. — Eu não menti quando eu disse que gostava de ficar com você, não era falso quando eu te abraçava e é verdade que eu acho que você é bom em tudo que faz, você atuará muito bem no MV.

— Ah, é mesmo? — perguntei com um toque evidente de raiva e um maior ainda de sarcasmo.

— É, é mesmo. Mas eu não podia dizer isso lá. — Ele se aproximou e colocou as mãos nos quadris, me olhando mais ainda no fundo dos olhos, como se pudesse ler minha mente. — Tive medo que eles vissem através de mim, principalmente o Jimin e o Jungkook, eles me conhecem bem. Tive medo que alguém percebesse a minha felicidade ao saber daquilo, mas fiquei preocupado em não saber disfarçar na frente das câmeras na hora de filmar. Tive medo que alguém percebesse o que você ainda não percebeu. Eu não posso deixar que eles saibam que eu sou apaixonado por você.

Foi como se tudo tivesse ficado nublado, mas bem mais claro ao mesmo tempo. Taehyung continuava me olhando enquanto eu permanecia sem fala. Eu não estava mais irritado com ele, mas ainda continuava confuso. Eu tinha mesmo escutado aquilo?

Então foi como se tudo tivesse sentido. Um filme passou na minha mente e todas as peças começavam a se encaixar. E de todas as possibilidades, a que eu dispenso em primeiro lugar é a de deixar essa chance passar. De jeito nenhum que eu deixaria Kim Taehyung virar as costas para mim e ir embora como se nada tivesse acontecido.

Aproximei-me mais dele e o puxei pela nuca, meus dedos entrando em contato com os fios de seu cabelo castanho. O beijo foi automático, ele avançou também e a fase de apenas um encostar de lábios não durou muito tempo. Taehyung teve a iniciativa de abrir a boca e procurar pela minha língua, deixando que elas dançassem juntas de uma forma harmoniosa, causando sensações únicas. Meu corpo esquentava e eu só queria mais e mais daquele toque. Foi como se eu fosse feito de pólvora e ele fosse a faísca que surgiu. Eu sentia que ambos estávamos em combustão. Seus braços me envolviam enquanto minhas mãos tratavam de puxá-lo cada vez mais para mim, como se todo aquele contato ainda não fosse o suficiente. Instintivamente minhas pernas foram para frente e agora eu havia deixando o mais novo com o corpo colado na parede. Eu deveria pensar mais, ir com mais calma, mas simplesmente não tinha mais controle sobre minhas ações. Kim Taehyung era apaixonado por mim! E como eu nunca tinha percebido que na verdade esses sentimentos confusos que me rondavam em relação a ele levavam ao mesmo caminho? Não tinha como pensar demais. Quando me dei conta, uma das minhas pernas estava entre as dele, foi quando o ar nos faltou.

Ainda com a respiração descompassada, abracei Taehyung, e fui satisfatoriamente correspondido. Eu sentia o coração dele bater tão rápido quanto o meu, o que fazia com que minha vontade de apertar o abraço aumentasse.

— Eu fico muito feliz em saber disso. — falei; fechei os meus olhos e, num ato impulsivo, beijei a lateral da testa do moreno.

Escutei Taehyung rir, e a sensação que veio depois em mim foi muito melhor.

— Acho melhor voltarmos pra lá. Temos que gravar o MV ainda.

Concordei com ele e peguei a garrafa d’água esquecida antes de sairmos do local. Não demos dois passos no corredor e os outros integrantes do grupo apareceram, nitidamente preocupados.

— Namjoon, todos nós ficamos preocupados! Você está bem? — Jin hyung perguntou. — De verdade?

Troquei um olhar cúmplice com Taehyung.

— Sim. Agora eu estou bem.

1 Septembre 2018 16:23 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
4
La fin

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