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O Internato Católico Saint Peter não era nem um pouco parecido com o que diziam os folhetos. O lugar feliz, que incentivava os alunos a se redimirem dos seus pecados e ajudava no desenvolvimento dos jovens até a vida adulta era só um texto muito bem montado para atrair dinheiro. A verdade era que o lugar escondia muito mais sujeiras do que o próprio inferno. E todos aqueles que se fingiam de santos, eram, no fundo, piores que o próprio diabo.


Fanfiction Groupes/Chanteurs Interdit aux moins de 18 ans.

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Pai Nosso Que Estás No Céu

Capítulo I — Pai Nosso Que Estás No Céu

“Mas todos nós somos como o imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia; e todos nós murchamos como a folha, e as nossas iniqüidades como um vento nos arrebatam.”
Isaías 64:6

O dia amanheceu ensolarado o suficiente para que Baekhyun tivesse que colocar um boné na cabeça e protetor solar sobre o rosto. Não que o sol estivesse quente, mas ele sabia muito bem o estrago que os raios de sol — mesmo que fracos — podiam fazer em sua pele.

Por mais incrível que pudesse parecer, aquele dia estava correndo muito bem. Baekhyun havia acordado antes do despertador, sentindo seu corpo tão descansado quanto não sentia há meses. O sol estava brilhando do lado de fora, tornando o dia tão bonito quanto poderia ser, com as árvores coloridas e as flores abertas, numa primavera perfeita para qualquer pessoa. Sua mãe havia feito seu café da manhã favorito e até seu cachorro — que geralmente o odiava — havia sido um cachorro normal naquele dia.

Talvez fosse Deus lhe dando uma colher de chá pelo que viria a seguir.

Porque Baekhyun sabia que não ia ser fácil ir para um reformatório, ele sabia que não ia ter um tapete de flores o esperando para caminhar gloriosamente até lá. Mesmo que os folhetos dissessem isso. Porque seus pais estavam confiantes de que iriam curá-lo da sua sexualidade o mandando para o melhor internato — como eles gostavam de chamar para diminuir o peso da coisa — de toda Coreia. Eles queriam curá-lo de algo que não era uma doença. Mas é claro que o casal Byun não sabia daquilo. Eles não sabiam — ou fingiam não saber — que o que o filho mais novo tinha não era uma doença, não era algo que pudesse ser curado com isolamento.

E não seria Baekhyun quem discutiria isso com eles.

Desde pequeno havia aprendido que os pais sempre sabem o que é melhor para os seus filhos. Então ele acreditava que estava tudo bem ir para um lugar distante, porque seus pais achavam que estava tudo bem.

Pelo menos era nisso que ele queria acreditar.

Baekhyun comeu seu café da manhã em silêncio, tentando prolongar tudo em sua mente. Tentou sentir o sabor de tudo e gravar nos mínimos detalhes, tentou gravar a voz de sua mãe brincando com o cachorro, a forma como o vento entrava pela janela grande da sala de jantar e bagunçava seus cabelos, a quentura fraca dos raios de sol que tocavam em sua bochecha.

Depois que terminou o café, foi até seu quarto, tentando gravar cada pedacinho dele. Iria sentir falta das suas coisas, da sua cama, do seu computador antigo e da sua internet lenta. Ia sentir falta até do vizinho barulhento que colocava música alta aos finais de semana e da senhora cheia de gatos que ralhava com ele toda vez que levava o cachorro para passear — o danado sempre fugia da coleira e ameaçava pular o muro dela e atacar um dos cem gatos.

Olhando para sua cama recém-arrumada Baekhyun chorou. Não um choro forte e triste, pois ele não se permitiu fazer isso. Ele derramou apenas uma lágrima que rolou por sua bochecha e caiu no tapete felpudo, prendendo-se ali, tão perdida quanto ele se sentia.

Duas horas mais tarde, ele sentia o balanço do carro numa viagem muda, com destino a sua mais nova moradia. Não era uma viagem comum, pois em todas as outras eles eram barulhentos e felizes demais. Seu pai sempre colocava uma música animada e eles sempre faziam algum jogo de palavras em que um tinha que completar a palavra do outro.  Cantavam, brincavam, riam e se amavam. Mas naquele dia era como se ele tivesse acordado em uma família diferente, em um corpo diferente, em uma vida diferente. Porque a família que seguia em silêncio pela estrada, observando a paisagem como se fosse a coisa mais interessante do planeta, certamente não se parecia em nada com a família animada e acolhedora que o garoto sempre teve orgulho de ter.

