basquiart ailüj

Eu sei que muitas histórias sobre amor já foram escritas e esta é só mais uma delas, mas eu realmente acredito que essa deve ser contada. [ jikook!centric | lenda!au ]


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#yaoi #bts #mitologia #jikook #lendas #oneshot
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.com amor, sua lua


Seul, 2017


Eu sei que muitas histórias sobre amor já foram escritas e esta é só mais uma delas, mas eu realmente acredito que essa deve ser contada.


Há uma lenda muito antiga que fala sobre o surgimento do Sol e da Lua no Universo. Pelo o que se conta, Hwan-in, o Senhor dos Céus, estava satisfeito com o que governava e não pretendia permitir que outros seres habitassem seu reino, portanto, nessa época, a Terra era escura e vazia, fria e sem vida. Não se sabe exatamente como as pessoas viviam, afinal, isso é uma lenda e exatidão não vai ser encontrada aqui.


Hwan-in era uma criatura poderosa e mágica, sentimento e vivência humana não lhe afetava de forma alguma. A única coisa que ele se preocupava era governar suas terras e pra não precisar voltar-se ao mundo humano, havia designado a seu filho, Hwan-ung, a tarefa de manter a ordem e o equilíbrio da Terra.


E tudo estava indo muitíssimo bem. Os humanos faziam o que deveriam fazer, a água mantinha-se nos oceanos, rios e lagos, o chão firmava-se sobre os pés de todos, as plantas cresciam, os animais alimentavam os mortais e assim por diante. A roda da vida funcionava como sempre e nada estava fora do lugar.


Naquela época não existiam fronteiras, todos os continentes estavam ligados. Também não existia dia nem noite nem estações do ano nem nada que estivesse minimamente relacionado ao mundo que conhecemos hoje.


Uma vez uma ahjumma me disse que o ar era composto pela respiração de Hwan-in e que era ele quem controlava o tempo e o crescimento das coisas. Ao que parece o Senhor dos Céus era muito autoritário e rigoroso, ele não gostava de nada fora do lugar e punia quem o desrespeitasse.


Hwan-ung, ao contrário de seu pai, era mais liberal e acreditava que todo ser vivo deveria ter liberdade para pensar e agir como bem entendesse e que somente sua ética e consciência deveria lhe guiar. Ele era um visionário que admirava a mortalidade dos humanos, mas que nunca havia se oposto a seu pai.


Certo dia, ao caminhar por uma floresta observando se tudo estava em seu devido lugar, Hwan-ung avistou dois jovens rapazes banhando-se no rio Han. Por algum motivo desconhecido, a cena chamou sua atenção e ele escondeu-se atrás de uma árvore para continuar fitando os dois rapazes.


Os jovens riam e brincavam no rio jogando água um no outro. Hwan-ung percebeu que eles estavam nus, mas não pareciam se incomodar com isso. Eles gargalhavam livremente até que pararam, aparentemente, sem motivo algum. Então começaram a aproximar-se e iniciar uma série de carícias no rosto um do outro. Eles sorriam e sussurravam coisas que Hwan-ung não conseguia ouvir. O filho do Senhor dos Céus achou curiosa a cena até o momento em que os dois se beijaram.


Hwan-ung sabia que era errado, seu pai havia lhe contado tudo sobre os humanos, incluindo a parte em como os mesmos se relacionavam, mas nunca havia mencionado que dois homens mortais poderiam se beijar daquela maneira. Ele deveria se sentir incomodado com aquilo, pois tinha certeza que se seu pai descobrisse puniria os dois rapazes, mas, ao mesmo tempo, Hwan-ung sentiu que aquilo não precisava ser necessariamente errado.


Enquanto pensava sobre o que pensar, Hwan-ung acabou dando alguns passos pra trás e quebrando alguns galhos com os pés, chamando a atenção dos jovens para onde estava. Os dois rapazes viram o filho do Senhor dos Céus os observando e afastaram-se rapidamente um do outro. Eles começaram a chorar dizendo a Hwan-ung que poderiam explicar o que estava acontecendo.


