Sasuke acordou pontualmente as 6:00 horas da manhã em uma pacata — ou que pelo menos deveria — segunda-feira e sentiu-se satisfeito ao ver o pequeno gato preto aninhando-se no travesseiro que mantinha ao lado do seu na cama de casal. Não que fosse casado ou algo assim, apenas gostava de ter seu espaço. O felino, na realidade, era a única companhia viva que Sasuke tinha na maior parte do tempo e isso não o incomodava sequer minimamente.
Levantou-se e sorriu levemente ao abrir a janela do quarto e notar que o dia estava nublado e chuvoso. Estava tudo tão perfeito que não conseguia evitar o leve repuxar nos cantos de seus lábios naquela manhã. Conforto, gato, frio, silêncio… tudo o que ele mais prezava estava em ordem neste dia.
Tomou um banho, deu comida pro gato e saiu de casa tranquilamente, com a certeza de que tudo se manteria de acordo com seus planos.
Entrou nas dependências da empresa da família Uchiha com o ar de quem sabia que aquele lugar só funcionava porque ele e seu irmão eram muito bons no que faziam. Cumprimentou os funcionários que encontrou no caminho até sua sala apenas por educação. Avistou a porta de seu não-tão-pequeno-assim escritório, sentindo o alívio de poder entrar e ficar a sós com seu mundo organizado e sóbrio novamente.
Porém, quando girou a maçaneta, a visão que teve quase fez seu coração parar. Na verdade, ele poderia afirmar com certeza que seu coração parou por alguns segundos.
Laranja.
Completamente laranja.
Absolutamente todas as paredes de seu escritório estavam pintadas na cor que provavelmente era a que Sasuke mais odiava em todo o mundo. E pior, a mobília estava fora do lugar que havia deixado na sexta feira antes de trancar a sala. Não era possível.
Alguém invadiu seu universo e tirou todas as coisas de lugar?
Deu dois passos pra trás para conferir o nome na frente da porta. Quem sabe não havia entrado por engano na sala errada.
Uchiha S. — Vice-Diretor
Ah não, aquela era realmente sua sala. Sua linda e organizada sala, meticulosamente mobiliada com madeira escura, objetos neutros e paredes cinza-claro, justamente para não interferir na sua concentração durante o trabalho. Apreciava tanto a vista de sua ordem quando entrava, que agora, com tudo laranja vibrante e fora do lugar, vê-la deixava-o prestes a ter uma síncope.
Fechou a porta com raiva e saiu pisando o chão quase com chamas embaixo dos pés até a sala do irmão. Entrou sem esperar ser anunciado, prestes a agarrar o pescoço do chefe/barra/irmão dependendo do que ele lhe dissesse sobre o absurdo em suas paredes.
— O que diabos aconteceu na minha sala? — perguntou furioso, mas tentando manter o tom de voz controlado.
— Por que eu deveria saber? É sua sala — Itachi respondeu casualmente, sem sequer dirigir o olhar pra confusão irritada que era Sasuke naquele momento.
— Itachi, não tem graça. Eu quero que consertem aquela bagunça agora! — exigiu, espalmando as duas mãos na mesa do irmão, que apenas deu um longo suspiro e decidiu enfim encarar o mais novo.
— Eu não sei do que você está falando.
— Minha sala tá toda laranja!
— Laranja? — Olhou confuso, franzindo o cenho.
— É! Laranja! Eu não tenho condições de entrar naquele lugar!
Itachi girou os olhos pelo drama do irmão. Era só a parede de uma sala, não havia sentido em tanto alarde. Em silêncio, lentamente tirou o telefone que havia em sua mesa do gancho e discou um número que Sasuke não conseguiu ver.
— Você vai ter que falar com alguém da manutenção — Itachi disse após desligar o telefone — Eu não consegui encontrar quem pediu pra mudar a cor da sua sala, mas já deixei avisado que você está indo lá pra mandar alguém voltar o escritório pra cor antiga.
— É o melhor que você consegue fazer?
— Por enquanto sim.
— Posso demitir o imbecil do pintor?
— Por que ele fez o trabalho dele? Claro que não, Sasuke, não haja como uma criança mimada. Demita a pessoa que deu a ordem.