A viagem foi longa e Baekhyun só percebeu que havia chegado quando sua mãe lhe cutucou gentilmente na bochecha, tirando-o do sono tranquilo em que havia entrado. Pelo visto havia sido horas de casa até ali, porque a tarde começava a chegar, trazendo um vento frio que parecia ricochetear nos ossos.

O garoto tirou o boné e pendeu no cós da calça, abraçando os próprios braços para espantar o frio. Se soubesse que iria para um lugar tão distante, teria deixado um casaco de fora das malas. Observou pelo espaço entre os ferros do portão grande, o máximo que conseguia ver dali, captando cada detalhe. Não havia ninguém no pátio grande e Baekhyun suspeitou que fosse culpa do vento frio que lhe fazia tremer cada vez mais. Ele não ouviu quando sua mãe tocou o interfone, mas viu pelo portão quando uma freira apareceu no pátio, sorrindo gentilmente para a família que esperava.

— Sejam bem vindos! — ela cumprimentou abrindo o portão, que parecia muito pesado, para que passassem. — Olá, Baekhyun. Estávamos esperando por você. — ela olhou para o garoto que parecia assustado e ele se sentiu subitamente mais calmo. O sorriso dela era calmo e acolhedor, e por um momento ele sentiu que estaria seguro ali.

De dentro da propriedade, Baekhyun conseguia observar melhor o que o rodeava, e lugar, em si, era muito bonito. Uma construção alta, com um jardim grande e árvores gigantescas. Bem no canto, Baekhyun pôde distinguir algo que parecia ser o relógio e a cruz de uma igreja. As construções eram pintadas de um branco envelhecido, como igrejas costumavam ser e a construção grande e imponente a sua frente possuía alguns vitrais bonitos e bem desenhados.

Baekhyun estava tão absorto em sua observação que levou um pequeno susto ao sentir sua mãe segurar sua mão, olhando-o com os olhos marejados. Doía quase fisicamente e lhe partia o coração ver sua mãe chorar, por isso apenas a puxou para um abraço, dizendo — com a voz mais firme que conseguiu — que iria ficar tudo bem. Tinha que ficar

Seu pai, diferente da mãe manhosa e sentimental, não parecia triste em deixar o filho ali, há quilômetros de distância. Na verdade, parecia aliviado. Aliviado porque, finalmente, conseguiria uma cura para o filho. Ficou em total silêncio enquanto ajudava Baekhyun a tirar as malas do carro e a carregá-las pelo enorme pátio, até as portas do colégio. Não se opôs quando a freira pediu o celular de Baekhyun e qualquer objeto que pudesse ser cortante, ao contrário da mãe, que questionou o motivo para tirarem o celular do filho. 

Pacientemente, a Irmã explicou que ele poderia ligar uma vez por semana, do telefone da escola e que, de qualquer forma, celulares não funcionavam ali. 

O jovem, ao contrário da mãe, entregou o aparelho sem reclamar. Já que era para se afastar do mundo, que fosse por completo. 

— Fique com Deus, filho. — foi tudo o que ele disse, antes de virar as costas e puxar a esposa pela mão. Nem um abraço de despedida, nem mesmo um aperto de mãos.

Baekhyun sentia que havia sido literalmente jogado ali para lidar sozinho com os próprios demônios. Naquele momento, nem mesmo o aperto carinhoso que a freira lhe deu no ombro pareceu reconfortante o suficiente.

— Eu pedi ao seu colega de quarto para lhe ajudar a conhecer a escola e as regras dela. — ela disse depois de alguns minutos parados ao lado de fora. Baekhyun ainda sentia os olhos arderem, mas não choraria. — Ele se chama Matteo e vai ajudá-lo em tudo o que precisar.

Ele apenas assentiu, enquanto pegava as duas mochilas e colocava nos ombros, meio sem jeito.

Assim que a freira ia abrir a porta, Matteo passou por elas, com um sorriso acolhedor. Ele estendeu a mão para Baekhyun, que apertou desajeitado e se ofereceu para carregar uma das mochilas do garoto, que aceitou com as bochechas coradas e os ombros agradecendo. 