O responsável pela ordem na Terra interessou-se com a proposta dos meninos e caminhou até a margem do rio, agachando-se em seguida para visualizar melhor o jovem casal.


– Porque estais vós a chorar? Não devereis sentir-se assim! Não me temeis, por favor. Não sou como meu pai. – Hwan-ung disse com sua voz imponente e profunda como uma tempestade de vento repentina.


– Senhor, – o rapaz mais novo disse – perdoe-nos! – ele conclui chorando copiosamente.


Hwan-ung olhou-os atentamente e quis de fato entender o que de tão grave acontecia para fazê-los reagir assim.


– Porque me parece que tendes vós tanto medo? – ele perguntou tentando compreender a reação dos meninos.


– Não lhe é óbvio, meu Senhor? – o mais velho questionou visivelmente confuso.


– Aparentemente não, meu jovem. Explique-me porque deveria ser tão notório. – ele continuou estimulando os rapazes a lhe contar o que era tão evidente pra si.


– Eu o amo, meu Senhor. – o mais velho seguiu.


Hwan-ung não entendeu direito o que o rapaz lhe dizia. Emoções humanas nunca foram seu forte e apesar dele já ter ouvido falar sobre amor, nunca havia visto tão de perto. O filho do Senhor dos Céus ficou encarando os dois jovens amantes tentando achar algum vestígio de amor, mas nada viu fisicamente.


– Como sabes que o ama? – Hwan-ung perguntou desafiante.


– Porque eu me sacrificaria por ele, meu Senhor. Eu temo pela sua vida, não pela minha. – o rapaz completou.


– Então isso há de ser o tal amor?


– Creio que sim, meu Senhor.


Nesse momento Hwan-ung coçou seu queixo e fitou os dois jovens por um tempo. Muitas informações haviam sido coletadas por ele naquele simples passeio pela floresta, e o Senhor da Terra não sabia o que fazer com elas. A única certeza que tinha é que seu pai jamais poderia saber.


– Irás contar ao Senhor dos Céus, seu pai, meu Senhor? – o mais novo perguntou timidamente.


– Tenho uma proposta para vós. – Hwan-ung iniciou e os dois rapazes prestaram atenção atentamente. – Vós ireis me ensinar sobre os homens e eu proteger-los-ei de meu pai. – ele conclui sorridente com seu pensamento. A troca parecia justa aos olhos de Hwan-ung.


– E o que exatamente pretendes aprender, meu Senhor? – o rapaz mais velho perguntou.


– Absolutamente tudo, ora pois! – Hwan-ung fala alegremente – Eu sei de tudo que se passa na Terra. Sei quando cada folha cai e quando cada gota d’água seca, mas eu não sei o que se passa dentro de cada homem. Ensina-me sobre as folhas e gotas de cada mortal enquanto eu lido com a fúria de meu pai. Aceitais minha proposta?


Os dois amantes se olham debatendo silenciosamente se deveriam aceitar ou não a proposta de Hwan-ung e acabam concordando que não têm muitas alternativas.


– Aceitamos meu Senhor. – o mais velho diz e Hwan-ung sorri largamente.


Depois desse ocorrido, o Senhor da Terra esperou os rapazes saírem do Han e vestirem suas roupas. Despediram-se uns dos outros e cada qual foi para um lado dirigindo-se às suas casas.


[...]


Muitas folhas mortas caídas ao chão se passaram e sempre no mesmo horário os jovens amantes e Hwan-ung se encontravam às margens do rio Han, o rio sagrado, para ensinar e aprender lições sobre amor e ódio.


O Senhor da Terra maravilhava-se com o quão complexo os mortais eram e cada dia que passava sua admiração pelos mesmos crescia. Ele encantava-se com as demonstrações de afeto entre os amantes e seu peito enchia-se de felicidade ao ver os dois sorrindo ao para o outro. Hwan-ung sabia que havia feito a escolha certa ao ajudar os rapazes.


