_rebeccajorge Becca Jorge

O julgamento estava próximo. Depois da morte do Rei, Baekhyun, como Rei Interino, ficou responsável por descobrir quem era o culpado pelo assassinato de seu pai. E o Byun precisaria de um ótimo plano para livrar a pele de Chanyeol, o Príncipe do Reino vizinho que foi levado como refém por estar perto demais da cena do crime. chanbaek | realeza!au | amor proibido


Fanfiction Groupes/Chanteurs Interdit aux moins de 18 ans.

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The throne's price


Os passados de Baekhyun soavam arrastados enquanto ele andava até sua torre, a principal daquele castelo, pertencente ao Rei. Ainda não havia sido coroado, isso aconteceria em poucos dias, estava ocupado demais tentando manter o Reino de pé e evitar uma guerra.

Ninguém tinha permissão para entrar naquela área do castelo, sequer os serviçais ou guardas, apenas quem era de extrema confiança de Baekhyun e previamente autorizado poderia passar pelo enorme portão de madeira que separavam toda a torre do restante do castelo, com os salões de jantar, de dança e os quartos dos demais membros reais.

O Rei tinha um lugar apenas seu, e por ser um dos mais impenetráveis do lugar, também era onde Park Chanyeol estava cativo. Preso, como um refém de guerra, mesmo que a batalha não tenha, de fato, começado.

Os guardas se curvaram antes de abrirem a porta para o Byun, que adentrou o local calmamente, as velas clareando seu caminho enquanto começava a subir as escadas, o sapato ecoando nas pedras do lugar e fazendo com que ficasse ainda mais ansioso.

Ter uma ala inteira do castelo para si tinha suas vantagens.

Paz.

Privacidade.

Algumas pessoas de confiança transitavam por ali, serviçais leais que provavelmente estariam preparando seu banho e deixando o jantar em seu quarto, assim como no do prisioneiro.

Passou pela porta fechada de Chanyeol, ouvindo barulhos lá dentro, imaginou que ele já estaria comendo, então seguiu até o próprio quarto mais a frente, já tirando o manto pesado de seus ombros, junto com as as vestes daquele dia.

Baekhyun suspirou aliviado ao abrir a porta do anexo ao seu quarto e ver a tina de madeira cheia de água quente, fazendo o vapor subir pelo cômodo.

Não viu nenhum serviçal pelo caminho, todos compreendiam como lhe dava nos nervos os passos suaves e presença de outras pessoas quando queria descansar, mas sabia que eles estiveram ali momentos antes, assim como sabia que algum tempo depois, ao se levantar da água quando já estava esfriando, não encontraria sua roupa no chão, e sim um jantar servido na mesa disposta perto da janela de seu quarto.

Baekhyun tinha manias estranhas, sempre foi assim, mas como em poucos dias e de forma súbita ele se transformou de Príncipe Herdeiro em Rei de Bluesky, as pessoas não o culpavam por ser tão excêntrico.

É o luto, diziam.

A boa verdade era que sempre foi metódico, e ter um outrem lhe atrapalhando era o pior de seus pesadelos.

Relaxava sozinho.

Vivia sozinho.

Sempre foi assim.

Seu pai, um homem frio, distante e rígido, lhe ensinou assim. Jamais depender de outra pessoa e estar sempre dois passos à frente.

Pena isso não ter acontecido na reunião entre os Reis daquele ano, onde foi assassinado com um vinho envenenado. Baekhyun quase o tomou também, mas deixou a taça cair ao ver o pai engasgar e ficar com o rosto roxo pela falta de ar.

Foi quando mandou um guarda de confiança verificar quem havia servido o vinho, e assim encontram Chanyeol com vestes negras se esgueirando para fora do acampamento Byun.

Como são Reinos poderosos e responsáveis pelo equilíbrio do cosmos, anualmente todos os seis Reis se reuniam para discutirem a paz e os problemas de cada lugar.

Tentavam se conectar uns aos outros, mesmo que houvesse desavenças entre alguns líderes. Como os Byun e os Park. Acontece que no passado os seis reinos viviam em guerra, e isso quase acabou com a humanidade, eram poderosos demais e tal destruição fez com que percebessem seus erros. Um tratado de paz entre eles foi estabelecido, e estava acima de qualquer outra lei, pois só assim poderiam manter o equilíbrio.

A desavença entre os Byun e os Park era uma coisa do passado, já que o Rei de Brightfire queria juntar as famílias com o casamento, eles eram um povoado que morava na base de um vulcão, os melhores ferreiros; o povo de Bluesky não queria tal união, eles não sabiam ao certo o que era fumaça, com o céu tão límpido e bonito que via mais os pontinhos brilhantes de luz do que o próprio azul.

Eram responsáveis por boa parte da alimentação dos Reinos, com suas infindáveis plantações, terra boa e um brilhante riacho cheio de peixes.

Um Reino abençoado pela beleza e paz.

Apenas uma densa floresta os separava, e por serem próximos, Chanyeol e Baekhyun se encontraram em diversos momentos da infância e adolescência, cresceram correndo por castelos e se escondendo dos jantares chatos da realeza. As famílias não se davam bem, mas mantinham a cordialidade em nome da paz.

Agora o Park, supostamente, havia matado seu pai.

Muitas coisas mudam, de fato.

Baekhyun andou nu para o quarto, a água pingando de seu corpo, os fios úmidos acinzentados caiam sobre os olhos claros. Azuis, como o céu pela manhã daquele belo Reino.

Não foi uma surpresa ver a comida disposta para si no lugar de sempre, como também não se assustou com a presença de uma pessoa segurando um roupão felpudo de algodão.

Revirou os olhos, andando até lá e virou de costas para se ajeitar na veste, depois foi envolvido em um meio abraço quando o maior fechou o laço em sua cintura.

Olhou-o de esguelha e seguiu até a mesa, colocando um pouco da refeição no prato enquanto era servido vinho em sua taça.

Contudo, o outro levou-a aos lábios, bebendo um longo gole antes de entregar ao Rei.

— Já disse para esperar tudo se acalmar antes de aparecer aqui — o Byun resmungou, sua voz não era, de fato, irritada, apenas demonstrava que precisavam ser cautelosos.

— Você demorou mais de vinte minutos em seu banho, Baekkie, não tem mais nenhum serviçal por perto, apenas os guardas debaixo das janelas e do lado de fora das portas — o maior sentou-se ao lado do Rei, abrindo a boca em um pedido mudo por um pouco de comida.

— Pensei que já houvesse comido.

— Eu comi um pouco, mas sabe, por certo, que minha preferência é comer com vossa majestade.

— Vá se foder — irritou-se o menor com tamanho deboche, e enfiou um garfo com batatas coradas e um pedaço de frango refogado no vinho.

— Tão amoroso.

— Você está passando dos limites.

— Não, você quem está — o outro rebateu. — Sério? Guardas debaixo da minha janela?

— É uma possibilidade de fuga.

— Só se eu quiser fugir para o inferno, estamos uns dez metros do chão!

— Sabe que preciso te manter em cativeiro, já tem muita liberdade na minha torre, Chanyeol, poderia estar jogado em uma cela.

— Você não faria isso comigo.

— Eu farei isso com você, se continuar me irritando.

— Mas qual a graça de poder estar tão perto de você… — o maior aproximou os rosto, aproveitando que Baekhyun bebericava o vinho e o encarava sobre a taça. — E não lhe provocar?

— Vá para o seu quarto, Kyungsoo pode vir aqui mais tarde para discutirmos algumas coisas.

— O povo de Livingearth está aqui?

— É, com tudo que aconteceu Kyungsoo decidiu ter uma reunião comigo.

