junowolf Juno Wolf

Sim, Naruto era precipitado demais, ele devia saber.


Fanfiction Interdit aux moins de 18 ans.

#naruto #sasuneji #shikanaru #yaoi #lemon
Histoire courte
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Capítulo Único

— Posso entrar? – Neji franziu o cenho, visivelmente confuso antes de abrir passagem para o amigo, que entrou em sua casa com o rosto baixo e postura visivelmente cansada, de quem não dormia direito à dias.

Ao olhar com maior cuidado para Naruto, a barriga de Neji se contorceu em nervosismo, pois este portava olheiras profundas que ele não via desde que aquela tragédia havia acontecido, à muitos anos.

Naruto era um rapaz vivaz, facilmente impressionável e agitado, porém possuía um grave problema com depressão e síndrome do pânico, desenvolvidos após a morte dos pais quando ainda era muito pequeno. Foram necessários anos de trabalho árduo de Neji até que o colega procurasse um especialista e se tratasse.

Agora, outra vez, elas estavam ali: as horríveis olheiras que o lembravam tão bem da dor que o amigo sentira durante boa parte da vida. Como era de praxe – uma vez que era psicólogo e uma pessoa sensível aos sentimentos alheios – Neji logo preocupou-se com um possível retorno da depressão de Naruto.

— O que aconteceu? – questionou, com a voz suave, engolindo o nervosismo que sentia ao vê-lo daquela forma. Sasuke desceu as escadas do loft dos dois, captando a situação precária que o namorado já havia notado antes.

Os três eram amigos de ensino médio e mais tarde foram colegas de faculdade, e Naruto estava presente durante todo o difícil caminho até que Sasuke e Neji finalmente assumissem um relacionamento. Embora o moreno não fosse alguém muito aberto com sentimentos, se importava de verdade com o Uzumaki, e parou no fim da escada quando ele soltou, de supetão.

— Ino está namorando.

Neji arqueou uma das sobrancelhas em pura confusão, sentando-se ao lado de Naruto no sofá, enquanto notava a movimentação de Sasuke até a poltrona à frente deles.

O corvo não precisava de um convite para participar da conversa – os três sempre se ajudaram dessa maneira, e agora não seria diferente.

— Nós sabemos. Isso já faz muito tempo, Naruto, por que está tão nervoso?

O loiro mordeu o lábio, escondendo o rosto entre as mãos em um sinal de puro desespero. A atitude aumentou a preocupação do casal, que sabiam o quão raro era o outro homem demonstrar aquele tipo de fraqueza. Desde o ensino médio até se formarem em seus respectivos cursos na faculdade (uma amizade que ultrapassava uma década), eles haviam visto Naruto ter aquela reação apenas uma vez, quando houve o acidente com seu avô e responsável, Jiraya.

Neji remexeu-se inquieto no sofá, virando-se para o amigo que permanecia em silêncio. Sasuke se retirou do ambiente apenas por alguns segundos, voltando para onde estava com uma garrafa de sakê, que fora colocada à frente do loiro, caso ele precisasse de ajuda para falar. O Moreno de longos cabelos olhou com um misto de gratidão e nervosismo para o namorado, agradecendo silenciosamente por ele compreender e auxilia-lo naquela situação.
Passaram-se quase dez minutos de silêncio até que Naruto levantasse o olhar e bagunçasse novamente os cabelos loiros, já bastante bagunçados.

— É Shikamaru. – Ele disse baixinho, e o homem loiro prendeu a respiração. – O namorado de Ino... É Shikamaru.

Ino havia ido fazer um intercâmbio nos EUA à pelo menos dois anos e havia encontrado um namorado por lá, mas isso nunca havia sido um interesse do loiro, pois os dois não tinham uma relação muito próxima. Ino não possuía redes sociais para publicação de qualquer tipo de foto com o namorado, sendo suficientemente reservada para que apenas revelasse estar em um relacionamento, sem sequer anunciar o nome do rapaz.

Agora, ela voltara da viagem dizendo que traria o namorado, que também tinha nacionalidade japonesa e terminara a especialização. Não é difícil imaginar a reação de Naruto quando, de surpresa, reencontrara o moreno no aeroporto, ao lado de sua irmã, como se não soubesse o tamanho da bagunça que acabara de fazer.

— Deus me odeia, Neji, por que não é possível.

•••

Naruto demorara boa parte de sua vida para compreender a própria sexualidade, assumindo-se apenas para o Hyuuga e o Uchiha, e somente depois que eles assumiram o relacionamento. Nunca tivera coragem de conversar com Nagato, o irmão mais velho e familiar mais próximo, tampouco Ino.

Ainda assim o loiro tentou um relacionamento falido com Haruno Sakura; relacionamento este que durou pouco mais de um ano e meio, e levou consigo boa parte da sanidade mental de Naruto, que não compreendia como não era capaz de desejar profundamente a mulher, que era belíssima tanto pelo corpo milimetricamente esculpido, tanto pela personalidade marcante.

As coisas ficaram realmente difíceis para o loiro quando o aniversário da rosada chegou, e com isso ele finalmente fora apresentado a alguns dos amigos dela, os quais antes conhecia apenas pela boca da própria Haruno.

Chouji era um rapaz corpulento e de grande generosidade, que sempre estava comendo algo, e, embora tenha sido extremamente simpático com o Uzumaki, Naruto não pôde prestar atenção no primeiro homem depois que a namorada o apresentou ao melhor amigo de Choji, Shikamaru.

O moreno era mais alto que si, vencendo-o pelos bons dez centímetros de diferença, e o rabo de cavalo combinava perfeitamente com o maço de cigarros que ele tinha em mãos. O homem cheirava à tabaco, perfume amadeirado e um particular cheiro de baunilha que ficaram gravados na memória olfativa de Naruto durante muito tempo, bem mais do que ele conseguia admitir.

