Talvez fosse aquele maldito brilho que emanava da íris cor de mel que me dizia que o universo possuía começo, meio e fim em amontoados de células que brilhavam mais que as próprias estrelas do céu.
Talvez fosse aquele maldito sorriso branquinho contrastando com a pele bronzeada e com o rosto sempre doce. Porém havia ainda aquele sorriso! Ah! Aquele – maldito – sorriso era o extremo oposto daquela face infantil – era irônico, era brincalhão e me transpassava inteira enquanto dançava com os lábios sorridentes presos em meio a sorrisos que ecoavam pela felicidade de colocar seus sentimentos em meio a movimentos ritmados e pela maldita vontade de me estraçalhar inteira.
Pois eu me perdia…
Estraçalhada em meio a um bar. Fedendo a cigarros baratos e vinho de qualidade duvidosa me encantava com a bela moça de sorriso destruidor, de olhos que carregavam o universo e de movimentos ritmados conforme as batidas da música que evoluíam.
E talvez por estar completamente perdida sem saber ao certo o que pensar – com a mente embriagada, a alma apodrecida e o coração cansado – eu me achava. Pois era no infinito do seu olhar que encontrava início, meio e fim. Era no sorriso resplandecente que me guiava e eram nos movimentos que deixava-me levar.
E a única certeza que eu tenho, era que ali era o exato lugar que deveria ficar. Sentindo o calor dos braços quentes a me abraçar e voz melosa a me induzir naquele jogo maldito que os clichês insistem em dizer que não possuem ganhadores.
E de fato, perdida no perfume suave e nas mãos acalentadoras daquela que me teve sem esforço algum, eu – finalmente – ganhava certezas.
Pois de talvezes, o – desgraçado – do meu eu já era repleto e ali tudo que eu queria era o certo – tão incerto – de uma moça deixar-se levar por outra tão delicada quanto ela própria.
E foi no corpo macio que a certeza se findou, e foi com a certeza que meu corpo estremeceu em doces beijos quentes.
E ah! Era na maldita da certeza que eu gostava de gemer seu nome! Era na maldita certeza que suspirava por mais e por Deus! Era nessa infinita e maldita certeza que eu gostava de estar – em uma certeza bagunçada de lençóis, olhares, perfumes, toques e movimentos ritmados.
E como toda certeza – maldita certeza, infinita certeza – era ali que eu me encontrava, só para então me perder mil vezes mais.E como toda certeza – maldita certeza, infinita certeza – era ali que eu me encontrava, só para então me perder mil vezes mais.
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