ariane-munhoz Ariane Munhoz

Tudo o que June queria era provar do fruto proibido. E Serena permitiria, contanto que aquilo silenciasse as vozes em sua cabeça. - SerenaJune


Fanfiction Série/ Doramas/Opéras de savon Interdit aux moins de 21 ans.

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Histoire courte
6
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Quando todas as vozes se calam

Handmaids Tale não me pertence.

Fanfic feita para o desafio amordefrases

Essa fanfic contém cenas de sexo entre duas mulheres. Se não gosta, não leia.

A frase escolhida por mim foi a de número 6: Seu coração disse pra sua cabeça, vá, e sua cabeça disse pra sua coragem, vou, e sua coragem respondeu, vou nada, mas sua boca não ouviu e beijou. - AdrianaFalcão.

***

Os sorrisos trocados eram como farpas que se encaixavam entre os dedos. A princípio, tudo o que Serena queria era aproximar-se mais do bebê. De seu bebê.
Ela queria sentir novamente como era ter um pouco de liberdade, fazer suas próprias escolhas e, sobretudo, como era escrever um texto novamente.
Pensou nos próprios ideais, em tudo que havia defendido pelo bem de Gilead. Pelo bem de uma nação e de todo o mundo.
Acreditou com afinco em toda aquela teoria que muitos chamavam de infundada e de balela, teoria pelo qual, na época em que era uma jovem escritora em seu auge, tomou um tiro. Um tiro que lhe impediria de uma vez por todas de realizar o desejo que tanto ansiava por ser mãe.
E a única forma de conseguir isso agora era através de outra mulher. Offred.
Havia passado por muitas fases com a aia. Tinha feito com que ela sofresse antes de sua fuga e também havia tentado ser sua amiga. Chegaram a uma espécie de trégua velada quando admitiu para si mesma que precisava de ajuda para impedir que tudo o que havia construído ao lado de Fred desmoronasse enquanto ele permanecia enfermo na cama de um hospital.
Fazer o que era preciso. Era isso o que uma esposa deveria fazer. E era o que Serena fazia.
Pediu ajuda a June para revisar os memorandos reescritos por ela. Sentindo novamente o peso de uma caneta sobre a própria mão deslizando contra o papel. Observando com estranho prazer quando alguma frase sua era circulada em vermelho com alguma sugestão da aia.
Não, disse a si mesma, não a aia, mas June.
Pois para o mundo, ela era a esposa perfeita, a Sra. Waterford. Mas June sempre lhe tratara por Serena em qualquer situação onde eram apenas as duas. Exceto quando queria lhe provocar aos limites extremos de sua paciência.
E ela sempre conseguia.
Serena não soube muito bem quando passou a reparar com tanto afinco na aia. Quando passou a notar suas expressões cansadas ou os singelos sorrisos. E reparou que realizando o próprio ofício que çhe fora negado pela sociedade que a própria Serena ajudara a esculpir, ela sorria muito mais.
E a própria Serena se deleitava com isso e com o próprio ofício. Coisas realizadas entre as quatro paredes daquele escritório. E que deveriam ficar seladas para sempre.
Observava o curvar dos lábios de June enquanto revisava seu texto. A ruga que se formava entre as sobrancelhas no centro da testa quando se concentrava demais.
- Aqui - dissera ela quando a Sra. Waterford inclinou-se sobre seu ombro, aspirando o cheio de glicerina do sabonete misturado ao aroma natural de ervas que ela trazia consigo. Enquanto Serena cheirava às flores que tanto amava cultivar e à nicotina que, vez ou outra, tragava sem conseguir abandonar por completo um vício que lhe consumia há anos. Isto não é bom para o bebê, tia Lydia lhe repreenderia. Mas a mulher não estava ali agora - Tente enfatizar mais, mas com menos paixão em suas palavras. Não acredito que seja algo que o comandante faria.
Serena sopesou as palavras dela, concordando. Aspirando mais ao perfume da aia, lembrando-lhe algo cítrico. Laranjeiras, talvez?
− Tangerinas. - disse Offred, como se tivesse lido seus pensamentos. - Tive um desejo louco por elas e uma das aias me cedeu no mercado. Sei que não posso sair muito da dieta restringida pelo médico, mas senti que morreria sem aquilo.
De repente, Serena achou que morreria se não provasse daquele sabor diretamente dos lábios dela.
Foram pensamentos pecaminosos assim que levaram o nosso mundo à ruína!, podia ouvir tia Lydia dizer em sua mente. O que tornava tudo ainda mais desejoso, pois aquela mulher lhe irritava a níveis colossais mesmo que estivesse apenas realizando seu trabalho.