— Eles querem foder meu reino, isso sim.

— Chanyeol, você é o mais odiado entre nós seis, deveria saber.

— O mais forte também.

— Não vamos discutir isso.

— Baekhyun.

— Hm?

— Kyungsoo vai lhe pedir em casamento novamente...

— Ele já o fez, e a resposta foi a mesma de sempre, não.

— O Do é insistente.

— Ele é prático, uma união nossa seria vantajosa, não é como se ele me amasse.

— Você já considerou isso.

— Eu seria burro, se não o fizesse.

— Preciso mesmo partir?

— Sim, quando tiver certeza que ninguém irá me importunar, eu vou até você, não se preocupe.

— Como quiser, meu Rei. — Chanyeol foi irônico, tomando o restante do vinho na taça de Baekhyun e sentindo o gosto do álcool nos lábios do menor ao beijá-lo em despedida.

A verdade é que eles se amavam.

Há anos.

E na noite da morte de seu pai, Baekhyun sabia o que Chanyeol estava fazendo tão próximo da cena do crime, ele havia saído escondido de sua tenda depois de fazerem amor; seu pai lhe chamou inesperadamente, fazendo o casal se sobressaltar com o susto e Chanyeol se esgueirar entre as sombras em uma oportunidade de partir.

Então ele foi levado como refém, e isso havia despertado a ira dos Brightfire, que queriam a libertação do Príncipe que era um entre os prováveis Herdeiros de seu Reino.


(...)


— O que pretende fazer? — Kyungsoo lhe questionou durante o almoço, poucos dias depois.

Ele estava de partida naquela tarde, já que Baekhyun não tinha a intenção de uma guerra, muito menos de casar com ele.

— Conversar com Junmyeon, ele parece sensato.

— Acredita que ele quer a soltura do irmão? Com Chanyeol fora do caminho, ele se torna o primeiro na sucessão.

— Ele já é o primeiro.

— Sabemos que não é assim, nossos pais e a Corte que escolhem, e Chanyeol é o queridinho.

— Era, com toda essa dor de cabeça duvido que deixem-no sentar no trono.

— Mais provável lhe darem a coroa por ter matado seu pai, ele não era um bom homem.

— Poucos Reis são.

— Você será.

— Assim como você é, Kyungsoo — Baekhyun sorriu de leve. — É um bom amigo.

— Seríamos uma boa dupla.

— Sim, mas não uma dupla perfeita.

— É um romântico, Byun, mesmo sem demonstrar — o Do sorriu ao levantar-se e se curvar para o Rei, que revirou os olhos.

— Talvez você deva ser um pouco também, e quem sabe dar uma chance ao filho mais novo dos Oh.

— Sehun ainda é uma criança.

— Não tenho tanta certeza disto, e eu vi como ele te olha.

— Não tenho paciência, e muito menos tempo, para lidar com príncipes mimados cheirando a leite.

— Você quem sabe, mas deveria considerar.

Kyungsoo riu e encolheu os ombros, como se dissesse que iria pensar, antes de levantar e encarar o Byun uma última vez.

— Não quer mesmo que eu fique até a sua coroação? Se tudo der errado você poderia…

— Nada vai dar errado, Kyungsoo, eu serei o Rei de Bluesky.

Ele assentiu, admirado com a coragem do amigo, então acenou em despedida antes de sair do salão.

Voltaria para casa.

Já Baekhyun ainda tinha muito para fazer.

Os Park estavam montando acampamento ao redor dos muros de seu Reino e em dois dias chegariam para que, juntos, tomassem uma decisão sobre o que fazer.

Sobre o julgamento de Chanyeol.

Muitos tomaram como ofensa o fato do Byun ter levado um Príncipe como refém, mas era o que a ocasião demandava.

Baekhyun tinha pouco tempo para pensar, para colocar em prática tudo que precisava fazer para aquela situação não acabar da forma mais desastrosa possível.

Enquanto andava altivo e com os ombros tensos pelo castelo, sabia que o Park provavelmente estava relaxado ao ler um livro em sua “prisão”, sempre tão desleixado e despreocupado, mesmo com a corda no pescoço, literalmente.

Chanyeol seria sentenciado à morte se realmente fosse comprovado sua culpa no assassinato de um Rei; tudo pela paz entre os reinos, e os Park sequer poderiam refutar.

Não que Baekhyun quisesse isso, é claro.

Por isso todo o temor em executar o plano da forma correta, os detalhes foram pensados minuciosamente para que nada desse errado. Não poderiam se dar ao luxo de um erro sequer, senão tudo poderia acabar da pior forma possível.

Pois se tem uma coisa que Baekhyun jamais irá admitir, é a morte de Chanyeol.

Ainda se lembrava de como haviam se encontrado pela primeira vez.

Estava cavalgando na floresta que divide os reinos, gostava de sair ao fim da tarde para pensar melhor no que deveria fazer. Seu pai era autoritário e insistia que deveria casar com Kyungsoo, um ótimo amigo, mas Baekhyun não estava nem um pouco inclinado a deixar de ser Rei para se tornar apenas um marido.

Sim, sabia que o Do não o trataria com desrespeito e que, possivelmente, seria muito mais feliz em Livingearth do que era em Bluesky; sabia que ele insistia naquele casamento para libertá-lo das garras de seu pai. O Rei desejava colocar sentado no trono o Conselheiro Real, um jovem brilhante, de fato, e quem o Byun sabia ser seu filho bastardo.

Claro, o garoto não tinha culpa por ser fruto de uma das inúmeras escapadas de seu pai do casamento, quando a Rainha ainda era viva; mas ele era, sim, culpado por sua inveja e artimanha em seduzir o Rei de forma a chegar em um dos cargos mais altos no reino, mesmo tão jovem.

Depois do Rei e do Príncipe Herdeiro, a palavra que mais valia era a do Conselheiro Real, que havia se embrenhado de tal forma nas graças da Corte, que Baekhyun sabia ter poucas opções, quando a hora chegasse ou teria que se casar com Kyungsoo, ou teria que ver seu próprio pai colocando outro nome em votação para quem seria seu sucessor.

Ainda que faltasse anos para isso acontecer, o Byun se preocupava.

Era final de verão, e o outono começava a aparecer nas folhas alaranjadas de algumas árvores, então o príncipe decidiu se banhar em um rio que cruzava os Reinos. Fechou os olhos e pequenas esferas de luz apareceram ao seu redor, iluminando a água que estava refrescante naquele dia quente, um dos últimas da estação.

Não muito tempo longe dali, Chanyeol caminhava frustrado, puxando o cavalo levemente. Havia saído para caçar, mas não conseguiu nada muito bom. Sabia que Junmyeon iria lhe perturbar por chegar de mãos vazias.

Implicância de irmãos, como sempre.

Mesmo que Chanyeol fosse mais novo e filho do segundo casamento de seu pai, era muito querido e adorado pelo povo. Por todos, até pelo irmão mais velho.

Contudo, estranhou ver uma luminosidade bem no coração da floresta, e ao se aproximar, ofegou com a imagem de Baekhyun nu, nadando em um um riacho com luzes ao seu redor acompanhando-o.

Sempre achou incrivelmente belo o dom de Bluesky, assim como o Príncipe havia se tornado com os anos. Já fazia um bom tempo desde que se viram pela última vez, já que ambos os reinos se estranham sempre.

Chanyeol ficou sem ar com a beleza de Baekhyun, e um pouco surpreso por vê-lo tão tarde no meio da floresta.

“Quem está aí?” — o menor questionou, lançando uma esfera de luz na direção do maior, que precisou abaixar para desviar. “Chanyeol?”

