amanda-kraft1664221938 Amanda Kraft

Essa é uma história real de um cãozinho chamado Toby.


Récits de vie Interdit aux moins de 18 ans.

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O Sobrenatural e Eu


Venho de uma família humilde. Meus pais cresceram, viveram e trabalharam nos sítios de seus pais. Encontraram-se na juventude e, após se casarem, constituíram morada na cidade, onde eu e meus irmãos nascemos. Por terem vivido em meio à natureza, nossa infância foi permeada por histórias que, principalmente a mãe, gostava de nos contar nas noites de verão, onde estendíamos um cobertor velho na parte calçada do fundo do quintal e nos deitávamos a contemplar o céu estrelado.

Acho que o gosto pelo sobrenatural veio de seus causos. Lembro-me da luzinha vermelha que acompanhava meu avô materno quando ele caminhava pelas estradas de chão batido, entre um sítio e outro. Ele nunca teve medo de nada, segundo a mãe gostava de afirmar. Eram tantas as histórias que permeavam por nosso imaginário.

Ela mesma deu de cara com o velho Silva, que havia morrido há uma semana, quando fora levar comida para o seu pai lá na roça. Contou-lhe, assim que lhe deu a marmita já meio fria pela distância. Ele a ouviu e, sabiamente, disse que não era nada. Esquecer-se do fato era a melhor coisa a fazer. Contudo, ao chegar à casinha amarela onde morava, foi logo narrado a aventura para sua mãe que quase foi ao chão de susto. A vó passou a gritar e a disparar para todo o mundo que encontrava pela frente que a filha havia visto um fantasma, traumatizando-a.

Eu, particularmente, adorava quando a mãe contava que o pai dela dera de cara com um lobisomem. O tal do bicho era um vizinho estranho que morava em um casebre no meio do mato, entre um sítio e outro. O povo o maldizia, fazendo chacota. Um dia o avô, vindo de suas andanças a cavalo, encontrou-se com um cachorro estranho que pareou ao seu lado. Caminharam por um tempo, quando ele, pela visão periférica, percebeu que o cachorro ia ganhando corpo; aumentava de tamanho até ficar da altura do cavalo. A fera rosnou para ele que, com a mão na cintura, onde sua arma descansava, disse em alto e bom som para o bicho tomar o rumo e ir em paz.

Obviamente que hoje, relembrando esse causo, dou boas risadas. Mas à época, meus olhos infantis ficavam vidrados, crendo que o avô e a mãe não mentiam. Houve também a história do tio Nelson, irmão do meu avô, que era um jovem valente e destemido. Nada o assustava, apesar de saber que coisas estranhas aconteciam nas estradas e nas porteiras que adentravam as propriedades vizinhas. Gostava de sair de tardinha e ir aos bailes que ali se davam pelas redondezas, voltando em plena madrugada sobre um cavalo baio, cantando a plenos pulmões, até chegar à casa de sua mãe, minha bisavó Brasília.

A mãe conta que quando ele soube que ela vira o fantasma do velho Silva, riu tanto que foi ao chão, sentindo cãibras no estômago. Passou a chamá-la de velho Silva, o que a deixava enfastiada. Até que um dia, de namorador que era, voltou de um desses bailes, branco feito cera, tremendo dos pés à cabeça, sem sua costumeira cantoria. A “bisa” o interpelou e, depois de muito custo, ele contou que pareou com um homem estranho, cujo rosto escondia-se debaixo de um chapéu gasto. Deu boa noite para o estranho, que se manteve calado por uns cinco minutos. De repente, bem diante de seus olhos, o homem misterioso desapareceu, fazendo o tio Nelson correr em desabalada até o aconchego do seu lar. A partir desse dia nunca mais chamou a mãe de velho Silva, para sua desforra.

Eram tantas as histórias que mexiam constantemente e consideravelmente o com nosso imaginário! Havia uma porteira que diziam ser mal-assombrada. Ninguém conseguia passar por ela sem que visse um fogareiro que subia ao céu e sem apanhar do tal fantasma. Meus olhos esbugalhavam quando a mãe contava que o tio dela, o tio Hélio, outro irmão de seu pai, veio a se deparar com a coisa.

