kagebaka Sah Nanase

"Como uma tempestade ele me atingia sem dó, sem ter intenção, sem ter conhecimento dos meros sentimentos que estavam dentro de mim, brigando para se revelarem e serem rejeitados..." (KageHina - 2shot)


Fanfiction Anime/Manga Interdit aux moins de 18 ans.

#haikyuu #kagehina #hinatashouyou #kageyamatobio
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Tempestade


   Se eu pudesse descrever Kageyama em uma palavra, essa palavra seria tempestade.

   Tudo que o envolvia era intenso, desde o modo de jogar em quadra, até o seu olhar firme em momentos comuns.

   Sua voz era como um trovão, seus toques, por mais que não fossem propositais, eram como uma nuvem carregada que me inundava por dentro.

   Como uma tempestade ele me atingia sem dó, sem ter intenção, sem ter conhecimento dos meros sentimentos que estavam dentro de mim, brigando para se revelarem e serem rejeitados.

   Minha mente estava sendo negativa ao extremo, mas já estava claro que eu não teria chance alguma com ele, principalmente, por se tratar dele.

   Primeiro, Kageyama não parecia gostar de garotos, ainda mais de mim.

   Segundo, não seriamos um bom casal. Brigávamos muito, mais do que outra dupla de amigos e nem sempre gerava boas coisas, Kageyama também não parecia ter um jeito carinhoso e eu era uma pessoa que amava receber um pouco de atenção.

   Resumindo, não daríamos certo de forma alguma, afinal, ele era uma tempestade fria e eu estava mais para um dia ensolarado e quente.

   Estava claro que não éramos a melhor combinação, por mais que eu quisesse que fossemos.

   Eu queria tanto o Kageyama...


   HINATA! CUIDADO COM A BOLA!


   Foi ouvindo a voz de um dos meninos do clube que eu fui ao chão depois de levar uma bolada na cara.

   Eu conseguia ver estrela naquele momento e minha cabeça latejava por conta do impacto com o chão, deixando-me fora de órbita.

   Vi os garotos formarem em uma roda em volta de mim enquanto murmuravam coisas que eu não conseguia compreender. Eu estava tão assustado com a situação que era possível ouvir as batidas frenéticas do meu coração.


   - Hinata, você está bem? – Kageyama perguntou enquanto mantia seus olhos sobre os meus fazendo meu corpo reagir de forma instantânea e fez o meu coração acelerar mais ainda.

   - E-estou bem... – Respondi meio desconcertado e vi Kageyama agarrar minhas mãos, dando-me apoio para levantar.


   Eu estava surpreso por não ter sido repreendido com “HINATA BOKE!” da parte dele, pois isso sempre ocorria quando eu errava algo ou ficava avoado como estava poucos minutos atrás.

   Foi aí que eu percebi que Kageyama parecia preocupado comigo e analisava o meu rosto, procurando possíveis hematomas.

   Por um momento, eu achei que Kageyama fosse calmaria e não tempestade, mas ao sentir o seu toque em meu rosto e o seu olhar intenso sobre mim, pude perceber que seria impossível tentar fugir de qualquer coisa que o envolvesse.

   Kageyama Tobio já tinha direcionado sua tempestade sobre mim e me devastado por dentro.


   - Hey! Hinata! – Fui desperto de meus pensamentos ao ouvir a voz do levantador e percebi que eu ainda segurava suas mãos, fazendo-me ficar mais vermelho que pimentão e solta-las o mais rápido que podia.


   Ouvi risadas da parte de Nishinoya e Tanaka enquanto todos os membros, menos Kageyama, me dirigiam olhares maliciosos. Kageyama continuava parado sem expressar reação alguma e isso me deixou um pouco receoso. Afinal, o que ele estava pensando naquele momento?

   Foi quando eu ouvi o levantador falando “Será que podemos voltar ao jogo? ”. Agradeci mentalmente pelo seu ato, pois assim toda a atenção concentrada em mim foi diminuída à estaca zero e eu pude tentar me acalmar depois de estar tão perto de Kageyama.

   Depois que atenção do time foi chamada, voltamos a jogar na mesma sincronia de antes. Eu ainda me sentia perdido por causa dos acontecimentos anteriores, mas tentei manter o meu foco para cortar todos os levantamentos de Kageyama que eram dirigidos a mim. Ele pareceu estar satisfeito comigo, pois não chegou a chamar a minha atenção em momento algum.

   Mas tinha algo diferente no moreno, ele parecia pensar muito e se esforçar ao extremo para tentar decifrar algo que eu estava louco para descobrir.

   Kageyama poderia ser considerado um gênio no vôlei, mas fora da quadra ele era um idiota. Por isso, eu sabia que ele iria demorar para entender o que queria.

   Eu agradecia por ele ser assim, pois se o mesmo fosse esperto como era jogando, os meus sentimentos seriam descobertos antes mesmo de eu próprio ter conhecimento sobre eles.

Claro, eu também não era um gênio. Na verdade, eu era mais idiota que o próprio Kageyama. Só percebi o que sentia a respeito dele quando comecei a reparar demais nas atitudes, expressões e reações.