— Seja gentil com Baekhyun, Matteo. — a freira recomendou, sorrindo docemente na direção dos dois. 

— Claro, Irmã Jung. Pode ficar tranquila.

Com a afirmativa do garoto e um carinho nos cabelos dos dois, a freira se afastou, informando que não deveriam se atrasar para o jantar. 

Enquanto caminhavam até o quarto, Matteo ia mostrando algumas coisas para Baekhyun, informando os andares de cada coisa — térreo: refeitório; primeiro andar: aulas; e por último, segundo, terceiro e quarto andares: dormitórios. O lugar não era muito grande, mas ele explicou que não haviam muitos alunos, por isso, às vezes as salas pareciam grandes e vazias demais. 

— Por que você está aqui? — Matteo perguntou, enquanto caminhavam. 

— Eu… Meus pais acham que eu tenho algum tipo de doença por… Por ser homossexual. — ele respondeu, temendo que o outro fosse julgá-lo. 

— Entendo… Os meus acham que eu preciso de Deus. — ele respondeu, dando de ombros. — Todos nós precisamos, não é? 

— O que você fez de errado? — Baekhyun perguntou, interessado. 

— Eu fui diagnosticado com depressão há dois anos. — ele disse num tom que encerrava o assunto. 

Baekhyun apenas assentiu, sem forçar mais assunto. Ele era sensível o suficiente para perceber que aquele não era o assunto preferido do colega de quarto. 

Subiram quatro lances de escadas até chegarem ao primeiro corredor dos dormitórios, o segundo andar. Matteo havia informado que o quarto deles era o último daquele corredor, do lado esquerdo. Pelas contas de Baekhyun, supondo que os corredores tivessem a mesma quantidade de quartos e que os quartos tivessem a mesma quantidade de alunos, aquele lugar tinha no máximo cento e cinquenta alunos. O que era bem pouco comparado ao tamanho da antiga escola em que estudava — cento e cinquenta alunos era só no seu ano. 

Embora no fundo Baekhyun estivesse feliz por se livrar do tumulto, sabia que sentiria falta dos amigos.

Ele parou encarando a porta fechada, esperando que o colega de quarto a destrancasse. Quando Matteo passou a frente dele e girou a chave, Baekhyun percebeu que aquele som seria frequente em sua vida. A chave girando de maneira difícil, o barulho enferrujado antes da porta ser empurrada rangendo no batente. Respirou fundo e deu alguns passos para dentro do seu novo quarto. 

Matteo não falou nada enquanto Baekhyun observava o cômodo pequeno. Pelo contrário, ficou encostado à soleira da porta, esperando o garoto novo demonstrar alguma emoção.

Baekhyun, por sua vez, apenas tentava absorver tudo sem gritar. Porque era exatamente o que ele queria fazer. Gritar até não ter mais voz na garganta, gritar até que todo o mundo soubesse como ele estava se sentindo frustrado por ter que viver em um lugar onde ele não tinha mais ninguém, até que todos soubessem como ele estava se sentindo sozinho.

Mas ao invés de gritar, Baekhyun chorou. Parado no meio do quarto, com uma das mochilas nas costas, observou sua cama impecavelmente esticada com lençóis e travesseiros brancos e chorou. Começou como um choro silencioso, que o colega de quarto não veria por estar de costas, mas se transformou em um choro repleto de soluços, lágrimas e lamentos altos demais para esconder.

Matteo observou os ombros do garoto sacudirem conforme o choro ficava mais forte e pensou diversas vezes se deveria se intrometer. Ele mesmo havia chorado uma noite inteira quando os pais o deixaram ali. Ele mesmo havia chorado mais vezes do que conseguia se lembrar nesses dois anos e continuaria chorando incontavelmente. Aquele lugar não era nada comparado ao que mostravam na fachada. E Baekhyun nem sabia disso ainda.

Respirou fundo e foi até o garoto que continuava parado no meio do quarto, soluçando e colocando para fora tudo o que o assustava até aquele momento. Tocou os ombros e Baekhyun o olhou. Parecia muito com uma criança assustada e ele conteve o impulso de colocá-lo nos ombros e deixá-lo chorar por quanto tempo quisesse.

— Jongdae. — ele disse o nome simplesmente, e Baekhyun o olhou com uma expressão confusa nos olhos lavados de lágrimas. — Meu nome é Jongdae, pode me chamar assim.

