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Larissa Braga


Mesmo cansado, ele precisava ser o rei e o prisionei de seu próprio ser. | Overlord | Ainz Ooal Gown |


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#Overlord #Ainz-Ooal-Gown #Ainz #Momonga
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Royal Prison

"I am Ainz Ooal Gown.

With that name at stake, there can be no defeat."

– Ainz Ooal Gown, Overlord.

Encarava o amplo e escuro salão de forma vaga, cansada. Seus leais seguidores ajoelhados a sua frente, esperavam toda e qualquer ordem. Porém tudo o que ele queria era um momento sozinho, longe daqueles olhos que o admiravam, negando qualquer defeito de sua parte. Para eles, seu senhor era soberano, poderoso, inquestionável, sábio, um ser supremo. Um deus.

Fazia de tudo para manter a imagem adequada, contudo estava exausto. Resolveu distribuir tarefas para cada ser ali presente, na esperança de conseguir um pouco de solidão. Sem pensar, levou a longa e ossuda mão até a testa em um ato que demonstrava certa preocupação, vulnerabilidade. Imediatamente pôde ouvir a voz de uma mulher ao seu lado, perguntando se alguma coisa estava errada, se ele se sentia bem. O perturbando com uma preocupação exagerada, mesmo que ele soubesse que era verdadeira.

Eu estou bem, Albedo.” Respondeu a sua profunda voz de forma evasiva. Todavia ela voltou a questioná-lo sobre seu bem-estar. Ele a ignorou brevemente, pensando que isso a calaria, porém ela voltou a falar, agora se culpando. Dizendo que ela o estava incomodando, que era uma inútil.

Ele a assistiu ajoelhar-se ao seus pés, pedindo por perdão. Os longos e soltos cabelos negros dela se espalhavam, revelando as costas nuas. Dos belos e dourados olhos – que pareciam inocentes, mas que mascaravam o quão impiedosa e sanguinária ela poderia ser –, nasciam as lágrimas chorosas. As pequenas e pálidas mãos dela tremiam enquanto seguravam a borda de sua vestimenta negra. E os soluços, antes inaudíveis, agora lhe atrapalhavam a fala.

O senhor daquele lugar precisou respirar fundo para conter o instinto natural de abraça-la e chacoalha-la na tentativa de fazê-la se recompor, e se limitou a tocar-lhe na cabeça, ganhando a atenção da moça. Esta o encarou levemente surpresa, com o rosto rosado e molhado de lágrimas. O rei a assistiu engolir em seco e se aproximar dele lentamente, mas hesitou seu movimento para não parecer muito ousada. Em silêncio, o poderoso imaginou que talvez ela esperasse por algum movimento da parte dele.

Estou apenas cansado, não se preocupe.” Disse com um tom gentil em sua voz grave. Oferecendo o conjunto de ossos que formavam a sua mão, ele ajudou a morena a se levantar e anunciou que gostaria de simplesmente ir até seus aposentos e descansar. A donzela imediatamente perguntou se ele gostaria de companhia, de uma escolta segura, reforçando que seu trabalhado era protegê-lo.

Com seu raro e poderoso cajado dourado em mãos, ele respondeu que não via necessidade naquilo e comentou que poderia lidar com qualquer problema no caminho até seu luxuoso quarto. Surpresa com a resposta de seu senhor, a mulher choramingou “Não foi isso que eu quis dizer, Lorde Ainz!” em voz exaltada continuava “Sei que com o mínimo movimento de uma de suas poderosas mãos, o senhor conseguiria destruir qualquer coisa! Por favor perdoe minha insolência!” pedia Albedo, agora novamente ao chão “Eu sou uma vergonha!”.

Se ele tivesse pálpebras, naquele momento as teria fechado, enquanto respirava fundo e controlava a sua paciência. Se limitou a fitá-la em silêncio e a dizer que a perdoava, reforçando que não gostaria de que aquilo acontecesse novamente, e se pôs a andar para longe do salão, sentindo o olhar dourado da morena em suas costas largas.

Enquanto caminhava pelos longos corredores de Nazairck, percebia o quão confusa e perturbada estava a sua mente. Parecia que estava cheia de preocupações, mas ao mesmo tempo estava em branco. Totalmente aéreo e cansado, não percebeu a presença de uma segunda jovem. Só se deu conta da existência dela, pois a ouviu cumprimentá-lo.

Ela fazia uma reverência delicada, própria para seu pequeno e pálido corpo. Diferente da mulher que o acompanhava no grande salão, esta tinha longos cabelos claros, um tom de lilás platinado presos a um rabo de cavalo, enfeitado com um grande e complicado laço. Ela tinha incríveis olhos vermelhos, que expressavam o perigo que ela era para os humanos, porém para ele, aquele par de rubis eram gentis e espontâneos. Os lábios finos dela quase não conseguiam cobrir suas salientes e brilhantes presas, ameaçadoras para seus inimigos. Contudo, para ele eram inofensivas.

Observá-la sorrir causava a ele certa nostalgia. Uma assustadora saudade que tinha de seus antigos companheiros. Um em especial o criador dela. “Shalltear.” Falou a poderosa voz dele, que mesmo cansada, demonstrava carinho. Se tivesse os músculos faciais, assim como lábios e pele, ele teria sorrido para ela ao perceber o brilho nos olhos magentas da moça.

Se permite minha curiosidade, Lorde Ainz, aonde o senhor está indo?” questionou a delicada voz dela, enquanto unia as mãos afrente do corpo. Ainz a respondeu de forma breve, dizendo que estava indo até seu quarto para descansar.

Diferente de Albedo, Shalltear simplesmente o reverenciou novamente com um sorriso simples, anunciando que não desejava incomodá-lo e que iria se retirar. “Fico feliz em tê-lo encontrado, meu amado senhor.” Falava a voz da vampira enquanto se afastava dele a passos leves, quase inaudíveis, se não fossem os saltos de seus sapatos caros.

A passos largos, Ainz finalmente avistou as grandes e pesadas portas de seu quarto. As abriu sem qualquer cerimônia, adentrou em seus aposentos e jogou sua carcaça ossuda contra o confortável colchão. Respirou fundo enquanto virava-se e encarava o teto de seu quarto.

Estou cansado de tudo isso... Cansado dessa imagem...” pensava o poderoso rei. Queria poder ser mais transparente para seus subordinados. Desejava poder agir de forma normal. Demonstrar seus medos, suas fraquezas, suas incertezas. Mesmo com suas magias para manter o auto controle, adquirindo uma imagem calma e fria, ele acaba se esgotando. Lentamente sendo guiado até a depressão e ao desespero.

Todavia ele temia o poder de seus seguidores, estes não sabiam, mas eram tão poderosos quanto ele. Talvez até mais e para sua própria segurança, precisava manter a imagem que eles tão amavam. Ele era refém de sua própria imagem. O prisioneiro daqueles que o idolatravam. Não importava seus sentimentos ou medos, ele precisava ser Ainz Ooal Gown. O poderoso e impiedoso rei caveira da tumba de Nazarick.

12 Juillet 2018 19:39 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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