Baekhyun saiu da água em toda sua glória, fazendo o Park salivar com perfeição daquele corpo. Obviamente o Byun percebeu como era devorado pelos olhos do outro e sorriu de lado, antes de enrolar-se em uma manta que estava sobre seu cavalo.

“Sim” — respondeu, desviando o olhar — “Quanto tempo, Baekhyun.”

“O que faz por aqui?”

“Caçando, e você?”

“Pensando.”

“Problemas no Reino?” — o Park quis saber se aproximando, enquanto o menor se vestia, esticou a mão para tocar uma das esferas de luz e sorriu, ela parecia energia líquida e muito, muito quente.

Teria se queimado se seu próprio dom não fosse o fogo.

“Mais ou menos.” — Baekhyun olhou desconfiado para o maior, que sorria ao ser envolvido por sua luz, acabou soltando um risinho.

Muitos diziam que o dom das pessoas de sangue real do Reino Bluesky era inútil, mas o que seria do mundo sem luz?

“É a primeira vez que as vejo tão de perto.” — Chanyeol sussurrou, pegando uma esfera na mão e sorriu para o menor que retribuiu o gesto.

Sem que percebessem, passaram parte daquela noite conversando.

E nos dias seguintes, se tornou comum encontrarem-se casualmente na floresta. As semanas se transformaram em meses, e quando o outono já virava inverno, Chanyeol se ofereceu para aquecer o riacho em que Baekhyun se banhava.

Tirando todas as roupas, o Park era fogo vivo, fazendo a água chiar ao tocar em sua tez avermelhada e quente, Baekhyun suspirou de prazer ao perceber que o maior, realmente, conseguiu deixar o riacho morninho naquela entardecer frio, e não foi surpresa para nenhum dos dois quando acabaram a noite com Baekhyun enroscado no corpo fervendo de Chanyeol, beijando-o como se não houvesse amanhã.

Os anos não fizeram o sentimento acabar, ao contrário, apenas deixava-o ainda mais forte e evidente. Contudo, quando ambos perguntaram aos seus pais sobre uma possível união entre eles, o Byun se recusou a “rebaixar-se” a tal Reino, e os Park jamais se humilhariam com uma segunda rejeição.

Então Baekhyun e Chanyeol se resignaram a encontros escondidos no meio da floresta, e um futuro incerto.

— Baekhyun?

O Rei foi tirado de seus pensamentos por uma voz suave, então se virou para o outro que sorria pequeno.

— Sim, Luhan?

— Venho trazer um recado, Majestade, a Corte quer uma reunião antes do julgamento de Chanyeol.

— A Corte não tem o direito de solicitar tal coisa.

— Eu acho que seria melhor discutirmos como vamos dar a notícia sobre a morte de um príncipe, sem que haja desentendimentos entre os reinos.

Luhan falava calmamente e obviamente aquela havia sido sua ideia, para ele a morte do Park já estava certa, e isso fez Baekhyun estreitar os olhos em sua direção por dois motivos: 1) ele parecia feliz demais com aquele acontecimento e 2) o Byun tinha quase certeza que Luhan sabia de seu relacionamento com o Chanyeol.

— De fato, precisamos de diplomacia, mas eu sei muito bem como resolver esta infeliz situação, sou o Rei, lembra?

— Rei interino, após o julgamento de Chanyeol a Corte ainda vai votar sobre o que é melhor para o Reino — o conselheiro lembrou-o, com a expressão neutra e indiferente, como se já contasse com a vitória.

— Sim, Rei interino, mas ainda um Rei, um Príncipe, e uma das únicas pessoas com o sangue real que pode carregar os dons de Bluesky, não se esqueça — Baekhyun precisou conter sua vontade de sorrir ao ver como Luhan parecia se esforçar para permanecer indiferente. — O povo não iria gostar de um Rei que sequer carrega o dom que nos define, certo, Conselheiro?

— É uma forma de se pensar.

— Diga a Corte que eu tenho tudo sob controle, e sim, vamos conversar sobre a coroação depois do julgamento de Chanyeol, seria muito bom contar com a lealdade de pessoas que confiaram tanto em meu pai.

— Sim, meu Rei, irei transmitir o recado. — Luhan se curvou, afastando-se no mesmo instante, contudo antes que fosse embora, Baekhyun lhe chamou novamente:

— Luhan? Ainda hoje aguardo uma nota desta reunião que teve com a Corte sem minha presença, sim? — alfinetou, enquanto o Conselheiro apertava os lábios e assentia uma vez, antes de voltar a andar.

Sabia que ele não lhe explicaria o que falaram, apenas daria uma resposta genérica, e só quando o outro virou no corredor Baekhyun conseguiu relaxar os ombros; não poderia confiar em ninguém, estava prestes a ser apunhalado pelas costas. Não poderia descansar até a reunião.

Tinha que colocar a cabeça para pensar, pois se não Chanyeol acabaria morto e ele mesmo sendo forçado a um casamento apenas para deixar o Reino depois de perder a coroa. Estava na hora do próprio Byun conversar com seu primo, Jongdae, uma das únicas pessoas na Corte em que confiava, e sem Luhan por perto o influenciando.


(...)


— Amanhã seu irmão chegará cedo para o julgamento — Baekhyun disse, fazendo Chanyeol se sobressaltar na cama.

Era tarde, muito tarde naquela madrugada, quando o Byun adentrou o quarto de seu prisioneiro. Estava discutindo com o primo sobre tudo que aconteceria no dia seguinte. O julgamento, a coroação.

O Kim era um mestiço de dois reinos, então conseguia tocar e manipular a luz, mas nunca criá-la; ele criava outro tipo de brilho no céu.

Relâmpagos.

É o que acontece quando se mistura reinos e poderes. Como o próprio Luhan que conseguia mover objetos com a mente, mas nada tinha de luz em si. Jongdae fazia parte da Corte, e era uma das únicas pessoas em que Baekhyun confiava de olhos fechados.

— Me acordou para isso? — resmungou o Park, virando-se na cama. O menor riu.

— Como consegue dormir sabendo que pode ser sentenciado à morte em poucas horas?

— Simples, eu não vou.

— Confia demais no plano.

— Não, eu confio em você, não me deixaria morrer.

Chanyeol rolou entre os lençóis macios, observando Baekhyun retirar o pesado manto de Rei, depois o sapato e as calças, se desfez das jóias, ficando apenas com os anéis nos dedos bonitos e uma blusa larga e desabotoada.

Baekhyun suspirou aliviado, sem todo aquele pano lhe incomodando, sabendo que o Park lhe devorava com os olhos, antes de dar a volta na cama.

O maior já não parecia mais sonolento ao levantar os lençóis e abrigar o Byun ao seu lado, Baekhyun tinha olheiras, os fios estavam uma bagunça e sabia como ele pouco comia com toda aquela preocupação.

Parecia injusto, Chanyeol sabia, que a maior parte dos problemas ficassem nos ombros do menor, enquanto poderia apenas esperar.

Esperar para morrer, mas esperar.

Bem, não estava nos planos de nenhum dos dois Luhan encontrar Chanyeol ao redor do acampamento, depois de ter fugido da tenda de Baekhyun, mas eles precisaram improvisar, e o plano tinha que continuar.

— Não, eu não deixaria — respondeu o Byun, virando-se na cama ficando de frente para o maior, que sorriu bonito.

Os fios bagunçados e carinha de sono faziam Baekhyun suspirar com aquele jeitinho manhoso, mas sabia que o outro tinha diversas facetas, e bastava uma centelha para aquele sorriso pequeno se transformar em um puxar de lábios transbordando luxúria.

— Está muito tenso, meu Rei — Chanyeol riu, sentando-se com as costas apoiadas na parede e chamando o menor para ficar entre suas pernas.

