carlislepetry Carlisle Petrycovisk

Versão em formato de roteiro de uma Bela que de bela tem só o nome e a aparência e uma Fera que pode ser domada com sucesso. Só é necessário ter a flor certa nas mãos.


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#drama #fantasia #ficção #violência
Histoire courte
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(Adaptação de A Bela e a Fera)

(Maurice olha o lindo jardim e arranca uma das rosas vermelhas. O rugido da fera é alto e estrondoso. Maurice olha em volta apavorado e nada vê. Maurice olha para um canto e no breu vê a fera mexer-se, chegando perto)

FERA – Ladrão... (respira fortemente) Roubando de meu jardim? Quem pensa que é para me roubar? (respira fortemente) Sabe quanto custa esta rosa? (aponta para a rosa na mão de Maurice) Custa mais do que a sua desprezível vida.

MAURICE (gaguejando) – V-vamos fazer um acordo, meu nobre senhor. O senhor me parece ser um bom... Uma boa pessoa e eu não gostaria de tê-lo como meu inimigo.

(A Fera olha Maurice de cima a baixo e faz um rugido de desprezo)

FERA – Não há nada que um ser energúmeno como você possa me dar que valha mais do que uma das minhas mais belas rosas.

(Maurice sorri obscuramente)

MAURICE – Mas se engana, meu senhor. Tenho em minha casa algo muito mais belo do que esta simples rosa. Tenho algo mais belo do que todas as rosas deste jardim juntas. E eu gostaria de dar-lhe em troca da minha vida.

(Maurice faz uma reverência)

MAURICE – Se o senhor assim o quiser.

FERA – O que me oferece, ladrão?

MAURICE – Ofereço-lhe a minha filha mais nova. Bela é seu nome. E cá entre nós, o nome mais do que faz jus a ela. Com seus longos cabelos cor de café, sua pele branca e alva como porcelana e seus olhos com a cor de lindíssimas jóias âmbar.

FERA – O que acha que eu, com esta forma imunda, poderia fazer com uma donzela, ladrão?

MAURICE – O que bem entendesse, meu senhor. Ela será sua e poderá fazer com ela o que bem entender, quando bem entender e como bem entender.

FERA – Que tipo de pai é você para oferecer-me uma de suas filhas?

(Maurice ajeita sua postura e arruma seu terno velho e maltrapilho)

MAURICE – Eu tenho mais cinco iguais a ela em casa. E uma a menos é menos uma boca para alimentar. Com o senhor, ela terá uma boa casa para morar. Boa comida e tudo o mais de que necessitar. Sequer sentirá falta de suas irmãs ou de mim.

FERA – O que lhe faz pensar que ela viverá? O que lhe faz pensar que eu não a matarei assim que a vir?

(Maurice sorri para a Fera)

MAURICE – A beleza de Bela é tamanha que o deixará estupefato assim que colocar seus olhos sobre ela.

(A Fera olha Maurice, olha a rosa e olha Maurice)

FERA – Muito bem. Tem a minha permissão para ir, mas se sua filha não estiver aqui até o entardecer de amanhã, irei atrás de você e o matarei na frente de suas filhas.

(Maurice faz uma reverencia e caminha calmamente para fora do jardim da Fera)

•••

(Bela caminha em direção ao castelo da Fera; puxa o capuz de sua capa, cobrindo mais o seu rosto. A porta do castelo se abre e ela entra)

HORLOGE (sussurrando) – É uma garota? Parece uma garota.

LUMIERE (sussurrando) – Mas é claro que é uma garota. Olhe o seu cabelo.

ZIP (sussurrando) – Será que ela consegue...

LUMIERE (sussurrando) – Tomara que sim, garoto. Tomara que sim.

•••

(Sentada à mesa grande e farta, Bela mantém a cabeça baixa e evita olhar para a Fera sentada a sua frente, porém, longe por causa de tantas cadeiras)

FERA – Coma.

BELA – Não tenho fome, meu senhor.

FERA (gritando) – Coma! Agora!

(Bela pega o garfo e come um pedaço de bolo; a Fera observa)

FERA – Realmente... (bebe vinho) Seu pai estava certo.

BELA – Com relação a...

FERA – Sua beleza. Ele me disse que quão bela você era, e acho que pela primeira vez na vida ele não mentiu.

BELA – E o que mais ele lhe disse, meu senhor?

(A Fera caminha em direção a Bela; leva a pata até uma das mechas do cabelo de Bela)

FERA – Que eu poderia fazer com você o que bem entendesse.