Ele tinha atado um namoro firme com a Angelina. Sabia da história e jamais passava pela cerca quando voltava da casa dela durante a madrugada. Porém, naquele domingo, a chuva estava forte e ele já se encontrava encharcado sob o cavalo. Para cortar caminho, desviando da assombração, levaria pelo menos meia hora para chegar ao sítio da “bisa”. Resolveu então, dessa feita, enfrentar a malfadada porteira. Avistou-a branca sob os raios que serpenteavam o céu. Manteve-se firme em seu propósito. Desceu do cavalo e, ao colocar a mão no trinco para abri-la, o fogo desceu sobre ele jogando-o longe. O pobre caiu sentado e atordoado na terra molhada. Sentiu a mão sobrenatural desferir um tapa bem dado em sua cabeça. Levantou-se, assustado, tentando pegar as rédeas do cavalo, que relinchava e andava de ré, pronto para fugir dali. Nem preciso dizer que nunca mais ele se atreveu a cortar caminho.

Devo ressaltar que a família do avô materno era meio estranha. Aquela italianada parecia atrair essas coisas que ninguém explica. A “bisa” Brasília contava que sua mãe, minha tataravó, mandou chamar as filhas e filhos já casados para um almoço de domingo, onde preparou todas as guloseimas que eles mais gostavam. Em meio ao festejo, a matriarca disse que havia requisitado suas presenças para se despedir. Ninguém entendeu nada. A velha estava bem de saúde, firme e forte. Como se despedir, se não iria viajar? Pensavam as filhas com seus botões. Ela pediu silêncio na indagação dos rebentos e informou que às quatorze horas iria partir para o outro plano. As filhas e filhos riram da bobagem da mãe. Almoçaram, arrumaram a cozinha enquanto a mama foi descansar. Pasmem. As quatorze horas, só para atestar, uma das filhas foi chamá-la, encontrando-a morta.

Eu ficava fascinada com essa história real da família. Contudo, depois de crescida, para mim era apenas um causo que merecia desconfiança. Até que presenciei a fala do meu avô em seu último Natal conosco. Minhas irmãs casadas e eu, a esperar por meu primeiro filho, primeiro neto de meus pais, sempre passávamos o Natal na casa deles, onde o avô materno vivia. Esse mesmo do causo do lobisomem. A mãe o levou para morar conosco quando ele ficou viúvo. Entre comidas e bebidas, celebrando a Noite de Luz e o início de minha gravidez, o avô disse em alto e bom som, deixando-nos boquiabertos:

— Esse é o último Natal que passo com vocês.

Todos nós tiramos sarro, já que ele estava forte e muito bem de saúde para os seus oitenta e três anos. O ano de 1995 entrou trazendo-nos esperança, porém em março, ele teve um derrame vindo a óbito. A partir daí, passei a dar mais atenção às coisas, principalmente àquelas sensações que muitas vezes damos de ombros e deixamos para lá. Aprendi a silenciar e escutar meu coração, depois que outro evento se deu, do qual presenciei estarrecida.

Era o ano de 2011. Estávamos, meu marido e eu, construindo uma nova casa, quase ao lado da que morávamos. Essa seria um pouco maior, capaz de comportar a nós e nossos três filhos. À época tínhamos um cachorro de porte médio que havíamos ganhado de um vizinho de minha mãe. O danado era uma mistura da raça poodle com vira-lata. Seu corpo era cheio de cachinhos negros, focinho comprido, porém seu espirito era de um vira-lata rueiro. Nada o fazia parar dentro de casa. Cada vez que meu marido chegava com o carro, eu tinha que prendê-lo na cozinha. Se surgisse uma oportunidade, lá ia ele pela rua em disparada, feliz, livre e solto. Era um tal de correr, cercar e tentar trazê-lo de volta sem sucesso. O danado parecia se divertir com a nossa falta de sorte. Os vizinhos, já acostumados, riam e nos ajudavam na empreitada.