A voz rouca e preguiçosa do Nara praticamente se arrastou para fora dos lábios carnudos quando ele o cumprimentou, e com o aperto de mãos o loiro pôde sentir a aspereza das mãos do outro, ficando com um leve cheiro de cigarro nos dedos.

O namoro durou pouco mais de seis meses depois daquele encontro, por que Naruto tornou-se simplesmente incapaz de afastar Shikamaru de seus pensamentos, acabando por sentir cada vez menos desejo por Sakura, chegando ao ponto de parar o sexo no meio inúmeras vezes e ser incapaz de transar nos últimos dois meses de relacionamento.

Não era aquele corpo que o atraía, e a constatação desse fato o fez ter a crise de pânico mais forte que tivera desde que perdera o avô.

Demorou algum tempo até que ele e Shikamaru tivessem uma conversa decente, e ela só ocorreu quando Neji se aproximou do moreno por causa do estágio que ambos faziam no mesmo setor da Universidade. O Hyuuga levara o outro para o apartamento que dividia com o próprio Naruto e Sasuke, e aquilo resultou em uma noite agradável de boas conversas entre os quatro.

O moreno e o loiro se tornaram amigos e passaram a conversar cada vez mais, pois a presença de Shikamaru passou a ser constante graças ao curso que compartilhava com Sasuke e a amizade desenvolvida com Neji. A proximidade que eles adquiriram mexeu ainda mais com o coração do Uzumaki, que não aceitava sua orientação e tampouco a paixão que passara a nutrir pelo outro.

Então aconteceu: Sasuke e Neji assumiram o relacionamento depois de meses de brigas por um motivo que Naruto não compreendia. O dia que soltaram a grande notícia também foi o dia onde o loiro chorou como uma criança e admitiu que acreditava ser gay e estar apaixonado por Shikamaru.

O recém casal passou um bom tempo tentando acalmar o amigo e dizer que não havia nada de errado em gostar de alguém, mas Naruto tinha tanto medo da reação do mais alto, que bateu o pé até o último minuto, negando-se veementemente a dizer uma única palavra ao Nara.

Aquela agonia perdurou durante meses, até que uma bebedeira o deixou sozinho com Shikamaru, e a euforia proporcionada pelo álcool o fizesse falar demais. Admitiu tudo ao outro. Ou quase tudo.

Disse que o queria desde a primeira vez que o viu, na festa de Sakura. Disse que esperava, ansioso, pelos dias que Shikamaru virava a noite na casa que dividia com os amigos, conversando, bebendo e rindo. Disse que queria o outro. Mas jamais admitiu que o amava.

Nem mesmo a bebida permitiu-o falar aquilo em voz alta.

Entretanto, toda a situação presente só se desenvolveu pela cena que veio à seguir. Naruto poderia jurar que o mundo não girou durante os minutos que antecederam a sensação de formigamento ao ter a boca de Shikamaru se movimentando sobre a sua. As coisas deixaram de ter tanta importância naquele momento. Ele só sabia que os lábios do outro eram extremamente macios, e que o gosto de tabaco em sua língua era quase familiar.

Ao superar o susto inicial, se agarrou ao outro com força, pois tinha medo de descobrir que aquilo era um sonho e despencar para longe daquela boca que revogava seu lábio inferior em uma mordida extremamente deliciosa. Shikamaru puxou a cintura de Naruto para perto da sua, e o loiro viu estrelas quando a movimentação fez com que a ereção recém desperta roçasse as pernas do mais alto.

Queria-o.

A bebida dançava em seu sangue, e Naruto mandou seus medos para o quinto dos infernos, empurrando o moreno para dentro da primeira porta que encontrou na república onde a festa ocorria, puxando-o de volta para sua boca, sentindo seu corpo queimar em todos os lugares que o outro tocava.

Durante todo o tempo em que se viu apaixonado por Shikamaru, sempre teve a absoluta certeza de que o mesmo era heterossexual, entretanto, quando o moreno puxou suas pernas para cima, fazendo com que elas se entrelaçassem ao redor da cintura do mesmo, Naruto já não tinha mais tanta certeza de suas convicções.

A porta recém trancada serviu de apoio, e as mãos do loiro tremiam em nervosismo, excitação e uma alegria que mal o cabiam; mesmo que Shikamaru voltasse a si e o largasse sozinho ali, já teria valido à pena, apenas pela sensação de ter os lábios do outro para si.

Deus, como aquele homem poderia beijar tão absurdamente bem?

Quando o ar faltou, as testas se colaram e as respirações descompassadas misturaram-se aos sons do ambiente. Shikamaru segurava firmemente o quadril de Naruto, afim de mantê-lo firme em seu colo, e ele perguntou, em um sussurro quase inaudível:

— O que estamos fazendo?

O loiro sentiu um arrepio descer por seu corpo ao ouvir a voz ainda mais rouca pela excitação, e quase gemeu com aquilo. Sabia que o outro também se encontrava visivelmente duro, e, céus, aquilo era muito melhor que todas as mulheres que já havia ficado na vida.

Quase pôde ouvir o diabo escrevendo seu nome na lista de novos integrantes e Deus soltar um gemido de insatisfação em sua cabeça.

— Eu não sei – Respondeu, mal reconhecendo a própria voz, enquanto subiu os lábios lentamente da nuca até as orelhas de Shikamaru, mordendo o lóbulo e sussurrando bem próximo ao seu ouvido – Eu não sei de nada, só sei que eu quero.

Os corpos estavam úmidos pelo suor, e Naruto sentia o outro tão quente quando a si próprio. Cheirou o pescoço do mais alto, deixando um beijo na pele macia, mesmo quando sua vontade era espalhar aquele carinho por todo o corpo mais alto, marcando-o como seu, como se a atitude pudesse impedi-lo de escapar de si.