— Por que está me dizendo isso? — Baekhyun perguntou depois de um silêncio longo, ainda soluçando, mas as lágrimas haviam parado de cair.

Jongdae sorriu pequeno, largando a mochila do garoto em sua cama antes de responder.

— Porque você está sozinho. — ele hesitou e Baekhyun deixou a própria mochila cair das costas. — E... Embora todos nós estejamos sozinhos aqui dentro, quero que saiba que eu estou com você. Não precisa ter medo, Byun.

E, naquele momento, Baekhyun sentiu que ele estava sendo sincero. Por mais que ainda soubesse que seus dias ali seriam difíceis, ele acreditou que ficaria tudo bem. Porque Jongdae havia prometido que ficaria. Porque ele estava confiando em Jongdae. Porque ele faria tudo ficar bem. Porque ele estava confiando em si próprio, pela primeira vez na vida. 

Baekhyun passou a hora seguinte arrumando as roupas na cômoda pequena que havia ao lado de sua cama, enquanto Jongdae o ajudava e contava algumas histórias.

Ao contrário do que a etiqueta mandava — fazer sempre a pessoa nova se sentir acolhida no lugar — Jongdae não mascarava as coisas. Ele não queria que Baekhyun tivesse surpresas desagradáveis — mais do que já teria, é claro — e estava tentando mostrar ao garoto novo como as coisas aconteciam ali.

Desceram até primeiro andar, encontrando o refeitório já quase cheio de alunos barulhentos e esfomeados. Baekhyun pegou seu jantar e esperou Jongdae para procurarem uma mesa. Sentaram-se no canto, debaixo de uma janela grande. Daquele lugar, Baekhyun conseguia ver o pátio do lado de fora, a lua iluminando o gramado de uma forma bonita. No céu, estrelas de todos os tamanhos brilhavam, alheias a tristeza que era lá embaixo. Ele percebeu — descolando seus olhos da janela e olhando para dentro do refeitório — que dali, poderiam ver facilmente quem entrava e não precisava ser tão descarados para observar as pessoas.

Viu um menino entrar pelas portas do refeitório. Ele parecia um contraste com tudo o que tinha ali, porque ele sorria para quem passava por ele, um sorriso bonito e quase infantil. Ele tinha a pele morena e os cabelos eram de um castanho claro, lisos e bem arrumados de um jeito que parecia despojado. 

Jongdae notou a atenção de Baekhyun colada no garoto que se movia com gestos leves e certeiros e riu, tomando a atenção dele para si.

— Aquele é o Jongin. — ele disse, mesmo que Baekhyun não tenha perguntado. — Ele é sempre bem feliz, ninguém entende o porquê. Quero dizer, sabem, mas ignoram. E ele não para. Está sempre sendo gentil e sorrindo para todos, mesmo que isso aqui seja um inferno. 

— Talvez ele esteja apenas querendo ver o lado bom das coisas. — Baekhyun comentou, fazendo Jongdae olhá-lo com uma expressão engraçada. 

— Ele é só um drogadinho de merda, Byun. Está na cara que ele está alto o tempo inteiro, as pessoas só ignoram isso, porque não querem ter que lidar com a possibilidade do traficante delas ser descoberto. 

— E você sabe quem ele é? — Baekhyun perguntou, mais por curiosidade do que por realmente querer saber quem era. 

— Sim… Já precisei de ajuda dele. 

— Você já…? — ele perguntou em voz baixa e deixou o restante subentendido, como se colocar em palavras fosse um crime ruim demais. 

— Drogas? — Jongdae riu, pela primeira vez com alguma emoção. — Não, nunca. Precisei de calmantes, mas ele foi bem filho da puta e me deu apenas um comprimido por dia e me forçou a tomá-los na frente dele. — ele soltou mais uma risada com a lembrança, mas não pareceu realmente com raiva. — Eu não vou te dizer quem é, porque não quero que você tenha uma má impressão. Apesar de tudo, ele é uma boa pessoa e está sempre cuidando de todos. Se algum dia você precisar, ai sim te digo onde encontrá-lo. 

Baekhyun assentiu, mesmo sabendo que a possibilidade de precisar de drogas um dia era praticamente nula. 