Como não é um bobo da corte, Baekhyun aproveitou para se aninhar no maior, que puxou seu blusão, deixando-o completamente nu.

As mãos grandes e fortes apertaram os ombros em uma massagem que fez Baekhyun praticamente ronronar de prazer.

Estava precisando de um agrado.

Chanyeol sorriu, todo contente, em ver como o Byun parecia relaxado em seus braços, entregue, os olhos fechados enquanto a cabeça estava jogada para frente, lhe dando uma linda visão das costas musculosas, os ombros largos e pele leitosa, cheia de pintinhas como as estrelas no céu daquele Reino abençoado por diversas belezas.

E seu Rei era a mais incrível delas, na concepção de Chanyeol.

Ele massageou os ombros por um bom tempo, depois desceu os dígitos em apertos nos braços, fez um carinho na barriga até chegar nas coxas fartas, enterrando os dedos na carne e ouvindo Baekhyun gemer baixinho ao apoiar a cabeça em seu ombro.

Chanyeol deixou uma risada rouca perto do ouvido do menor, distribuindo beijinhos em seu pescoço enquanto a mão passeava por todo corpo, fazendo com que o Byun se entregasse aos poucos.

— Está mais relaxado agora?

— Sim, mas pode ficar ainda melhor.

— Pode? — questionou, cheio de malícia, a mão agora passeando na virilha do menor, sentindo o membro semi-ereto.

— Sua mão é maravilhosa, sabe usá-la em diversas partes do meu corpo.

Chanyeol riu de verdade, tomando o falo entre os dedos antes de começar a subir e descer aos poucos, lentamente, se deleitando com o suspiro de Baekhyun.

— Assim?

— Quase lá, sei que pode fazer um trabalho melhor.

Autoritário, como sempre.

O Park simplesmente era apaixonado pela forma mandona de Baekhyun, um verdadeiro Rei, algo que jamais almejou. Não gostava das responsabilidades, deveres e muito menos da pressão. Era um vadio, relaxado, que se deleitava com os sorrisos, gemidos e todas as ordens que Baekhyun lhe dava, a forma como exigia que beijasse, apertasse, fodesse.

Chanyeol odiava seguir regras, exceto quando se tratava daquele Rei; por ele seguiria até o fim do mundo se assim Baekhyun ordenasse.

De forma gradativa, o Park aumentou o ritmo de sua mão no pau do Byun, sorrindo com o ruído de satisfação dele, que apoiou todo o corpo em seu tronco e abriu mais as pernas. Com beijinhos nos ombros e deslizando os dedos da base até a glande, Chanyeol se satisfazia de ver Baekhyun relaxado, em ser ele o motivo para a calmaria do menor.

Deslizou a palma apenas na cabecinha sensível, espalhando o pré-gozo que vertia em abundância, para depois descer a mão no falo pulsante e cheio de veias, massageando os testículos antes de voltar a tomá-lo com precisão, da forma a qual sabia ser a preferida de Baekhyun.

Forte, rápido.

O menor enterrou os dedos nas coxas de Chanyeol, movendo o quadril ao sentir o membro duro do outro atrás de si. Então, em um ato inesperado, afastou a mão do maior, virando-se de frente para ele com o intuito de sentar em seu colo, começando a rebolar sobre o pau duro que latejava de tesão.

— Não lembro de ter mandado você parar. — Baekhyun sussurrou, ficando ofegante enquanto movia os quadris sobre Chanyeol, que ainda estava com uma calça folgada e, felizmente, sem nenhuma blusa.

O Park sorriu, voltando mover a mão no menor ao mesmo tempo em que se encontravam em um beijo desesperado e cheio de tesão. Os dedos de Baekhyun se infiltraram nos fios bagunçados do maior, segurando-o com força e impondo o ritmo daquele beijo, enquanto a outra descia pelo tronco, arranhando a pele, sentindo-o arrepiar-se todo com seu toque.

Eles não conseguiam se conter quando estavam juntos, se atraiam; traiam o dever que tinham com seus reinos em nome daquela paixão que não era bem vista por nenhuma das famílias.

Mas não se importavam, em momentos como aquele, nada importava. Estar junto um do outro era o maior desejo de ambos. Chanyeol virou na cama, deitando Baekhyun sobre os lençóis bagunçados para pode arrancar a calça de forma desajeitada e afoita, antes de cobrir o corpo menor com os seu. Ele começou beijando o pescoço, mordiscando-o e fazendo uma trilha até os mamilos no menor, chupando devagar enquanto Baekhyun se derretia aos pouco, entregando-se àquele homem que tanto ama.

Mesmo temendo pelo dia seguinte, naquele momento eram apenas um do outro. Talvez por isso, por não saber o futuro, eles se entregavam ao presente. Se amavam sem restrições.

O Byun puxou uma mão de Chanyeol colocando dois dedos dele na boca para chupá-los, a língua quente rodeando-o e fazendo o maior olhá-lo de forma febril. Baekhyun conseguia despertar o extremo em si, nunca conseguia sentir pouco quando se travava do menor; era perdidamente apaixonado, completamente entregue, fodidamente cheio de tesão.

Eles se encararam, enquanto um sorrisinho malicioso e cheio de certezas sobre o que estava fazendo com Chanyeol, escorregou nos lábios de Baekhyun, ele agarrou os fios do outro com força, puxando-o para um beijo depois de largar dedos úmidos, então enrolou uma perna na cintura do Park, fazendo os membros duros roçarem com deliciosamente um no outro, ao mesmo tempo que ficava mais fácil para Chanyeol deslizar os dígitos entre as nádegas macias.

Primeiro brincando um pouco, o Park esfregou os dedos na entradinha que pulsava assim como os paus que se esfregavam em busca de algum alívio. As bocas resvalaram enquanto gemiam baixinho, sem conseguir tirar os olhos um do outro.

Baekhyun adorava ver o fogo no olhar de Chanyeol, como ele tinha a pele quente e parecia sempre perto de virar lava viva, quente, escorregando a mão em seu corpo e queimando a pele com seu desejo. Já o Park se perdia no brilho do olhar de Baekhyun, na luz que ele emanava de todos os cantos, como parecia cintilar, principalmente quando estava perdido em prazer; não sua pele, mas tudo ao redor. Baekhyun era tão lindo que, literalmente, era a luz em si.

Ao escorregar o primeiro dedo para dentro do menor, Chanyeol sorriu safado com o gemidinho de satisfação que escapou dos lábios do amado, enquanto ele movia os quadris para sentir mais e impor que o Park fosse mais rápido.

Chanyeol dificilmente dominava aquelas situações, e sequer queria tal coisa, poderia brincar e ser irônico ao chamar Baekhyun de Vossa Majestade, mas ele era o rei, e mais do que isso, não se importava nem um pouco quando o menor usava toda essa autoridade para impor o que mais gostava na cama; lhe excitava vê-lo excitado.

O segundo dígito teve um pouco de resistência, contudo, Baekhyun gostava da leve ardência, gostava como Chanyeol beijava-o e mimava-o, gostava de sentir os dedos longos aumentando a velocidade para fodê-lo da forma que queria.

Eles tinham muitos anos de experiência conhecendo o corpo alheio, a forma como mais gosta, mais tem prazer, mais excita, mais acalma.

Naquele momento ambos só queriam foder, externar todo o medo e preocupações acumuladas em seu ser, colocar para fora os receios em forma gemidos e aproveitar o que poderia ser um dos últimos momentos juntos que teriam.

— Chanyeol, acho que já enrolou demais. — Baekhyun mordeu o lábio inferior do amado, puxando de leve e sugando para dentro de sua boca, os olhos nublados de prazer ao sentir os dedos longos e curvados em seu interior, preparando, instigando-o.