Sentiu o homem que o segurava estremecer, tirando uma das mãos de seu quadril, apoiando-a na porta atrás de si, e o loiro sentiu medo que ele desistisse de tudo quando se encontrava tão irrevogavelmente excitado. Após alguns minutos, o mais baixo estava quase descendo de onde estava para ir embora, mas voltou a ser beijado com ainda mais luxúria que antes.

Todo o seu corpo se explodiu em mil pedacinhos, irradiando tesão pelos poros quando sentiu o baque do colchão abaixo de si, e o corpo quente do mais alto sobre o seu. Foi automático levar as mãos para a camisa preta que o homem usava, puxando-a pela cabeça e levantando o quadril, recebendo a deliciosa sensação de fricção entre os sexos completamente despertos. Jamais poderia colocar em palavras o quanto quis Shikamaru naquele momento.

Mesmo que tivesse entendido sua atração por homens há algum tempo, Naruto jamais esteve de fato com um. Era tudo muito novo, muito cru, mas a sensação do corpo forte sobre o seu, o cheiro baunilhado, as mãos grandes que passeavam pela sua barriga antes de lhe arrancarem a camisa eram drogas correndo pelo seu sangue. Elétrico. Os corpos se atraíam como imãs.

Não havia repulsa com os toques do outro, como existira com Sakura. Não havia esforço para que houvesse uma excitação. Era tudo tão natural com Shikamaru, que ele se perguntou se sonhava. Era isso que significava sexo com alguém que te atraía?

O ar estava quente, quente, quente. Os peitos suados se tocavam, e toda vez que isso acontecia, Naruto sentia uma pontada de excitação no membro. No momento que Shikamaru segurou os fios loiros entre os dedos, puxando-os delicadamente para trás, o Uzumaki sentiu a imensa necessidade de se submeter ao outro. Queria que Shikamaru fosse o primeiro a conhecer aquilo em si, esperando com ânsia que fosse também o último.

Foi pensando nisso que ele desceu as mãos para o membro do mais alto, apertando-o com certa hesitação sobre a calça. Shikamaru gemeu rouco com o toque, afundando o rosto na curva do pescoço bronzeado, deixando uma mordida ali.

A atitude pareceu incendiar Naruto ainda mais, pois o menor foi veloz em abrir os botões da calça jeans, descendo o zíper e adentrando a cueca para tocar de fato o pênis latejante do outro. Ele era largo, e Naruto imaginou como seria ter todo o comprimento dentro de si. Mordeu os lábios quando pôde ouvir outro gemido, mas quase gozou sem nenhum estímulo quando o moreno se afastou para olhá-lo nos olhos, com o rosto corado pelo calor que sentia, e os olhos afogados em luxúria.

Naruto inverteu as posições com maestria, ficando sobre o outro e puxando de uma única vez as calças para fora do corpo do amante, e, quando o fez, analisou cada centímetro de seu corpo com devoção, subindo beijos suaves pela barriga até alcançar novamente os lábios cheios.

Com mãos hábeis, Shikamaru desabotoou o cinto do menor, abrindo as calças e puxando-as até o meio das pernas, observando o volume que se formava sob a cueca com curiosidade, puxando o elástico para baixo, desvendando o membro úmido de pré-gozo.

Naruto prendeu o ar, aguardando o que viria a seguir, ansioso pela reação do parceiro que o olhando-o, tocou-o pela primeira vez, cobrindo o membro com as mãos grandes, deslizando-as da cabeça até a base, quase gemendo conjuntamente com o menor.

Com um sorriso de canto nada cristão, o loiro se aproximou novamente do rosto do outro, agarrando o elástico que prendia as madeixas longas, deixando que elas caíssem livremente pelos ombros. Naquela hora, constatou: Shikamaru era lindo.
Beijou-o brevemente nos lábios e tornou a descer os beijos pela barriga chocolate, lentamente, fazendo o corpo do amante arrepiar. O moreno se apoiou sobre os cotovelos, observando a movimentação do menor, sabendo o que ele faria.

Quando os lábios finos tocaram sua pele quente, Shikamaru deixou a cabeça cair pesadamente para trás, mordendo os lábios para segurar um gemido alto demais. A boca de Naruto era surrealmente quente, e ele segurou os fios loiros entre os dedos, levantando a cabeça novamente para poder observar os olhos cristalinos que brilhavam ao olhá-lo.

Guloso, o loiro desceu os lábios até a base, e quando o Nara sentiu a cabeça do pênis bater contra a garganta do menor, gemeu.

— Meu Deus, Naruto! – Shikamaru puxou o ar entre os dentes, o pulmão trabalhando freneticamente para manter o ar entrando, mesmo com o corpo esquentando sem parar. – Que boca é essa?

O Uzumaki riu, sugando com mais força a cabeça do pênis, para então descer a língua por todo o comprimento até as bolas, molhando tudo com saliva, sentindo o amante estremecer abaixo de si. Queria tudo do outro. Queria ouvir os gemidos, sentir o gosto, gravar na memória cada careta de prazer e a intensidade dos olhos escuros.

O Nara pesou a mão sobre a cabeça do outro, ditando o ritmo que deveria seguir, engolindo os gemidos e se sentindo cada vez mais próximo do orgasmo. Desejando a sensação, porém querendo ainda mais dar prazer ao outro, puxou Naruto para cima, revogando os lábios ao que desceu as mãos para a bunda cheia do mesmo.

A eletricidade antecipada fez com que o loiro soltasse um gemido baixo, arrancando um riso do outro.

— Tão sensível... – O mais baixo juntou os lábios em um bico infantil.

— Não ria de mim! – disse, sentando-se sobre o quadril do parceiro, olhando-o com intensidade e excitação evidentes nos olhos.

