chimminiez Vanessa | chimminiez

Após cinco longos anos de espera e amargura, Xiao Zhan reencontra seu grande amor. O soldado Wang Yibo estava ferido e cheio de saudades do seu noivo, e em meio a tantas estações vazias e frias para o professor Xiao Zhan, Yibo trouxe novamente cores e emoções para elas. Capa por: Lady-chang (WD)


Fanfiction Série/ Doramas/Opéras de savon Déconseillé aux moins de 13 ans.

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Você é minha Primavera

Era primavera.


Completavam-se cinco anos sem vê-lo. Sem ouvir a voz rouca sussurrando as mínimas palavras bobas sem sentidos que o fazia rir.

Seu peito apertava conforme o tempo passava e as notícias não chegavam, assim como as cartas de repente pararam há dois anos atrás. Estava preocupado, triste e com o peito transbordando de saudades. Seu grande amor estava longe, agindo no exército pela segunda vez após um suposto desconfio de guerra. Yibo havia se disposto a ir quando soube que seu pai iria assumir um dos batalhões, sendo assim, deixando Xiao Zhan para trás.

A partida foi dolorosa e enternecedora. As mãos geladas de Xiao agarravam fortemente o fardamento duro; os dedos quase amassam a veste alheia, como se não quisesse deixá-lo ir, e realmente não queria. Por outro lado, não era um sentimento tão diferente do de Wang Yibo, que tentava a todo custo abraçar o amante e acalmá-lo, odiando ser o motivo do choro do amado.

O sussurro da voz rouca em seu ouvido foi a única coisa que nunca se esquecera, mesmo que longos anos se passassem.

"- Voltarei para você."

Xiao se lembrava da voz quebrada, as lágrimas molhando sua bochecha até que o carinho do nariz alheio se fizesse presente, arrastando os lábios frios até os semelhantes antes de beijá-lo. O beijo foi lento embora eles tivessem pressa, pois o carro já esperava o rapaz. Depositando todo seu amor no beijo, Wang Yibo se esforçou muito para afastar-se.

E em seguida, ele se foi.

Mordendo o lábio, enfiou as mãos dentro do casaco enquanto observava a primeira neve cair. Dentro do carro o soldado sorriu olhando para o floco cair. E agora era primavera, a estação onde ambos vivam na própria bolha de amor, porém há cinco anos tem se tornado vazia e melancolica.

Observando pela janela algumas pessoas rirem, alunos e casais sentados na praça, deixou um sorriso tristonho escapar.

"Ah, eu sinto sua falta." —pensou.

Estava tão absorto que não percebeu que o murmúrio fora alto o suficiente para que os outros ouvissem.

— Você disse que voltaria pra mim.

Ouviu uma risadinha fraca e logo seus olhos se arregalaram ao notar que seus alunos ouviam. Um deles veio até sua carteira, trazendo consigo as folhas que recolheu.

— Aqui estão todas as redações. — Ele as colocou na sobre a mesa e então olhou para o professor, que tinha as bochechas levemente rubras. — O senhor gostaria de ir com a gente assistir um filme? Vamos pegar algumas flores e soltá-las no rio.

Se essa pergunta tivesse sido feita há cinco anos atrás, Xiao Zhan aceitaria sem pensar duas vezes pois ele gostava de manter um bom relacionamento com os alunos. No entanto, desde que ficara sozinho, ele havia mudado para uma pessoa mais reservada e menos divertida. Xuan Lu, uma de suas amigas e também professora, mencionava em todas as conversas sobre sua mudança e que ele precisava viver um pouco mais. Seguir em frente. Mas era uma das coisas que Xiao Zhan se negava a fazer, seguir sem o seu amado.

Contudo, ela não estava errada sobre viver mais. Sorrir mais. Mesmo que esteja sangrando por dentro.

— Eu não sei, ainda tenho que corrigir as atividades... — O menino resmungou, entristecido.

— O senhor pode fazer isso depois de curtir um pouco com seus alunos queridos? Por favor, até o professor Liu Hai Kuan também irá com a gente. — argumentou. O educador mencionado era um dos melhores amigos de Xiao Zhan, também era quem sabia convencê-lo facilmente em qualquer coisa. Uma das vezes foi o encontro com Wang Yibo quando eram jovens.

— Tudo bem. Tudo bem, eu vou. — disse por fim. O garoto abriu um sorriso largo, deixando visível sua felicidade. — Estão liberados!

Os alunos começaram a recolher seus materiais enquanto Xiao suspirou, aliviado por não ouvir piadinhas sobre o murmúrio infeliz que havia soltado. A turma pareceu mais contente após aceitar o pedido, o professor se surpreendeu com o tanto de sorrisos que foram direcionados para si; talvez tenha sido por isso que eles acabaram esquecendo seu ato anterior. Agradeceu mentalmente por isso.