Um pouco mais satisfeito, mas ainda irritado, Sasuke deixou a sala do irmão, se dirigindo até o departamento de manutenção. Teve que falar com quatro pessoas até finalmente ser indicado para onde ficava o responsável pelas pinturas feitas no prédio. A cada minuto fora de sua rotina seu mau-humor parecia piorar décadas.
Deu uma leve batida na porta e entrou antes de receber uma resposta do lado de dentro. Surpreendeu-se ao dar de cara com o que mais parecia um depósito de tinta misturado com ateliê, do que realmente com uma sala. Havia várias pessoas lá dentro, mas os olhos de Sasuke foram guiados instantaneamente para um rapaz usando um macacão de pintor lotado de manchas de tinta laranja. Te peguei!
— Você aí! Eu vou te matar! — gritou andando apressado na direção do rapaz, aparentemente distraído com algo que Sasuke nem se deu ao trabalho de olhar. Foi até ele, dando um tapa na mesa. — Quero minha sala do jeito que estava, agora!
— Oi? — o pintor respondeu confuso, tirando os fones de ouvido que estava usando (e que Sasuke não havia reparado).
— Quero que conserte minha sala agora, seu idiota. Quem foi o imbecil que te mandou meter aquela porcaria de cor na minha parede?
— Hei, vai com calma, moço! De que sala você tá falando, não tou entendendo nada.
— Tou falando da minha sala. A que você estragou com uma tinta horrível na parede.
— Ah, a sala do coordenador Uchiha?
— Não, energúmeno, a minha. Sou o Vice-diretor Uchiha.
— Vice diretor, coordenador, tudo a mesma coisa, não importa… — ele disse acenando pro ar, pra enfatizar que realmente não dava importância — eu recebi um pedido pra pintar a sala com uma cor alegre no final de semana. Não sabia que não gostava de laranja.
— Como assim “cor alegre”? De onde veio essa droga de ordem? — questionou, ficando cada vez mais irritado.
— Er… deixa eu ver aqui — disse enquanto abria uma gaveta e remexia em alguns papéis.
Sasuke ainda estava irritado, mas havia algo no rapaz que deixava-o levemente desarmado. Talvez fosse porque mesmo com ele se esforçando para demonstrar todo o seu descontentamento, o indivíduo continuava tratando-o de forma gentil. Ele falava com um tom de voz jovial e um amplo (e lindo, teve que admitir) sorriso não abandonava seu rosto nem por um segundo. Mas isso não seria o suficiente pra acalmá-lo. Se alguém no mundo achasse que poderia acalmar Sasuke Uchiha com um sorriso, estaria completamente enganado.
— Ah, achei — Naruto disse por fim, depois de vários minutos revirando uma gaveta completamente desorganizada — Ué… acho que quem deu a ordem foi você — Afirmou coçando a cabeça levemente, entregando o papel com o pedido na mão de Sasuke.
— Você é retardado ou o quê? — perguntou mais irritado ainda, lendo o nome de seu primo “Shisui” escrito no pedido que lhe foi entregue em mãos.
— Quê? — Questionou indignado. — Olha aqui, eu tou tentando levar numa boa e te ajudar, mas se você continuar me xingando eu vou me irritar de verdade e nem quero saber de quem você é chefe.
— Você vai se irritar?! Faz ideia de quanto trabalho acumulado eu devo ter porque tou tendo que perder tempo discutindo com um babaca que não sabe ler a droga de um nome num papel e destruiu minha sala inteira?!
— Cara, eu juro que vou te fazer engolir o próximo insulto que sair da sua boca. Eu não sei o que tá acontecendo, eu só fiz meu trabalho. Vai dar escândalo com o raio que o parta e cai fora daqui — Naruto disse, substituindo o semblante tranquilo por um olhar sério de intimidação e pondo-se de pé na frente de Sasuke. Estava ficando farto daquele maluco berrando na sua mesa.
— Você tá me ameaçando, é isso mesmo? Faz ideia de quem eu sou?
— Não sei e não me interessa. Cai fora, vai. — afirmou apontando em direção a saída.