A solução para tanta fuga foi deixá-lo tomando conta da construção. O Toby, nome escolhido por mim, contrariando as crianças, adorava ficar lá. Corria pelos quartos vazios, deitava no pé dos pedreiros, latia, saltava atrás dos passarinhos, contudo a maior parte do tempo ficava comigo, que então, trabalhava no escritório do meu marido que também ocupava o mesmo terreno da casa nova.

Na fase de acabamento, contratamos o Mirão, um assentador de piso, indicado por um amigo de meu marido. Todo o material que seria usado por ele foi colocado na garagem, de onde podia pegá-los sem que estragasse, enquanto preparava o contra piso. Fazia algumas semanas que ele trabalhava na casa quando o Toby passou a ir à garagem e latir feito um louco, coisa que não era de seu costume.

Lembro que esse dia era uma quarta-feira. Eu estava no escritório e seus latidos passaram a me incomodar. Mal dava para falar ao telefone. Toby parecia não respirar, apenas latir numa frequência aguda e desesperadora. Enfezei e deixei a mesa de trabalho, irritada. Atravessei o gramado, subi a escada que levava à construção e fui ver o que estava acontecendo. Ele olhava para o muro que fazia divisa com o sobrado do vizinho e latia de forma ensandecida. Assegurei-me de que não havia nada ali que pudesse afetá-lo daquela maneira. Olhei as caixas de piso depositadas na garagem à procura de algum bicho que resolvera se esconder ali, contudo não era para elas que ele latia. Era para o muro. Um muro de reboco liso. Olhava acima dele e latia incansavelmente.

Enquanto vasculhava o lugar o Mirão se postou atrás de mim e disse, meio sem jeito:

— Eu não entendo porque ele late tanto. Eu também já procurei por algum bicho, mas não tem nada aí.

— O senhor tem certeza? Eu nunca vi esse cachorro latir assim! O senhor precisa ficar bravo com ele, mandá-lo para dentro. Confesso que não estou conseguindo trabalhar.

O Mirão riu, como a me dizer, o que eu posso fazer? Voltei para o escritório e o Toby não parava de jeito nenhum. Aquele já era o terceiro dia daquela agonia. Na hora do almoço fui para casa. Pouco tempo depois meu marido chegou trazendo as crianças da escola. Enquanto eu ajeitava a mesa, ele foi até a construção, voltando meia hora depois.

— O Mirão disse que amanhã não virá trabalhar. Irá fazer um exame lá no AME de Américo. Talvez volte depois do almoço.

Perguntei se estava tudo bem com ele e disse que era uma pulsão na próstata. Contei para ele o abuso do Toby enquanto almoçávamos. No dia seguinte, fomos para o escritório e o danado estava um santo. Não deu um latido sequer. Naquela quinta-feira o Mirão não voltou. Nem na sexta. Achamos estranho porque ele era muito responsável. Não era de faltar. O fim de semana passou e na segunda, nada de ele aparecer. Meu marido ligou para o amigo que o havia indicado, perguntando por ele, sem resposta. Suas ferramentas estavam todas ali na construção. Sabíamos que ele morava perto desse amigo, mas não tínhamos contato, pois seu telefone encontrava-se desligado.

À noite, para nossa surpresa, a esposa dele veio até nossa casa. No dia em que o Mirão fora fazer o exame, voltou para a casa para almoçar, com o intuito de vir trabalhar na obra. Porém começou a passar mal, sendo obrigado a retornar ao hospital. Durante o exame algo aconteceu e ele teve uma septicemia, vindo a falecer naquela madrugada.

Sua esposa nos disse que, mesmo ruim, ele só pedia para ela avisar meu marido. Foi de uma tristeza imensa, mesmo agora, enquanto escrevo esse relato, ainda sinto um grande pesar. Não sei o que aconteceu naquela garagem, nos dias que antecederam a sua morte, mas só posso pensar que o Toby estava vendo algo que nossos olhos humanos não conseguiam. Creio que havia alguém ali o esperando. Não sei se algum anjo, parente ou mesmo a figura da dona morte. Sei apenas que o Toby soube antes de nós. Isso me fez crer que há algo por trás desse véu. Algo que veda nossos olhos e nos deixa viver da maneira como desejamos e acreditamos. Ficou claro para mim, nesse evento, que o sobrenatural existe, de alguma forma.