Shikamaru riu novamente, passando as mãos pelo rosto bronzeado, deixando que o sorriso preguiçoso e tão característico dele aparecesse. O loiro corou com a atitude, deitando a cabeça para o lado onde o moreno acariciava, apreciando o contato carinhoso.

— Lindo... – Sussurrou tão baixo que Naruto quase acreditou se tratar de uma alucinação.

O beijo que veio depois foi diferente. O cérebro levemente embriagado do loiro poderia deixá-lo maia corajoso, mas não podia fazer com que ele não sentisse a suavidade daquele beijo, e, ao terminá-lo, pegou uma das mãos do amante, levando dois dos dedos à boca, molhando-os com saliva, dando margem para que o Nara compreendesse seu desejo.

Com os olhos atentos à movimentação, Shikamaru apertou a mão que ainda tinha sobre a bunda do homem acima de si, marcando a pele branca pela força. Quando sentiu os dedos molhados, desceu-os até a entrada virgem do loiro, levantando o tronco para alcançar-lhe o ouvido.

— Eu nunca fiz isso. Nunca cheguei até o final com um cara. – Naruto ficou surpreso. Shikamaru já havia ficado com homens antes? Fechou os olhos quando sentiu o primeiro dígito se forçar para dentro de si. – Então se eu for minimamente indelicado à ponto de te causar qualquer desconforto... – Sua voz era sincera e preocupada, possuindo uma verdade que emocionaria o loiro se ele não estivesse tão sedento pelo segundo dedo em si. – Me avise.

— Continua... – O menor sussurrou, abraçando os ombros de Shikamaru e rebolando levemente sob a mão que o violava. – Está gostoso, confio em você.

Quando o segundo dedo entrou, Naruto sentiu um leve incômodo inicial, mas estava tão quente que, quando o parceiro movimentou os dedos, quis parar tudo aquilo e partir logo para o final.

O terceiro dedo veio anunciando que iria doer. Mesmo excitado, o loiro ainda era extremamente apertado, e o Nara sentiu um medo real de machucar o amante. Conhecia-se e sabia que, uma vez dentro do outro, seria difícil controlar os próprios hormônios.

— Tudo bem? – Perguntou, só para garantir, mas o outro soltou um gemido delicioso quando se moveu, apesar de sentir certa ardência. Queria tanto o mais alto que se importava muito pouco com o incômodo.

— Entra em mim – Naruto pediu, com a voz arrastada e ofegante. – Está quente demais, eu não aguento mais.

— Termina de tirar as calças. – A fala do outro pareceu causar algum efeito deliciosamente forte em Shikamaru, pois sua voz se tornou mais grossa e pesada, em claro tom de ordenança. O menor sentiu seu orgulho chorar humilhado quando seu corpo gostou do tom e correu para obedecê-lo.

O mais alto acompanhou a movimentação do outro e abraçou-o por trás, inclinando o peito de Naruto contra a cama, fazendo-o sentir uma vergonha profunda pela posição submissa. Shikamaru desceu beijos leves e lambidas pelas costas bronzeadas, chegando ao ouvido do menor, sussurrando com a voz mais luxuriosa já ouvida pelo Uzumaki:

— Espero que esteja pronto para lidar com o que vai acontecer daqui para frente, por que depois da visão deliciosa que tive agora, você vai ficar nessa posição com certa frequência, Naruto. – O que estava sob dominância se arrepiou por completo, empinando o quadril para cima, buscando contato. Shikamaru era um imenso filho da puta por provocá-lo daquela maneira, e ele era capaz de sentir seu ânus se contrair e relaxar em puro tesão acumulado.

— Porra, Shikamaru! – reclamou, necessitado – Me come logo, não aguento mais esperar.

O cervo riu, nem um pouco menos necessitado que o outro, mas suficientemente no clima para provocações.

— Não seja problemático, Raposinha. – Lambeu a extensão que ia da nuca até a orelha do menor, vendo que o apelido surtira o efeito esperado. – Guarde os palavrões e essa marra toda para quando eu estiver dentro de você.

Roçou levemente o pênis na entrada rosada, e quando ouviu Naruto gemer só com aquele contato, perdeu o restante do auto controle.

— Se doer...

— Eu aviso. Entra logo... – O loiro não quis abrir margem para preocupação. Queria o outro com força dentro de si, seu corpo borbulhava.

E então Naruto sentiu: O moreno grosso, e ele, apertado. Sabia que doeria, então enfiou a cabeça nos lençóis, enquanto Shikamaru entrava lentamente em si. Sentiu uma das mãos grandes seguraram umas das suas próprias, e a apertou. Quando sentiu a virilha do outro tocar suas nádegas, um silêncio se seguiu. O dono dos olhos escuros ficou parado, esperando o loiro se acostumar com a invasão, engolindo à seco enquanto sentia o calor e o aperto de dentro do uke.

Era simplesmente surreal.

— Você é tão apertado, Naru. – Gemeu, tocando o órgão negligenciado do loiro, querendo que ele sentisse tanto prazer quanto ele própria sentia sentia naquele momento. – Ah... – Suspirou ao sentir o corpo menor se afastar e voltar para bater o quadril com força contra si. Soltou um gemido rouco, sentindo a autorização do outro para começar.

Saiu lentamente de Naruto e voltou com força, ouvindo um gemido razoavelmente mais alto que os demais que o parceiro havia soltado anteriormente. Fez outra vez: mesmo resultado.

Quando a movimentação se tornou mais veloz, ambos gemiam com certa altura, o suor escorria pelos corpos e o calor crescia sem pudor. Entretanto, quando Naruto achou que seria impossível sentir mais prazer do que sentia naquele momento, Shikamaru girou-o de barriga para cima, olhando os olhos cristalinos e acertando um ponto específico dentro do loiro, que o fez girar os olhos e urrar em êxtase.

