Não que Bakugou fosse total, completa e indiscutivelmente gay, ele apenas era um tanto curioso e absurdamente atraído por homens – Kirishima, se buscarmos um nome específico.
Talvez ele só fosse gay por Kirishima, ou Kirissexual.
Ou talvez ele só não quisesse admitir que era gay. Mas esse não é o tema tratado hoje, e sim a curiosidade insana, aliada àquela sua parte kirissexual, que não o deixou controlar a língua durante uma conversa qualquer e levou Katsuki Bakugou a matar aula no banheiro da Yuei acompanhando por Kirishima Eijiro.
“Então você pode endurecer qualquer parte do seu corpo?”
“Isso mesmo.”
“Qualquer uma mesmo?”
“Sim, foi o que eu disse.” Kirishima havia unido as sobrancelhas para lhe responder, estranhando a insistência do loiro.
“Até…” Foi ali que tudo começou, quando os olhos de Bakugou se perderam e sua mente imaginou coisas demais, deixando a boca se abrir sozinha e fazer aquela merda. E agora eles estavam ali, Eijiro recostado na pia com as bochechas coradas e ele com os braços cruzados e uma expressão irritada, escondendo a vergonha que também estava sentindo.
Um silêncio estranho pairou entre eles, deixando evidente um ruído estranho e esganiçado que ambos presumiram vir da tubulação e deixaram para lá, enquanto arranjavam coragem – e se livravam de qualquer embaraço – para prosseguir.
—Vamos mesmo fazer isso?—O vermelho confirmou uma última vez, sorrindo sem graça com o rosto da cor dos cabelos, recebendo uma afirmativa imediata de Katsuki.
—Vamos.
Eles já estavam ali, já conseguiram sair da sala e já corriam todos os riscos. Não havia porquê voltar atrás. Além disso, Bakugou estava realmente curioso... E é de Kirishima que estamos falando, ele não iria deixar a oportunidade passar.
—Certo, então... não tem nada demais, não é?—Embora Bakugou não soubesse se aquilo era uma pergunta real ou apenas conforto próprio, ele respondeu:
—Claro que não, porra.—Repetiu pela milésima vez.—É só curiosidade de amigo!—E talvez aquela fala fosse mais para conforto próprio do que qualquer outra coisa.
Dito isso, Eijiro respirou fundo uma, duas, três vezes...e abriu o zíper da calça. Zipt! Um movimento rápido e preciso que fez o coração do loiro pular uma sístole – ou duas.
A calça foi abaixada alguns centímetros, e então a cueca tão vermelha quanto seus cabelos foi revelada, para a euforia de Bakugou, enquanto Kirishima sentia a vergonha tomar ainda mais seu corpo.
“Não é nada demais, não pense em nada, é só curiosidade…” Ele repetia mentalmente, tentando fazer sua mente parar de criar fantasias estúpidas.
Ah, se Bakugou era Kirissexual, você pode apostar os dois braços que Kirishima era Bakussexual em dobro, muito mais assumido – para si mesmo – e um tanto mais desesperado quanto a seus desejos. Em sua cabeça, não havia um universo onde Bakugou retribuísse seus sentimentos, e aquilo o entristecia, mas aquela ideia estranha que o loiro teve acendeu uma faísca em seu coração. Uma faísca estranha, já que a situação como um todo era estranha, mas ainda sim uma faísca.
—O que…?—Katsuki engoliu seco quando o ruivo pôs a mão no cós da cueca, não esperando que aquele momento chegasse tão cedo.—Não é melhor...fazer aquilo antes?
A grande verdade era que estava nervoso e envergonhado, xingando até sua décima geração por ser tão curioso e idiota, e queria adiar um pouco mais aquilo até que seu coração estivesse preparado e não a ponto de explodir. Em algum canto de sua mente, Bakugou temeu acabar explodindo inteiro em sua própria quirk quando o momento chegasse.
—Estou com medo da cueca rasgar…—O comentário fez com que o loiro imaginasse Eijiro desfilando pelo colégio com o uniforme e sem a cueca, o pano da calça deslizando sobre o membro e causando arrepios enquanto estivessem juntos.
