( WINRY )
- Eu sinto muito vovó, mas não podemos fazer mais nada - fecho o livro da economia da nossa oficina - não temos dinheiro para continuar com as atividades, o banco já nos negou todos os pedidos de empréstimos e se continuarmos com isso logo não teremos dinheiro nem para o que comer.
- Tudo bem... Eu compreendo – minha vó, com seu olhar triste e longínquo desce da cadeira e caminha até a janela – preciso de um cigarro.
- Sabe que não pode fumar mais – digo.
A chuva cai forte, o vento assobia ao passar pelas telhas da casa. Vou para a garagem para fechar – pela última vez fecho a porta de alumínio da oficina Rockbell. Pela falta de óleo, ela range ao descer. Antes de atingir o chão, como de costume ela trava e é preciso dar alguns chutes para ela descer de vez.
- É uma pena ... – sussurro para mim mesma.
Essa oficina está a anos em minha família, mas os tempos são diferentes e por isso, com toda a tecnologia e acesso a partes melhor da cidade, a nossa cliente acabou nos deixando ao poucos.
Ouço algumas batidas na porta.
- Só pode ser brincadeira – olho para cima – o senhor brinca usando meios cruéis – brigo com os céus. As batidas ecoam novamente – já estou indo! Oras – destravou a porta e a suspendo – pois não?
- Desculpe, eu vi que já está fechado mas não há nenhum mecânico pela região, meu carro está emitindo sons estranhos e por incursão que parece uma fumaça preta está saindo do capô – um homem de cabelos loiros e olhos mel diz. Ele completamente ensopado pela chuva forte. Usando uma camisa social branca – quase transparente – uma calça jeans um pouco folgada e sapato social, ele realmente parece desesperado – será que poderia me ajudar ?
- Olha ... Sinto muito, mas não estamos mais exercendo a função – tento abaixar a porta mas ele me impede – você é surdo por acaso ?
- A placa ainda está lá fora, então por lei você deve me auxiliar e eu pagar por esse auxílio – seu olhar me penetra.
- Que lei é essa ? – puxo a porta para baixo mas ele continuar a segura-la – solte a porta – digo entre os dentes.
- Eu não quero causa nenhum transtorno – ele me empurra com o tórax entrando – eu apenas quero ajuda, depois disso eu irei sumir da sua frente – a água pingava do rosto, com o cabelo grudado ao rosto ele fica mais bonito.
- Tá bom – pego meu guarda-chuva que está sobre a bancada de ferramentas – me mostre aonde está o seu carro. O abro e dou espaço para ele entrar embaixo – vamos logo, caramba – ele segura em meu braço e caminhamos sobre aquela tempestade horrível – qual a marca do seu carro?
- Um Audi A3 – ele diz.
- Um bom carro. Ótimo desempenho, espaço para viajar com conforto. Não preciso nem falar do visual, todo moderno e poderoso – ao longe eu já vejo o tal carro e a fumaça – seguro – dou o guarda chuva para ele e abro o capô. No mesmo instante a fumaça que sai me faz tossir, eu a abano com as mãos – caralho, como você conseguiu fazer isso com um motor TSI 2.0? – ele me encara.
- TSI? – ele pergunta.
- Turbocharge Stratified Injection – ele continua sem entender pela sua expressão – em outras palavras, é a tecnologia de motor turbo alimentado com injeção direta – tiro o pano da minha cintura e limpo delicadamente o interior, preto pela fumaça – você é muito burro em ? É o primeiro homem que eu conheço que não entende nada sobre carros.
- Como sabe que eu não entendo nada sobre carro ? E não insulte minha inteligência, sou professor de filosofia na maior faculdade da cidade – ele infla o peito.
- Porquê não usou toda essa sua sabedoria para arrumar o carro ? Como você coloca álcool num carro que só permite gasolina ? – ele levanta a sobrancelha – você quebrou duas das quatro válvulas que agem por cilindro – fecho o capô - Cilindrada 1.984 cm³, diâmetro dos cilindros x curso dos pistões 82,5 x 92,8 mm – digo baixo pensando em como arrumar aquilo – não vai dar para arrumar aqui no meio da chuva.
- O que eu faço ?
- Duas opções, empurrar o carro até a minha oficina e lá poderei arruma-lo, ou deixá-lo aqui e vê-lo ser consumido pela fumaça – bato com a minha chave inglesa na palma da mão – então, o que será?
- Não quero deixá-lo aqui, isso é óbvio – ele ergue as mangas da camisa – vou soltar a embreagem – ele entra no carro e logo sai, ficando ao meu lado – vai conseguir ?
- Esse não é o primeiro carro que eu empurro – com um passo de cada vez nós o levamos devagar em passos ritmados – mais um pouco! – me pé escorrega nas pedras da rua por um instante – não pare, vamos continuar – deixamos ele na porta – vou entrar para estaciona-lo, você continua a empurra – corro para dentro do carro e viro o volta ao puxar a marchar – mais um pouco! – grito – isso – desço do carro – estou ensopada e gelada.
- Me desculpe por isso – ele diz ao balançar os cabelos.
- Caralho... – digo baixo. Ele realmente é bonito e forte, vejo seus músculos dos braços e peitoral se sobressair pela camisa molhada.
- Disse algo?
- Vou pegar toalhas para nós – subo as escadas correndo.
- O que aconteceu? – minha avó pergunta.
- Um homem está com o carro quebrado em nossa oficina, melhor que nada. Pelo menos teremos um dinheiro a mais para este mês – digo ao pegar duas toalhas no armário do banheiro.
- Eu vou me deitar, me chame caso precisar de algo – ela diz ao caminhar devagar para seu quarto
- Ok – desço as escadas correndo e quase tropeço no último degrau ao vê-lo sem camisa. Os músculos de seus braços quase explodem enquanto ele torce sua camisa.
- Espero que não se importe – ele diz olha do de canto para mim.
- Eu? Me importar? Não! Pode tirar o resto se quiser também – ele para de se mover e franze o cenho ao me encarar – não quis dizer nisso, bom.. quis... Mas é mais para você não ficar todo molhado, não que seja algo ruim de se ver, mas faz mal a saúde! – ele se aproxima sem tirar os olhos de mim - ca-calma, foi apenas uma brincadeira, não vamos ser assim tão sérios não é mesmo ? – digo nervosa com sua aproximação, fecho os olhos.
- Acho que isso serve para exatamente o que acabou de dizer – ele diz ao pegar a toalha de minha mão, eu abro os olhos um de cada vez. Ele se senta numa cadeira velha no canto e começa a se secar. Noto seu olhar distante, talvez esteja preocupado com algo – não gosto que me me olhem dessa forma.
- Ah desculpa! – me seco rapidamente e abro novamente o capô – vou ter que ir por baixo – deito sobre o carrinho de rolimã, com uma chave de fenda na boca e outras ferramentas sobre minha barriga eu me rastejo para baixo do veículo – essa não irá servir... Pode me fazer um favor ?
- Sim – ele diz calmo.
- A chave inglesa de ponta vermelha – me sinto ser puxada pelas pernas para fora.
- Essa ?
Paro entre suas pernas e aquela visão me faz travar o maxilar.
- ESSA MESMO! – grito sem querer – OBRIGADA! – volto para baixo do carro.
“ Eu aceitaria outra coisa como pagamento ".
Merci pour la lecture!
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