— Puta que pariu, faz isso de novo!

Não houve a necessidade de um segundo pedido, por que ele fez. É então de novo, e outra vez; o menor estava delirando, gemendo tão alto que o outro temeu que o som sobrepusesse a música que vinha do lado de fora, todavia, o seme estava chegando perto. Estava muito perto e queria que Naruto gozasse junto dele, precisava que aquilo acontecesse.

Desceu novamente a mão ao membro do homem, que gemeu ainda mais necessitado.

— Ah! Eu vou gozar!

— Goza pra mim, Naru. – Encostou a testa molhada de suor à do outro, olhando profundamente os olhos azuis enquanto aumentava a velocidade da punheta e da penetração. – Não feche os olhos, quero te ver muito bem quando você gritar meu nome para gozar.

Aquilo pareceu ser o fim para Naruto, que sentiu o corpo entrar em combustão, gritando logo em seguida, esforçando-se para manter os olhos abertos, diretamente nos chocolates do outro.

— Sh... SHIKAMARU! – Gemeu, sentindo-se tremer.

— Isso! – Shikamaru Gemeu, ofegante. – Junto comigo!

Quando a primeira contração do canal de Naruto atingiu Shikamaru, ele encontrou o próprio clímax, se desmanchando dentro do outro ao mesmo tempo que o loiro sujava ambos os peitos com o próprio orgasmo.

Quando o sexo acabou, eles seguiram se encarando durante minutos, até que o cansaço chegasse e eles adormecessem um sobre o outro.

Naruto acordou primeiro, com alguém esmurrando a porta. Quando abriu os olhos e se viu nu, lembrou-se da noite e gelou. O corpo de Shikamaru ainda estava parcialmente sobre o seu, e ele sentiu o pânico tomar conta de si. Será que Shikamaru se lembraria do que aconteceu? Aquilo era loucura, eles estavam bêbados!

Bateram na porta com mais força.

— São dez as manhã, saiam da porra do meu quarto! – Era fácil reconhecer a voz de Kiba, e quando o moreno ao seu lado despertou, Naruto entrou em modo alerta e saiu caçando as roupas e sapatos pelo quarto.

— Naruto? – A voz sonolenta questionou, confusa, e o loiro gelou.

Ele não se lembrava.

— Eu já estou indo embora. – Respondeu, com pressa.

— Oe, não seja problemático, o que aconteceu? – Naruto quase pode ouvir seu coração se partir em mil pedaços, e parecia até mais alto que Kiba gritando do lado de fora.

Jogou as roupas de Shikamaru, e quando viu que o homem já estava parcialmente vestido, destrancou a porta e passou por Kiba como um furacão, pedindo aos céus para não chorar antes de entrar no táxi e chegar em casa.

Shikamaru saiu do quarto com pressa, ainda sem camisa e com os sapatos na mão, vendo Naruto correr porta afora, pronto para persegui-lo, até que Gaara, um de seus amigos e moradores da República o segurou pelo ombro e questionou, com a voz branda característica dele.

— O que tá acontecendo, Shikamaru? Naruto saiu daqui quase voando...

O Nara estalou a língua no céu da boca, acendendo um cigarro e suspirando, antes de dizer:

— Problemático.


•••

Shikamaru tentou falar com Naruto várias vezes depois daquele dia, mas ele não atendeu a nenhuma das ligações. Passou um bom tempo no apartamento de Nagato, apenas por que não queria olhar para os olhos chocolate. Saber que ele não se lembrava do que havia acontecido, fazia o Uzumaki sofrer por antecipação.

Meses depois, Naruto voltou para o loft com os amigos. Shikamaru continuou a frequentar o local, mas já não era mais a mesma coisa. Eles não se falavam, mal se cumprimentavam e o loiro jamais ficava no mesmo ambiente que o outro homem.

— Vocês brigaram? – Neji perguntou certa vez, mas nem Naruto nem Shikamaru ousaram responder.

Quando a faculdade acabou, Shikamaru se formou advogado com louvor, ganhando uma bolsa de estudos fora do país, para se especializar. Sempre fora anormalmente inteligente, e a área de investigação forense muito interessava ao cervo.

Naruto havia se formado em administração, e fora trabalhar na empresa da família, afundando-se em compromissos para não sentir demais a falta de Shikamaru, que tinha razão quando disse que ele precisaria estar preparado para o que ocorreria depois daquela noite, mesmo que as consequências não tenham sido as que o moreno ditara, afinal ele nem se lembrava do que havia visto.

Quis, com muita força, não ter vivido aquela noite. Mas, ao mesmo tempo, era incapaz de se arrepender quando lembrava-se do calor da pele do outro, ou do como os olhos ficavam selvagens naquela situação.

Três anos mais tarde, Shikamaru retornava ao Japão, como namorado de sua irmã. Seria irônico, se não fosse trágico.

— Naruto... – Neji começou a falar, mas Sasuke tomou à frente, soltando de uma única vez:

— Você se meteu nessa situação por sua própria culpa.
Os olhos de Naruto grudaram nos de Sasuke, doloridos, e Neji manteve-se em silêncio, mesmo com a afirmação ácida do namorado. Compreendia a situação, sabia que Naruto havia agido com infantilidade, embora acreditasse que a situação poderia ser exposta com maior... Suavidade

— Ei, Sasuke, não há necessidade para ser tão agressivo... Ele está sofrendo.

— Está sofrendo por que quer. – Sasuke disse tranquilamente, enchendo um copo com sakê, sorvendo o líquido aos poucos. – Você evitou Shikamaru todos esses anos, recusando ligações, evitando contato... É totalmente compreensível você não querer entrar em uma relação com outro cara, afinal seu nome é conhecido pelas empresas dos seus pais, mas saiba que isso é uma opção sua. Você sofre com isso desde que o conheceu, nunca tentou nada com ele, mas também jamais tentou superá-lo. Isso é suicídio.