— Cai fora você! Você tá demitido. E não pense que vai só catar suas tralhas e sair da minha empresa, não. Primeiro você vai consertar a porcaria que fez na minha sala e depois nunca mais quero ver a sua cara.
— Ah, você fala da porcaria que você me mandou fazer?
— Eu não mandei nada, idiota. A quanto tempo você tá aqui, afinal? Eu sou Sasuke Uchiha, vice-diretor, irmão do diretor, filho do dono de tudo isso aqui. Sa-su-ke! Shisui é a droga do meu primo, seu imbecil analfabeto!
Naruto não respondeu. Respirou fundo enquanto escutava o sermão, pontuando cada vez que Sasuke lhe dirigia um xingamento. Assim que a fala irritada do outro terminou, ele rapidamente o segurou pelo colarinho e acertou-lhe um soco bem dado, soltando-o no chão em seguida.
— Eu avisei que te faria engolir os insultos. E você não precisa me demitir não, pode deixar que eu tou saindo — disse, deixando a sala bufando e largando um Sasuke completamente atônito jogado no chão.
— O quê que vocês estão olhando?! Vão trabalhar! — Gritou para os demais funcionários que se aglomeraram em volta, atraídos pela confusão.
Sasuke deixou o local ainda mais furioso do que quando entrara. Tinha certeza de que se não tivesse um derrame ou um enfarte até o final daquele dia, não teria nunca mais.
Entrou às pressas no primeiro banheiro que encontrou no caminho para ver o estrago que o loiro havia causado em seu rosto. E ah, que ótimo, uma bela marca avermelhada e inchada já começava a surgir em volta de seu olho esquerdo. Certamente ficaria roxo por dias. Lavou o rosto e tentou endireitar o desastre feito na gola de sua camisa e retornou para sua sala, tentando ser visto o menos possível pelos demais funcionários.
Passou metade da tarde olhando fixamente pra tinta na parede, remoendo uma quantidade de ódio que nem sabia que era capaz de sentir e pensando em todas as formas possíveis de se vingar daquele loiro sorridente neandertal que estragou seu escritório, seu rosto e seu dia.
Foi tirado de seus pensamentos hostis por duas leves batidinhas na porta, mas não atendeu. Seu rosto devia estar péssimo, jamais deixaria algum executivo da empresa ver uma cena dessas. Muito menos seu irmão. Itachi provavelmente riria tanto que seria a gota d’água e Sasuke teria o tal do derrame que estava tentando evitar. Mas as batidinhas não param e após alguns momentos de insistência, a pessoa do outro lado decidiu ousadamente girar a maçaneta e enfiar a cabeça para dentro da sala.
— Oi, me desculpa, er, a moça na cadeira chique disse que você tava aqui.
— Não acredito… — Sasuke disse em um suspiro cansado, escondendo o rosto entre as mãos.
Era ele. O tal do cara da tinta laranja. Não sabia se sua vontade maior era de avançar no pescoço dele e enforcá-lo ou a de deitar a cabeça na mesa e chorar de nervoso, porque era simplesmente impossível um dia que começara tão promissor ter se tornado um pesadelo tão grande.
— Posso entrar? — perguntou, entrando antes de receber uma resposta e sentando-se na cadeira à frente da mesa de Sasuke — Er, seu rosto tá muito ruim?
— O que você quer? — disse seco, fuzilando Naruto com o olhar.
— Na verdade eu vim te pedir desculpas. Depois que eu saí eu entendi a confusão que eu fiz com os nomes hehehe — afirmou um pouco sem jeito, coçando a parte de trás da cabeça e rindo despreocupadamente.
— Não quero saber. Você destruiu minha sala, me bateu e me desacatou. Quero você fora daqui e se ameaçar fazer qualquer movimento na minha direção eu chamo a segurança e te tiro daqui algemado.
— Certo… — suspirou desapontado, baixando os olhos e retirando um crachá de seu bolso — eu fiz besteira, não vou mais discutir. Toma, a moça chique me deixou entrar aqui porque eu tinha que te entregar o crachá, já que tou demitido.
— Não é pra mim que você entrega isso, é no RH. — afirmou, levemente comovido com o semblante desolado do rapaz. Levemente.