— Todos estão aqui para serem regenerados, Byun. — Jongdae disse, curvando-se sobre a mesa e abaixando a voz, como se fosse contar um segredo. — Nossos pais acreditam que aqui é o paraíso, mas não está nem perto disso. Vê aqueles dois ali? — ele gesticulou minimamente com a cabeça, se Baekhyun não estivesse prestando total atenção nem iria perceber. Ele apontava para dois garotos sentados a algumas mesas de distância. Um era alto e tinha os ombros largos, os olhos pequenos pareciam entediados e ele prestava atenção ao que o outro estava falando. O outro, tinha os cabelos descoloridos e era visivelmente menor que o primeiro. Baekhyun percebeu que ele brincava com os próprios dedos sem parar, como se tentasse distrair as próprias mãos. Virou-se novamente para Jongdae e assentiu, indicando que ele podia continuar. — Eles estão sempre juntos. Acho que são um dos poucos que tem amigos aqui. O grandão tem problemas com raiva. Dizem que ele bateu tanto em um cara que ele quase morreu e ficou com o rosto meio deformado. Ele nunca confirmou a história, porque ele não é muito de falar, mas ninguém se mete com ele também, só por precaução. O mais baixo é um ladrãozinho filho de uma puta. — Baekhyun desviou o olhar discretamente para a dupla, se perguntando se aquilo havia sido um xingamento ou uma característica. Agora o maior ria de algo, de um jeito contido, mas mesmo assim muito bonito. — Ele é um dos caras mais ricos desse lugar, mas mesmo assim roubou algo e veio parar aqui. Isso é muito comum, garotos se sentindo tristes que resolvem fazer uma merda pra chamar atenção. Ele conseguiu fazer isso da pior maneira possível. 

— Talvez ele não consiga se controlar… 

— Você ‘tá falando que o cara é pirado? — Jongdae questionou de boca cheia. — Tipo cleptomaníaco? — Baekhyun deu de ombros, como quem dizia que podia ser e Jongdae engoliu a comida antes de rir, sem humor algum. — Não faça isso, Byun. Vai acabar se dando mal. 

— Não fazer o quê? — ele perguntou, confusão estampando suas feições. 

Jongdae hesitou enquanto mastigava lentamente. Parecia pensar se deveria ou não continuar com o que havia começado. 

— Ver o lado bom nas pessoas. — ele disse por fim, depois do que pareceu uma eternidade para Baekhyun. — Ninguém vai fazer isso por você. Aqui é como o inferno, Byun, todos querem te colocar pra baixo, de preferência no chão, para poderem te usar de escada e sair daqui. Não veja o lado bom das pessoas quando elas não fazem questão de ver o seu. 

Baekhyun assentiu, voltando sua atenção ao seu próprio jantar. Até que algo, ou melhor, alguém tirou sua atenção. 

Ele andava pelo refeitório de cabeça baixa, como se odiasse estar ali — bem, pelo que Jongdae havia contado, não era muito incomum as pessoas odiarem aquele lugar —, mas o que chamou a atenção de Baekhyun não foi o fato de o garoto parecer inocente demais para aquele lugar. Baekhyun sentiu que conhecia aquele garoto. Ele não fazia ideia de como sentia aquilo, já que claramente era a primeira vez que o via, mas algo em Baekhyun parecia dizer que eles se conheciam.

— Quem é ele? — ele perguntou para Jongdae, em voz baixa. 

Jongdae seguiu o olhar de Baekhyun, não tão discreto quanto havia sido nas observações anteriores. 

— Ah, Park Chanyeol. — o garoto respondeu, dando de ombros. — Ele não é tão importante… Na verdade nem tem nada de interessante nele. — completou em desdém.

— Por que ele está aqui? — questionou, de repente interessado. 

Novamente, Jongdae fazia aquela expressão de desinteresse. 

— Ele estava em uma corrida ilegal. Tipo rachas, conhece? — ele perguntou e Baekhyun assentiu. — Ao que parece, uma mulher saiu ferida. Ele jura que é inocente, mas se fosse, não estaria aqui. — Baekhyun percebeu que Jongdae podia ser como uma vadia fofoqueira quando queria, colocando todos para baixo. — Ele é muito na dele, não fala com ninguém, não se mete em confusões e raramente ouvimos a voz dele nas aulas. Como eu disse: não é interessante. 

Mas Baekhyun tinha uma opinião diferente daquela. Com apenas um olhar na direção do Park, ele percebeu que talvez Chanyeol fosse interessante até demais. 

29 Juin 2018 02:57 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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