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Kageyama repetia aquela mesma tarefa todos os dias. Enumerava de forma decrescente as coisas mais importantes para si mesmo. O que ele não esperava era que em algum momento, Hinata tornaria-se imprescindível nessa lista.


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#Haikyuu!! #Yaoi #Hinata/Kageyama
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Kageyama repetia aquela mesma tarefa todos os dias.

Não era uma obrigação, tampouco o fazia por algum interesse além da distração. Enumerava de forma decrescente as coisas mais importantes para si mesmo. Algumas coisas mudavam de posição frequentemente, variando entre suas comidas preferidas e mantendo uma única coisa em primeiro lugar.

Obviamente, o vôlei.

Percebia, desde que começara com aquele jogo, que era comum a mudança. O surgimento e a despedida do que um dia pareceu essencial e agora eram apenas lembranças. Um ítem esquecido em sua lista de favoritos. No entanto, o esporte ao qual sempre se dedicou permanecia lá. Intacto, forte, continuava sendo o seu principal foco e sua mais ardente paixão.

Mesmo quando o medo o assombrou diante de suas próprias escolhas egoístas, a vontade de estar na quadra não o abandonou. Pelo contrário, foi o que o permitiu continuar firme e convicto de que era aquilo que queria. Faria de tudo para melhorar se isso significasse poder continuar jogando.

Mas é claro que, com tudo, ele não contava com Hinata.

A aparição daquela pequena criatura ruiva parecia mais um castigo. Deveria ser uma punição ser obrigado a dividir a quadra com ele, ou melhor, se dar bem com aquele anão para que pudesse jogar como queria. Se por um lado tinha uma lista das coisas que adorava, Shoyou, com certeza, fazia parte do que não gostava.

Não sabia nem por onde começar a falar sobre tudo que o irritava nele. Os cabelos ruivos chamativos, os olhos castanho-dourados grandes encarando-o em desafio, a voz alta e esganiçada que o perturbava, o corpo hiperativo pulando por todos os lados…

Cada coisinha naquele moleque o tirava do sério.

Porém, bastou um dia. Palavras secas trocadas depois de uma breve trégua e um único pedido levando de Kageyama uma parte de seu orgulho. Confie. A mente sussurrava, quase implorando para que Hinata fizesse o que pedia. Naquele momento, pela primeira vez, Tobio pensava em usar sua habilidade para tirar o melhor de outra pessoa. Para tirar o melhor de Hinata.

E ter acertado aquela jogada não podia se comparar ao sentimento que o inundou em seguida.

Os olhos fechados foram o que tiraram seu chão. Aquela pequena criatura confiou em si, acreditou tão fortemente, que nem mesmo precisava abrir os olhos pra saber que daria certo. Não havia palavras. Havia apenas o coração batendo forte, numa conexão arrepiante. Sentia que havia encontrado algo importante aquele dia.

Foi a primeira vez que Hinata entrou em sua lista.

Não tinha a ver com ele, Kageyama costumava pensar. Eram os cortes incríveis e aquela ligação que os dois tinham quando estavam em quadra. Até mesmo os momentos em que brigavam eram divertidos. Davam a Tobio um novo fôlego e novos objetivos. Levavam-no a inédita vontade de ficar cada vez melhor, não apenas por si mesmo, mas para se adequar a outra pessoa.

Sentia-se parte de um time, porque seus companheiros passaram a confiar em si. Tentava afastar aqueles pensamentos, mas sabia a quem devia isso. Se não fosse por Hinata, com sua entrega plena, talvez tivesse demorado mais até que os outros enxergassem em Kageyama um parceiro de verdade. No entanto, essas dúvidas não mais existiam. Não havia mais nenhuma barreira separando-o do time. Mas aquela ligação, aquela conexão, só existia com Shoyou.

Algumas vezes, podia jurar que o ouvia sussurrar em sua cabeça. Sabia exatamente onde ele estaria. Sentia cada um de seus movimentos como se fossem seus próprios. Aquele olhar dourado, quando concentrado, parecia perfurar sua alma e tirar de Tobio qualquer estrutura. Qualquer possibilidade de recusar o que quer que fosse, de uma jogada arriscada, até um pouco do seu leite de caixinha.

