@fernando Luís Fernando

Korra e Asami fazem parte dos 3% e estão em situação de risco quando descobrem que todos os dobradores serão expulsos do Maralto.


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#3% #ALendaDeKorra
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Capítulo 1

— O processo 105 será o mais importante de todos.

Asami assentiu rapidamente assim que Korra terminou a frase, com um sorriso leve. Seus trajes leves e claros do Maralto destacavam seu cabelo escuro, que entrava em contraste com seus olhos verde-esmeralda.
Os outros membros do Conselho fizeram o mesmo, ainda atentos ao discurso.

— A Divisão Militar está nos oferecendo total apoio, afastando qualquer possibilidade de ataque da Causa. — Prosseguiu, dando um breve olhar a Kuvira. — Os soldados estão tendo treinamento completo e estamos fazendo escoltas pelo Continente.

— Desculpe-me Korra, mas não lhe cabe essa decisão de segurança. Sua única responsabilidade é administrar o processo. — Tenzin concluiu, franzindo o cenho.

— Sei disso, Tenzin, foi só um comentário a respeito do processo.

— Um comentário errado! — Disse Lin.

— Um comentário que não devia ter dito. — Completou Kuvira.

— Um comentário que não lhe cabe a esta reunião, que por acaso, já está encerrada.

— Como disse?

— Disse que a reunião está encerrada. Iremos debater sobre o processo 105 apenas quando entrarmos em consenso. — Levantou-se e se retirou, acompanhado de todos outros membros do Conselho, exceto por Asami.

Korra respirou fundo e amarrou seu cabelo em um coque firme, em tentativa de não transparecer sua raiva. Asami, como a bem conhece, logo levantou-se e a selou um beijo, em seguida dizendo:

— Não se preocupe. Você foi ótima.

— Não imagina como isso me relaxa.

— Imagino sim. Não vou deixar você queimar metade do Maralto com seus ataques de raiva.

— Mas você viu? Você.. — Gaguejou um pouco e continuou — Você viu essa injustiça?

— O pessoal do Conselho é assim mesmo. Vem, vamos embora. Vamos relaxar um pouco.

— Sabe, as vezes sinto falta do Continente. Ninguém era assim lá.

Asami rangeu os dentes e desviou o olhar. Detestava tocar nesse assunto, de relembrar sua vida no Continente. Agradecia por estar no Maralto todos os dias, e jamais gostaria de perder essa oportunidade. Casada com Korra, sua vida era uma imensidão de felicidade, principalmente por serem parte do Conselho. Eram invejadas e aclamadas por todo o Maralto.

Andaram por poucos minutos pelas calçadas cobertas por gramíneas e chegaram em casa. Ficava bem no centro do Maralto, e tinha uma estrutura tão moderna quanto o resto. As duas entraram e dirigiram-se a cozinha.

— Asami, vou subir para dar os retoques finais no meu processo. É daqui a três dias.

— Daqui a pouco eu subo pra te ajudar. Primeiro vou comer alguma coisa. Vai querer?

— Não, não to com muita fome. Enfim, vou lá finalizar. — Korra subiu as escadas e trancou-se no quarto, ocultando-se do resto da casa.

Asami adorava os momentos em que ficava sozinha. Podia agir da forma que quisera, e ter seus livres pensamentos. Abriu a garrafa de vinho, esquentou a panela com espaguete e sentou-se sobre o balcão. Era o jantar perfeito.

Quando estava pronta para devorar, o “tim dom” ecoou por toda a casa. Asami deixou seu prato de lado e teve uma enorme surpresa ao ver a pessoa atrás da porta.

— Oi Kuvira, eu posso te ajudar?

— Oi, avisa pra Korra que o processo 105 não vai acontecer. Desculpa por essa notícia.

— Que? Como assim? — Asami arregalou os olhos no mesmo instante.