— É sempre tão apressado.

Com um grunhido, foi a vez de Baekhyun empurrar o maior, fazendo-o deitar na cama e sentando entre as pernas abertas. O menor sorriu de lado, tocando o falo duro de Chanyeol pela primeira vez, sentindo-o pulsar em sua mão enquanto distribuía beijinhos na barriga do seu príncipe, descendo os lábios aos poucos para as coxas, mordiscando a pele macia e rindo irônico ao ver o maior tremer e se arrepiar todinho.

Sempre tão sensível.

Quase pensou em fodê-lo daquela vez.

Quase.

Algo ansiava por sentir o amado, por tê-lo dentro de si. Baekhyun continuou a trilha de beijos, até chegar nos testículos, arrastando a língua por toda sua extensão até a glande, antes de sugá-la com força.

Logo desceu os lábios no falo duro, chupando-o e se deleitando com os gemidos de Chanyeol, adorando a forma como ele se agarrava aos lençóis e revirava os olhos ao ter a língua atrevida percorrendo as veias salientes, subindo e descendo a boca em seu pau.

Baekhyun sorriu ladino ao se afastar depois da provocação, colocando uma perna de cada lado do corpo deitado na cama, ele encarou Chanyeol com aquela feição meio séria, meio arteira, que desestruturava o maior, então segurou a base do falo duro, e desceu devagar, sentindo-o ganhar espaço dentro de si, junto com a leve ardência, que de certa forma só aumentava seu prazer, até estar completamente sentado no colo do Park.

O maior segurou sua cintura, ajudando-o enquanto ainda se movia sutilmente, acostumando-se ao volume e sentindo o prazer percorrer todo o corpo ao pegar o próprio membro entre os dedos e se masturbar no mesmo ritmo que movia os quadris.

Eles não deixaram de se encarar em momento nenhum, logo Baekhyun se inclinou para frente, apoiando o antebraço na cama para poder beijar Chanyeol e ficar bem empinado enquanto ele arremetia dentro de si, lento e forte.

Gostava como o Park parecia saber o que precisava, o que queria.

Eles se beijaram em uma confusão de línguas, gemidos e prazer, enquanto o ritmo aumentava gradativamente, até nenhum dos dois saber mais onde terminava a extensão de um e começava a do outro, se conectando muito mais do que apenas em um ato carnal.

Baekhyun apoiou a mão no peitoral de Chanyeol, voltando a tomar o controle do ato, subindo e descendo em seu colo, jogando a cabeça para trás ao gemer quando o prazer se alastrava em todo seu corpo. O Park poderia sorrir com a imagem do menor perdido no próprio desejo, sentando em si com precisão, mas não consegui fazer nada além de admirar aquela beleza que era todo sua.

E tocar o pau de Baekhyun que pulava e pulsava entre os corpos, claro.

O Byun voltou a beijar o maior, as bocas resvalando enquanto aquele brilho de prazer os dominava, antes de sair de seu colo, sorrindo ao ficar de costas, apoiando sua mão na parede — na qual a cama era encostada — e empinando bem a bunda na direção de Chanyeol, que não demorou para se colocar atrás de Baekhyun, afundando o rosto no pescoço cheiroso, mordiscando-o ao mesmo tempo que metia com força, fazendo ambos os corpos vibrarem de desejo.

Segurando a cintura do menor, o Park perdeu todo o controle do próprio corpo. Baekhyun exercia aquele efeito em si; não era um príncipe que se preocupasse com política ou com muita coisa, era amado pelo povo justamente por aparecer nas festividades da vila, por beber, dançar e parecer um deles, mas não tinha o mínimo de competência para reinar; era um preguiçoso, descansado. Contudo, quando se travava do menor, Chanyeol sequer conseguia se conter, seja demonstrando ser um bobão apaixonado, seja ao fodê-lo até sentir câimbra nas pernas, mas continuar mesmo assim pois os gemidos de Baekhyun eram como combustível para o fogo dentro de si.

Seu reino era regido por opostos, água e fogo, a família real sempre tinha um poder que fosse compatível com esses, como seu primo, Minseok, que dominava o gelo, e seu irmão mais velho, Junmyeon, que dominava a própria água.

Para alguém que detinha o fogo, Chanyeol era passivo demais, letárgico, como a lava lenta se movendo dentro de um vulcão, mas que eclodia com um simples toque de luz vindo de Baekhyun.

Entregues aquele prazer que apenas conseguiam ter um com o outro, Baekhyun gozou na própria mão, sentindo Chanyeol fodendo-o daquele jeitinho que tanto gostava, já o maior continuou com o mesmo ritmo, para prolongar o prazer do menor e alcançar o próprio ápice, que veio momentos depois enquanto sussurrava o nome do amado em uma prece.

Ambos estavam arfantes ao se jogarem na cama, mas também com sorrisos nos rostos.

O Park puxou seu rei para deitar em seu peito, fazendo um carinho na lateral do corpo menor, onde havia diversas marcas de sua mão, enquanto Baekhyun ficava quieto, em uma das poucas vezes que cedia e se deixava ser envolvido por um carinho bem vindo.

Pois ele temia que, depois da reunião no dia seguinte, jamais fosse sentir novamente a mão do Park em seu corpo. Eles não falaram sobre o futuro, nem sobre o passado. Apenas olharam um para o outro, ficando claro em seus olhos o quanto se amam.

Baekhyun não voltou para o quarto naquela noite, coisa que sempre fez para não levantar suspeitas, apenas se permitiu abraçar Chanyeol e dormir ao lado da única pessoa que amou verdadeiramente.


(...)


Ainda era noite.

Foi a primeira coisa que Baekhyun percebeu ao abrir os olhos. Ele se assustou com o barulho na janela de Chanyeol, sentando na cama a tempo de ver duas sombras se esgueirando para dentro do quarto.

Ficou alerta, amaldiçoando a si mesmo já que a adaga, a qual sempre trazia consigo, ainda estava ao pé da cama junto com o amontoado de suas roupas. Na luz do luar, as silhuetas ganharam formas, e o Byun suspirou ao ver aquelas duas figuras ali. Era só o que faltava.

Eles se encararam, antes de Baekhyun acariciar os fios rebeldes do mais novo, que sequer havia se movido com a movimentação.

— Chanyeol, acorde.

— Me deixa dormir… — resmungou manhoso, e um quase sorriso se formou nos lábios de Baekhyun, então ele olhou para as figuras, que permaneciam paradas, ainda abismadas com a cena.

— Você tem visitas.

— Hm? — quis saber, meio sonolento, sentado na cama e coçando os olhos. — Baekkie? O que houve?

— O que está acontecendo aqui?! — Junmyeon se pronunciou pela primeira vez, falando em um sussurro urgente ao olhar o irmão, que se assustou com a presença do mais velho.

— Espero que não tenha matado nenhum dos meus guardas, Kim. — Baekhyun acusou seriamente.

— Não vim em busca de mais guerras, apenas queria…

— Levar Chanyeol — Baekhyun completou, levantando-se em toda sua glória, fazendo o Park suspirar ao ver o corpo bonito e masculino do menor. Haviam transado há poucas horas, mas poderia fazer tudo de novo.

O Rei contornou a cama, pegando um manto de Chanyeol para cobrir o próprio corpo, olhando para Junmyeon e Minseok parados perto da janela, por onde eles haviam escalado para encontrar o príncipe prisioneiro.

— Alguém pode me explicar o que é isso?

Chanyeol suspirou, colocando as pernas para fora da cama, ainda coberto com o lençol.

— Myeon, é complicado… O que faz aqui?