Aliás, descobriu sobre isso durante um dos intervalos em que o ruivo o seguiu. Não sabia exatamente como e nem quando sua relação tinha saído das quadras, mas em algum momento, Kageyama e Hinata criaram uma espécie de amizade. Não costumavam falar sobre isso, nem questionar quando – não tão acidentalmente – se cruzavam entre as aulas.

Hinata tomava o quarto lugar de sua lista mental, atrás da carne de porco, do seu leite de caixinha e do vôlei, mas naquele dia, depois de insistir de forma tão irritante, Kageyama cedeu sua bebida. Na hora, disse a si mesmo que era por causa daquela cara de choro. Não sabia lidar com pessoas chorando. Entretanto, depois do ocorrido enquanto refazia sua lista mental, Hinata pulou do quarto para o terceiro lugar. Preferiu não pensar muito no porquê da decisão. Havia se tornado um fato, apenas, sem contestação.

As coisas começaram a mudar algum tempo depois. Novos desafios surgiram, assim como novos desejos dentro e fora da quadra. A decepção da perda para Aoba Johsai os levou a trabalhar cada vez mais arduamente, levando-os a encontros e desencontros em seu relacionamento. O afastamento doeu, assim como a vontade de melhorar crescia a cada novo dia. E quando o resultado de seus sacrifícios se mostraram válidos, era como se o seu elo tivesse tomado uma forma inoxidável.

Indestrutível.

Foi a partir desse novo cenário, que algumas coisas ficaram difíceis de esconder. Era cada vez mais comum que o contato físico ocorresse entre os dois, sem reservas. As comemorações em grupo passaram a se estender além da quadra, tornando-se abraços apertados trocados quando estavam sozinhos. Geralmente a atitude partia de Hinata, levando o maior a corar, mas não se negava a corresponder, ainda que envergonhado.

Em algum momento, os olhos azuis escuros de Tobio pareciam ter sofrido uma metamorfose. Enquanto observava os cabelos ruivos chamativos, os olhos castanho-dourados grandes, a voz alta e esganiçada e o corpo hiperativo pulando por todos os lados, não mais se sentia irritado. Era como se seu dia só pudesse começar depois de tê-lo ouvido sorrir e chamar seu nome animadamente pela manhã.

Depois de um dia longo e dos treinos extras que insistiam em ter, Hinata convidou o moreno para jantar na sua casa. Poderiam se ajudar com suas tarefas também e no fim das contas, Kageyama acabou aceitando. Havia carne de porco para o jantar. Uma refeição que Tobio certamente apreciaria.

Você gostou? - o ruivo perguntou com os olhos dourados brilhando.

Um-hum. - respondeu simplista – A comida da sua mãe é boa.

Um sorriso grande brotou no rosto do menor e o moreno desviou o olhar. Aquelas expressões de Hinata sempre o desconcentravam. Mas sua surpresa não foi a culinária da mãe de Shoyou. Foi a despedida.

Parados numa esquina, prestes a dizer tchau, Hinata se colocou na ponta dos pés, puxando Tobio pelo casaco enquanto grudava seus lábios rapidamente. Os rostos de ambos pintaram-se de vermelho, mas diferente do moreno, o ruivo sorria.

Até amanhã, Bakageyama.

Não havia uma resposta coerente na mente do levantador. Apenas a língua passando pelos lábios recém beijados, imaginando que o gosto de Hinata lhe parecia melhor do que o do jantar. E aquilo o fez reformular sua lista mental.

O pequeno agora tomava o segundo lugar.

Daquele dia em diante, seu relacionamento fluiu de forma engraçada, até. A vergonha estava presente depois da atitude ousada de Hinata, mas não houve nenhuma vontade de se afastar. Na verdade, ambos estavam ansiosos para repetir o contato daquela noite, o que aconteceu no dia seguinte. E no outro… E no outro… E no outro… Até que todos os seus companheiros de time já haviam presenciado os dois trocando carícias fora do horário de treino, ouvindo algumas piadinhas de Tsukishima. No entanto, o apoio que receberam, além dos olhares refletindo um claro “até que enfim”, foi o que fez os dois assumirem de uma vez um relacionamento.