No entanto, Hwan-ung não imaginava que Kija, um rapaz da mesma idade dos amantes e que vivia no mesmo povoado que eles, havia descoberto seus encontros e os seguia todos os dias. Kija foi a última lição sobre os mortais que Hwan-ung aprendeu de maneira abrutalhada. Kija foi a inveja.


Enraivecido por não ter sido agraciado com o carinho e afeto de Hwan-ung, Kija correu até o Senhor dos Céus, Hwan-in, e contou-lhe tudo o que havia visto e ouvido. Falou sobre as lições que seu filho estava aprendendo; sobre a forma desrespeitosa que os mortais o tratavam, não o temendo; mentiu dizendo que a Terra encontrava-se imersa no caos, pois Hwan-ung só preocupava-se em saber sobre os mortais e não em controlá-los; e também contou sobre o caso de amor entre os dois rapazes.


Imediatamente após ouvir os lamentos invejosos de Kija, Hwan-in desceu até a Terra levando consigo tempestade e frio. Ele chamou seu filho e os dois amantes com sua voz gutural que se assemelhava a duas rochas chocando-se.


– Estás a trair-me, meu filho! – esbravejou com raiva e trovões saíam de sua voz.


– Meu pai, perdoe-me, mas eu não podia ficar indiferente!


– Há quanto tempo me desonras?! – ele segue furioso e ondas gigantes agitavam-se em seus olhos.


– Há algumas marés baixas, meu pai. – Hwan-ung diz envergonhado.


– Sabes que terei que punir os mortais, não sabes?!


– Meu Senhor, suplico-lhe que não faças nada aos humanos! Eu prometi-lhes que proteger-los-ia de vossa fúria e estou disposto a cumprir minha promessa! – Hwan-ung afirma convicto fazendo seu pai enraivecer-se mais ainda com sua insolência.


– Como ousas dizer tal coisa a mim Hwan-ung?! – ele cospe com raiva e relâmpagos caem de seus lábios.


– Meu Senhor, eles me ensinaram sobre respeito, compaixão, altruísmo e principalmente amor. Eles amam um ao outro, meu pai, e ensinaram-me a amá-los também. Se quiseres puni-los terás que punir-me também. – Hwan-ung fala duro e seu pai abala-se com suas palavras.


– Estás pedindo-me o impossível, Hwan. Sabes que como Senhor dos Céus eu devo puni-los por tal ato horrendo. – Hwan-in disse calmo, mas mantendo a dureza em suas palavras. O céu ainda estava negro e denso devido ao humor de seu Senhor.


– Amar não é horrendo, meu Senhor. Vós me amais e eu o amo e isso não nos torna monstros, então porque punir os mortais por sentir algo tão puro? – Hwan-ung fala e sua voz é como brisa leve e acolhedora – Sabes meu pai, não há poder maior que o amor.


– Estás falando bobagens, Hwan.


– Então o que impede a vós matar-me? Sim, meu pai, é o amor. – Hwan-ung pronuncia sorrindo e cerejeiras saem de seus olhos.


O Senhor dos Céus se torna pensativo por um instante, tocado pelas palavras do filho. Ele olha ao redor e vê que Kija estava mentindo, a Terra não estava um caos, pelo contrário, o equilíbrio das coisas parecia muito mais alinhado do que antes e Hwan-in associou isso as lições que o filho vinha aprendendo.


Ele olhou para Hwan-ung e viu pétalas de rosa branca que emergiam de sua pele e a leveza de seus movimentos. Hwan-ung parecia o rio Han, límpido e tranquilo.


– Comoveste-me com tuas palavras, filho. – Hwan-in fala e seu filho sorri – Mas simplesmente não posso manter-me indiferente a tua traição e ao que estes jovens estão fazendo. – completa fazendo o sorriso de Hwan-ung desfazer-se e as rosas em seu corpo murcharem.