— Ah, sim, é que… como eu pensei que a demissão fosse diferente por eu ter feito besteira e tals achei que fosse ficar com você… — Tentou pegar o objeto de volta, mas Sasuke acabou detendo-o.
— Tá, vai, nesse caso pode deixar aqui mesmo.
Naruto apenas assentiu e se levantou, indo em direção a saída completamente abatido. Antes de sair ele parou na porta e tentou mais uma vez.
— É sério, me desculpa, eu fiz um monte de besteiras seguidas e você acabou no prejuízo. Eu queria te compensar de alguma forma, então, assim, se você quiser.... você podia… quero dizer eu, é, eu podia te pagar uma bebida qualquer dia desses.
Sasuke não soube o que responder, surpreso pelo convite. O cara estraga sua sala, lhe enfia um soco no rosto e depois ainda quer chamá-lo pra beber?
Como demorou demais pra dizer qualquer coisa, o outro apenas deixou a sala resignado.
O jovem e irritado Uchiha começou a fingir arrumar alguns papéis em sua mesa pra tentar convencer a si mesmo que não havia ficado tentado pela oferta do loiro. A verdade é que seu dia estava um desastre, o local onde apanhara estava latejando e não havia nada que estivesse desejando mais naquele momento do que uma bebida bem forte. Mas era muita ousadia do pintor idiota e Sasuke não daria esse gostinho pra ele. Enrolou durante alguns minutos e decidiu ir sozinho pro bar. Certamente o tal cara teria ido embora e ele conseguiria pelo menos terminar o seu dia em paz.
Ligou para sua secretária e pediu para que lhe chamasse um táxi. Foi até a saída da empresa evitando todos os caminhos onde a chance de encontrar pessoas era maior e pediu ao taxista para ser deixado em um bar já conhecido nas imediações.
Chegou no bar e escolheu um canto afastado no balcão. A luz baixa e a música ambiente suave já amenizando seu stress. Pediu um whisky sem gelo e sorveu um pouco da bebida, fechando os olhos e tentando recuperar a serenidade que acompanhava seus dias sem loiros laranjas doidos virando tudo de cabeça-pra-baixo.
— Resolveu vir, afinal? — Escutou uma voz lhe dizer enquanto o dono dela sentava-se no banco ao seu lado.
Ah não…
— Sasuke? É Sasuke, né? Não vou errar outra vez hahaha!
— O que é agora? — perguntou abrindo os olhos e encarando o rapaz. Ele ficava diferente sem o uniforme manchado. Diria até… bonito.
— Nada, ué. Poxa, você ainda tá bravo? O que eu preciso fazer pra te ver sorrir? — Ele parecia “alto”. Estranho, porque Sasuke não havia demorado tanto assim pra sair da empresa, não deveria ter dado tempo pra ele se embebedar.
— Precisa desaparecer da minha frente. — afirmou fingindo uma expressão emburrada. Droga, o sorriso estava desarmando-o de novo e dessa vez somado a luz baixa, música tranquila e bebida alcoólica, sabia que suas defesas não iam durar muito tempo.
— Oras, mas se eu sumir eu não vou ver o sorriso. Eu disse o que eu preciso fazer pra eu te ver sorrir.
— Sei… por que não começa me pagando aquela bebida que tinha prometido?
As horas passaram rápido e Sasuke já não saberia dizer quanto tempo ficaram ali. Entre um gole e outro, descobriu que Naruto era simples, cativante e fraco pra bebida. Tagarela também, claro. O rapaz provavelmente narrou para ele todos os dias de sua vida. Falou sobre os pais, sobre os zilhões de amigos, sobre seu cão de estimação (Sasuke odiava cães e não conteve um ou outro rolar de olhos nessa parte), até sobre seus ex-relacionamentos amorosos Naruto contou. Em algum momento que não soube dizer ao certo, Sasuke havia ficado completamente hipnotizado por toda essa energia calorosa que o rapaz emanava. Depois de ter perdido a conta de quantas doses de whisky havia bebido, inconscientemente começou a flertar com o rapaz.
— Olha, Naruto, só quero dizer que depois te tudo o que você me fez passar hoje, você ainda tá me devendo — disse com um sorriso de lado.
