Te conhecer sem dúvida foi uma das melhores coisas que aconteceram na minha vida, como eu costumava dizer:
“Você é um presente do destino para mim”
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Hashirama entrou em casa naquela noite ansioso, era seu aniversário de casamento e mal podia esperar para ver seu amado. Eram um casal nada convencional, totalmente opostos, mas já havia chegado a conclusão que era exatamente por isso que estavam juntos a cinco anos.
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Estava de casamento marcado quando conheceu ele…
Sua família era formada ao modo tradicional e mantinha certos costumes um tanto ultrapassados, quando se nasce em uma família rica e influente pouca coisa se pode fazer, simplesmente tinha de seguir as vontades do Patriarca Butsuma Senju, por que foi desta maneira que foi criado. Era inevitável para ele, o herdeiro de tudo que a família ergueu durante anos e mais anos na empresa de advocacia, viveu uma vida trancafiado pelas vontades do pai, estudou direito por que ele quis, aprendeu o que ele mandou e iria casar com quem ele havia escolhido. Via toda a sua vida passar diante dos seus olhos, sentindo-se enjaulado, preso, um bonequinho nas mãos do pai.
De certa forma fazia isso tudo pela felicidade do irmão mais novo, Tobirama, um tanto mais rebelde desde o nascimento, jamais iria se sujeitar às vontades do pai e para evitar problemas o mais velho optou por arcar com tudo para permitir que seu irmão pudesse viver e ser feliz.
Tobirama Senju havia tido uma gestação difícil e sua mãe faleceu no parto, Butsuma culpou-o e rejeitou o pequeno por isso, Hashirama que amava muito o irmão e o via como um presente da mãe antes de partir cuidou dele e o amou com todo o coração, seu laço com o Senju mais novo era estreito e especial.
O albino surpreendeu a todos quando assumiu ser bissexual, coisa que seu pai desaprovou e quase o expulsou de casa ao anunciar que estava namorando com um outro menino. O castanho se viu intervindo naquela situação e convenceu o pai de que seria muito pior, pois provocaria um escândalo e assim conseguiu contornar a situação permitindo que Tobi permanecesse ali.
Tobirama convidou o irmão mais velho para ir almoçar, queria muito lhe apresentar seu namorado, ele diferente de seu pai era a favor de toda a forma de amor e desejava a felicidade do irmão mais novo, aspirante a médico, fosse feliz com quem quer que fosse e assim o castanho acompanhou-o naquele momento especial.
No dia foi acompanhado de Mito Uzumaki, sua noiva, para o grande almoço e ficou surpreso em conhecer Izuna Uchiha namorado do irmão mais novo. Dois anos mais novo que Tobirama, era um bom garoto como havia notado e em cada olhar que trocavam podia perceber aquele brilho que somente os apaixonados possuíam. Não que não gostasse de Mito, ele gostava e muito era uma ótima amiga, entretanto não era amor o que sentia por ela. Seus pais não levaram em conta que quando crescessem poderiam se apaixonar por outros, simplesmente haviam formado um acordo quando eles tinham apenas sete anos, prometendo suas mãos em nome da família.
O almoço seguiu calmamente e muito agradável, Hashirama gostou muito de conhecer Izuna. Ele tinha o sonho de ser um grande estilista e já fazia curso técnico para tal, eles haviam se conhecido no metrô, contou o moreno.
- Um tanto clichê, eu sei, derrubei minhas coisas no chão por não ver que a bolsa estava aberta e Tobirama - olhou para o albino que segurou sua mão e a apertou carinhosamente - me ajudou .
Quando se olharam o sorriso envergonhado do Uchiha e um obrigado murmurado foi admirado pelo albino, mesmo que fosse alguém naturalmente reservado puxou assunto com o menino desajeitado e trocaram seus telefones antes do Uchiha descer na estação.
Começaram a conversar de forma descontraída, sobre banalidades e outras coisas, até que o Senju passasse a lhe convidar para sair, assistiram a um bom filme de drama o que fez o moreno ficar emocionado e sair aos prantos da sala de cinema, o albino nunca vira uma expressão tão delicada como aquela, sem pensar levou as mãos ao rosto macio do outro enxugando suas lágrimas.
- Não chore, foi só um filme - disse na tentativa de acalmar o coração do mais novo.
Izuna corou pela proximidade, mas não o afastou, aceitou a carícia de bom grado e foram comer alguma coisa. Se divertiram muito e daquele dia em diante se viam cada vez mais próximos até que o albino tomasse coragem de dizer o quanto estava interessado em Izuna, trocaram o primeiro beijo em uma na roda gigante de um parque de diversões.
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Após o dia divertido que tiveram Hashirama se ofereceu para levar Izuna para casa então os quatro seguiram de carro, haviam perdido a hora conversando e estava tarde para deixar que fosse embora sozinho. O Senju mais velho seguiu com Mito ao seu lado, enquanto o irmão não desgrudava um momento sequer de Izuna no banco de trás. Quando chegaram no endereço indicado pelo moreno, se surpreendeu ao encontrar alguém o esperando do lado de fora.
Este era tão moreno quanto Izuna, porém mais alto e com longos cabelos espetados para todos os lados. Descobriu que era o irmão mais velho do cunhado, Madara Uchiha, e pode perceber a preocupação em seu olhar ao ver o irmão chegar tão tarde.
Em meio as desculpas por ter perdido a hora conversando com o namorado, Izuna apresentou Hashirama para Madara. Eles se encararam por alguns bons segundos antes do castanho sorrir de forma calorosa para o outro homem.
- Olá, prazer - estendeu a mão que prontamente foi segurada pelo outro.
- Obrigado por trazer meu irmão pra casa - respondeu.
Trocaram olhares intensos enquanto suas peles se tocaram. Após esse breve encontro, Hashirama se viu pensando no moreno, intrigado, curioso pelo olhar que compartilharam, seu nome era delicioso de ser pronunciado e se via testando o som em seus lábios.