− O que foi, Serena? - Perto. Offred − June, o nome é June − estava perto demais, os lábios corados e o rosto mais redondo devido à gravidez já avançada.
Lembrou-se da noite em que invadiu o quarto da aia apenas para sentir o bebê em sua barriga. Negando para si mesma os desejos estranhos que sentira ao tocar seu abdômen, sabendo que ela estava acordada mas negando para si mesma o fato. Pois paranfo para pensar nisso depois, sentiu como se invadisse seu espaço ao deitar-se com ela na cama daquele jeito. Como se Offred nada mais fosse do que uma incubadora biológica que fazia seu bebê crescer. Negando para si mesma que o calor que lhe subira entre as pernas naquela situação fora a excitação não pelo que havia feito, mas pelo que a aia lhe causava.
Negara a si mesma durante muito tempo, pois não queria aceitar o que de fato estava diante de seus olhos. Que a obsessão que sentia por Offred ia além de seu bebê ou muito além de sentir ciúmes de Fred por deitar-se com ela. Pois sabia que ele o fazia por querê-la e desejar a aia tanto quanto desejava agora.
Sabia que aquilo era errado. Um pecado execrável. Mas há tanto tempo Fred não lhe tocava e tudo o que queria sentir agora era o calor de outro corpo.
− Serena? - A voz soou rouca e baixa quando Offred − June − lhe chamou daquela vez. Poderia dizer até sexy.
Girou-a completamente em sua direção, olhos nos olhos enquanto as respirações descompassadas espiralavam no ar naquela noite fria.
June soube naquele momento o que se passava na mente de sua senhora. Não era nenhuma idiota, mas uma mulher vivida e que já havia sofrido demais. E com os hormônios à flor da pele naquela fase de sua gravidez.
As mãos de Serena subiram lentamente até se encontrarem com as suas, sem resistência alguma. June era uma estátua encarando-a à meia luz da fogueira acesa que estava ali para aquecê-las de mais uma noite gélida em Gilead.
Serena lambeu os lábios, talvez querendo perguntar-lhe algo, esperando algum comedimento por parte de Offred ou até mesmo um pedido para que parasse o que quer que estivesse fazendo.
Ele não veio.
Nem mesmo quando as mãos de Serena subiram pelos seus antebraços por cima do tecido da roupa, tocando-lhe os ombros à medida que seus lábios se aproximavam mais. Querendo tocar a pele desnuda em seu pescoço.
Qual seria o sabor da boca dela?
Serena afastou-se, confusa com os próprios pensamentos que se chocavam com a doutrina que havia abraçado para a própria vida. Pensando em tia Lydia negando com a cabeça e estalando a língua no céu da boca.
Se seguir por esse caminho, não haverá volta para você! Será uma pecadora imunda! Uma traidora do gênero!
Respirou fundo, desejando ardentemente um cigarro que aliviasse toda a tensão que sentia naquele momento. Sentindo o silêncio preencher o ambiente de maneira desesperadora. Deveriam voltar ao trabalho se quisessem terminar aquilo tudo naquela noite e antes que o comandante retornasse.
June observou com crescente interesse as reações de Serena. Nunca antes havia pensado com desejo em alguma mulher. E Deus sabia a relação de amor e ódio que tinha para com Serena. Nunca sabia exatamente o que sentir a respeito dela, mas verdade seja dita, ela era uma baita de uma mulher. Por trás daquela postura altiva de esposa perfeita ou daquelas roupas articuladas para esconder suas curvas. A verdade era que estava curiosa a seu respeito. E já não se importava com julgamentos. Sabia que nada aconteceria consigo enquanto estivesse grávida.
Levantou-se do lugar onde estava, a lareira crepitante como única testemunha do ato ousado que cometeria agora.
Foda-se.
Era o único pensamento que permeava sua mente. E aquilo lhe fez sorrir, satisfeita consigo mesma.
Um dia, deixaria aquele lugar para trás. E por que não antes provar do fruto proibido?
Caminhou lentamente, os passos se desenhando soturnos na noite. Quase podia ouvir as batidas do coração de Serena como se fossem as badaladas do sino de uma catedral.
Parou atrás dela, o hálito morno tocando sua orelha enquanto as mãos percorriam sua cintura, subindo lentamente pelas curvas sinuosas até repousarem em seus seios, sentindo os mamilos rijos ao toque mesmo por cima do tecido do vestido que usava.
