A manhã estava um pouco fria devido ao inverno rigoroso, mas, ainda sim, o sol surgia timidamente para clarear o dia. Caminhava descalço sobre a grama verde, sentindo-a cutucar a sola do meu pé... Era prazeroso ter aquele contanto íntimo com a natureza.
Não me preocupei em verificar o horário, apenas segui depressa para o nosso lugar de encontro, que já era tão conhecido por mim e por meu amado.
Eram poucos os momentos que me sentia livre como o vento, que massageava a minha pele a cada passo que dava e corria por todo aquele vasto campo, sem me preocupar com as mazelas que o mundo oferecia.
Assim como as flores, um sorriso desabrochou em meu rosto ao mirar os cabelos negros do garoto, que estava a poucos metros de distância... Seu olhar vagava pelo imenso horizonte enquanto aquecia as próprias mãos dentro das roupas.
- Sasuke! – a expressão que me parecia tão carregada, modificou-se instantaneamente ao ouvir minha voz suave e repleta de saudades. – Encontramo-nos ontem, mas a saudade já me consumia... – ri comigo mesmo.
- Dizem que as almas gêmeas são habitantes de uma mesma alma... – aproximou-se vagarosamente e tocou a minha face, contornando as bochechas com os dedos; repeti o seu gesto com o mesmo carinho. Adora ouvir suas filosofias românticas.
Nosso amor ia além do desejo carnal.
Era sincero e verdadeiro como qualquer outro.
- Não queria mais me esconder... – coloquei um dedo sobre os seus lábios e balancei a cabeça para não falasse nenhuma palavra.
- Hoje, se esqueça de nossos problemas, sim? – aproximei-me ainda mais até que nossas testas se mantivessem coladas. – Quero aproveitar um pouco mais de tua companhia e apreciando este campo, onde, tantas vezes, foi testemunha de nosso amor. – selei os lábios com os dele, sentindo o frio vindo dali.
Sasuke e eu nos conhecemos há três anos naquele mesmo lugar. Ele tinha se mudado há pouco tempo e não estava habituado em uma cidade que lhe era estranha e ficava escondida entre as altas montanhas geladas.
Não demorou para que nos tornássemos amigos, mesmo tendo personalidades tão diferentes. Contudo, o brilho da infelicidade em seus orbes negros era o mesmo que habitava os meus. Vivíamos em tempos difíceis... A sociedade do século XIX era fechada demais para que entendessem o verdadeiro significado do amor.
Um sentimento verdadeiro, mas habitava o coração de dois homens.
Nenhuma de nossas famílias aceitaria tamanha afronta por serem conservadoras demais para que pudessem entender como nos sentíamos. Então não nos restou escolha: vivíamos o nosso relacionamento escondido.
- No que tanto pensa? – sou despertado de meus devaneios ao ouvir a voz do meu namorado ecoando pelos meus ouvidos. Inclinei meu rosto para cima, pois estava com a cabeça apoiada em seu colo enquanto o resto do corpo repousava sobre a grama fofa. – Pensei que iríamos aproveitar o momento... – murmurou um pouco preocupado, embora não gostasse de demonstrar sentimentos.
- Desculpe-me... – ficamos em silêncio novamente, apreciando o nascer do sol. Meus cabelos eram massageados pela mão de Sasuke. – Beije-me! – pedi e ele sorriu.
Senti seus lábios tocarem minha boca novamente. Sua língua invadia minha boca e deslizava por todos os lugares possíveis, mas sem pressa ou qualquer sentimento de luxúria. Era apenas uma troca de sentimento.
- Promete que não irá me abandonar? – não evitei que aquela pergunta escapasse de minha boca.
- Sempre me faz essa pergunta – riu-se. – Porém, repito, não irei te abandonar. – senti seus lábios tocarem minha testa.
Embora o mundo estivesse contra nós e nosso futuro ainda fosse incerto... Tentaríamos ser felizes da nossa maneira, pois acreditávamos a felicidade era feita de pequenos, mas grandiosos, momentos.
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