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No horário de almoço Hashirama foi ao shopping em busca de um presente de última hora para o dia dos namorados, havia esquecido completamente e como não queria magoar Mito foi a procura de algo para presenteá-la, seria muita coincidência esbarrar justo em Madara? Ele trabalhava em uma das lojas de roupa e foi alí que o castanho acabou por comprar o presente, atendido por Madara que o ajudou a escolher. Entretanto indo contra todo o bom senso Hashirama perguntou que horas terminava o expediente do Uchiha, Madara, mesmo intrigado pela pergunta respondeu que saía às 18:40, o Senju perguntou se eles poderiam sair para jantar e marcou de buscar o moreno 19h.
Aquela noite levou Madara para jantar em seu restaurante preferido, queria que fosse algo agradável e não se enganou, conversar com aquele homem era agradável e fácil, sua voz era delicioso e queria ouvir cada vez mais o que quer que ele tivesse para dizer.
- Hashirama Senju, um homem de 22 anos com uma vida perfeitamente controlada pelo pai, por que? - o castanho franziu o cenho sem entender onde o outro queria chegar - Por que me chamou para sair?
- Eu… Ah!... E-eu apenas quero ter uma boa relação com o irmão do namorado do meu… Irmão - a medida que ia falando seu tom diminuía até se ver envergonhado pelo olhar penetrante que o Uchiha lhe lançava, despindo-lhe e desvendando suas mentiras.
- Você acredita no que está falando? Você é um péssimo mentiroso Senju - respondeu o moreno tomando mais um gole do vinho que Hashirama fizera questão de escolher, entretanto ao contrário de ser uma companhia tediosa, para Madara ver o outro homem se embaralhar nas palavras e inventar desculpas mirabolantes para aquilo era interessante, tão interessante que anotou seu número em um guardanapo e se inclinou sob a mesa, deixando seu rosto rente ao do castanho para depositar o papel no bolso da camisa e tão rápido quanto se aproximou se afastou também, voltando a se sentar com um sorriso convencido desenhado nos lábios perante ao embaraço do homem.
“Tão bobo e tão fofo” pensou o Uchiha...
Hashirama deixou o Uchiha em sua casa e tão logo este entrou puxou o celular para adicionar o número na lista de contatos, sorriu ao ver a foto perfil dele e não se demorou a mandar mensagem:
HashiramaS: Olá, boa noite - mandou Hashirama ainda estacionado em frente a casa do Uchiha, este sentiu o celular vibrar e o tirou do bolso.
Maddy: Quem é? Eu não falo com estranhos - respondeu encarando o aparelho.
HashiramaS: Não fala com estranhos? Como não se respondeu a minha mensagem, Sr.Uchiha.
Maddy: Ok Sr. Estranho, to falando com você agora. Vai tomar no cu!
HashiramaS: Nossa, nós só jantamos uma vez. Já quer passar pra essa intimidade? - Madara sorriu se sentindo um idiota ao perceber que era o Senju e logo salvou o número na lista de contatos também.
Maddy: Você acabou de se despedir de mim, já está sentindo saudade?
HashiramaS: Na verdade eu queria saber se vai fazer alguma coisa sábado a noite?
Maddy: Não sei, tenho que olhar a minha a g e n d a, ver se eu tenho tempo pra você… Sou um homem ocupadíssimo.
HashiramaS: Então confere se a Vossa Senhoria tem tempo para sair.
Maddy: E onde pretende me levar?
HashiramaS: Você gosta de cinema?
Combinaram de se encontrar no shopping depois do expediente do Uchiha, Hashirama mal podia conter a felicidade, seu coração palpitava no peito e se pegou sorrindo para o nada enquanto se obrigou a dirigir para casa. Chegou tarde aquela noite, com um sorriso de orelha a orelha que Tobirama estranhou, nunca havia visto o mais velho tão empolgado e perguntou o que aconteceu ao irmão, que apenas se dignou a suspirar e subir para o quarto, estava longe, tão distante, perdido no olhar que trocou com aquele moreno antes dele deixar seu carro.
A medida que o tempo passava Hashirama se via cada vez mais envolvido naquela rotina de conversar durante horas e mais horas com Madara, chamá-lo para sair virou um ritual, gostava de estar em qualquer lugar e fazendo qualquer coisa desde que estivesse acompanhado pelo moreno. Descobriu que este também gostava de moda como o irmão mais novo, mas diferente dele queria ser personal style, por isso completava os estudos na universidade trabalhando em uma loja de roupas. Hashirama se agarrou a isso como mais uma desculpa para passar mais tempo com Madara, se viu interessado por tudo que o Uchiha fazia e descobrir um detalhe novo deste a cada novo encontro era gratificante.
Madara ajudou Hashirama a remodelar seu guarda roupas, este deu a desculpa de que queria inovar, mas como sempre era um péssimo mentiroso, o Uchiha se divertia ao vê-lo inventar desculpas para estar junto consigo, mas não poderia negar que também apreciava aquela companhia. O ajudando a selecionar as melhores roupas e a combiná-las, arriscou também a mostrar outros estilos.
- Essa calça aqui é mais colada e mostra bem melhor as curvas dos seus quadris, é jeans e combina com qualquer coisa... Apesar de que ficaria ótima com uma regata mais aberta no peitoral, acho que combina mais para o branco, mas você sempre pode escolher o preto que é uma cor elegante. Bom, o conjunto em você ficaria... Lindo.
Madara empurrou o castanho até o provador e aguardou. não muito tempo depois o homem saiu de lá vestindo a roupa que havia escolhido “Minha Santa Kaguya, que macho é esse?” pensou mordendo o lábio inferior.
- Vai arrasar o coração das juízas... De alguns juízes também, senhor advogado sexy.
- Você gostou? - perguntou se olhando no espelho, nunca havia usado aquele tipo de roupa, seu pai nunca o permitira… Mas era Madara quem havia escolhido para ele.
“Se eu gostei? Me amarra na cama e me come logo, filho da puta gostoso pra caralho” - Tá ótimo.
- Sério que gostou? - olhou para o moreno que acenou lentamente enquanto encarava descaradamente para o Senju - bom então eu vou seguir a sua dica.
Hashirama se trocou e depois organizou as roupas que iria levar, viu o moreno namorando um conjunto de couro, sem dizer nada passou no caixa e além de pagar as suas compras pagou a peça que o Uchiha queria, dava pra perceber pelo seu olhar mesmo que não tenha dito nada, quando lhe entregou a sacola ele parecia não acreditar no que via, aquilo era muito caro.