Serena prendeu o ar, esquecendo-se momentaneamente como respirar. Sentindo o toque da aia enrijecer cada musculatura de seu corpo, explodindo sinapses nervosas para todas as direções. June, por sua vez, repousou a boca em seu ouvido, o sorriso desenhado nos lábios rosados.
− Seu coração disse pra sua cabeça, vá, e sua cabeça disse pra sua coragem, vou, e sua coragem respondeu, vou nada, mas sua boca não ouviu e beijou. − June recitou cada palavra em lânguida voz, o sussurro cortando o silêncio como uma navalha afiada.
Serena saboreou o som de sua voz, tentando apagar da memória a marca deixada por ela. Tentando tirar de sua pele o cheiro que havia impregnado de tal maneira que queria fazê-la inerte e entregue ao pecado. Mas não conseguia, não queria resistir.
Engoliu em seco, virando-se na direção da aia, entrelaçando seu pescoço e colando os corpos.
− Adriana Falcão. Quem diria que você gostava de roteiros? − Abriu um sorriso torto, ao que June correspondeu.
− Posso te surpreender muito esta noite ainda, Sra Waterford. − Pronto, estava aí. O tom de provocação, mas agora de maneira sexy.
Serena fez como na citação, ignorando a voz de sua coragem, e a beijou. Silenciando a voz de tia Lydia, sentindo os lábios macios de June contra os seus. Não era mais Offred, sua aia, mas a mulher que agora realizava suas fantasias, empurrando-a na direção da poltrona favorita de Fred, não perdendo tempo ou fazendo cerimônias enquanto a despia, sendo ajudada por Serena a fazer o mesmo.
Aprofundaram o contato do beijo, à medida que peças de roupas eram levadas ao chão, testemunhas do pecado mais cometido pela humanidade: a luxúria. O primeiro pecado capital responsável por tirar Adão e Eva do Paraíso. O fundador do inferno onde agora viviam.
Mas Serena silenciou todas as vozes em sua cabeça, desafivelando o feixe do sutiã de June, deliciando-se nos seios fartos ainda maiores por conta da gravidez avançada. Teve o cuidado de ajeitá-la em seu colo, sugando um dos mamilos com a boca enquanto a outra mão se ocupava em massagear o outro, ouvindo os gemidos contidos de June ao pé de seu ouvido.
Tocando os pontos que julgava mais sensíveis através do próprio corpo, sentindo uma das mãos dela deslizar por entre suas pernas, passeando pelos pêlos pubianos até encontrarem conforto enquanto a masturbava, o movimento seguindo uniforme enquanto penetrava seus dedos lentamente.
Serena gemeu algo ininteligível, o contato físico tão esperado e bem aceito por seu corpo que demonstrava sinais de excitação.
June. Meu nome é June. − sussurrou em seu ouvido.
− June... − Serena gemeu, sentindo-a deslizar por seu colo até ficar ao seu lado na poltrona grande o bastante para abrigar as duas. Sendo penetrada pelo segundo dedo enquanto o polegar brincava em seu clitóris pacientemente.
Serena inclinou a cabeça para trás sofregamente, ao tempo que sentia o orgasmo próximo. Vendo June aproximar-se de sua boca e beijá-la com intensidade.
Estava perto, perto demais... Quase lá...
− Sra. Waterford... Serena... Serena...
Quando despertou sendo balançada. No susto, quase gritou ao ver sua Martha ali. Respirou fundo, desnorteada e desgrudando uma folha do rosto.
− Jun...Offred. Onde está Offred? − Rapidamente corrigiu o nome da aia, mal conseguindo localizar-se. Estava no escritório de Fred. Havia adormecido em sua mesa, sobre os papéis. Tinha uma manta sobre os ombros.
−Foi banhar-se, deve estar em seu quarto no momento. − respondeu, a cabeça baixa em obediência. − Devo chamar por ela, senhora?
− Não. Pode se retirar. − O tom autoritário fez com que a Martha acenasse positivamente com a cabeça saindo rapidamente da sala e fechando a porta no processo.
Um sonho. Havia sido apenas um sonho. Respirou fundo, recompondo-se. Olhando para a maçã meio mordida no prato esquecido pela Martha na pressa de sair.
O fruto proibido. Talvez devesse banir todas as maçãs de sua casa para nunca mais ter sonhos como aquele novamente.
Ou talvez fizesse uma torta com eles. Decidiria mais tarde depois de suas obrigações.
Notas:
Até as 23:59 a gente tem permissão pra ser louco. Comecei a plotar essa fic enquanto ia pra casa e assistia à série e foi isto. Sou sem futuro. Mundo, me perdoe!
E aí, gostaram?
Nos vemos na próxima crack-loucura!  
20 Juin 2018 00:35 2 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
4
La fin