— O que eu faço? Vim te salvar, seu idiota! Acha que deixaria meu irmão morrer na mão desses…

O Príncipe Herdeiro do Reino Brightfire olhou Baekhyun cheio de raiva, então se virou para o primo, e conselheiro, Minseok, em busca do que fazer.

— Ninguém vai morrer, Kim.

— Não? Então por que o mantém preso?

— Como pode ver, Chanyeol não está em nenhuma cela, ele está na Torre do Rei, e eu não deixaria ninguém tocar nele, é claro.

— Por que não deixaria? Chanyeol? O que existe entre vocês?

— Irmão, é complicado.

— Estou com tempo. — foi irônico ao ver mais novo suspirar.

— Eu o amo — o Park sorriu, olhando para Baekhyun ao seu lado, que retribuiu o gesto. — Há muitos anos.

— Como assim? — Minseok se pronunciou pela primeira vez, apertando o ombro de Junmyeon para acalmá-lo. Sempre foi sensato, e queria ouvir o primo. — O que não nos contou?

— É complicado, mas nós dois temos um romance escondido há anos… Tudo que aconteceu foi uma confusão, pois eu realmente estava no acampamento dos Byun, havia saído escondido da tenda de Baekhyun e me prenderam como suspeito quando tudo aconteceu.

— Seu imbecil! — Junmeyon andou até Chanyeol, dando um tapa na sua cabeça, fazendo o mais novo se encolher e choramingar. — Como pôde esconder isso de mim? Eu pensei que… Pensei que…

Junmyeon respirou fundo, e Baekhyun percebeu o quanto ele amava o irmão. Havia invadido seu reino apenas para resgatá-lo por medo do que iria acontecer no dia seguinte e estava visivelmente nervoso; Junmyeon tremia em um misto de medo e alívio ao ver Chanyeol bem.

— Eu estou bem, Myeon.

— Mas precisamos ir, não temos certeza do que vai acontecer.

— Espere! — Baekhyun se pronunciou, olhando os invasores. — Se levarem Chanyeol, um caos completo vai se instalar.

— Se ele ficar, vai morrer.

— Eu já disse, não deixarei isso acontecer. — rebateu, determinado.

— Você tem um plano. — Minseok constatou.

— Se fugirem com Chanyeol, estarão afirmando que ele é culpado, eu não terei forças para impedir um ataque ao seu reino… Podemos evitar isso.

Junmyeon ainda parecia muito transtornado, e abriu a boca para rebater, mas Minseok o impediu, tomando a fala antes.

— Como?

— Talvez não seja de todo ruim aparecerem aqui, assim podem me ajudar e encenar o que aconteceu.

— Está nos pedindo para mentir?

— Estou pedindo para me ajudarem a salvar seu irmão.

Baekhyun olhou raivosamente para o Príncipe Herdeiro, que parecia muito desconfiado ainda, contudo, aquela determinação em proteger Chanyeol lhe afetou, estava claro que o Byun faria de tudo para cumprir sua palavra.

— O que vai fazer?

— Chanyeol? Pode ir ao meu quarto e pegar o pedaço de pergaminho sobre minha mesa?

O maior assentiu, levantando-se e se cobrindo com uma roupa qualquer, para sair do quarto e seguir até o final do corredor.

— Como soube que ele estava aqui?

— Seus guardas falaram para poupar a própria vida.

Baekhyun suspirou, estava mesmo cercado de cobras e covardes. Quando Chanyeol voltou, o Byun entregou o papel para Minseok, que franziu o cenho sem entender.

— O que eu faço com isso?

— É a prova que vamos precisar para tudo dar certo.

— E qual o plano?

Baekhyun sentou-se novamente na ponta da cama, com o Park ao seu lado, fazendo um carinho distraído em sua mão, que estavam entrelaçadas. O Byun não percebeu, mas aquele movimento o acalmou ao repassar o que iria acontecer no dia seguinte, e não passou despercebido pelos Kim aquele gesto de carinho, que viram a forma como os casal estava inclinado um na direção do outro, como se precisassem ficar juntos, com as peles se tocando.

Era um bom plano, claro, mas havia muitos riscos e Junmyeon não sabia se estava disposto a deixar Chanyeol se machucar.

— E se não der certo? — quis saber, ao final da explicação. — E se ninguém acreditar em você? Se tentarem matar meu irmão?

— Então, pode ter certeza, eu serei o primeiro a morrer tentando salvar Chanyeol. — respondeu de forma convicta, fazendo Junmyeon suspirar em dúvida.

— Ninguém vai morrer, Baekhyun.

— Não temos essa certeza, Chanyeol, mas eu te prometo que sairá desse castelo vivo.

— Não sem você — o Park se virou para Junmyeon, e foi uma das poucas vezes que o mais novo não tinha o ar brincalhão. — Eu não vou a lugar nenhum sem Baekhyun.

— Não adianta nem tentar persuadi-lo a voltar agora conosco para Brightfire, certo? — Minseok quis saber, vendo um balançar de cabeça afirmativo do primo. — Junmyeon, vamos voltar, logo sol vai nascer e precisamos pensar. É um bom plano, pode dar certo.

Junmyeon olhou bem para o irmão, vendo-o ali, tão maduro quanto nunca viu antes, segurando a mão de Baekhyun em uma determinação que o fez pensar que ninguém jamais seria capaz de separar aquele aperto. Ele se virou, dando as costas ao casal para pegar a corda amarrada na janela depois que invadiram o quarto, e se arrumou para sair daquela torre, mas não sem antes falar:

— Não importa quem terei que matar na reunião, Baekhyun, eu saio daqui com meu irmão vivo.

— Eu digo o mesmo. — respondeu, vendo Junmyeon, ainda de costas, assentir e depois sumir junto com os últimos resquícios da madrugada.


(...)


Todos estavam tensos, era possível sentir como tanto a Corte de Bluesky, quanto Junmyeon, Minseok e todos de Brightfire estavam nervosos.

Exceto Luhan, quem estava em pé ao lado do trono onde Baekhyun havia sentado.

Iriam começar o julgamento, era um momento decisivo.

Chanyeol estava parado de frente para o Byun, com a família a sua direita e a Corte de Bluesky a sua esquerda.

— Daremos início ao julgamento de Park Chanyeol, quem está sendo acusado de assassinar o Rei de Bluesky. — Jongdae começou, como um dos membros principais da Corte. — O que tem para dizer em sua defesa, Park?

— Sou inocente, não fiz tal coisa.

— E espera que sejamos tolos o suficiente para acreditar neste disparate? — Luhan levantou uma sobrancelha.

— Vocês não têm como me culpar também, não existem provas contra mim.

— Estava na cena do crime.

— Eu estava perto do acampamento, justamente pois iria pedir um momento para conversar com o Rei.

— Então não passa de uma mera coincidência? — novamente o Conselheiro foi irônico.

— Pode se dizer que sim, estão perdendo tempo comigo quando o verdadeiro culpado provavelmente está tramando algo contra seu atual Rei, tal como fez com o antecessor — respondeu, fazendo a Corte de Bluesky conversar baixinho.

— Estamos em um impasse — Junmyeon se pronunciou. — Pois eu mesmo mandei Chanyeol até o acampamento de vocês, no intuito de conversarmos sobre nossa possível aliança. Em breve Brightfire vai declarar o novo Rei interino, nosso pai está com a saúde debilitada, tanto que estou aqui para representá-lo. Meu irmão não teve participação na morte de seu Rei, e foi injustamente preso como um criminoso.

Junmyeon olhava para a Corte, que estava cada vez mais agitada, pois se fosse verdade eles estariam com dois problemas, a raiva dos Brightfire e um assassino a solta.