- Eu não posso aceitar isso Hashirama…
- Claro que pode e vai, você está aqui comigo até essa hora, depois do seu serviço me ajudando. Vai aceitar sim!
- M-mas eu não tenho como…
- Shiii não termina essa frase - interrompeu o castanho entregando a sacola ao moreno - você merece isso, ok?
- Tudo bem, mas eu só aceito com uma condição.
- E qual seria?
- Vamos sair pra dançar sábado a noite - Hashirama o encarou durante uns bons segundos sem acreditar que o outro o chamava para sair, era sempre ele quem o convidava, mas agora ele estava sendo chamado… Isso quer dizer que ele também gostava de sair consigo! - meu irmão está organizando um desfile beneficente sábado, mas eu vou trabalhar até tarde… Infelizmente. Sei que o seu irmão vai estar com ele e bem, que tal deixar os dois um pouco sozinhos? Eu quero sair um pouco e mudar de ares, vamos dançar Hashirama.
- Aaa só tem um problema, eu não sei dançar - respondeu envergonhado abaixando o olhar, mas logo sentiu os dedos do moreno segurarem seu queixo e levantar para lhe encarar os olhos.
- É só seguir o meu corpo baby, vamos você não vai se arrepender.
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Hashirama nada pode fazer além de aceitar o convite, estava mais que ansioso para sábado ele realmente não sabia dançar, mas se Madara o chamasse para pular de uma ponte de paraquedas ele com toda a certeza iria. O restante da semana se arrastou, mas sábado finalmente chegou e o Senju mal pode conter a felicidade em olhar o belo dia, perfeito para sair… Com Madara.
O castanho se apressou, pois havia marcado de buscar Madara no serviço às 20h, foi ao cabelereiro após o café da manhã, a tarde voltou para a mansão Senju desviando das reclamações de Butsuma sobre como a juventude estava perdida, que a libertinagem estava a solta e que todos iriam pagar por isso. Tobirama não estava em casa, ainda bem, já deveria estar com Izuna no desfile que ele havia organizado com outros colegas do curso, segundo o próprio irmão, que parecia orgulhoso em se gabar do belo namorado que tinha, Hashirama não podia segurar o sorriso ao ver o brilho de felicidade estampado no rosto do irmão.
Começou a se arrumar após um belo banho relaxante, onde passou a sua melhor colônia e seu hidratante preferido, em seguida prendeu os cabelos em um coque para cima deixando alguns fios soltos, havia visto aquele penteado em uma revista e resolveu experimentar junto a roupa que Madara havia escolhido para ele.
“Sexy”
Sonhou diversas vezes com o som que essas palavras tinham ao deixar os lábios do moreno, queria surpreendê-lo, Madara estava sempre tão bonito e ele estava sempre… Vestido como se fosse um empresário de 40 anos. Olhou-se no espelho e se surpreendeu com o resultado, estava bem diferente do que costumava vestir, mas sorriu ao finalmente se sentir como um jovem adulto de 22 anos indo curtir a vida, como nunca havia feito antes.
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Deixou a garagem da casa as 19h em ponto, teve que aguardar o pai se distrair com um jogo de cartas com outros velhos tão chatos como o próprio então desceu as escadas escondido e saiu na surdina da noite sem se arrepender nem um pouco. Estacionou o carro na entrada do shopping as 19:40 e puxou o celular sorrindo ao olhar a foto de perfil que o Uchiha tinha no whatssapp, ele era tão bonito e charmoso.
SenjuGostosodoCaralho: Já estou aqui dentro do carro :) - Madara sentiu o celular vibrar, estava saindo do banheiro onde havia se trocado para sair com Hashirama.
Maddy<3: Já to descendo, chego ai em 5mnt.
SenjuGostosodoCaralho: Tudo bem… Estou com saudades.
Maddy<3: Eu sei! Sou cativante e provoco isso nas pessoas - apesar da resposta o Uchiha corou sentindo sua pulsação acelerar, também estava com saudades, na verdade já havia se acostumado a associar Hashirama a sentimentos que ainda não sabia muito bem como lidar.
Madara caminhou mais rápido do que gostaria, estava mais ansioso do que demonstrava e sentia sua pulsação acelerar, alguma coisa dizia que aquela noite seria muito especial. Localizou o carro do Senju assim que deixou o shopping e este estava encostado no automóvel o aguardando, assim que seus olhares se cruzaram um sorriso cúmplice surgiu em seus lábios. Hashirama pousou seus olhos sobre Madara e não pode evitar sorrir ao constatar que o moreno estava com a roupa que ele havia lhe comprado. Sentiu-se arrepiar diante de tamanha beleza ele era como uma pintura renascentista, sua beleza era clara e ficava ainda mais bonita com a compreensão dos detalhes, usava uma maquiagem que o deixava ainda mais sensual. Sem dúvida um homem verdadeiramente bonito e elegante, não, muito mais do que isso... Madara era fodidamente sexy como um anjo negro da sedução.
O Uchiha estava em igual estado ao constar que o Senju usava a roupa que havia escolhido para ele, com toques e detalhes a mais, seu cabelo preso daquele jeito o deixou extremamente… “Que homem… Não! Nada de ficar de pau duro agora. Pensa na vovó de calcinha, isso”
Hashirama abriu a porta do carro para que o moreno entrasse e logo seguiam para o endereço que o próprio Uchiha o forneceu, não demorou a chegar o mais complicado mesmo foi estacionar o carro, mas por sorte conseguiu pegar uma vaga de um outro veículo que deixava o local. A fila também não demorou, logo estavam dentro de uma boate que o Uchiha frequentou muito no passado, para não se perderem Madara envolveu a mão do Senju que apertou a dele também, abrindo espaço pelas pessoas que já dançavam no local.
O Uchiha seguiu até o bar e pediu algo para esquentar e Hashirama seguiu seu exemplo, começaram com uma dose dupla de vodka, Madara ainda pediu uma tequila e Hashirama não conseguiu desprender os olhos da cena, ele era tão gostoso.