— Como assim? Eu já devo ter te pago uma cem bebidas. E eu tou sem emprego agora, não me explora! Hahahaha.
— De repente você podia me recompensar de outro jeito. — tentou soar o mais sugestivo possível e aparentemente Naruto entendeu, porque ele acabou diminuindo bastante a distância entre eles.
— E por acaso você tem alguma ideia em mente?
— Você sabe que sim — respondeu, acariciando a lateral do rosto de Naruto com uma das mãos.
— Você é um cara muito estranho.
— E você fala demais. — Bufou sem paciência com a “enrolação” do companheiro e desistiu de esperar, puxando levemente o rosto dele em sua direção e inclinando-se até unir seus lábios com os dele.
Não foi um beijo longo. Na verdade, como todos os outros momentos entre eles, foi inesperado, simples e estranhamente prazeroso. Beijaram-se lentamente, apenas reconhecendo um pouco a boca um do outro e finalizaram o ato ambos com sorrisos encabulados no rosto.
Naruto endireitou-se em seu banco quando se separaram e tentou continuar conversando despreocupadamente como já vinha fazendo, ignorando o martelar acelerado em seu peito e a sensação de queimação em suas bochechas.
***
Quando abriu os olhos pontualmente às 06:00 da manhã daquela terça-feira, o primeiro pensamento de Sasuke é que queria estar morto. O segundo pensamento foi que provavelmente o primeiro se tornaria realidade em breve, porque não poderia ser possível um ser humano sentir tanta dor de cabeça e não estar à beira da morte. Ignorou por cinco vezes a função “soneca” de seu despertador, até a responsabilidade bater em seu rosto, fazendo-o se levantar desesperadamente atrasado.
Tomou um banho apressado, vestiu um terno qualquer sem nem olhar, tomou dois comprimidos analgésicos junto com um café meio frio que havia sobrado do dia anterior. Pelo menos deu comida pro gato.
Desceu para o estacionamento e lembrou-se, entrando em estado de pânico, de que havia deixado o carro na empresa. Chamou um motorista qualquer em um aplicativo de celular e conseguiu chegar no trabalho, embora 45 minutos atrasado.
E só pra melhorar toda a história, sua cara estava enorme de inchada e roxa e o sol já despontava a todo vapor no horizonte.
Quando entrou em sua sala (ainda laranja) e sentou em sua mesa havia constatado que aquela tinha sido a manhã mais atrapalhada de toda sua vida. Estava atrasado, com pilhas de trabalho por fazer e sua aparência estava um trapo.
Respirou fundo e esfregou os olhos, se arrependendo em seguida por pressionar o inchaço na lateral de seu rosto.
Estava quase amaldiçoando seu destino tortuoso quando o pequeno objeto abandonado em sua mesa chamou sua atenção. Admirou por alguns minutos o largo sorriso do jovem rapaz loiro na fotografia impressa no crachá da equipe de manutenção, lembrando-se do beijo e das agradáveis horas que havia passado ao lado dele. Talvez devesse pedir o telefone dele pro departamento de RH e retornar devolvendo-lhe o emprego.
Teve o pensamento interrompido por algumas batidas na porta, seguido pela aparência de sua secretária timidamente na entrada, anunciando que um senhor da manutenção estava aguardando do lado de fora para pintar novamente sua sala.
Pensou por um momento, ainda olhando pra foto no crachá, em seguida observando atentamente a pintura em suas paredes. A confusão de sua manhã ainda deixando-o levemente desestabilizado, mas ainda assim, um estranho calor agradável parecia ter se alojado em seu peito desde o dia anterior. Acabou dando um sorriso rendido e finalmente respondendo a mulher que lhe aguardava.
— Pode dispensar o pintor. Eu tou começando a me acostumar. Acho que eu tava precisando de algo mais alegre mesmo.
Nota:
Essa fanfic foi feita para um desafio do grupo Família SasuNaru no Facebook, cujo tema era “primeiro beijo” e três itens obrigatórios eram sorteados para serem usados na fic.
Meus itens foram: Crachá, Mal entendido e Tinta.
Merci pour la lecture!
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