— A gente transou. – Naruto soltou em um sussurro engasgado, querendo afastar a lembrança daquela noite.
Todos os presentes entraram em um silêncio mórbido, e o loiro tornou a falar, com a voz ainda mais baixa.

— Naquela noite, na festa do Kiba na república. Nós transamos, dormimos juntos, mas na manhã seguinte, ele não se lembrava de nada. – Ele suspirou. – Seria doloroso demais falar com ele depois daquilo. Foi importante para mim, e eu morri um pouco em saber que eu não parei de pensar nisso durante um minuto durante todos esses anos, ele não se lembra.

Antes que Neji pudesse dizer qualquer coisa, Sasuke o atropelou, novamente. O Hyuuga sabia que o namorado era ácido em suas argumentações e possuía uma sinceridade que às vezes machucava, mas possuía grande afeto pelo loiro, então resolveu não se intrometer dessa vez, embora o psicólogo do recinto fosse ele.

— Ele te disse que não se lembrava de nada?

— Ele acordou do meu lado e perguntou o que estava acontecendo. Soou óbvio para mim.

— Você é muito imbecil, Naruto! – Neji não resistiu, se levantando e encarando Naruto nos olhos, massageando as têmporas, sentindo uma leve dor de cabeça. – Isso pode significar qualquer coisa!

— Ele te ligou durante semanas, Dobe. – Sasuke disse, ainda bebendo o sakê, intervindo no discurso do namorado. – Veio atrás de você no loft mais de uma vez. – Sassuke riu anasalado, sabendo que quando Naruto compreendesse o que havia acontecido, ficaria ainda pior. – Ele tentou falar com você, mas você não quis ouvir. Provavelmente ele se lembra muito bem de vocês, e quando tentou se aproximar, você passou a impressão de que algo o desagradava, ou de que não gostava de estar na presença dele.

"Ele parou de ir atrás de você a partir do momento que concluiu que você se arrependeu de ter ficado com ele. Shikamaru não bebe, Naruto. Nem uma única gota. Ele foi meu colega de classe durante anos, fomos para diversas festas juntos, e ele nunca bebeu uma única gota de álcool, Usuratonkachi."

O mundo de Naruto desabou naquele momento. Os olhos azuis ficaram fixos nos negros de Sasuke, e só quando Neji o abraçou, foi que ele percebeu que chorava.

•••

Naruto arrumou o cabelo e partiu para a casa de Nagato. Ino estava hospedada lá enquanto não encontrava um apartamento para alugar, e ele precisava visitar a irmã, mesmo que não fossem mais tão próximos.

Ino cuidou de si depois do falecimento dos pais e eram bastante amigos na infância, mas ambos se fecharam totalmente após a morte do avô, perdendo qualquer contato íntimo durante o luto. Adentrou o elevador e apertou a campainha do irmão, sendo recebido pela própria Ino.

Devido ao ocorrido no aeroporto, Naruto mal havia reparado no como a irmã mais velha havia mudado. Os cabelos estavam trançados em uma única trança, que se apoiava no ombro direito.

Continuava linda. Shikamaru tinha sorte.

— Se você me pedir desculpas agora por ter me deixado plantada lá no aeroporto, eu penso se te deixo entrar. – Ela disse, cruzando ao braços em frente ao corpo.

— Perdão, eu acabei passando mal. – Mentiu, recebendo um abraço da irmã enquanto ouvia Nagato rir de dentro da casa.

— Não é como se você pudesse impedir meu irmão de entrar na minha casa, Ino.

— Você sabe que posso. – Ino era uma mulher que sabia ser bastante... persuasiva quando queria. Não deixou de pensar em como aquilo combinava com a personalidade de Shikamaru. – Você não acha, Shika? Existe alguém nessa família que pode mais do que eu?

O coração de Naruto gelou no peito, e ele quase saiu correndo de novo quando os olhos azuis cruzaram com os castanhos, cujo o dono se sentava preguiçosamente no sofá de seu irmão. Havia ido visitá-la antes da festa de aniversário de Nagato à noite, pois possuía a certeza de que Shikamaru estaria lá, e ele não queria correr o risco.

Deus o odiava, aquela era uma verdade incontestável .

Respirou fundo e adentrou o recinto, recebendo prontamente um abraço do irmão, que bagunçou os cabelos do mais novo, como fazia quando ele era só um pivete.

— Que merda, Nagato, eu não tenho mais sete anos. – Bufou, mais nervoso que emburrado, arrancando uma risada do mais velho.

— Para mim você ainda usa fralda e arrasta aquela maldita raposa de pelúcia pra cima e para baixo. – Dessa vez Ino também ria, e ele se permitiu dar um sorriso amarelo antes de estender, hesitante, a mão para Shikamaru.

— Quanto tempo, Naruto. – O Moreno respondeu, aceitando o cumprimento com educação e formalidade, muito embora o loiro soubesse que eram fingidas.

Ino pareceu não perceber a tensão que se instalou no ambiente, sorrindo largo ao perguntar, inocente:

— Vocês se conhecem?

“Pode apostar, irmãzinha. Mais do que me seja saudável lembrar.” Pensa, mas se vira para a irmã com o mesmo sorriso falso.

— Shikamaru estudou com Sasuke. – Disse, simplesmente – Eles faziam os trabalhos da faculdade lá no loft.

Ino sorriu, sentando-se ao lado do namorado, comentando que o mundo era pequeno e que era bom que eles já se conhecessem, assim poderiam pular a “vergonhosa” etapa de apresentações.

O coração de Naruto se apertou dolorosamente no peito ao ver a cena e notar que, se Shikamaru se lembrava daquela noite, não se importava. Isso doía mais do que a ideia inicial de que ele havia se esquecido.