Após se sentir preparado Madara arrastou o Senju para a pista onde tocava Shape of You, o castanho se sentiu perdido no começo e com medo de decepcionar o acompanhante, mas no momento em que o moreno colocou suas mãos em sua cintura e começou a rebolar olhando intensamente em seus olhos mal conseguiu segurar um suspiro.
- Vem comigo, não tenha medo é só seguir a batida - sussurrou o Uchiha, envolvendo o pescoço de Hashirama para poder falar ao pé do seu ouvido, aquilo enviou ondas de calor por todo o corpo do mais velho, que segurou com mais firmeza na cintura do acompanhante.
- Não quero pisar no seu pé - respondeu da mesma forma, rente ao ouvido do moreno que segurou um gemido pela proximidade dos corpos.
- Se pisar no meu pé eu chuto a sua bunda daqui e arrumo alguém melhor - respondeu com um sorriso travesso ouvindo o outro sorrir também.
Então resolveu que aquela noite iria deixá-lo louco, ou não se chamava Madara Uchiha e mordiscou a orelha do Senju, que tremeu em seus braços.
- Se quiser companhia melhor que a minha não vai ter dificuldade de encontrar sabe? Tem um monte de gente te encarando desde que chegou aqui - o castanho permitiu que sua mão deslizasse pela lateral do corpo dele, que se balançava sensualmente para si, fazendo-o arrepiar.
A situação só piorou quando Madara virou-se em seus braços e colou seu corpo ao dele, puxando seus braços para envolvê-lo.
- Pois deixe que olhem e contemplem a minha beleza - respondeu com um sorriso, aquele mesmo que enlouquecia o Senju e este lhe devolveu um levantar de lábios companheiro, iriam dar um verdadeiro show aquela noite e segundo Madara, iriam ser o motivo de muitas punhetas aquela noite.
Dançaram no ritmo da música, colados enquanto o castanho escondia o rosto na curva do pescoço do moreno sentindo seu cheiro e até arriscando alguns beijos e este, rebolava e se esfregava de forma obscena, segurando em sua nuca e dando total acesso ao seu corpo. Naquela noite também exageraram um pouco na bebida enquanto conversavam e dançavam sem se preocupar com o depois, Madara convenceu Hashirama a fazer uma tatuagem que sempre teve vontade, mas que não havia por medo da desaprovação do pai, saíram dali e foram de taxi até o estúdio de tatuagem de um conhecido do moreno.
Yahiko que era mais conhecido como Pain, seu nome artístico atendeu os dois, pediu que Hashirama escolhesse uma tatuagem e o lugar onde queria fazê-la. Escolheu um apanhador de sonhos nas costas e assim que estava tudo pronto retirou a camiseta e se deitou na maca, sem notar a forma como o Uchiha cobiçava-o, Madara acompanhou tudo de perto e quando ficou pronta Pain pediu que ele olhasse no espelho para saber se havia ficado de acordo.
Hashirama perguntou ao moreno o que havia achado, este se aproximou do corpo ofegante. Era a primeira vez que o via assim e sua imaginação não era capaz de chegar nem perto daquilo, não resistiu em tocar a pele das costas, próximo ao local onde foi feita a tatuagem, os dedos gélidos tocaram o local um tanto sensível que provocaram arrepios no castanho. Madara arrastou os dedos lentamente sobre o desenho hipnotizado pela pele bronzeada do outro e o perfume que atingia suas narinas.
- Ela combina bastante com você.
Após o pagamento eles se despediram, o clima entre eles somado o álcool e a noite quente e cheia de toques provocou uma atração. Madara passou sua mão pelo braço de Hashirama arranhando aquela pele tão bronzeada, chamou sua atenção, os olhos se encontraram e estava claro o desejo implícito neles.
O Uchiha arrastou o castanho para um beco e em menos de um segundo depois seus lábios já estavam grudados, as mãos sedentas por um toque e as línguas numa dança sensual. Hashirama não poderia descrever a sensação de finalmente apertar a bunda de Madara, com ambas as mãos famintas.
Desde aquele dia os encontros se tornaram algo mais, as coisas vinham esquentando entre eles com olhares sutis, sorrisos discretos, toques oportunos mesmo que rápidos era como uma necessidade de se sentir e tocar e a cada passo que aquele relacionamento proibido caminhava, mais perto o casamento de Hashirama chegava.
Ele se sentia frustrado e prestes a explodir de nervoso com seu pai, que não largava do seu pé, falando de negócios, da empresa e o pressionando com papo de herdeiro, mas que merda! Ele tinha apenas 22 anos não queria ser pai agora, não queria… casar com Mito quando amava Madara, perceber isso foi o abismo em seus sentimentos, motivado pelo recém descoberto sentimento o Senju decidiu que iria se confessar, mas isso iria ser de um jeito especial e que entraria para a recordação deles dois.
Amor: Maddy, está acordado ainda? - chamou o castanho na noite de sexta.
Maddymanhoso: Não…
Que que tu quer? Tá com jeito de quem vai aprontar!
Amor<3: Você topa passar um fds na praia?
Maddymanhoso: Só eu e você? Um final de semana inteiro?
Amor<3: Sim!
Maddymanhoso: Não.
...
Brincadeira, eu seria louco se não topasse
Amor<3: Vsf, só sabe assustar as pessoas >...>
Maddymanhoso: É um de meus vários talentos ;)
Mas que horas?
Amor<3: Daqui a pouco, passo ai às 5h!
Maddymanhoso: Vai acreditando que eu vou acordar às cinco da manhã para qualquer coisa, ainda que for sair com você. Eu tenho trabalho amanhã!
Amor<3: Eu falo com o seu chefe pra ele te dar uma folga e você pode ir dormindo no carro ;~~; Vaaaaaai pfv eu tenho algo importante pra te dizer.
Maddymanhoso: Vai ter que me arrastar! Como assim fala com meu chefe???
Amor<3: posso ligar pra ele, tem seu lado bom em ser um Senju as vezes sabe? Ao em vez de te arrastar prefiro te carregar no colo <3
Maddymanhoso: Que bicha poderosa você ~ aquelas ~ Por favor, não me faz passar por essa vergonha! E se o Izuna ou o Tobirama ver???