— É muito conveniente que estivesse no nosso acampamento justamente na noite que o Rei foi envenenado.

— Realmente, é muito conveniente, certo, Conselheiro?

— O que quer dizer?

— Junmyeon não me mandou ao acampamento de vocês sem mais nem menos, ele havia enviado uma nota solicitando uma reunião.

— Não recebemos nenhuma nota. — Jongdae rebateu.

— Receberam e responderam informando que poderiam nos acolher, está até com o selo real. — Junmyeon respondeu, tirando das vestes a tal nota e a letra era extremamente parecida com a de Luhan.

— O que é isto? — o Conselheiro questionou, enquanto a Corte lia o pergaminho.

“Tivemos uma tarde proveitosa de debates com o que seria melhor para o Reino. Nós aguardamos Vossa Majestade para continuarmos discutindo os assuntos pendentes. Nos encontre assim que possível.”

— Eu mandei a nota logo depois da reunião entre todos os Reis, porém como temos um histórico complicado, decidi conversar com o povo de Bluesky em particular.

— Então é verdade, estava lá para se encontrar com o Rei — Jongdae disse, seguindo até Baekhyun para entregar a prova, enquanto Luhan lia sobre seu ombro.

Ele ofegou indignado, aquele bilhete ele mesmo havia enviado, contudo, o destinatário foi o Byun, dias antes. Como isto foi parar na mão de Junmyeon? Antes que Luhan pudesse falar, o Rei se levantou, fazendo todos olharem em sua direção.

— Tenho uma triste notícia para dar a vocês — começou, fazendo os demais se calarem. — Sei que não foi Chanyeol o responsável pelo assassinato de meu pai, pois essa semana eu sofri um ataque, minha comida estava envenenada, causando a morte de um dos nossos serviçais, que havia experimentado antes de mim.

Todos ofegaram com a notícia.

— Por que não nos notificou? — Luhan questionou, estreitando os olhos, ele estava tentando encaixar as peças daquele quebra-cabeça.

Era difícil para si entender aonde Baekhyun queria chegar com aquelas mentiras, aqueles jogos; já tinha tudo tão minimamente planejado, sempre dois passos a frente, como seu pai ordenava que fosse, que não via o cenário montado pelo Byun.

— Pois desconfiava de alguém entre os nossos, alguém, aparentemente, de confiança. Apenas contei para meu primo, quem me ajudou a desvendar esse mistério.

— Então sabem quem matou o Rei? — um membro da Corte questionou.

— Sim, uma pessoa tão perto de nós que seria improvável pensar — disse, suspirando tristemente. — Venha a frente, Luhan, tenho algumas perguntas para você antes de revelar o que descobri.

— O que quer dizer? — o conselheiro estreitou os olhos, parecendo na defensiva.

— Está questionando seu Rei? Sei que nunca me aceitou, mas está na hora de demonstrar algum respeito.

A contragosto, vendo como todos o olhavam de forma questionadora, o Conselheiro tomou o lugar de Chanyeol como réu, enquanto o Park se colocava ao lado do irmão.

— É verdade, Luhan, que você se juntou à Corte por meio do Rei?

— Isto é óbvio.

— E que vocês tiverem uma ligação muito forte?

— Sim. — respondeu entediado.

— Por quê?

— Como?

— Por que o Rei colocaria um plebeu, que jamais pisou em um castelo antes, para ser seu conselheiro, mesmo tão novo?

— E-eu…

— Diga, todos já sabem de qualquer forma — Baekhyun se manteve impassível enquanto o outro ficava vermelho de raiva e humilhação.

— Pois sou inteligente, e seu filho.

— Um bastardo.

— Sim.

— E você ficou com raiva, pois sabia que jamais poderia sentar no trono, já que não tinha os dons de Bluesky.

— Não é preciso ter o dom da luz para sentar no trono.

— Então admite almeja isto?

— EU MEREÇO ESSE LUGAR MUITO MAIS DO QUE VOCÊ.

Baekhyun precisou conter o sorriso de vitória assim que o Conselheiro explodiu, deixando todos abismados com aquele depoimento; logo se dando conta do que havia falado, Luhan começou a se desculpar, mas o Byun não deixou que terminasse a sentença.

— Por isso estava com raiva, certo? Meu pai havia me escolhido, pois sabia que o povo iria ficar irritado se ele nomeasse um bastardo para o trono. Você, indignado por nunca ser Rei, matou o próprio pai para poder convencer a Corte de que seria melhor do que eu.

— NÃO!

— Você tentou me matar quando soube que eu estava investigando sobre a morte de meu pai, e usou Chanyeol como um escudo para jamais pensarem que poderia ser você!

— Não fiz nada disso!

— Admita Luhan, estava com raiva de nosso pai, inveja de mim e como jamais gostou do reino Brightfire quis usá-los para que pudesse se safar!

— MENTIRA!

Luhan começou a dar passos para trás, sua cabeça encaixando todas as peças daquele jogo. Ele pensou que estava dois passos à frente por já ter conquistado toda a Corte, por saber que eles ficariam ao seu lado, por ter o amor do povo, já que veio deles. Luhan tinha tudo que era preciso para ser um Rei, menos o sangue real.

Assim ele pensou que poderia subjugar Baekhyun, a quem nunca deu muita importância, pois ele sempre esteve calado e distante nas reuniões.

Mal sabia ele que Baekhyun não falava, pois estava pensando, sempre arquitetando o melhor para o Reino, fazendo propostas e mais propostas as quais entregava ao seu pai longe dos olhos dos conselheiros, e o homem usava como se fossem suas idéias, sem jamais dar crédito ou oportunidades ao filho.

Baekhyun era extremamente inteligente, astuto, agiu de forma calculada, fria, como um verdadeiro Rei, e havia arquitetado tudo aquilo.

Foi então que Luhan percebeu.

— Você! — o conselheiro sussurrou, não sendo ouvido pois o Byun gritava:

— Guardas, segurem este impostor, quero que vasculhem o quarto de Luhan, tenho certeza que encontrarão alguma prova de seus crimes por lá.

A Corte estava em choque, todos abismados demais com a reviravolta daquele julgamento.

E enquanto colocava as peças no lugar, Luhan entendeu que não havia visto qual era o plano de Baekhyun, pois mesmo que estivesse dois passos à frente, ele estava dez.

A coisa foi tão bem planejada que jamais poderia desconfiar.

O Byun havia matado o próprio pai; ele envenenou a bebida do Rei, ele colocou veneno na própria comida, ele pediu para Luhan fazer uma nota sobre a reunião. Talvez o que tenha dado errado fosse a presença de Chanyeol no acampamento — sempre tão tolo e inconsequente que apareceu em sua tenda sem ser chamado, afirmando ser impossível vê-lo tão perto e não poder tê-lo em seus braços —, mas no fim isso até acabou ajudando-o a deixar o plano mais crível.

Não foi surpresa para o Conselheiro quando os guardas chegaram com diários, receitas de venenos e frascos vazios, com resquícios da prova do crime.

Ao olhar Baekhyun, Luhan teve vontade de rir.

Realmente, havia subestimado quem pensou ser apenas um príncipe sem iniciativa, sem sal e sem merecer o trono.

Baekhyun era muito mais do que aparentava.

As vozes se sobrepunham umas às outras, acusando o Conselheiro, chamando-o de traidor e nomes muito piores, mas Luhan estava aéreo; de certa forma era até melhor assim, preferia a morte do que viver para servir o Byun.

Então Baekhyun começou a falar, quase com um sorriso no rosto, ao descrever como traições contra o Reino jamais seriam perdoadas, ainda mais vindo de pessoas tão próximas e que deveriam ser de confiança. Seu próprio irmão.