— Bem, só vim fazer uma visita, já estou de saída. - O loiro já se preparava para sair. Sentia seu coração sendo comprimido, e tinha medo de falar alguma besteira que piorasse ainda mais as coisas. – Queria pedir perdão, Nagato, vou ter uma reunião importante da Namikaze à noite, e provavelmente não chegarei à tempo.

— Você não vai à lugar algum. – Nagato disse, rápido – Vou ficar verdadeiramente puto se você faltar ao meu aniversário para ir a uma reunião idiota que pode ser remarcada, Otouto. Além disso, não havia nenhuma reunião na sua agenda hoje...

Naruto mordeu a língua. Só queria um pretexto para sair dali e não precisar ficar ainda mais na presença de Shikamaru. Era doloroso demais. Ficou durante muito tempo pensando em uma nova desculpa, e a essa altura, Shikamaru e seu cérebro analítico já haviam pescado a situação e Nagato já havia dado fim a discussão.

“Obrigada pela ajuda, Deus. Valeu, de verdade.”

Naruto jurava que as coisas não poderiam ficar piores do que estavam naquele momento. Teria que aguentar até o fim da noite na presenta de Shikamaru, mas iria tentar se manter entretido com os convidados até a festa acabar, então voltaria para casa e para a sua vida, onde o cervo era apenas parte de seu passado.

Enquanto planejava como sofrer menos com a situação, o Telefone de Ino tocou. Ela ficou extremamente empolgada com a pessoa do outro da linha, e um segundo depois já puxava Nagato para fora do apartamento.

— Oe! – Chamou, um pouco desesperado – Onde vocês vão?

— Buscar o bolo. Vocês precisam ficar aqui para receberem o pessoal que vem arrumar a mesa, talvez eles precisem de ajuda para subir algumas coisas.

— Eu posso ir com você, Ino – Shikamaru se ofereceu, e Naruto não sabia se ficava feliz com a proposta do outro homem, ou se ficava decepcionado por notar que o ex amante também não queria sua presença.

— Não dá, Shika. Só Nagato sabe o caminho e eu marquei o bolo no meu nome. Por ser uma empresa, só eu posso retirar. – Ela colocou a bolsa nos ombros – A gente já volta. – A porta se fechou em um baque, e o silêncio alimentou o espaço entre os dois.

O clima, que antes já pesava, pensou ainda mais, e Naruto recolheu suas coisas para sair furtivamente daquele ambiente.

Queria morrer.

Estava com o pé na porta quando ouviu a voz de Shikamaru, quase inaudível, sussurrar:

— Os anos passam e as coisas não mudam, não é mesmo? – Quando o moreno notou que ganhara a atenção de Naruto, continuou – O que foi que eu te fiz para você fugir de mim como se eu fosse um leproso*?

O loiro, que antes ouvia tudo de costas, virou-se para o outro homem. Shikamaru estava sentado com as pernas abertas, o tronco levemente inclinado para frente, apoiando os cotovelos mas nas próprias pernas e olhava fixamente para si. Os olhos castanhos estavam visivelmente confusos, mas havia algo mais ali.

Súplica.

O peso da pergunta pegou Naruto de surpresa. Deveria dizer suas suposições? Deveria realmente voltar àquele assunto que tanto o machucava? Sorriu, vestindo a armadura de ironia, jogando com rapidez todos os sentimentos conflitantes para atrás dela.

— Não estou fugindo. – Contou a mentira com simplicidade, como quem comenta o tempo ou algo trivial. Não parecia que tratava ali de anos de pura dor.

Shikamaru soltou uma risada falsa pelos dentes, negando com a cabeça e olhando para baixo.

— Aquela noite foi assim tão horrível à ponto de você não conseguir sequer me dar um fora no dia seguinte, e permanecer fugindo de mim durante a porra de cinco anos? – Ah, merda. Sasuke estava certo; ele se lembrava, e Naruto era um imenso imbecil.

— Não foi... – O loiro sussurrou, fitando os próprios pés, se odiando mais do que nunca naquele momento.

— Tsc. – O estalar de língua tão característico de Shikamaru se fez presente, e ele se levantou do sofá. – Será que dá para você parar de ser tão problemático e me explicar que merda aconteceu com você aquele dia?

— Eu entendi errado. – Naruto olhou para o lado, envergonhado, evitando a todo custo o olhar do outro rapaz. – Eu achei que você tinha bebido demais na festa e não se lembrava do que havia acontecido. Não quis atender suas ligações nem falar com você por que seria doloroso demais te explicar o que aconteceu aquela noite, sem que você se lembrasse. Desculpe por isso. Eu fui um idiota, não deveria ter te evitado.

Um silêncio desconfortável para o loiro se seguiu depois de sua confissão, e ele teve certeza de que Shikamaru havia se sentado novamente, bem longe de si. Entretanto, quando os olhos marejados voltaram a se erguer, ele apenas viu o moreno olhá-lo com um sorriso de canto, quase como se achasse graça da situação. Estava próximo demais de sua pessoa, e aquilo intimidou Naruto, pois ele apenas não sabia o que significava a atitude do outro.

— Eu devia ter notado. – Disse o cervo, levando uma mão ao rosto de Naruto, enxugando a lágrima silenciosa que descia. – Você sempre foi precipitado, não sei por que não pensei nisso.

— Você... Não deveria... – Ele tinha medo do que Shikamaru fazia consigo. Tinha medo, principalmente, do que ele faria com o namorado da irmã àquela distância. – Ficar tão perto...

— Fiquei longe de você por tempo o suficiente, Naruto. – O moreno sussurrou, decidido, ao que Naruto apenas não sabia o que fazer quando sentiu, mais uma vez, os lábios grossos lhe tocarem.