Amor<3: Eles não vão, mas se verem eu não ligo muito... Sim uma bicha poderosa, mas não tão poderosa como você querido ;)
Maddymanhoso: Ainda bem que sabe que aqui é o poder! Sl... Vou pensar no seu caso, se eu não estiver lá embaixo quando você chegar pode vir me pegar :x
Amor<3: <3 pode deixar que te carrego até o carro.
No horário combinado Hashirama estacionou em frente a casa de Madara, ele o aguardava sentado nas escadas da porta da frente usando um óculos escuro e com cara de poucos amigos pelo horário, mas isso não o desanimou pegou as coisas do moreno e colocou no banco de trás do carro, então aguardou que o até então calado Uchiha entrasse e enquanto ele colocava o cinto deu a volta assumindo a direção, colocou o cinto de segurança também e antes de dar a partida encarou o moreno ao seu lado que já se ajeitava no banco para dormir, sorriu antes de tocar delicadamente seus cabelos fazendo um carinho delicado pelas madeixas macias.
Madara dormiu o caminho todo, enquanto isso Hashirama prestava atenção a estrada, descendo a serra e sentindo-se cada vez mais ansioso pelo que iria fazer. Assumir que estava apaixonado e dizer que queria o Uchiha o fazia sorrir de cinco em cinco minutos, ele era tão bonito, desde o momento em que botou seus olhos nele não conseguiu mais desviar, o moreno o prendia, envolvia e seduzia, nem sabe como conseguiu ficar longe e manter a sanidade por tanto tempo.
Chegaram a casa de praia dos Senju às 7:30h, Hashirama não queria acordar Madara então soltou o cinto de segurança e o pegou nos braços com cuidado carregando-o para seu quarto, depositou seu belo dorminhoco na cama retirando os óculos e o depositando no criado mudo ao lado da cama, voltou ao carro pegando as coisas que haviam trazido, quando entrou no quarto deu de cara com o moreno de olhos abertos o encarando.
- Você me carregou mesmo…
- Deveria ter te deixado lá, mas você podia babar no meu carro - respondeu enquanto deixava as malas em cima de uma cadeira no canto do quarto.
- Pode deixar, na próxima vez até cuspo.
O Senju riu. Era sempre tão bom implicar com o moreno, simplesmente impossível não achá-lo adorável! Se aproximou da cama e sentou ao seu lado tirando uma mecha de cabelo dos olhos deste, queria olhar para aqueles olhos tão bonitos, queria mais ainda beijá-lo e foi o que fez ao se aproximar e encostar seus lábios de forma delicada, logo sentiu o outro o puxar para mais perto, adentrando uma das mãos em seus cabelos o puxando para aprofundar o beijo, a outra repousou sobre sua cintura fazendo um afago firme, mas muito agradável. Passaram boas horas assim...Com o castanho sobre o corpo do amante, beijando-o apaixonadamente, acariciando-o… Madara era irresistível.
P.O.V Hashirama
O dia foi gostoso, tomamos café da manhã em uma cafeteria que eu amava, foi muito especial levá-lo ali era o lugar que eu mais amava ir quando vinha à praia. Sentamos do lado de fora para aproveitar a brisa da manhã e a paisagem era perfeita, o mar de águas cristalinas, o sol e um céu limpo com nuvens branquinhas e um Madara deslumbrante com os cabelos presos em um rabo de cavalo, vestia roupas leves uma bermuda mais folgada e uma blusa de algodão solta, mas o melhor foi acompanhá-lo tirar os óculos escuros e sorrir para mim.
- Ta me olhando com aquela cara de babão de novo Senju! O que foi? Por que ta me encarando com essa cara de idiota?
- Não posso evitar, teria que arrancar meus olhos para não admirar você.
- Ai que horror, agora só falta dizer que eu sou sua musa inspiradora - disse entortando os lábios com um olhar divertido, nunca iria admitir que adorava ser o alvo dos olhares do castanho, nem que as vezes o provocava de propósito só para ter aquela expressão direcionada a si.
- Mais ou menos - Hashirama riu quando Madara lhe deu um tapa.
Após o café saímos para curtir o sol, caminhando a beira da praia e conversando mais sobre um monte de banalidades, em algum momento nossas mãos se entrelaçaram e com um olhar cúmplice continuamos nosso caminho sem um destino certo, apenas apreciar a presença um do outro era o suficiente. Almoçamos fora em um quiosque, nossos dedos simplesmente não conseguiam se separar hora ou outra se esbarravam sob a mesa.
Aproveitamos o pôr do sol na areia, sentados em uma toalha de praia com ele entre minhas pernas, encostado em meu peito enquanto eu o envolvia em meus braços contemplando o fenômeno, ficamos assim em silêncio apenas aproveitando o calor e a presença um do outro. Não havia palavras para descrever o que eu sentia no momento, apenas que nunca queria deixá-lo partir, ele pertencia a mim e eu pertencia a ele.
Passamos o dia seguinte em meio a brigas, provocações e chamego como era de costume, até a noite chegar e eu resolver que estava na hora de fazer a minha investida o convidei para usar a hidromassagem, coisa que sabia que iria amar.
Fui o primeiro a chegar na hidro que ficava na varanda do meu quarto, em frente à piscina e a um jardim enorme. A noite estava simplesmente maravilhosa, com um céu limpo e escuro, abarrotado de belas estrelas e uma lua majestosa iluminando o ambiente, o cenário perfeito para uma noite romântica. Liguei a hidro jogando alguns sais aromáticos e enquanto o aguardava prendi meus cabelos e tirei o roupão pendurando-o em um cabide, entrei somente de sunga e abri uma garrafa de vinho... Madara surgiu na porta da varanda apagando a luz do quarto antes de sair, sorriu para mim daquele jeito de quem iria aprontar, quase perdi o fôlego... Como estava lindo com os cabelos presos em um coque desajeitado.
Ele me encarava, olho no olho me provocando enquanto desfazia o laço do roupão, a surpresa veio assim que removeu o mesmo revelando-se de forma lenta, vi seu corpo nu iluminado pela lua antes de entrar na água e soube que todo meu controle estava perdido. Entrou como se fosse a coisa mais comum do mundo, encarando meus olhos ainda, com aquele sorriso ainda, tenho certeza que corei ao lhe oferecer uma taça de vinho, que prontamente foi aceita com ele fazendo questão de encostar nossas mãos no processo.