Seguindo o grupo de estudantes e alguns professores, o moreno apertou firme apertou a mochila, olhando ao redor e finalmente pôde reparar o quão bonito que aquela estação provocava. Alguns alunos pegavam flores, filhas e até sementes que foram espalhadas provavelmente pelo jardineiro da escola. Alguns riam e outros só se importavam com tirar fotos. Era tudo tão lindo e acolhedor, fazia tempos que não reparava nisso pois o vazio impossibilitava a reparar nesses pequenos detalhes.

— Eu gosto disso, você sorrindo assim contagia a todos. — Xiao se assustou com uma voz conhecida. Liu Hai Kuan tocou brevemente seu ombro. — Você está feliz.

Sorriu, calmo ainda sem tirar os olhos das pessoas perante a si.

— É, estou um pouco.

— Não acreditei quando Xuan Lu disse que você estava aqui, queria ver com meus próprios olhos. — Xiao riu, negando brevemente pois era a cara dos seus amigos fazer aquele tipo de coisa, mas já estava acostumado. — Você ainda espera por ele?

Não era preciso mencionar o nome pois ambos já sabiam de quem se tratava. Além disso, Yibo era amigo de Liu Hai, e sempre que podia eles colocavam a conversa em dia. Xiao queria poder dizer que a saudade ainda era presente, mas que estava superando aos poucos a ausência do homem que amava. No entanto, seria uma bela mentira.

— Sempre irei esperá-lo, não vou desistir. — A resposta tinha uma certa autoridade e convicção, certeza de que uma dia Wang Yibo apareceria bem, saudável e cheio de saudades.

Antes de dormir se perguntava o porquê das cartas pararem tão de repente, nenhuma notícia chegava e não era apenas do noivo, o pai dele também não voltara para casa, assim como alguns soldados que foram com eles.

Porém, Xiao nunca deixou de esperá-lo. A esperança nunca havia sumido em seu peito. Por Deus, ele só queria uma resposta e queria o rapaz que fazia seu coração palpitar rapidamente ao seu lado.

— Ele vai voltar. Foi uma promessa. — O amigo assentiu, concordando afinal, ele também acreditava que Yibo estava bem.

Em seguida, ambos viram um aluno se aproximar com um buquê de flores, e constrangido ele entregou para Xiao Zhan. O educador sentiu as bochechas queimarem, mas aceitou pegando delicadamente o buquê.

— O senhor sorriu hoje, esse buquê é um presente nosso. — O professor olhou sobre o ombro do garoto vendo que alguns alunos olhavam para ele.

— Ya! Não façam isso, eu fico constrangido. — O grupinho acabou rindo do muxoxo do mais velho, porém sabiam que ele havia gostado. O pobre professor sequer reparava, mas a maioria da classe fazia de tudo para arrancar um sorriso verdadeiro dele; era raro isso acontecer, mas quando acontecia, a vibração deles não era pouca. Agradeceu depois de um tempo. — Obrigado, pessoal.

Ainda que passou pela sua cabeça não aceitar o convite da turma, o passeio foi divertido. Após ajudá-los a colher algumas folhas e "jogá-las" no rio, decidiu voltar para casa. Embora a casa tenha sido silenciosa desde que Yibo partira, Xiao se sentia acolhido, não por ser sua casa, e sim porque ambos tiveram os melhores momentos lá. Se despediu deles e seguiu para casa sozinho, mesmo que Liu Hai tivesse se oferecido para levá-lo.

Quando avistou a pequena casa, ele apertou a mochila algumas vezes e o buquê quase foi solto de sua mão. Sabia que quando entrasse lá os retratos lembrariam-no que estava faltando alguém. Bichen, a cachorra que Yibo adotou, estava tão deprimida quanto ele. A pobre cadela tinha se acostumado a dormir no colo do dono, receber carinhos quando bem-quisesse.

"Céus, eu estou sozinho."— E de fato ele estava.

Ao abrir o portão, Bichen correu em sua direção, fazendo assim o moreno abaixar-se para fazer carinho nela. Um tempo depois largou a mochila no jardim e apoiou os dois braços sobre o muro, apoiando o queixo ali. O muro não era alto, ficava a altura do peito alheio, disponibilizando assim a vista das árvores que cercavam sua casa.

A força do vento fazia os galhos se baterem, causando ruídos ao chacoalhar as folhas. Estava tão perdido em seus pensamentos que não considerou olhar para Bichen que latia incontrolavelmente, a cadela tentava a todo custo passar pelo portão entreaberto, e foi então que Xiao olhou na direção dela e depois para onde ela olhava.

Seus braços tremeram assim como sua boca; os olhos bonitos encheram-se de lágrimas conforme não acreditava no que estava vendo. Um homem fardado e de chapéu se aproximava mancando, arrastando-se aos poucos com determinação para chegar onde quer que queira.