— Luhan, eu o sentencio à morte pelo assassinato do Rei — foram as suas palavras finais.

E o Conselheiro foi arrastado para fora da sala sem gritar, sem espernear, apenas aceitando seu destino. Não é como se ele mesmo não houvesse matado pessoas que se colocaram em seu caminho. Um sorriso debochado escapou de seus lábios, além do mais, de que adiantaria falar? Sabia que jamais acreditariam em um bastardo, como Baekhyun fez questão de deixar claro para todos.

O jogo para saber quem irá sentar no trono é assim; frio como as espadas que se enterram em corações, como as cordas que envolvem os pescoços.

— Isso quer dizer que Chanyeol está livre? — Junmyeon disse, em tom irritado. — Foi um ato imprudente prenderem um Príncipe de tal forma.

— Nos perdoe, Vossa Majestade, Luhan quem o capturou e chegou seguro de que ele era o culpado, nós confiávamos demais no Conselheiro — a Corte se desculpou, mas o possível próximo Rei de Brightfire continuou irredutível.

— Não justifica a forma como meu irmão foi tratado.

— Junmyeon, o Park não ficou em celas ou foi machucado, como não havia nenhuma prova concreta, ele foi tratado como um hóspede, ficou na minha torre e recebeu todo cuidado a altura de um príncipe.

— Isso não muda o fato de que ele foi enganado, fomos feitos de idiota pelo o seu conselheiro, meu irmão quase perde a vida e nossos reinos entram em guerra, devido a isso.

Todos ficaram em silêncio, refletindo em como aquele julgamento poderia ter acabado de forma desastrosa se não fosse Jongdae e Baekhyun. Os primos se encaram com um sorriso cúmplice e o Kim se levantou.

— Tenho uma proposta para todos, creio que seja de grande valia — começou de forma eloquente. — Muitos anos atrás nossos Reinos se desentenderam devido a um acordo de casamento que não aconteceu, creio que uma forma do ciclo fechar e uma nova era nascer entre Brightfire e Bluesky seja da mesma forma, com um casamento.

Seria muito suspeito se Baekhyun sugerisse aquilo, e como Jongdae sempre soube do amor de seu primo pelo filho mais novo do Reino vizinho, logo ele entrou no plano de Baekhyun; até porque o lugar de Conselheiro do Rei sempre foi seu por direito, era uma tradição de família, então vem o pai de Baekhyun e coloca um bastardo que quer destronar o príncipe? Inadmissível, em sua inteligente, e suspeita, opinião.

Nenhum dos dois poderiam ficar quietos; e jamais desconfiaram do tão leal e fiel Jongdae, quem esteve o tempo todo ao lado de Baekhyun, seus olhos e ouvidos no meio das cobras da Corte.

— Sim, é uma ótima ideia — Baekhyun assentiu.

— Casamento? Entre nossas famílias? — Junmyeon estreitou os olhos, ainda encenando, como se não houvesse pego Chanyeol e Baekhyun nus numa mesma cama na noite anterior.

— Sim, Baekhyun será coroado nosso novo Rei, em breve você também será Rei de Brightfire, então seu irmão mais novo, Chanyeol, pode se casar com Baekhyun, e assim, ambos governam Bluesky juntos.

— Ainda quer mantê-lo como prisioneiro?

Baekhyun quase teve vontade de rir, ao ver a clara implicância, talvez de um irmão ciumento, em Junmyeon.

— Jamais, o Park está livre para ir, podem pensar na nossa proposta, é mais do que uma simples união, é uma oferta de paz. — respondeu o Rei.

Aquilo fez o Príncipe Herdeiro de Brightfire quase sorrir, então assentir uma vez.

— Partiremos então, irei conversar com nossa Corte e assim podemos chegar a um acordo.

— Como queira.

E enquanto todo o povo de Brightfire se retirava da sala, Chanyeol olhou sobre os ombros para Baekhyun, que sorriu de volta minimamente.

“Eu vou convencê-los” — sussurrou.

“Conto com isso.”

E seria a vez de Chanyeol trabalhar para persuadir seu Reino a aceitar aquele casamento. De fato, não estava no plano de nenhum deles o Park ser pego no acampamento, Baekhyun desejava derrubar Luhan com a morte de seu pai, e depois de um ou dois anos propor o casamento aos Brightfire, como uma aliança entre os reinos.

Mesmo que tenha sido mais arriscado de tal forma, também foi muito vantajosa a presença de Chanyeol em seu quarto quase todo dia, lhe dando a sensação de como seria quando eles finalmente estivessem juntos para sempre; e força para não deixar o plano ir por água abaixo.

Sem falar que Junmyeon ajudou bastante, e o fato dele se retirar para pensar antes de aceitar a proposta, tornou tudo ainda mais verdadeiro aos olhos de todos.

Cansado, Baekhyun voltou a sentar-se no trono, com a Corte e o público saindo da sala de julgamento. A morte alheia era sempre um evento, ainda mais quando era o pescoço de um Príncipe. Ele sabia que o nome de Luhan se espalharia pelos contos do reino como um traidor e, em alguns dias, sua cabeça estaria rolando em direção aos pés daquelas mesmas pessoas que antes se diziam muito fiéis a ele.

Jongdae se aproximou do primo, sorrindo pequeno ao tirar a pesada coroa de seus fios prateados e colocar no apoio acolchoado ao lado do trono.

— Foi um belo show.

— Sim… por um momento eu pensei que tudo daria errado.

— Eu não deixaria nada sair do controle — Jongdae sorriu, andando pelos fundos com Baekhyun, em direção a torre principal do Rei, ainda tinham outros assuntos do Reino para discutir. — Se tudo der certo, em alguns meses aquele idiota vai perambular pelos nossos corredores.

— Chanyeol só é… Alegre.

— Ele serviria como um bom bobo da corte, talvez devesse fazê-lo nos entreter em algum jantar.

— Não seja cruel, Dae.

— Não estou falando nenhuma mentira.

— Quando conhecê-lo melhor, vai adorá-lo.

— Eu sei que vou.

— Como sabe disso? Senhor novo-conselheiro-do-reino? — foi debochado.

— Porque você o ama, e eu confio em você, senhor em-algumas-horas-serei-o-rei-legítimo-de-Bluesky.

Eles sorriram um para o outro, seguindo para o quarto de Baekhyun na intenção de falar sobre a coroação que aconteceria naquela tarde. Antes, precisavam se preocupar com o fato de Luhan ser nomeado por alguém da Corte, Baekhyun precisaria do apoio do povo e de parte majoritária da Corte ao seu lado durante o julgamento.

Aquilo o fez pensar que, talvez, com a alegria de um Chanyeol juvenil e que adorava dançar no meio do povo, pudesse acompanhá-lo e conhecer mais daquelas pessoas que precisaria cuidar. O Park lhe ensinava coisas que sequer sabia existir em si mesmo, ele mostrava o melhor que Baekhyun poderia ser. O Rei estava louco para que seu Príncipe Consorte voltasse para seus braços e, finalmente, pudessem começar sua história sem mortes, sem mentiras, sem ser escondido.


Quando, depois de tudo, pudessem fazer seu próprio destino. 


8 Avril 2020 00:01 1 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
6
La fin

A propos de l’auteur

Becca Jorge _rebeccajorge em todas as redes sociais, sobre minhas crises diárias como escritora, eu atualizo um blog aqui semanalmente ;)

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Raíssa Kreppel Raíssa Kreppel
QUERO A CONTINUAÇÃO NA MINHA MESAAAA! SOCORRINHO. A propósito, saudades u.u
October 09, 2018, 21:46
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