Madara bebeu um gole generoso do líquido rubro e deixou a taça na mesa ao lado antes de se aproximar lentamente, meu coração começou a acelerar. Aquele homem era pura beleza, como uma escultura feita sob medida que só se completava a luz da lua. Seus cabelos estavam presos, mas continuavam cheios e se moldavam de uma forma bonita recaindo sobre seus ombros. O corpo alvo e magro atraiu minhas mãos ao toque e os olhos… Os olhos de Madara transmitiam o desejo presente em cada pedacinho de si. Eu poderia enlouquecer só por ser alvo do seu olhar me mirando daquela forma tão obscena, assim como a forma que passou a língua lentamente por seus lábios.
Com um sorriso malicioso arrancou minha sunga, analisando meu pênis descaradamente como se estivesse acabado de ganhar um presente de Natal.
- Bonito - foi o que ele comentou arqueando as sobrancelhas de forma sugestiva.
Não me deu nem o tempo de responder, sentou sobre meu colo fazendo questão de rebolar fazendo uma fricção gostosa em meu pênis semi desperto. Ele sabia me provocar, tinha total ciência de que poderia me matar de prazer se assim desejasse.
Minhas mãos procuraram sua pele como um homem procura por água no deserto. Eu o queria tanto! Desci minhas palmas pela extensão de sua coluna e quadril apertando com gosto a pele livre de tecidos.
Madara jogou a cabeça para trás em deleite e eu sabia que meus olhos brilhavam de tão hipnotizados que eu estava por seu corpo se movendo acima do meu.
Beijei a pele de seu pescoço sentindo sua mão acariciar meus cabelos e puxa-los de leve, aumentando a intensidade das sensações. Mordisquei e chupei seu pescoço e ombros deixando marcas sem dó. Eu queria que todo mundo visse o quanto aquele homem era meu, somente meu.
Voltei a beijar seus lábios em um beijo francês delicioso, suas mãos desceram para minhas costas arranhando a medida que nosso beijo se intensificava. Puxei seu lábio inferior em uma mordida e ganhei um sorriso malicioso como resposta.
Madara desceu seus beijos bem devagar pela minha mandíbula e queixo, fazendo um rastro com seu nariz de encontro a pele em meu pescoço, bem devagar e torturante, ele mordeu a pele sensível de meu pescoço a puxando para si. Sua respiração contra minha pele causava arrepios gostosos dentro de mim.
Desci minha mão para sua virilha enquanto ele se ocupava com meu pescoço, apertei seu membro ouvindo-o gemer contra minha orelha, me fazendo soltar um longo suspiro desejoso. Que tesão fodido eu tinha por aquele homem.
O masturbei devagar apreciando sua voz gemendo contra minha pele, a medida que apertava seus quadris balançavam pedindo por mais atrito. É incrível como ele me tem nas mãos, não sei se tinha noção disso, mas a cada vez que o olho me sinto um pouco mais apaixonado.
Quando seus olhos subiram para se encontrar com os meus, e as pontas de seu cabelo roçaram em minha bochecha, pude vê-lo sorrir, como nunca tinha visto antes. Senti que havia alcançando uma nova intimidade entre nós e em nossa relação. Não pude evitar acariciar seu rosto e sussurrar as palavras não ditas até então, com a maior certeza do mundo.
- Eu te amo
Os olhos de Madara se arregalaram por um instante, antes de abrir um lindo sorriso e bater levemente sua mão contra o meu peito nu.
- Não tem como ser mais brega?
Dei risada já esperando aquele tipo de resposta, Madara me beijou com fogo e carinho, apertei seu corpo de encontro ao meu fundindo o calor dos nossos corpos.
- Eu também te amo, Senju babão...
Acho que não existia ser humano mais feliz que eu naquele momento, o sorriso que abri foi tão grande que chegava a doer minhas bochechas. Meu peito se preenchia com a satisfação e a felicidade de amar e ser amado. Sem mentiras. Sem enganos. Apenas ele e eu.
Simples, puro, verdadeiro… delicado.
- Você é tão… lindo, ainda me impressiono com a sua beleza. Você é perfeito pra mim - sussurrei deixando que meus dedos corressem livres por seu corpo, pela coluna até chegar aquela bunda e apertá-la com certa força, queria marcá-lo em todos os lugares.
- Já entendi que você adora me comer com os olhos, que tal me comer com esse seu pau também? - gargalhei da sua impaciência, mas quem eu queria enganar? Meu pênis latejava de tesão, eu precisava dele naquele momento.
Momentos depois pude sentir como era maravilhoso estar dentro de Madara. Seu espírito selvagem era dominador por natureza, deixei que ditasse o ritmo que queria por cima de mim, cavalgando e gemendo sem pudor algum a cada momento que encostava em sua próstata. Fazia questão de me apertar dentro de si apenas para me ver revirar os olhos de prazer.
Mas eu também queria deixar ele louco de prazer e ouvir ele gritar meu nome, então sem avisar o tirei do meu colo vendo sua cara emburrada, mas antes que pudesse reclamar o virei de costas para mim e agarrei em seus cabelos, puxando-os, esse jogo é para dois e eu não iria ficar para trás! Encaixei meu pênis em seu ânus e meti com vontade ouvindo-o gemer alto quando acertei novamente sua próstata e passei a mirar naquele ponto, devorando-o como sabia que ele queria ser devorado. Momentos depois ouvi meu moreno urrar de prazer ao gozar longamente enquanto fincava as unhas na minha bunda.
Eu não pude aguentar muito tempo mais, não quando ele me esmagava de forma tão deliciosa me sugando para dentro dele, gozei também dentro dele do jeito como ele pedia antes de me retirar do seu interior e sentar para recuperar o fôlego. Puxei-o para os meus braços novamente e o devorei a sua boca até que não sobrasse ar em nossos pulmões.
E todos os momentos que passamos juntos naquela praia pareceu um sonho distante quando tivemos que voltar a realidade.
P.O.V Hashirama Off
“Por favor, não casa com ela"
Foi o que Madara pediu ao se despedir.
Os dois haviam conversado muito sobre o futuro deles, e Madara lhe disse que jamais se colocaria na posição de amante. Estava com ele agora porque sabia que não amava Mito, mas com o casamento era outra história.