A propos de l’auteur

Ariane Munhoz Dona de mim, escritora, louca dos pássaros, veterinária e mãe dos Inuzuka. Já ouviram a palavra Shiba hoje?

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Olá! Bom, primeira coisa a comentar é que você colocou “Clarice Falcão” ali no começo (na citação), e é Adriana. Só pra avisar mesmo. Olha, eu adoro esse seriado e achei interessante a escolha do ship, porque é diferente e o fato de que a Serena é tão severa e contida só deixa mais legal. A princípio, achei estranho ela ser tão lasciva com a June, porque acho que, mesmo com vontade de tocar na aia, ela não deixaria os próprios princípios assim tão fácil, mas, quando vi que era um sonho, tudo se encaixou certinho. O toque da maçã ali o final foi nota dez, parabéns, viu? Sobre a escrita, seria bom dar uma relida para pegar uns errinhos (há um ou outro acento faltando ou uma letra trocada; nada que tira a glória do texto, ele ficou incrível!, mas é só para avisar mesmo), e seria legal substituir o hífen pelo travessão na hora de identificar as frases. Sobre o uso da frase, fiquei meio em cima do muro. Assim, por um lado, acho que tem meios mais sutis de apresentar o que você escolheu; por outro lado, como a Serena era escritora, é bastante culta e tudo mais, uma forma de seduzi-la de fato seria citando alguma passagem que mostrasse que a June também é e que a Serena fosse gostar. Parabéns pelo bom trabalho! Até mais!
June 29, 2018, 01:41

  • Ariane Munhoz Ariane Munhoz
    Olá! Primeiro, agradeço pelo toque. Eu devia estar pensando na cantora, hahaha. Amanhã quando eu estiver no note eu vou consertar sim, pode deixar! Sobre a escolha de Serena mais lasciva foi justamente por causa do sonho, que altera a nossa percepção da realidade. Mas ela mesma não foi capaz de perceber que sonhava como acontece com a gente na maioria das vezes! O toque da maçã foi justamente para explicar o título da história, já que aqui a relação delas seria meio que o fruto proibido! Ah, sobre os erros eu vou ter que pedir perdão. Eu decidi escrever essa fic de última hora e ela foi toda digitada pelo celular, então eu me apressei em colocar hifens porque é mais fácil, mas eu vou corrigir todos esses erros e aproveitar pra reler a historia. Eu joguei a frase justamente por Serena ser escritora e June como editora conhecendo a frase que vem de um roteiro pelo que eu pesquisei online. A intenção foi utilizar isso como arma mesmo. Obrigada pelo comentário, francamente não achei que iria tão longe ao ponto de entrar no top 5 com o segundo lugar mas fiquei bastante feliz! Nos vemos nos próximos desafios! July 01, 2018, 01:28
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