— Loretto disse que os dobradores serão expulsos do Maralto. Isso significa que não vai ter guarda, e sem guarda, não tem processo.

— Loretto enlouqueceu? Como o dono do Maralto proíbe os dobradores? Quer dizer que..

— Eu.. Eu sinto muito. — Kuvira se contraiu um pouco, parecendo envergonhada. — Vocês tem até 3 dias para ir embora.

— A Korra vai ficar arrasada..

— Pelo jeito, nós dobradores temos que ficar no Continente mesmo.

— Mas e você, Tenzin, Lin? Todos vocês são dobradores!

— Vamos participar da nova sociedade. Ouviu falar da Concha? É bem distante daqui, diferente de tudo que já vimos. Lá eles aceitam os dobradores.

— Concha?

— Isso aí, pesquisa um pouco e vai ver. Bem, preciso ir e arrumar minhas malas. Adeus, Asami.

—Adeus, Kuvira..

Asami fechou a porta e desabou sobre o chão, chorosa. Gritara inconformada, soluçando em meio ás lágrimas que banhavam seu rosto. Korra desceu as escadas assim que ouviu os berros, preocupada.

— O que houve, o que houve? — Perguntara, limpando as lágrimas de seu rosto.

Asami não respondeu. Sua respiração era acelerada e seus olhos, agora avermelhados, estavam inundados. Descabelava-se, soltando pequenos gemidos de frustração.

— Você precisa me dizer o que aconteceu, Asami.

— Seremos.. — Respirou fundo mais uma vez. — Vamos ser separadas, Korra.

— Por quê? O que você quer dizer com isso?

— Os dobradores, expulsos do.. do Maralto. Eu não sou dobradora!

— Quem falou isso?

— O Loretto anunciou e Kuvira veio aqui dizer. Foi ela que tocou a campainha..

— Mas.. o meu processo..

— Me desculpa.. Me desculpa! — Asami gritou, envolvendo-se nos braços de Korra e sem querer se soltar.

— Fique calma amor, fique calma. Isso não vai acontecer.

— Como, Korra? Acabou, acabou! Nós perdemos!

— Não, ainda não acabou.

Korra se levantou e soltou seu cabelo, mostrando sua postura orgulhosa. Não conseguia sorrir, mas seus olhos já diziam tudo: Ela sabia muito bem o que estava fazendo.

— A gente vai ganhar. Pela Causa.

Causa? CAUSA? Você ficou doida, Korra?

— Eles são os únicos com capacidade de acabar com esse Maralto injusto. Faremos uma revolta.

— O que você está dizendo? Por favor, não faça isso..

— Eu tenho que fazer, Asami! Loretto não vai nos expulsar da nossa casa, ele não vai nos separar!

Asami levantou-se do chão e correu até a varanda, ignorando sua esposa. Olhava para baixo a todo instante, calculando as possibilidades de isso dar errado. E então, berrou o mais alto possível, com as mãos sobre a boca:

A Causa está no Maralto!

Eu não vou perder de novo! Korra liberou uma corrente de água, congelando-a e deixando Asami imobilizada.

Arrependeu-se do que fez no mesmo instante em que viu Asami congelada. Estava errada, sabia disso. Mas não podia, não podia deixar essa injustiça acontecer. A expulsão de pessoas esforçadas, inocentes, que lutaram para passar no processo. Pessoas que merecem todo o bem que receberam em seus anos de Maralto. Nem Asami poderia impedi-la de fazer isso.
Korra pôs suas luvas de couro, seus óculos escuros e amarrou o cabelo em um rabo de cavalo fino. Aumentou a camada de gelo em Asami, para se precaver.
E saiu de casa, agora com uma missão. Salvar os dobradores.

3 Mai 2018 17:23 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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A propos de l’auteur

Luís Fernando Seja bem vindo ao meu mundo! Aqui lerá histórias (na maioria divertidas) e que foram escritas com muito amor! Espero que goste!

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