Consegui mais uma antes do tempo? Consegui. Enfin, essa é literalmente a primeira vez que eu escrevo esses personagens e nesse fandom (mesmo que já tenha algumas ideias em mente), então ainda tô tentando sair um pouco da minha zona de conforto. McCree seria um pai babão, sim, e ninguém pode me provar o contrário. Enfins, mais uma que está aí.
Tipo de pai escolhido: Pai orgulhoso.
“Essa foto é de quando ele usou o vaso sozinho, pela primeira vez!”
A imagem no telão mudou para mostrar uma foto de Oliver sentado no vaso, com não mais do que cinco anos, as mãos pequenas tentando esconder o que podiam enquanto ele parecia gritar. O salão de festas, lotado, explodiu em risos, e Jesse pode ver o filho balançando a cabeça na mesa ao centro, a mulher ao seu lado cobrindo a boca tentando correr o riso.
“Pai...” O homem disse, segurando o microfone contra os lábios. “Quando eu te pedi para falar no meu casamento, eu não achei que ia trazer um power-point com todas as piores fotos que você tirou de mim.”
Novamente o som de risadas tomou conta do ambiente, e se não fosse pelo pequeno sorriso no canto dos lábios do filho, McCree tinha certeza de que o marido já teria se levantado para o tirar dali. Ele riu baixo, bagunçando os próprios cabelos, sentindo o olhar de todos os convidados em si.
Ele não tinha um discurso preparado ou alguma coisa do tipo. Estava ali, no casamento do seu único filho, e a única coisa que pensou em fazer fora mostrar todas as fotos que tinha das conquistas do filho ao longo da vida. Começou da mais recente – uma de quando havia ficado noivo -, e agora que se aproximava do final sabia que toda a emoção guardada estava vindo para a superfície.
Hanzo, ao seu lado, apertou seu ombro, e assentiu com a cabeça. O marido havia o ajudado a escolher as fotos, e mesmo que parecesse uma desculpa para arrancar risadas dos convidados, cada uma daquelas imagens tinha um significado especial.
“Essas não são as piores fotos, Oli.” Ele deu de ombros, a feição se tornando um pouco mais séria. “São as fotos que eu guardo no meu álbum de ‘melhor filho do mundo’.” Jesse pigarreou e soltou um suspiro longo. Agora não era hora de chorar. “Sabe, aquelas fotos que ficam no celular pra quando pais idiotas querem mostrar pros amigos com orgulho de todas as conquistas do filho? Então...”
O silêncio ao redor era quase esmagador. Oliver, que antes tinha um sorriso no rosto, agora apertava os lábios – coisa que sempre fazia quando tentava segurar o choro. Era o suficiente para que ele pudesse continuar.
“Mas aí eu percebi que eu teria que mostrar todas as fotos.” A risada saiu engasgada. “Por isso eu separei só algumas. Parece idiota, não é? Mas isso aqui, olha-“ E ele apertou um botão no controle que tinha em mãos para que a foto mudasse, dessa vez para uma onde Oliver estava abaixado, amarrando os sapatos. “- Essa aqui foi quando eu vi que você já não precisava mais pedir pro seu papa pra amarrar seu tênis. Eu tirei essa foto, e fiquei uma semana falando pra todo mundo que eu conheço sobre como meu filho era inteligente e tinha aprendido a amarrar os sapatos sozinho, só de assistir o Hanzo fazendo isso por um tempo.”
O primeiro soluço escapou dos lábios do filho, ecoando por todas as caixas de som do salão de festas. Jesse olhou para os pés, respirou fundo e deixou com que algumas lágrimas escapassem. E, infernos, isso era tudo o que ele queria evitar. Mesmo com todos os anos que haviam se passado, e mesmo que fosse um choro de emoção, não gostava da sensação de fazer o filho chorar. Muito menos quando só queria fazer algo leve e engraçado. O nó na garganta, porém, não deixou com que mais palavras saíssem, então suspirou aliviado quando Hanzo começou a falar.
“Acho que o que seu pai quis dizer é que ele é um babão. E que se você tivesse feito uma escultura de cocô, ele colocaria na sala e exibiria todo orgulhoso o presente que você fez. Mas isso é o que faz dele o Jesse que nós amamos tanto, não é mesmo?” Hanzo tirou o pequeno controle de sua mão, pulando para a última foto que tinha na apresentação.
No telão, a foto mostrava um Jesse sorridente, um braço ao redor do marido e o outro segurando um Oliver com apenas dois anos de idade. As lágrimas, que ele ainda teimava em segurar, começaram a rolar livremente pelo rosto, e ele só conseguiu olhar para frente quando recebeu um cutucão do homem ao seu lado.
“Ah, isso... Essa é de quando você se tornou nosso filho. Você não deve se lembrar, mas essa daqui é a melhor de todas. Oliver, você nesse dia se tornou o maior orgulho da minha vida, e continua sendo mesmo depois desses vinte e cinco anos. E, sim, eu guardaria até mesmo uma estátua feita de cocô se fosse feita por você.”
As palavras faltaram, porque Jesse não era bom com elas. Ele sabia brincar, flertar, fazer piadas, mas quando precisava falar do que sentia a mente se tornava um borrão. Então ele deu dois passos pra frente, e antes que pudesse continuar a andar, viu o filho pular por cima da mesa onde estava sentado e correr em sua direção para que pudesse o abraçar.
Havia muitas lágrimas, muitas palavras sendo ditas, e ele o apertou com força nos braços, como sempre fazia desde que o filho era pequeno.
“Eu achei que o papa ia acabar me fazendo chorar no meu casamento, velho, e não você...”
Jesse riu. “Eu também, filho, eu também. Eu juro que só queria mostrar as fotos, mas você sabe como eu sou...”
“Eu sei.” Oliver colocou a mão no rosto do pai, já um pouco enrugado pela idade, e lhe deu um beijo na testa. “Você é o melhor pai do mundo. Até mesmo quando eu era criança eu falava pra todo mundo que meus pais eram mais legais do que todos os outros. E eu nunca deixei de pensar isso. Eu amo você.” Ele se virou para Hanzo, ainda choroso. “E eu amo você, papa. Obrigado por serem os melhores.”
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