“Que porra…?” Ele xingou confuso com a própria ideia antes de ver Kirishima simplesmente por o pau pra fora. Assim, simples, rápido e fácil.
“Cacete…!” Não havia outra palavra para definir, afinal era, de fato, um cacete – consideravelmente grande para um “cacete” que não estava excitado.
—V-Vamos lá, estou esperando.—O loiro fingiu que estava tudo bem e que não iria explodir enquanto o amigo subia um pouco mais as calças, tentando exibir-se um pouco menos, envergonhado com toda situação.
—Pare com isso, está me deixando nervoso!—Eijiro desviou o olhar um instante, antes de concentrar-se e finalmente fazer o que foi proposto desde o início.
Aos poucos o pênis assumiu uma aparência mais áspera enquanto subia em angulação à medida que a quirk de Kirishima agia, e os olhos de Katsuki se arregalaram diante do resultado final.
Não é que ele podia mesmo endurecer todas as partes do corpo?
—Cacete!—Outra vez, agora em voz alta, o palavrão foi usado e aquele ruído incômodo que eles achavam vir da tubulação apareceu, apenas para ser ignorado.—Cacete, Kirishima!
Katsuki observou abismado a ereção – aquilo poderia ser chamado de ereção? – e se aproximou movido, mais uma vez, pela curiosidade, prestes a fazer mais uma coisa pela qual se xingaria posteriormente.
Uma das mãos se fechou ao redor do membro duro de Eijiro, fazendo com que o ruivo perdesse completamente a cor do rosto e encarasse Katsuki completamente pasmo e desacreditado. Bakugou, por outro lado, mal percebeu a expressão perdida do amigo e manteve-se focado na sensação incomum passada aos seus dedos.
—É duro pra caralho!
—Eu disse que ficava!—Kirishima foi momentaneamente levado pela sensação de estar certo e sorriu vitorioso, sentindo um breve orgulho de si mesmo pela expressão animada e surpresa de Bakugou, ambos esquecendo completamente do fato de que um estava agarrando o pau do outro no meio do banheiro masculino.
E aquele momento postergou-se em um silêncio brando o suficiente para que Todoroki e Deku achassem que o banheiro já havia se esvaziado, deixando a cabine que ocupavam juntos para atividades íntimas – um nome mais delicado para uma foda – completamente bagunçados e cheirando a fluídos corporais – que eu imagino não precisar dizer o nome –, apenas para encontrar Bakugou não só olhando fixamente, como também com a mão dentro das calças de Kirishima.
Naquele instante, quando os quatro olhares se encontraram, Katsuki entendeu que os ruídos que pareciam vir da tubulação não eram bem o ar passando, e jurou que explodiria metade do universo assim que saísse daquele banheiro – tudo isso completamente paralisado, ou seja: a mão ainda segurava o dito cujo de Kirishima.
O silêncio manteve seu reinado naquela cena – enquanto os olhos vagavam de um lugar para o outro buscando processar tudo o que estava acontecendo ali – tornando tudo um tanto mais constrangedor e deixando a situação ainda mais cômica – meses depois Kirishima viria a rir bastante daquele momento ao brincar com Bakugou, e este o ameaçaria de morte antes de cobrir-lhe de beijos brutos.
—Eu não conto se vocês não contarem.—Todoroki murmurou bastante direto, arrumando sua postura ao lado de Deku, que trocou um olhar confiante com Kirishima enquanto Bakugou respondia:
—Acho bom!
Os quatro lavaram a mão antes de retornarem a sala, e Aizawa preferiu fingir não perceber a estratégia boba feita para disfarçar a chegada dos quatro alunos na sala e continuou sua aula enquanto os estudantes pareciam querer enfiar suas cabeças no buraco mais próximo.
Bakugou xingou mais uma meia dúzia de palavrões quando seus olhares cruzaram com os de Todoroki e Deku em um instante qualquer, antes de pousar os olhos em Kirishima e acabar sorrindo de canto.
Pelo menos havia sanado sua curiosidade.
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