BELA – É Claro. Sequer sei por que perguntei algo tão obvio. Por que o meu próprio pai me mandaria para o castelo da temida fera se tal criatura não pudesse fazer comigo e que fosse de sua vontade?

(A Fera se afasta)

FERA – Então já sabia quais eram as pretensões de seu pai?

BELA – Claro que sabia. De um homem como o meu pai, pode-se esperar qualquer coisa.

(Bela levanta a mão direita com um jorro com uma rosa vermelha brilhante dentro; a Fera paralisa e Bela sorri maliciosamente, leva o corpo mais para frente e ergue uma sobrancelha)

BELA – Mas o que fez você pensar que eu não sou igual a ele?

(A Fera dá três passos para trás)

FERA (gaguejando) – O-onde... Onde conseguiu isso?

BELA – Digamos que você até tem um castelo grande, mas ele não é tão grande assim. E vazio é bem mais fácil de procurar as coisas.

(Bela desliza o dedo sobre o vazo, delineando a rosa)

BELA – E mesmo ele estando cheio de pessoas, ou objetos animados, o que eles poderiam fazer para me impedir? Eu só tive que jogar um bule de chá idiota no chão e quebrar uma vassoura intrometida. E por incrível que pareça, saiu sangue dos dois.

(A Fera arregala os olhos)

FERA – Madame Samovar? Fifi? Você... Você as matou? Como pode? Você... É um monstro!

(Bela sorri para a Fera e levanta-se da cadeira)

BELA – Já se olhou no espelho, querido? Acho que o monstro aqui é você.

FERA – Devolva-me a rosa. (gritando) Agora!

BELA (gritando) – Não se atreva a levantar a voz para mim, monstro! Agora a rosa pertence a mim. Você pertence a mim. Vai fazer o que eu mandar ou eu vou arrancar cada uma dessas pétalas e assistir enquanto você definha até a morte!

FERA – Por que você acha que não é a morte o que eu quero? Apenas a morte me libertaria dessa agonia eterna. Você não sabe o que é odiar o que vê refletido no espelho.

BELA – Se você realmente quisesse morrer, já estaria morto, meu senhor. Se soubesse o que realmente é agonia, estaria morto desde o primeiro dia de sua maldição. (sussurrando) Nunca mais diga que sabe o que é dor, pois você não sabe. Acha que odeia o que vê em seu espelho? Se tivesse passado pelo que eu passei poderia abrir sua maldita boca e dizer que odeia a vida, que odeia a si mesmo.

(A Fera deixa os ombros caírem e abaixa a cabeça)

FERA – O que você quer de mim?

BELA – Quero que você me torne uma garota feliz. Uma garota feliz e satisfeita, uma garota muito, muito mimada.

FERA – Quer jóias? Vestidos? É por isso que está com a minha rosa? Por besteiras que ganharia mesmo sem isso? Acho que você já é uma garota mimada.

BELA – Ah, não. Não é nada disso, querido. Não se trata de jóias ou vestidos. Não é por causa do luxo e da riqueza. Você vai me dar jóias e vestidos de qualquer jeito, mas o que eu preciso que faça para mim é um pouquinho mais complicado do que mimos para garotas burras.

FERA – Então... O que você quer?

(Bela caminha até a lareira e para olhando-a, vira-se para a Fera e mostra-lhe um sorriso discreto)

BELA – Quero que você me traga as cabeças de Gastón LeGume e LaFou.

•••

(A fera entra na sala; Bela está bebendo vinho dentro de Zip, que chora)

FERA – O que está fazendo com ele?

BELA – Oh, ele não é uma xícara?

FERA – Ele não é para você utilizá-lo para se embebedar.

BELA – Ou isso ou eu posso mandá-lo para o lado de sua mamãe.

(Zip chora mais alto)

BELA (irritada) – Pare já com isso ou eu vou mandar você tomar chá com a sua mãe no inferno, seu fedelho chato.

(A Fera joga duas cabeças ensanguentadas em cima da mesa; as cabeças param na frente de Bela)

FERA – Isso é realmente incrível.

BELA – O quê?

FERA – Nenhuma demonstração sequer de repulsa da sua parte?

BELA – Por que sentir repulsão de algo tão belo?

FERA – Acha isso belo? Está confundindo beleza com monstruosidade. O que eles lhe fizeram?

BELA – Não é da sua conta. E o seu trabalho ainda não acabou. Eu ainda quero mais cinco cabeças. E um coração.

