Duda se foi.
Assim como chegou, partiu de repente, feito um raio. Aliás, feito um cometa e sua grande cauda ou ainda como um asteroide, que ao se aproximar do sol e do nosso planeta um pouco se desfaz, deixando um rastro de saudade.
Sim, lembrar de nossa Duda é como testemunhar uma chuva de meteoros a se repetir todos os anos. Os rasgos de luz no céu noturno são prova incontestável da presença passada de um grande corpo celeste.
Nossa Dudinha era um pequeno corpo de cerca de 25 quilos, mas, com uma aura gigante. As luzes que emanava ainda estão presentes, mesmo no vazio que deixou, um pouco atenuado pelas flores a lhe substituir em seu local de repouso.
Companheira fiel de meus escritos, sempre a me ladear durante a solitária tarefa de criar histórias. Motivo de alívio a tornar um pouco menos penoso este período sombrio de pandemia. Não me esqueço de sua alegria com as bolinhas e de sua forma matreira de tentar desobedecer, subindo no sofá ou entrando sorrateiramente na casa, a partir da porta da lavanderia. Ainda me surpreendo com sua capacidade de saltar e dar piruetas no ar, provável herança de sua ascendência australiana. Nadava, pulava, corria atrás dos gravetos atirados à distância, tentava compensar sua pequena altura esticando-se ao máximo sobre as patas traseiras, ávida por acompanhar o desenrolar dos fatos na janela da cozinha. Seus amigos caninos ainda lamentam sua ausência. A casa ficou silenciosa. Ainda acho estranho não ter o que limpar no quintal, ao final de todos os dias.
Pouco a pouco, a dor arrefece em resignação e lembranças. Foram 6 breves anos de convívio intenso.
Conforto-me um pouco ao saber que os malditos fogos de artifício não mais a assustam; pelo menos isso!
Obrigado Duda.
Esteja em paz...
Merci pour la lecture!
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