Hashirama não queria abrir mão de Madara, ele nunca iria permitir isso, mas como se livrar daquele casamento? Não queria magoar Mito, não queria decepcionar seu pai… mas também não queria perder o amor da sua vida para outro.
Infelizmente, nem tudo parecia caminhar como queria. Tobirama teve uma briga muito feia com o pai que havia tentado arranjar uma namorada para ele, Butsuma ofendeu o filho de muitos nomes e disse que não iria admitir um filho “viado”. O albino bradou que não tinha mais pai, e naquele dia juntou suas coisas e saiu de casa. Hashirama soube por Madara que ele estava em sua casa, junto a Izuna e pediu que não se preocupasse ele iria cuidar do seu irmãozinho. Isso deixou o castanho mais tranquilo, confiava no seu Maddy, mas se o pai havia reagido assim ao filho mais novo…
Hashirama se viu atormentado durante muitos dias, faltava menos de um mês para o casamento e o Uchiha havia se afastado dele, disse que não iria ser seu amante e que se ele quisesse teria de escolher a herança da sua família e uma vida de máscaras… Ou ele.
No dia do casamento Hashirama se aprontava como se fosse para um funeral e não ao que deveria ser o dia mais feliz de sua vida, Mito entrou em seu quarto, ela não estava vestida de noiva e disse que queria conversar, ela perguntou se ele a amava, e o castanho baixou os olhos cheios de olheiras e vermelhos de tantas lágrimas que recentemente escorriam dos olhos, ao lembrar dos momentos que viveu com… Madara.
Isso bastou para que a ruiva tomasse a sua decisão, ela lhe pediu que fosse ser feliz com quem ele amava, ela não queria passar a vida casada com um zumbi e por mais que gostasse dele, queria que ele fosse verdadeiramente feliz mesmo que não fosse consigo. O Senju não podia acreditar no que estava ouvindo, parecia insanidade, mas ao ver o sorriso sincero da Uzumaki ele chorou e a abraçou, não perdeu mais um segundo antes de sair correndo pela porta deixando todos para trás, inclusive o pai que gritava que iria deserdá-lo se fizesse aquilo.
Mas ele não poderia se importar menos, precisava de Madara como o fogo precisa de oxigênio para queimar.
Chegou na porta da casa do amado e saiu do carro batendo a porta, correu para a porta apertando campainha diversas vezes, tamanho era o desespero em vê-lo, saber se estava bem, se ainda o amava, se fosse preciso iria ajoelhar a seus pés e implorar perdão, por Madara valia a pena, ele sempre valeria a pena. Viu em câmera lenta o momento em que a porta abriu com seu moreno praguejando para quem quer que fosse o louco que o atormentava em uma noite de sexta… A surpresa nos olhos do Uchiha foi tanta que ficou sem palavras, abria a boca tentando processar uma resposta mas nada saía, até que ele pareceu finalmente se recuperar e sua expressão se endureceu.
- O que pensa que está fazendo aqui Senju? - disse de forma fria e ríspida, com o olhar irredutível.
- Eu… me perdoa Maddy… Eu…
- Maddy? Pro inferno, some daqui Senju maldito - tentou bater a porta na cara do castanho, mas este a segurou tentando entrar.
- Me deixa entrar Madara, por favor, vamos conversar.
- Conversar? Eu não quero conversar com você, se possível não quero te ver nunca mais. Volta pro seu casamento - bradou empurrando a porta do lado de dentro com raiva.
- Não tem casamento! Eu não vou me casar com ninguém a menos que seja com você - o Uchiha perdeu as forças no momento em que ouviu aquilo e acabou perdendo o equilíbrio também, caindo no chão enquanto Hashirama entrava e encostava a porta.
O castanho correu para socorrer o amado, com medo de que tivesse se machucado e se assustou ao encontrá-lo chorando no chão, suas mãos tremiam e sua expressão era tão triste, tão frágil naquele momento que não pensou duas vezes em se ajoelhar para abraçá-lo, mas foi repelido. Foi repelido muitas vezes, enquanto o outro gritava insultos e o xingava de todos os nomes possíveis. O castanho tentou acalmá-lo, mas ele simplesmente se levantou e se afastou aos prantos.
- Fica longe de mim, vai embora. Você não tem esse direito…
- Madara me ouve…
- Eu não quero ouvir as suas desculpas seu desgraçado, eu pedi tantas vezes… Tantas vezes eu me humilhei por você. E você? Esperou até agora pra que? - Madara avançou em cima do homem, estapeando seus ombros, seu peito e seus braços. Hashirama decidiu apenas inspirar e deixar que ele colocasse tudo em para fora, descontando todo aquele sentimento ruim em si, afinal ele era o único culpado.
Houve um momento que o Uchiha perdeu as forças novamente, e agarrou em seu terno com as duas mãos encostando a testa em seu peito, chorando.
- Por que você não me escolheu? Eu sou a sua última opção? Você disse que me amava… Eu me entreguei pra você. Era mentira? - sua voz estava quebrada assim como seu coração diante o medo que sentiu de perder o homem que amava.
Hashirama conhecia muito bem o homem que Madara Uchiha era, orgulhoso, confiante… Ele jamais choraria, jamais se humilharia assim para qualquer um ou por qualquer motivo, por isso que doeu tanto vê-lo assim tão ferido e por sua culpa.
- Você não é minha segunda opção, porque não existe opção, só existe você, meu amor - falou em um tom sereno - Eu tive medo por Mito e minha família, mas se eu estou aqui agora, enfrentando toda minha família e provavelmente sendo deserdado, não que eu me importe, é porque eu te amo muito. Eu te amo pra caralho e eu não vou aguentar se você continuar me rejeitando desta maneira.
Madara olha Hashirama nos olhos, ele parece verdadeiramente desolado e... Ele estava ali afinal! Não tinha se casado por ele! Tinha enfrentado a família por ele!
Ele podia estar com raiva, mas não seria capaz de deixar Hashirama ir.
Sem dizer nada abraçou o parceiro, sentindo o coração dele batendo de forma acelerada assim como o seu.
- Nunca mais faça isso na caralha dessa sua vida. Eu juro que acabo com você!