(A Fera agarra uma cadeira e lança-a contra a parede)

FERA (gritando) – Quem você quer que eu mate agora? Alguma amiga que não lhe emprestou uma roupa? Alguém que passou ao seu lado na rua e não lhe cumprimentou? Sabe o que tive de fazer para matar esses homens? Matei duas jovens inocentes! Tirei vidas sem necessidade por sua causa!

BELA – Em primeiro lugar, Dina e Tina eram vidas completamente desnecessárias. Você fez um bem à humanidade matando-as. Em segundo, se era tão importante para você manter-se integro, por que não voltou? Por que não os deixou viver? Se você os matou é porque dá mais valor a própria vida do que a vida deles. Não tente me enganar agindo como um nobre agora.

(Bela ergue a cabeça de Gastón e olha-a; joga a cabeça no chão)

BELA – Meu pai e minhas irmãs.

FERA – O quê?

BELA – As cabeças de minhas irmãs e o coração de meu pai. Eu quero ter certeza de que ele tem um. E o único jeito de eu acreditar que aquele ser tem um coração é vendo-o com meus próprios olhos.

FERA – Você é louca.

BELA – Louca, não. Psicopata.

(Bela sorri para a Fera)

•••

(Bela olha a rosa em sua mão. A rosa não brilha. A fera chega e ruge estrondosamente)

FERA – Você não pode tocá-la (aponta para a rosa). O que está fazendo?

BELA – Se eu não pudesse você já estaria morto, não acha?

(A Fera lança as cabeças aos pés de Bela)

BELA – Eu estava certa. Meu pai não tem um coração.

(A Fera ergue um coração e entrega a Bela)

FERA – Talvez você não tenha um coração.

BELA – Talvez.

(Bela caminha até a mesa, puxa uma cadeira e senta-se)

BELA – Mas eu já tive. Eu já fui ingênua e amável. Tola e apaixonada. Amei a um homem, amei ao meu pai, amei minhas irmãs. Amei tudo e todos até que a minha ingenuidade e pureza foram tirados de mim. Gastón cuidou da minha ingenuidade e pureza. Ele e o cachorrinho de estimação, LaFou. Traída pelas minhas próprias irmãs por ser mais bonita que elas, por ter mais pretendentes, por ser mais doce, mais pura. Vendida pelo meu próprio pai por ninguém mais me querer depois que a noticia de que Bela não era mais o que era antes se espalhar. Por não ser mais doce e Gastón e LaFou serem testemunhas. Meu pai, que dizia me amar e que prometeu me proteger me vendeu por uma rosa a um monstro amaldiçoado. Eu, a filha dos olhos dele.

(Bela secou as lágrimas)

BELA – Para todos, depois que sua pureza é tirada de você, você não tem mais valor. Pode ser descartada como lixo. Não merece mais ser tratada como um ser humano.

(Bela caminhou até a frente da lareira e parou)

BELA – E você, Fera? Em que é diferente deles? Por que até onde pude notar, você é só uma versão mais feia de Gastón!

(Bela arranca uma das pétalas da rosa; A fera leva a pata ao peito e cai ajoelhado)

FERA (gritando) – Pare! Pare, agora!

BELA – Por quê? (aumentando o tom de voz) O que você vai fazer se eu parar? Vai se casar comigo? Vai me amar? Eu vou voltar a ser perfeita? O que acontece quando uma mulher não é mais tão bela? Por que vocês sempre descartam o que não é perfeito? Por quê? Eu quero saber!

(Bela joga a rosa no chão; a Fera lança-se sobre Bela. A Fera rasga a garganta de Bela com as garras. Bela esmaga a rosa. A Fera cai morta no chão enquanto Bela cai de joelhos, leva a mão a garganta e sorri. Bela cospe sangue e cai de lado. O sangue de Bela espalha-se pelo chão e ela continua sorrindo. Bela morre.)

28 Février 2018 22:11 1 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
5
La fin

A propos de l’auteur

Carlisle Petrycovisk Com o leve sangrar do seu coração, Eu sinto. A tua dor, a tua agonia. Fazem-me chorar. E o doce soneto da sua morte, Fazem com que eu sinta. A felicidade do luto, A tristeza da alegria, A dor da saudade, A riqueza da infelicidade. E tudo o que fomos, Éramos, E nunca seremos. Me dói a alma. Banhada sobre seu sangue, Me culpo. Eu amei você, Eu tive você, Eu culpei você, Eu perdi você. Mas só me arrependo de uma coisa. Uma única coisa, Triste e lamentável. Eu não devia ter matado você.

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Gil Fox Gil Fox
Caracas que versão dark da história.
May 11, 2023, 20:21
~

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