Quis chorar, o abraçar forte e dizer que gostava mesmo do gênio Nara, mas ao lembrar-se instantaneamente de Ino, afastou-se abruptamente.

— Você... Namora a minha irmã...

Shikamaru o olhou com confusão durante alguns segundos, depois colocou-se a rir freneticamente, como se o mundo pudesse acabar a qualquer momento.

— O que foi? – Questionou o loiro, irritado. – O que é tão engraçado?

O gênio limpou as lágrimas do canto dos olhos e abraçou Naruto novamente.

— Cara, você realmente é problemático. – Fitou os olhos azuis do mais baixo, com diversão – Ino é minha amiga de infância e isso vai continuar assim, Naruto.

— Mas... – O loiro estava genuinamente confuso, tropeçando nas palavras. – Ela disse que estava namorando... E que traria o cara com ela dos Estados Unidos...

— Sim, e ela trouxe, mas Sai foi ver a família.

— Sai...? – Naruto olhou mais uma vez para o homem mais alto, compreendendo e se lembrando de ver outro homem com Ino aquele dia. Como era idiota. – Você...

— Eu sou apaixonado por você, Naruto. Mesmo antes de você dizer que queria ficar comigo aquele dia, eu já era apaixonado por você há tempos. – Acariciou o rosto vermelho de Naruto, que voltava a chorar em silêncio. – Nós perdemos muito tempo por causa das suas confusões, e agora serei muito claro com você, esperando que tenha a mesma clareza comigo.

Shikamaru colou a testa à do outro homem, olhando fundo nos olhos claros.

— Eu não ligo para toda essa confusão. Nós éramos novos e propensos a fazermos merda. Agora que está tudo esclarecido, tem algo que você precisa saber. – Os olhos de Shikamaru cintilaram naquele momento, e Naruto quase soluçou. - Te amo, sempre amei, e preciso saber se você sente a mesma coisa.

Naruto soltou uma risada verdadeiramente radiante, e, abraçando o outro homem com força, sussurrou.

— Mais do que consigo colocar em palavras, Shika. Muito mais.

Naquele momento, eles souberam: O tempo era algo muito trivial perto do sentimento que eles compartilhavam e haviam mantido durante todos aqueles anos.

Muito, muito mais.

//Fim//

26 Février 2018 05:22 2 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

Juno Wolf Estudante de psicologia, fujoshi, militante, apaixonada pelo Shikamaru. [...] O amor salva, mas s� o conhecimento liberta. @

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Crazy Clara Crazy Clara
Ai socorro. Minha santa igreja ShikaTema, perdoai-me, mas essa fic é maravilhosa. Obrigada por escrevê-la. Amei. Falando do porque amei, acho que autores gostam de ler os detalhes. Eu pelo menos gosto, HE! Primeiro a narrativa. É leve e, ao mesmo tempo, rica em detalhes. Caramba, foi tão gostoso de ler, a cena surgia, se montava e eu via perfeitamente. Lindo lindo lindo, nada cansativo, isso porque essa história é grande, nem sei quantas palavras, mas a barrinha ali -> fico pequena. A segunda parte, a fidelidade dos personagens. Eu sei que é meio clichê falar disso, "oh, manter a característica original", "oh, fica estranho OOC", mas é que eu gosto mesmo quando não borram e distorcem só pra encaixar, sabe? E ficou tão natural e lindo e eu já falei que adorei? O que leva para a terceira coisa que amei foi essa combinação de coisas novas: cracks maravilhosa que eu dificilmente pensaria e que amei ver e irmãos Uzumaki. Você foi mestra guiando a relação de todos e fiquei muito num gosto de quero mais em relação aos três irmãos. Quarto fator, a linha temporal. Ir e voltar no tempo da narrativa é difícil que eu sei e seu método foi fluido e confortável como toda a narrativa. Meu deus, esse lemon aí no meio quando eu já sabia que Shikamaru "estava" com a Ino, nossa. Pitéu de emoções de já saber que vai dar merda e mesmo assim amar. Quinto, o final. Você me pegou de surpresa, admito, confesso, me rendo. Tava esperando uma tristeza daquelas estilo Lalaland, que se amaram, mas depois não podia mais. "Foi lindo enquanto durou". Que nada! Os dois juntos!!! Fiquei com a maior cara de bobona feliz aqui. Triste saber que é só um capítulo. Vou olhar mais das suas histórias porque adorei sua escrita. De novo, parabéns e obrigada.
March 28, 2018, 04:21

  • Juno Wolf Juno Wolf
    MEU DEUS DO CÉU, EU TO EMOCIONADAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA Eu não entro muito aqui no inkspired, aí entrei hoje para atualizar uma long e vi seu comentário e estou URRANDOOOOOO Voc~e é uma das minhas autoras favoritas, então te ver lendo algo que eu fiz de um casal que tem tão pouca visibilidade me deixou feliz e emocionada, muito obrigada! Que bom que você gostou! Tu me dizer que os personagens não fugiram do canon me é um elogio IMENSO por que eu me esforço muito para manter a linha original e não deixar eles TÃO ooc. Eu amo essa história, e saber que tu gostou me fez criar ainda mais xodó por ela! Admito que, quando escrevi, a minha ideia era mesmo um final sad, mas eu amo demais o Shikamaru para deixar ele triste em qualquer coisa que eu faça. Ela já sofreu muito por muitos anos, e descobrir que era, de fato, cosrrespondido já estando em outro relacionamento acabaria com ele e comigo! Não consigo, então, final feliz pros meus bebês fofíssimos! Muito, muito obrigada por ler e deixar seu comentário! Eu estava em um dia péssimo e você fez valer, muito obrigada VOCÊ!!! Um beijo, e até a próxima! Juno. April 09, 2018, 18:12
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