No ano seguinte, passei por outra experiência desse tipo. Eu adorava minha sogra. Sempre nos déramos muito bem a ponto de ela me apresentar como sua filha às pessoas. Em outubro de 2012, depois de uma DPOC pulmonar que a afligiu por longos anos, ela veio a óbito. Nessa época meu marido havia trazido duas cachorrinhas boxers da fazenda de um cliente. Estavam com uns três ou quatro meses. Já era fim de tarde e eu me encontrava em uma tristeza sem fim, pois havia acabado de voltar do velório. Fui ao quintal e as duas me seguiram. Uma delas voltou para dentro da casa, porém a Meg me acompanhou. Então ela olhou por sobre meu ombro e passou a latir feito uma doida, da mesma forma que o Toby fizera no ano anterior. Nesse momento eu estava com a mão na torneira do quintal, pois iria jogar água no jardim. Senti um arrepio no corpo. Olhei para a ela e vi sua cabecinha erguida, enquanto latia e recuava para o nada. Naquele momento uma paz me invadiu e eu sorri. Tive a certeza de que minha sogra fora ao meu encontro para se despedir. Não a vi, mas a Meg sim.

Esses eventos sobrenaturais foram reais e, de alguma forma, fez com que eu passasse a dar importância às coisas, principalmente à reação dos animais. Hoje o Toby e as meninas boxers já se foram, mas ainda tenho a Senshi e a Akira comigo.

Meus pais estão com idade avançada, requerendo cuidado e, alguns dias da semana, eu revezo com minhas irmãs no trato com eles. Toda a vez que chego de sua casa, a Akira passa a cheirar minha roupa de uma forma estranha. Não sei o que ela sabe, mas desconfio. Os animais têm muito a nos ensinar.

Por isso, cada instante passado com quem amamos é para ser apreciado. Nunca sabemos quando será o último sorriso, a última alegria, a última dança, o último beijo e abraço. Fechem os olhos por um momento e sintam as coisas ao redor. Às vezes se faz necessário deixar de lado coisas que podem ser consideradas sem importância quando a raiva por um motivo bobo passa. O importante é viver e estar junto de quem se ama.

20 Mars 2023 23:08 18 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

A propos de l’auteur

Amanda Kraft Participo com mais de cem contos em diversas antologias de várias editoras. Livros lançados: Somente eu sei a verdade; Traição; Uma Segunda Chance; A Noiva da Neblina e o Segredo de Lara pela buenovela.com e também contos e livros inéditos na Amazon kindle.

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Samuel Araújo Palmeira Samuel Araújo Palmeira
Essa história é um lembrete tocante da conexão entre o mundo natural e o sobrenatural, e a maneira como os animais percebem coisas que nós não conseguimos é fascinante. Essa história me fez refletir sobre a importância de valorizar cada momento com nossos entes queridos.
January 23, 2024, 02:43

