*Notas Iniciais*
Um aviso IMPORTANTE: essa fic é ambientada em uma cena no capítulo 12 do mangá Vanitas no Carte e vai ter spoilers, então recomendo ler o mangá antes para não ficar boiando. É um ótimo mangá!
Agradecimentos totais à minha beta, Amanda, que sempre me dá ótimas dicas e torna meus textos muito melhores.
Música usada: So Close de Encatada
Eu escrevi a fic principalmente baseada na versão em inglês, mas "Si près et pourtant si loin" é da versão francesa, então recomendo ouvir as duas para maior imersão.
Espero que gostem (*⌒∇⌒*)
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É estranho como certas coisas que nos é dito durante nossa vida não parecem importantes até muito tempo depois que as escutamos, não conseguindo compreender sua completa magnitude até termos certas experiências para comparação.
“Si près et pourtant si loin, meu querido Noé, é a frase que usamos para representar um sonho possível, mas nunca alcançável.” lembrei de meu professor dizer para uma versão muito pequena minha, em uma das nossas pausas nos estudos para o chá da tarde. Na época tudo o que ele dizia soava quase como uma tentativa de conforto, o vazio que a morte de Louis havia deixado ainda muito recente, mas hoje me questiono se não era apenas outra piada para ele.
Ainda assim, acredito que ‘tão perto e ainda tão longe’ seja uma boa forma de descrever como me senti naquela noite.
Eu realmente não o entendo, foi o que pensei naquela época enquanto Vanitas esteve em meus braços, a música calma do piano ao fundo e casais ao nosso redor. Naquele momento tal verdade soou devastadoramente cruel, mas não existia qualquer possibilidade de o alcançar. Talvez nunca realmente houvesse, porém prefiro acreditar no contrário para o bem do meu próprio egoísmo.
“Você sempre tem as perguntas mais estranhas, Noé.” ele zombou mais uma vez quando voltamos a valsar após meu anterior passo desajeitado, com um sorriso entretido diante da minha sinceridade ingênua. Outrora tal atitude poderia ter me exasperado, mas a memória ainda vivida de sua expressão quando, em resignação, dissera não ter qualquer interesse em alguém que pudesse se apaixonar por ele me conteve. A vontade de contrariar suas irritantes observações havia sido substituída com o desejo de poder o confortar, mas eu era jovem e orgulhoso - como tal, não poderia deixá-lo ver o efeito que tinha sobre mim.
“E você sempre tem as respostas mais enigmáticas, Vanitas.” disse, o tom da minha voz em falsa repreensão.
“Você diz isso como se fosse algo ruim, meu caro.”
"Com você, diante das experiências passadas, geralmente o é.”
"Então o que seria melhor? Sinceridade? Você honestamente não deve esperar isso de mim, Noé.” Vanitas diz em tom de brincadeira, mas eu sei que essas palavras são um aviso. Como sempre, eu nunca fui bom em ouvi-lo.
“Eu ainda gostaria que você pudesse o ser, Vanitas. Ao menos comigo.” confesso sem realmente pensar no que digo, percebendo imediatamente meu erro ao mesmo tempo em que ele parece absorver o que acabo de dizer. O pânico naqueles poucos segundos em que nos encaramos foi avassalador e eu queria poder engolir cada palavra daquela sentença, mas uma coisa que aprendi era que não havia como apagar ou fugir dos seus erros, então continuei firme e não tentei desviar o foco dos seus frios olhos azuis que me estudavam. Mais um erro dentre tantos outros.
Antecipei a sua raiva fria, o ar entre nós suspenso com o peso de um dia inteiro de estranhas e indesejadas revelações, mas então sua expressão suavizou e Vanitas pareceu muito cansado para alguém tão jovem. Eu realizei com arrependimento que era o único culpado por isso daquela vez.
“Não seja tolo, Noé. Eu espero mais do que isso de ti.”
“Noé, você é um completo tolo” lembrei-me de Dominique dizer mais cedo - um toque carinhoso em minha bochecha e dentes gentis em meu pescoço, uma promessa de me ajudar a esquecer, por algumas horas, Vanitas e todos os problemas que acompanhavam seu nome. Mas diferente de Dominique e seu carinho, tal palavra soou como um desalento na voz de Vanitas, uma rejeição clara e direta, como esperado de sua parte. Nunca honesto a não ser quando está se distanciando daqueles ao seu redor, sempre eficiente em seu esforço em manter todos longe de si.
