Notas Iniciais
Essa one foi feita para o desafio Inkdisney do grupo Inkspired Brasil.
A música escolhida Introducing Me do filme Camp Rock 2.
Espero que gostem, boa leitura e, é kkkk
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Em meio a aquele café lotado, onde poesias eram narradas no pequeno palco ao canto, enfeitado de luzes e um microfone ao centro, eu ouvia versos e versos de histórias hipotéticas de amor, de dor e até mesmo de perda. O que me lembrava do meu passado, do que eu era e do que eu fui.
Por quais motivos eu estou aqui mesmo? Bebericando minha xícara de café, enquanto observo o ser de cabelos verdes no balcão, atento a todos os poetas e poetisas que passavam por aquele pequeno palco?
Às vezes coçava o rosto, às vezes enrolava os fios de seu cabelo com o dedo indicador. É, podia se dizer que eu estava o observado até demais. Na verdade, era por ele que eu estava aqui.
Todos os dias eu vinha a essa cafeteria, tomava várias xícaras de café e “prestava atenção” no poema ditado a frente.
Me pergunto quando foi que eu comecei a reparar nele. Acho que foi no dia em que minha namorada terminou comigo de um jeito brusco, que quando ela foi embora, ele veio me perguntar se eu estava bem. Na hora, eu nem prestei tanta atenção assim, no entanto, voltei outro dia para comprar um expresso para ir tomando ao caminho do trabalho. Ele me reconheceu e perguntou se eu estava bem… acho que foi a partir daí que comecei a vê-lo com outros olhos.
Era estranho? Um cara ter uma paixão platônica por outro cara? Perguntei isso tantas vezes para mim e para o Google que chegava a bugar a mente. Eu só queria entender toda essa reviravolta!
E ainda para piorar minha cabeça, os problemas familiares nunca foram tão insuportáveis, como estão sendo agora, e, acabo fugindo para cá, todos os dias.
Um garoto de cabelos roxos começa a falar no pequeno palco alguma coisa sobre garotas bonitas não o quererem. Um garoto de cabelos loiros com uma mecha preta o tira do palco, recebendo palmas dos demais ali.
Beberico minha caneca mais uma vez e vejo que não tinha mais café.
Suspiro. Se acalme Todoroki, é só pedir um café.
Me levanto de onde eu estava e vou para o balcão com a xícara em mãos, para que ele colocasse mais café.
Ele ainda observa o pessoal no palco e ao me pôr a sua frente se espanta, soltando um sorriso amplo. Acho que estou corado.
— Mais café? — pergunta me olhando com um sorriso no rosto, seus olhos verdes brilhavam com a luz âmbar do lugar.
— Ah, sim, por favor. — um leve sorriso surge em meu rosto.
— Vai tocar hoje? — Ele pergunta curioso, acabando com o meu plano de apenas pedir o café e olhar de longe.
— Sim! A hora deles já está acabando, e eu venho muito aqui ultimamente, pensei: Por que não? — solto uma risada forçada e nem teve graça assim.
— Oh! Não sabia que você tocava violão, quer dizer, eu não devia me intrometer ou coisa do tipo, é só que você vem todos os dias aqui e presta atenção nas apresentações e logo vai embora. É só que eu fiquei surpreso com você chegando com o violão hoje e… — Ele coloca a xícara no balcão com cuidado e da um suspiro pesado. — Me desculpe, eu falo demais, não devia me intrometer.
— Não, tudo bem! — digo gesticulando minhas mãos, eu estava sorrindo feito um bobo.
— Ah, algumas garotas estavam falando de seus olhos, surgiu um questionamento sobre você usar lentes… — Dizia apoiando seu queixo em sua mão, falando sem filtro algum. — puts, fiz de novo...
— Tudo bem. — acabo rindo mais ainda. — Eu tenho heterocromia, não são lentes.
Digo, pegando o café em cima do balcão e o bebericando, pois estava um tanto cheio.
— São lindos. — Diz olhando para o pequeno palco, que agora estava sendo usado por uma garota de cabelos curtos e castanhos. Meu rosto corou com o elogio repentino. Ele realmente fala tudo o que pensa, contudo, não demorou para ele perceber o que ele tinha falado e seu rosto corar também, antes do mesmo tapar a boca com as mãos.
— Obrigado!
Saio de lá e vou para a mesa onde eu estava. Ele realmente não tem filtro sobre as coisas. Fofo.
— Hey Midoriya! Pode preparar um achocolatado? — Um garoto de cabelos ruivos, que antes estava sentado próximo a mim, ia em sua direção com um sorriso largo do rosto.
— Com marshmallow? — Pergunta pegando a xícara.
— Claro! — Afirma o ruivo.
Acabo revirando meus olhos. Provavelmente são amigos e tudo mais, entretanto, o modo como ele olha para Midoriya me irritava. Ok, eu sei, não sou nada. Mas o que eu posso fazer se sinto ciúmes por conta de algo platônico?
Acabo passando minhas mãos por meu rosto. Isso é tão confuso!
Primeiro minha família me cobrava coisas e nunca me apoiavam no que eu queria fazer de fato. Depois, minha ex-namorada terminou comigo por conta de que eu não lhe dava muita atenção, e, agora, para ferrar de vez com a minha cabeça, provavelmente, quer dizer, provavelmente não; Absolutamente eu estou gostando de um cara, que talvez, nem goste de caras!
— Burro. — Sussurro.
— É, sou eu de novo — A voz do esverdeado faz com que eu levante minha cabeça rapidamente e o ver com uma prancheta em mãos. —, então, você precisa se inscrever para poder cantar alí. — Apontava para o palco, que agora tinha um banco ao centro, junto ao microfone. — Coloque seu nome e a música que vai tocar, por favor.