  • Amanda Kraft Amanda Kraft
    Sim, meu amigo. Nunca sabemos quando não os teremos mais. Obrigada pela leitura. January 23, 2024, 11:08
Amanda Kraft Amanda Kraft
Amigo, que história! Imagino o que passou! Sim. Há coisas que não podemos explicar, por mais racionais que possamos ser. E nem preciso dizer o quanto adoro esses causos. Mto obrigada por suas palavras.
May 15, 2023, 22:38
Wesley Deniel Wesley Deniel
Muito bom, minha amiga ! Eu sou fascinado por causos (por quase tudo que seja obscuro, devo ser franco hahaha) e adorei esses pequenos relatos. Não duvido de nada. Há muita coisa estranha no mundo. Eu mesmo, certa vez, vinha voltando de uma festa numa cidade a uns 50 quilômetros da que eu morava, quando a gasolina do carro acabou. Um amigo meu ficou vigiando o carro e eu fui até um posto (a miserável acabou faltando pouquinho mais de um quilômetro do posto !). No caminho, uma escuridão total, exceto pelos faróis dos veículos que passavam pela rodovia. Comecei a ouvir uns barulhos estranhos vindos do pasto que tomava toda a estrada. Em momentos de silêncio, podia ouvir sons de roda de carroça, arreios e chicote. Obviamente, ninguém estaria passando lá no pasto àquela hora da madrugada. E se tivesse, eu teria visto. O que fiz foi seguir andando, sem dar muita atenção, rezando e procurando não olhar para o pasto. Quando vi as luzes do posto, após uma curva, os sons cessaram. Foi sinistro. Como te disse, há muito mistério nesse mundo. Parabéns por seu texto ! Sucesso. 🙏🏻😊
May 15, 2023, 21:23
Lua Baldonado Lua Baldonado
Amanda, sua história foi simplesmente impecável. Sou médium e sempre tenho umas experiências desse tipo! É muito comum sentirmos medo de situações sobrenaturais, ainda mais quando não sabemos do que se trata. Tenho bichinhos e eles também são muito sensíveis, sempre colam em mim quando estou passando por uma situação difícil. Confesso que tenho muita dificuldade para me prender a histórias logo de imediato, mas a sua conseguiu tal feito com tamanha facilidade que se tornou uma das minhas histórias preferidas aqui da plataforma. Sua escrita é agradável e muito cativante, de fácil absorção e entendimento. Agradeço muito por compartilhar a sua história, fiquei realmente encantada.
March 31, 2023, 00:43

  • Amanda Kraft Amanda Kraft
    Nossa! Agora fiquei emocionada. Mto obrigada por suas palavras tão gentis. Gratidão eterna. March 31, 2023, 10:16
Luiza Mendel Luiza Mendel
Que história maravilhosa, me emocionei. Minha vó costumava contar coisas assim que aconteciam na cidade dela, eu adorava ouvir as histórias. Os animais realmente parecem ser mais sensitivos a esse tipo de coisa, minha cachorrinha por muito tempo latiu para a parede do meu quarto numa época que eu sentia ser observada, como se tivesse alguém ali, depois de um tempo esse sentimento passou, como se o que estava ali tivesse ido embora, e a belinha nunca mais latiu daquele jeito. Amei como você escreveu esta história, senti estar lá vivendo cada relato e foi ótimo me lembrar das histórias de vovó.
March 29, 2023, 01:43

  • Amanda Kraft Amanda Kraft
    Agradeço imensamente a leitura e fico feliz por ter se sentido tocada por ela. March 29, 2023, 10:39
Lanthys LionHeart Lanthys LionHeart
Realmente são histórias que em alguns momentos encantam, em outros assustam e em alguns, nos fazem ficar em dúvida... Meu avô contava coisas assim, como nas tropeadas em que eles andavam na madrugada por vezes em busca de gado que se perdeu e, do nada, algo surgia, ou o cavalo parava e nada resolvia, geralmente perto de uma tapera... Meu avô descia e rezava e tudo se normalizava, o cavalo seguia e tudo estava resolvido! Como bem disse a autora, na época de criança, aquilo enchia a gente de medo e de orgulho, pois o avô resolvia tudo com uma reza... O lençol na água que na verdade eram garças nos galhos sob a luz da lua, os passos que seguiam pelo mato mas na verdade era algum animal à acompanhar por onde não se via... Maravilhosos relatos, susto e destaque maior para o Toby e os latidos para o muro, pela ferocidade dele não parecia ser algo bom a observá-los... Parabéns pelo trabalho, realmente texto gostoso de se ler, parabéns!
March 28, 2023, 19:30