Hashirama não se demorou em abraçar o amado e pegá-lo no colo, eles precisavam daquilo. Subiu para o quarto do Uchiha e lá se amaram de forma apaixonada.
Hashirama sussurrava promessas de amor enquanto entrelaçava seus dedos aos dele., e declarava o quanto Madara lhe era importante, sua vida... Seu tudo.
Madara estava se sentindo em um sonho e não gostaria que o acordassem. Ter Hashirama dizendo que o ama, enquanto o sentia por inteiro, ainda mais depois do medo que passou de perdê-lo, era sem dúvida a melhor sensação que poderia sentir na vida. Gemia o nome do homem descontroladamente enquanto o marcava com suas unhas e com sua boca para provar que agora Hashirama Senju era cem porcento seu e de mais ninguém.
Nunca mais, nunca mais mesmo iria permitir que alguém ficasse entre eles...
---X---
Eram um casal nada convencional de fato, totalmente opostos, mas era isso que fazia seus corações se apaixonarem um pelo outro todos os dias, mais uma vez e de diversas formas.
Hashirama trazia um buquê de flores para o marido e mais uma caixa com os bombons preferidos, era clichê e sabia que o outro iria olhar para ele com aquela expressão se fazendo de difícil, mas que no momento seguinte iria abraçá-lo como sempre fazia todas as noites quando chegava do trabalho.
Desde que havia saído de casa, passou a morar com Madara na mesma casa em que Tobirama e Izuna viviam, seu pai deserdou os dois e cortou os laços com ambos, mas o velho era tão ranzinza e amargurado que não demorou a adoecer, nesta época todos que ele tinha por “amigos” o deixaram sozinho na cama, os filhos mesmo que ressentidos foram para casa e cuidaram dele até o último dia de vida.
Butsuma voltou atrás horas antes do falecimento, chamando o advogado para pedir que colocasse os filhos no lugar que lhes pertencia por direito, então após a morte do patriarca Senju, Hashirama assumiu a frente de toda a advocacia e convidou Madara para se mudarem para a mansão Senju junto a Tobirama, já formado em medicina e Izuna que se tornou o estilista que tanto sonhava.
Um ano depois Tobirama pediu Izuna em casamento e este aceitou prontamente, o albino comprou um apartamento perto do serviço e depois de casados foram morar sozinhos com dois cachorros. Hashirama achava aquela casa muito grande para viver sozinho com Madara, então vendeu o terreno para que ali fosse construído algo mais útil. Os dois voltaram para antiga casa do Uchiha, era perfeita para que vivessem juntos e adotassem o gato que o moreno queria.
O Senju como o bom brega que era planejou uma surpresa, foi ajudado por Izuna, Tobirama e Mito que continuou a ser uma grande amiga sua, para pedir Madara em casamento.
Um jantar romântico de repente se transformou em uma declaração, mais uma, das muitas que o Senju fazia ao amado, ele se ajoelhou no chão e levantou a caixinha vermelha de veludo com duas alianças de noivado.
- Madara Uchiha, você aceita se casar comigo?
Foi o que ele disse diante de todo o restaurante e o Uchiha, que respirou fundo, pronunciando bem baixinho um “você não tem jeito”, enquanto lutava para engolir as lágrimas de emoção por ainda estar junto daquele homem louco e cafona, mas que amava de todo o seu coração. Sua resposta?
Ele disse sim.
Essas recordações fizeram Hashirama sorrir, enquanto era recebido por Pandora e Anala as gatinhas que Madara criava, o castanho se abaixou e acariciou ambas para que pudesse passar, estava com saudade do seu marido e queria muito tê-lo em seus braços mais uma vez. Encontrou-o na cozinha, ele estava cozinhando e o cheiro estava ótimo, a mesa estava posta para dois, com velas e o vinho que eles dois amavam. Hashirama abraçou o marido por trás e beijou seu pescoço muitas vezes, enquanto ele resmungava por quase ter se queimado por culpa dele.
- Como está meu amorzinho?
- Ah Senju, você não muda né? Continua meloso - respondeu largando a colher do ensopado que fazia para se virar no abraço do marido e lhe sorrir - cadê o meu presente?
- Como assim cadê o meu presente? E o meu beijo? O presente é mais importante que eu?
- Te aguentar durante todo esse tempo é digno de um presente, anda - Madara sorri novamente e envolveu o amado em seus braços beijando sua boca com paixão - feliz aniversário de casamento.
- Feliz aniversário de casamento para nós - o Senju se afastou um pouco apenas para entregar as flores e o chocolate, foi satisfatório ver a expressão do amado quando viu que eram os chocolates que ele tanto amava, mas havia algo de errado, aqueles chocolates só eram vendidos em Veneza, na Itália.
- Como você conseguiu comprar esses chocolates? E não me venha com o “Por que eu sou um Senju”.
- Você vai estar de férias do seu trabalho até o fim desse mês né? - perguntou tirando um envelope do bolso da calça social.
- Estou, por que?
- Por que nós vamos à Veneza comemorar.
- Você ta falando sério? - abriu um belo sorriso ao ver as passagens já compradas - e quando nós vamos?
- Essa madrugada, o vôo sai às 4h - respondeu tirando o terno e o apoiando na cadeira da cozinha.
- Qual é o seu problema em me avisar as coisas com antecedência? Como você espera que eu me arrume… Eu to fazendo um jantar romântico pra gente… Eu nem lavei o cabelo Hashirama… E as malas. Ah! Por que eu fui casar com um louco?
- Por que você me ama. E não precisa se preocupar eu já arrumei tudo, já mandei as malas pro quarto do hotel que vamos ficar hospedados, vamos jantar a deliciosa comida que você fez e depois você pode se arrumar - o Senju abriu a garrafa de vinho e serviu duas taças, observando as diversas expressões que o esposo fazia.
Jantaram juntos a deliciosa refeição que o Uchiha havia feito, Hashirama ficou de lavar a louça enquanto seu amado foi tomar banho e se arrumar para a viagem. Casar com Madara foi a melhor escolha que havia feito, ele era um presente do destino em sua vida, com ele aprendeu a viver e a arriscar, aprendeu a amar e a ser amado, com Madara ao seu lado podia fazer qualquer coisa.
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