Hwan-ung abre a boca para protestar, mas seu pai é mais rápido e dá sua sentença:


– Levarei o mais novo comigo para os Céus e lá ele permanecerá até o fim dos tempos, visto que tu, meu próprio filho, prefere a companhia dos mortais ao próprio pai. – Hwan-in fala de um jeito amargo e o céu é tomado por uma cor acinzentada – Quanto ao mais velho irei abandoná-lo nos braços da morte.


Ao terminar de proferir suas palavras ásperas e inundadas pelo mar revolto e salgado que borbulhava em sua boca, Hwan-in tornou-se vento e levou o mais novo dos amantes consigo para os Céus deixando o outro em prantos enquanto seu filho pensava no que poderia fazer.


– Rápido – disse Hwan-ung – Salvarei vossa vida! – e antes que o mais velho pudesse reclamar, o Senhor da Terra já o havia levado embora, indo diretamente para os Céus.


Hwan-ung levou o rapaz para um lugar inóspito dos Céus e tratou de colocar seu plano em prática antes que seu pai descobrisse o que havia feito.


– Irás ter que viver disfarçado a partir de hoje, meu amigo.


– Não quero ter que viver, meu Senhor! Não há motivos para tal coisa. – o jovem diz tristemente.


– Preferes morrer e nunca mais ver teu amado? Faças o que digo e prometo-lhe que o verás de tanto em tanto tempo, mas só quando lhe for permitido.


– Do que estás a falar, meu Senhor?


– A partir de hoje, meu amigo, assim como teu amado, renascerás todos os dias. Quando ele morrer, tu nascerás e quando morreres ele ressurgirá. E será assim, por muitos anos até que possais vós ver-se novamente.


– Não quero que faças tal coisa, meu Senhor! Do que adianta viver se não posso dividir minha vida com quem amo? – o rapaz questiona sôfrego.


– Meu amigo, esta é tua única opção. Terás teu amado pra sempre ao teu lado, o verás sempre que possível. Serás responsável pela morte do dia e ele pelo seu nascimento. Tu és o yin e ele o yang. Serás o frio e ele o calor. Tu, meu amigo, agora és a escuridão e ele a luz.


E foi assim que surgiu o Sol e a Lua.


Eu, particularmente, acho a história triste, mas, ao mesmo tempo, absurdamente linda. Pensa que todo o dia o Sol morre pra Lua poder nascer e vice-versa. E que quando ambos se encontram num eclipse é simplesmente uma das coisas mais poderosas e intensas que existe.


E sabe, eu estou te contando isso porque eu andei pensando e cheguei a conclusão que você é meu Sol, Jimin. Seus dedos pequeninos são como aqueles raios quentinhos de Sol numa manhã de inverno. Na verdade toda sua pele é como o Sol.


E olhar pra você Jimin, é como olhar a própria luz. Você brilha tanto que ofusca minha visão.


Eu lembro de quando eu te conheci e achei que jamais o teria e jamais teria espaço em seu coração. Você era como o Sol, completamente inatingível. Eu olhava pra você e parecia ser tão pequeno e frágil, mas então ao te conhecer melhor vi o quanto você era gigante. Tal como o Sol, que parece ser pequeno ao ser visto daqui da Terra.


Você e seu cabelo vermelho queimam sob e sobre minha pele. E se eu sou noite, Jimin, quero ser pra sempre ensolarado por você.


E não me entenda mal, por favor. Não quero abrir mão de quem sou por sua causa.


Eu quero ver você se aquecer no próprio calor e poder abrandar seu próprio fogo. Eu quero chegar lentamente e te ajudar a colorir o céu com nosso pôr do Sol. Eu quero ser Lua Minguante durante nossas brigas, Crescente no nosso amor, Nova no nosso cotidiano e Cheia de vida, cheia com seu calor, cheia com seu sorriso sincero, cheia com você.


Quero ser sempre mutável por nós dois e quero poder admirar seu brilho todos os dias. Quero que saiam estrelas de nós dois e que os dias emendem um no outro como se Sol e Lua fosse uma coisa só.


Eu quero, Jimin, que sejamos sempre um eclipse total.

27 Février 2018 14:11 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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