  • Amanda Kraft Amanda Kraft
    Mto Obrigada. Que gostoso ler seu compartilhamento das histórias se seu avô. Tempos gostosos aqueles onde para gente só restava ouvir. March 28, 2023, 22:28
Franciele Santos 🦋 Franciele Santos 🦋
Amo os tipos de relatos como os seus, me deixa fascinada simplesmente! Até me fez me fez lembrar uma experiência do ano passado que pode ter sido algo natural, nada demais, porém estranha, e muito triste para mim. Eu sou alguém, que tenho um apreço um tanto, quanto estranho para animais de estimação. Passando por uma fase um pouco complicada, lutando com fobia social, depressão e ansiedade... Ganhei 2 galinhas, elas simplesmente eram meu xodó, mudaram meus dias complemente! Até que uma delas veio a falecer, restando apenas uma que estava perfeitamente saudável. Eu, em uma de minhas "crises", acabei por cortar uma parte do braço, pegando uns pontos, me impossibilitado de pegar-la no colo, coisas do tipo na qual eu a acostumei, desde que era filhote. O estranho, foi que ela sempre foi a mais arrisca, das duas hahaha. No entanto, nas semanas que passei imobilizada, ela sempre esteve comigo, não queria me largar de forma nenhuma, ficando sempre encostada nos meus pés, me seguindo por todo lugar. Até que chegou o dia de eu tirar meus pontos, e meu braço, estava muito melhor. Não pensei duas vezes, matei a saudade de a pôr em meu colo, e voltar a minha rotina de antes, e um dia depois, ela também me deixou. Penso que também estava na hora dela partir, mas precisávamos nos despedir direito.😔
March 25, 2023, 02:15

  • Amanda Kraft Amanda Kraft
    Eu creio que os animais são nossos protetores. Não pedem nada em troca, e nos acolhem de uma forma arrebatadora. E a perda é mto triste. Eu tive uma arara e ninguém chegava perto de mim. E qdo ela se foi, chorei uma semana sem parar. Não estava com ela, pois estava viajando. Minha mãe cuidava dela e para ela foi como a perda de um filho. Então entendi bem sua frase. March 25, 2023, 10:10
Maria Eduarda S. S. de Lima Maria Eduarda S. S. de Lima
Meu Deus que maravilha de experiência, a forma imersiva com que você narra me fez reagir a cada acontecimento e prendeu minha atenção do início até o fim. Amei demais as histórias e me fez relembrar de algumas que, quando criança, minha tia costumava contar, era de fazer perder o sono para alguém tão medrosa quanto eu kkkk. Sua escrita e sua história são maravilhosas querida, parabéns!!
March 22, 2023, 06:46

  • Amanda Kraft Amanda Kraft
    Obrigada pelas palavras gentis, flor. Eram tantas as histórias... à epoca eu morria de medo, mas hoje viraram contos. March 22, 2023, 10:28
 Silva Silva
Nossa Amanda, que conto! Muito obrigado por compartilhar conosco no desafio. Sua narrativa é bem imersiva e os relatos me chamaram a atenção até o final. Embora não tenha tido experiências como as que você descreveu considero os animais muito preciosos e de fato fazem muita diferença na nossa vida. E esse final me pegou mesmo, no fundo é tudo sobre isso. Parabéns!
March 22, 2023, 00:04

  • Amanda Kraft Amanda Kraft
    Mto obrigada por suas palavras. Fico feliz por ter se sentido tocada. Eu passei o observar meus pets. Eles têm mto a nos ensinar e a nos avisar. March 22, 2023, 00:51
Norberto Silva Norberto Silva
Eu tava tentando comentar esses dias, mas acho que você tinha deletado, ou algo parecido. Mas cá estou e... Agora entendo de onde você tira as ideias para seus contos de teor sobrenatural. Adorei o lance de prestar atenção aos cães e sua maneira de perceber o mundo que, com certeza, difere das percepções humanas. Eu curti demais! Parabéns! ps. Esse conto vai fazer parte do desafio da experiência de vida?
March 21, 2023, 00:27

  • Amanda Kraft Amanda Kraft
    Mto obrigada. Então, eu postei o conto, mas ñ estava conseguindo por a #expvida. Ñ sei o que aconteceu e hj vi que ele ñ estava publicado. Mas consegui arrumar. E sim. É para o desafio. March 21, 2023, 00:32
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