Ele era tão bonito, acho que eu devia chamá-lo para sair, ou algo do tipo. Mas se eu for rejeitado? Tanto faz, o não eu já tenho.
— Ah... Midoriya, certo? — Pergunto,
— Sim. — Um rubor surge em suas bochechas.
— Eu sei que vai soar um tanto repentino, mas, gostaria de sair comigo? Sei lá, para passear em alguma tarde que você esteja de folga e…
— Mas a gente nem se conhece.
Seu rosto estava ainda mais ruborizado com o pedido. Não insisti, apenas abaixei minha cabeça e escrevi meu nome na folha da prancheta, entregando para ele logo depois. Merda.
Não demorou pro primeiro subir e começar a cantar um cover. Eu seria o quinto, e pela primeira vez que eu estava nesse café, prestava atenção no palco. Eu não tinha coragem de olhar para ele.
Não demorou muito para que eu já fosse o próximo a me apresentar. Peguei meu violão e segui até o pequeno palco, passando por meio de olhares curiosos das pessoas que contaram seus poemas mais cedo.
Subo a pequena escada e me sento no banco, encarando a plateia atenta, olho para o lado e vejo Midoriya me encarava com o rosto apoiado em suas mãos. Parecia um grande gato entediado.
— Hum, Boa Noite, me chamo Todoroki Shouto, e a princípio eu iria fazer um cover, no entanto, mudei de ideia. — Digo olhando os rostos entediados a minha frente e vendo a surpresa do esverdeado olhando para a prancheta. — Essa música é sobre mim, espero que gostem.
Comecei a tocar o violão, de forma agitada, trocando acordes e balançando uma de minhas pernas no ritmo.
"Eu sou bom em perder tempo
Eu acho que as letras têm que rimar
E você não está perguntando
Mas eu estou tentando deixar o bigode crescer..."
Olhei em direção a Midoriya que prestava atenção em mim. Por favor, entenda que isso é para você.
Quando a escrevi, achei que nunca iria precisar cantar ela para ninguém. Ok, eu sou um músico fajuta, mas eu estou torcendo que isso dê certo.
"Se você quer saber, aqui vai, vou te dizer isso
Há uma parte de mim para mostrar
Se estiver perto vou deixar você ver tudo
Bem, você pediu por isso
Para você observador,
Às vezes confuso,
Ligeiramente divertido,
Estou me apresentando..."
Havia alguns cochichos entre as garotas ali sentadas, alguns rapazes me olhavam e não entendiam nada. Mas eu apenas mantinha meu olhar fixo no esverdeado que estava atrás do balcão.
"E eu, eu nunca gostei muito de carros
Eu gosto de guitarras legais e super heróis
E cheques com muitos zeros neles
Eu gosto do som de violinos e de fazer alguém sorrir..."
Ele acabou sorrindo na última frase da música. Sim, eu estou me apresentando para você, então, por favor, entenda isso.
"Bem, você provavelmente sabe mais do que você queria
Então tome cuidado quando perguntar da próxima vez
Eu vou tentar fazer meu melhor para impressionar
Mas é fácil eu te deixar a divinhar o resto
Mas você quer ouvir o que vive na minha cabeça, e no meu coração,
Bem, você pediu por isso
Para você observador,
Às vezes confuso,
Ligeiramente divertido,
Estou me apresentando."
A música acaba, uma salva de palmas pode ser ouvidas em meio a meus agradecimentos envergonhados, a que ponto desesperado eu cheguei para cantar em frente a várias pessoas? E ainda por cima, mudar em última hora a música que eu iria tocar.
Vou para a mesa onde eu estava e guardo o violão em sua capa e pego meu celular, minhas mãos tremiam e meu rosto estava corado. Que vergonha Shouto!
Pego minha mochila e violão e vou em direção ao balcão pagar minha conta. Outro recepcionista me atendeu dessa vez, Midoriya estava no palco ajeitando alguma caixa de som.
Agradeço e enfim saio da cafeteria, andando pela rua um pouco movimentada pela noite. Acho que vou para casa.
— Ei, Todoroki! — Me chamavam. Parei de andar e olhei para trás, vendo um Midoriya cansado por ter corrido. Andei tão rápido assim?
— Midoriya? O que tá fazendo aqui? — Ele estende um papel em minha direção.
— Meu número. — Diz. — Podemos conversar melhor e marcar um dia para sair.
— O que? — eu estava chocado, minha voz até saiu um tanto fina com a surpresa.
— Me desculpe por ter sido rude, é que foi muito do nada e eu não sabia o que fazer e acabei falando sem pensar, mesmo que não seja uma novidade. Aí você se apresentou e cantou aquela música… me desculpe por eu ter sido um babaca, tá legal?
— Ah, eu que peço desculpas por ter sido invasivo.
— Tudo bem, não é como se eu já não estivesse de olho em você… ah merda! — Espalma a mão em sua testa.
— Você realmente não tem filtro, né? — pergunto rindo.
— Nenhum tipo! — ele rir. — Eu preciso voltar para o trabalho. — Diz andando de costas e apontando para a cafeteria.
— Ah, ok! Eu te mando uma mensagem.
— Vou esperar. Até! — Se despede indo em direção a cafeteria.
Olho para o papel com seu número rabiscado em caneta preta e sinto meu rosto corar. Como assim ele já estava de olho em mim? E como raios cantar deu tão certo?
— Ah, Todoroki! — Ele se vira novamente, um pouco distante. — Me chame de Izuku!
— Izuku. — Digo. Ele sorri e vai embora. Definitivamente, isso não é amor platônico.
Merci pour la lecture!
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