Não sendo necessário dizer mais nada, dançamos em silêncio contemplativo. A dor que havia sentido durante todo aquele dia ainda estava ligeiramente presente em meu peito, embora não fosse como o grito de desespero que senti quando soube que ele havia permitido que Jeanne bebesse o seu sangue. Era algo mais entorpecido, resignado, e quase pude esquecer da existência do pulsar doloroso enquanto sentia o calor da mão dele na minha e o cheiro do sangue dele tão perto. O acompanhamento dos violinistas então começou, a música chegando ao seu ápice.
A valsa estava perto do seu fim e sem aviso, com um aperto firme em minha cintura, Vanitas me conduziu em um giro completo pelo salão. Eu o encarei surpreso, tentando acompanhar seus passos e pronto para questionar com confusão a abrupta mudança de ritmo, mas então ele sorriu para mim, diversão brilhando em seus olhos e foi como se tudo desaparecesse deixando apenas eu, Vanitas e a música que tocava apenas para nós dois em um mar de branco ilusório. Até hoje me pergunto se foi uma atitude proposital, ou se mesmo ele nunca planejou tal desenvolvimento. Vanitas, oh Vanitas, sempre infantilmente cruel, não é mesmo? Mas no momento, a única coisa que importava era a sincronização perfeita de nossos corpos.
Pretensiosamente eu desejei que a música nunca acabasse, para que eu pudesse tê-lo pela eternidade. Foi quando o som dos violinos diminuiu, o piano voltando a ditar a melodia que aos poucos conduziu nossos passos até pararmos. A música chegou ao seu anunciado fim e, com ela, Vanitas se afastou de mim, sua mão que soltou a minha apenas deixando para trás o resquício de calor humano que rapidamente morria. Eu o assisti se inclinar em reverência como todos ao nosso redor e em reflexo o imitei; quando volto a olhar para o homem na minha frente, o encontro usando a máscara de desinteresse que Vanitas sempre foi tão bom em vestir.
“Você mentiu.” digo tentando soar calmo, mas o tremor em minha voz me denuncia. “Você pode dançar perfeitamente bem.”
“Eu nunca disse que não poderia.” ele retrucou com casualidade, um sorriso condescendente. O 'você deveria saber melhor do que confiar em mim, Noé' permanecendo não dito entre nós.
Com um último aceno, Vanitas se vira e por um instante, um único instante, eu contemplei o impulso de segurar seu braço - o desejo de mantê-lo perto e o impedir de se afastar tão tentadores quanto o de experimentar o seu sangue - mas hesitei e o momento passou com um piscar de olhos. Nada restando além de o observar se afastar de mim.
Esse havia sido outro erro entre os milhares que estariam por vir.
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*Notas Finais*
OLHAI A ESTRÉIA DE VANOÉ NESSE SITE LINDO! ADORO DIVULGAR MEU OTP! E vamos ter um minuto de silêncio pro pé na bunda que o Noé levou, EU NÃO SEI PORQUÊ FIZ ISSO COM MEU FILHO! ALGUÉM ABRAÇA MEU BB! Mas sinceramente não tive outra opção, não com So Close como tema D: prometo que no futuro tento fazer um fluffy de vanoé (não que a Jun-sensei colabore pra isso né, mas vou tentar)
Foi uma surpresa eu escrever vanoé para esse desafio, na verdade, porque já faz um tempo desde que pensei neles, mas então escutei So Close e imediatamente lembrei do baile no final do cap 12 e tudo se encaixou! É uma música que resume perfeitamente a relação desses dois idiotas e eu tentei transmitir isso nessa fic, não sei se fui feliz, acho que exagerei no uso de metaforas (sorry) mas hey ao menos consegui fazer o Vanitas ser um babaca, isso já é um avanço. Eu amo meu filho atrofiado emocionalmente, mas eu só quis dar um soco nele enquanto escrevia. Não sou uma fã de POVs em 1° pessoa tmb, mas como quis fazer essa fic uma continuação da cena no baile então não tive escolha, até me surpreendeu como foi facil escrever com o POV do Noé. Uma curiosidade: a fic originalmente foi escrita como uma carta de Noé para Vanitas, mas o uso exagerado de "você" me incomodou e ai eu reescrevi como Noé relatando o que aconteceu no baile. O quê acharam? Pra mim ficou melhor desse jeito.
Enfim, essa foi uma tentativa de escrever um extra de VnC para confortar meu coração de shipper, mas no fim o tiro saiu pela culatra e agora tudo dói, mas ninguém começa a ler algo da Jun Mochizuki se já não quer sofrer, fato! Só espero que tenham gostado da fic tanto quanto eu gostei de escrever ela.
Comentários e criticas construtivas são sempre bem vindos~
See ya~
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Merci pour la lecture!
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