Jane detestava aquela data. Não por ser uma pessoa supersticiosa, sinceramente não acreditava nessa história de sexta-feira 13 ser uma data amaldiçoada. Apenas não suportava os trotes dos adolescentes da pequena Stand City, sempre tinha que limpar seu quintal dos papeis higiênicos e manchas de tinta. Parecia uma espécie de Halloween minguado, sem fantasias e doces, apenas travessuras.
Pegou o controle remoto sobre o sofá e aumentou o volume da televisão na tentativa de abafar o barulho que os baderneiros faziam aquela noite. Apenas a luz do aparelho iluminava a sala, havia fechado cortinas e portas. Fingir que não existia tornou-se a melhor forma de não ser perturbada.
Abraçou as pernas com o olhar focado no noticiário transmitido, sem realmente prestar atenção. Tentava ignorar, mas seus olhos lhe traiam sempre acompanhando a figura que parecia se mover pelas paredes.
O via se aproximando pelos cantos dos blocos oculares. Tinha uma aparência horrível e medonha. Uma espécie de sombra que Jane sabia não ser de nenhum dos objetos do cômodo. As mãos em formas de garras pareciam mais afiadas que navalhas. O som que elas faziam quando forçadas contra a madeira da porta era perturbador e agoniante. Ele sempre saia naquela data, assim dizia o livro de magia que havia comprado pela internet há alguns anos.
Esperava que ele fosse menos faminto dessa vez, pois se tinha algo que detestava mais do que limpar bagunça de adolescentes, era limpar o sangue deles de seu quintal.
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