Depois de vencerem Shiratorizawa, a alegria e o orgulho parecia tê-los levado além. Os beijos trocados algumas noites depois pareciam mais quentes, assim como todo o ambiente. Os toques eram mais firmes, mais precisos. O calor que crescia em ambos podia ser sentido através daquela conexão que os dois dividiam. Queriam sentir um ao outro completamente, numa entrega verdadeiramente plena.

A primeira vez foi bastante traumática, a bem da verdade. Isso porque ambos eram inexperientes e tinham consigo apenas o desejo. No entanto, Hinata quis tentar outra vez, pesquisando o que precisava, assim como Tobio que sempre foi muito dedicado ao que ansiava aprender.

A segunda vez foi bem melhor. Tanto que nenhum dos dois conseguia tirar da cabeça a voz arrastada, os arranhões, os olhares e as declarações que trocaram. A cada dia, sentiam seu elo cada vez mais forte em cada pequeno sentido. Era como se cada parte de um estivesse se impregnando ao outro, encaixando-se em cada pedaço escondido de seus seres.

Eram como um só.

Seu relacionamento já era de conhecimento de muitas pessoas além dos que estudavam em Karasuno. Durante alguns jogos amistosos, ainda escutavam algumas brincadeiras bobas de amigos sobre como eles eram fofos juntos, coisa que sempre fazia Kageyama ficar vermelho, e Hinata chamar alguém pra brigar.

Num desses jogos, no entanto, aquilo aconteceu.

Hinata, mergulhado no jogo, correu para impedir a bola de cair. Era o fim do set, estavam ganhando, a vitória quase na palma da mão. O corpo pequeno tombou, levando a bola ao ar. Kageyama levantou, Asahi cortou.

Vitória.

O grupo comemorou, mas os olhos azuis do levantador correram de encontro ao ruivo. Levantou-se, cambaleante. Tentou sorrir, mas as sobrancelhas alaranjadas se uniram, como se ele sentisse dor. O líquido viscoso correu pelo lado da cabeça, fazendo o ar sair dos pulmões de Tobio enquanto as pernas se moviam por vontade própria até onde estava o namorado.

Hinata – chamou com a voz trêmula – Hinata, boke. O que você fez?

Eu bati na quina do banco. Não sabia que ia sair sangue.

Você precisa ir pra enfermaria.

Kageyama gritou com alguém, mas não se lembrava, nem ao menos tinha vontade de pedir desculpas. Só queria que cuidassem de seu Shoyou e pudesse ver de uma vez como ele estava. Sangrava muito do lado direito de sua cabeça. Isso não podia ser bom sinal. Será que ele estava bem?

Andava inquieto do lado de fora, quando viu os cabelos ruivos surgindo. Um curativo cobria boa parte de seu rosto, mas o garoto sorriu assim que o viu. Kageyama correu até ele, segurando-o pelos ombros com cuidado e ansiedade.

Você está bem?

Claro. A doutora disse que qualquer feridinha na cabeça sangra muito mesmo – fez pouco caso – Já estou pronto pra outra.

Abriu mais um de seus grandes sorrisos e Tobio sentiu a garganta fechar. Hinata podia estar preparado pra outra, mas ele não. Tudo em que conseguia pensar era que, mesmo a vitória não havia importado pra ele quando notou que o pequeno tinha se ferido. Não conseguiu comemorar, nem ao menos dividir nada da felicidade que sentia quando vencia aquelas partidas, porque tais vitórias pareciam vazias sem Hinata ao seu lado.

Puxou-o pelos ombros, pouco se importando com quem poderia passar, nem com os amigos que chegariam a qualquer momento para saber como o camisa 10 estava. Tudo que queria era apertá-lo em seus braços o mais forte que pudesse.

Hinata, boke – sussurrou contra o ouvido do menor.

Ouviu quando este sorriu contra si, agarrando-o de volta. Naquele dia, não havia mais retorno, porque sua lista mental havia mudado de forma drástica.

Hinata havia reivindicado o seu precioso primeiro lugar.

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aaaaaaaaa eu amo essa one e eu amo esse shipp

aaaaaaaa

EU ESPERO QUE TENHAM CURTIDO

BEIJO NO KOKORO E JA NEE

26 Février 2018 20:13 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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