   Seu corpo também começou a chamar a minha atenção. Ele não era do tipo musculoso, mas tinha tudo na medida certa atraindo-me aos poucos e fazendo-me sentir um tremendo “Gwaah” só de vê-lo sem camisa.


Uma pura intensidade, uma completa tempestade...


   - Shouyou? – Nishinoya balançou as mãos na frente do meu rosto tentando me acordar de outro devaneio. – Por que você estava encarando o Kageyama?

   - Oi? Eu não estava encarando ele! – Respondi desconcertado e com as bochechas coradas, tirando uma risada do pequeno líbero. – De onde você tirou isso?

   - Você estava sim! Desde o jogo todo até agora quando ele levantou a camisa. – Falou com um sorriso malicioso nos lábios e eu arregalei os olhos em pura surpresa.


   Então eu estava encarando o corpo do Kageyama?

   Eu realmente estava assustado com a informação, mas eu deveria saber que era impossível esconder algo do Nishinoya senpai. Ele era imprevisível e atento demais a tudo.


   - Senpai, cadê todo mundo? – Perguntei após reparar que a quadra toda estava vazia, exceto por nós dois.

   - Foram para a sala do clube enquanto você se perdia em mais um de seus devaneios do dia. – Nishinoya continuou falando de uma forma maliciosa e eu queria correr para longe dele. – Vamos também, Shouyou.


   Andamos juntos em direção a sala do clube enquanto eu ouvia Nishinoya comentar sobre algo que fugia de entrar em minha cabeça. Aquele dia em particular, eu parecia mais disperso para coisas comuns e muito mais atento em qualquer coisa que envolvesse o Kageyama.

   Parecia besteira, mas eu sentia que Kageyama aparentava estar mais intenso e inquieto que o normal, como se estivesse pronto para libertar tudo o que tinha dentro de si.


   - Olha Shouyou! – Nishinoya me chamou e apontou em direção ao céu, fazendo-me acompanhar o seu movimento. – Está vindo uma tempestade daquelas bem violentas. Acho bom sermos rápidos e avisarmos os meninos.

   

   Dito isso, entramos juntos na sala do clube podendo ver os outros membros organizando seus pertences e até mesmo trocando de roupa. Logo me juntei a eles em um completo silêncio.

   Os garotos pareciam me analisar com cautela e decidiram que hoje não era um bom dia para conversarmos como sempre, deixando me um pouco aliviado.

   Eu não queria explicar o que estava sentindo para ninguém.

   

   - Kageyama, quem era a garota que estava falando com você no intervalo hoje? – Ouvi Tanaka perguntar ao levantador e decidi prestar atenção na conversa que renderia.

   - Uma garota do segundo ano... – O moreno deu ombros, mas voltou a completar. – Ela estava se declarando para mim.

   - E-e o que você...hm...respondeu para ela? – Perguntei com a voz falhando e de cabeça baixa. O meu coração batia desesperado contra o meu peito desejando que fosse uma resposta negativa.

   - Eu disse que não poderia ficar com alguém que não conheço. – Kageyama respondeu e o meu coração pareceu se acalmar, mas não durou muito tempo. – Mas ela disse que queria sair comigo para nos conhecermos melhor e...

   

Não consegui terminar de ouvir o que Kageyama iria dizer, pois o meu corpo tinha se movido automaticamente para longe dele, longe da sala do clube, longe da escola...

   Eu corria pela rua tentando fugir de mim mesmo e dos sentimentos errados que estavam me sufocando. O ar começava a me falta nos pulmões, minhas pernas fraquejavam a cada impulso que eu fazia para correr mais rápido e foi dando um tropeço atrás do outro que eu cai de joelhos sobre o asfalto, sentindo algumas gotas de chuva tocarem o meu rosto e se misturarem com as lágrima que agora corriam livremente.

   Eu me sentia derrotado e reprimido. A minha frustração era tão grande que me fazia gritar cada vez mais alto para tentar esquecer da dor que se alastrava em meu peito. O breve chuvisqueiro ainda ocorria e só me impulsionava a continuar chorando sem controle.


   HINATA!

   

   Ao ouvir o meu nome ser pronunciado em alto tom, me permiti olhar para trás e tapar os ouvidos por causa do estrondo de um trovão que tinha tomado conta do espaço.

   Kageyama estava ali se aproximando cada vez mais enquanto gritava pelo meu nome repetidamente. A cada vez que sua voz soava, o estrondo de um trovão se espalhava pela rua.

   A cada passo que ele dava em minha direção, era possível sentir as gotas da chuva engrossarem e começarem a molhar a minha roupa com facilidade. Mas tudo só piorou quando Kageyama tocou o meu ombro e se agachou em minha frente.

   Tudo dentro de mim foi inundado de uma forma tão intensa que a verdadeira tempestade teve o passe livre para se iniciar.



   A tempestade climática...

   A tempestade dos meus sentimentos...



28 Février 2018 04:29 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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