Não conseguia se mover. Suas pernas moles como gelatina não o permitiam sair do lugar e correr desesperadamente. O coração batia tão forte que chegava a doer, porém a dor não se igualava a toda angústia que sentiu todos esses anos. Se perguntava "é realmente ele?". Não queria criar falsas esperanças novamente, além de ter sonhado inúmeras vezes com Wang Yibo voltando para casa, voltando para ele. Portanto não sabia mais se era real, mas desejava que sim.

O rapaz que mancava levantou a cabeça, encarando seu lar depois de cinco longos anos. Então ele finalmente percebeu que alguém estava no muro, olhando-o em estado de choque, sem mover um músculo.

Foi reação em cadeia.

O som das andorinhas era agradável, as folhas eram levadas com o vento graciosamente. Os olhos do soldado se encontraram com o do professor quase imediatamente, curvando os lábios cheinhos em um sorriso ao ver a figura do homem que amava. Se esforçou para chegar até ele, a perna direita doía um pouco, e ainda que estivesse mancando, seu objetivo era alcançar o noivo que pareceu sair do transe. Quando Xiao Zhan tomou coragem para abrir o portão e dá-lhe a oportunidade de vê-lo por inteiro.

Xiao Zhan tinha emagrecido consideravelmente, mas não estava menos bonito. Ele segurava um buquê de flores, qual soltou sem pensar duas vezes quando percebeu que o braço do soldado estava enfaixado e algumas manchas de sangue estavam espalhadas sobre a faixa. Claramente preocupado, Xiao se aproximou agarrando-o pelos ombros, mas mantendo cuidado para não bater nos machucados. Ao longe ele não tinha a visão perfeita do rosto de Wang Yibo, por tanto, quando pôde olhá-lo de perto se assustou com alguns machucados no rosto.

— Eu voltei para você! — Sem delongas, Yibo colocou sua boca na semelhante como tinha esperado fazer nesses cinco anos. Um de suas mãos cobriu a nuca alheia e a outra estava na cintura fina, trazendo o moreno para perto de si, aproveitando para aprofundar o beijo.

— Você é real. — Xiao Zhan murmurou entre o beijo. Os fios castanhos escuros eram puxados pelos dedos do professor, descontando toda frustração e saudade. Yibo não estava tão diferente e não ficava para trás, apertando o corpo do outro com potência e rigidez. — Eu senti sua falta.

Algumas pessoas que moravam por aquela região pararam aos poucos para observar o casal. Eles sabiam sobre o soldado ter ido embora e, para eles, Yibo não voltaria mais. E agora ele estava ali, abraçando o noivo e o beijando desesperadamente.

— Eu te amo. — sussurrou ofegante quando romperam o beijo e as festas se colocaram. Repetira as frases várias e várias vezes, sem se importar se estava parecendo um louco; agora tinha Xiao Zhan em seus braços e não perderia a oportunidade de dizer o quanto o amava.

— Eu te amo. — Xiao sorriu. E ajudando o noivo a voltar para casa, percebeu que ao redor algumas pessoas ainda os encaravam. Suas bochechas ficaram vermelhas. — Está machucado! O que aconteceu? Por que parou de me mandar cartas? Seu pai está bem?

— Eles nos mandaram para o Afeganistão, não sabíamos que era essa a missão. Depois de um tempo, fomos surpreendidos por alguns policiais. Desde então eles proibiram qualquer contato fora de lá e tivemos que sobreviver ao pior, todos os dias. — Eles entraram no jardim da casa, sendo recebido por Bichen, que pulou sobre o dono. — Eu também senti sua falta.

A cadela pulava alegremente sobre o rapaz que a todo custo tentava acalmá-la. Xiao Zhan ainda estava preocupado, eram tantas perguntas rondando sua cabeça naquele momento. Por outro lado, se sentia aliviado por Wang Yibo está de volta. O acastanhado pegou o buquê caído no chão e entregou ao noivo.

— Acho que isso é seu. — sorriu. No entanto, Xiao Zhan ainda parecia querer uma resposta, e por isso segurou a mão dele, puxando-o para o banco que havia no jardim. — Todos os dias em que estive naquele lugar, pensei que não voltaria mais. Mesmo não podendo entrar em contato com você, continuei escrevendo as cartas e escondendo-as dos civis. Passamos três anos em uma base antes de sermos jogados no Afeganistão. — Yibo tentava explicar calmamente, mantendo-se atento às expressões do noivo. — Três meses antes voltar para casa, fomos novamente surpreendidos por bombas, e uma delas atingiu a tenda do meu pai. Ele ficou gravemente ferido, ele me salvou. Minha perna tinha ficado presa nos destroços da tenda, logo depois perdi a consciência e fiquei dois meses inconsciente.

— Como conseguiu sair de lá?

— Um dos nossos me salvou. Wang Zhou Cheng não conseguiu salvar o meu pai, mas ele foi forte e inteligente o suficiente para montar um grupo estratégico e voltar para casa.

Xiao Zhan não consegui dizer nada. A mão entrelaçada ainda tremia, tentava a todo custo segurar as lágrimas teimosas, porém era quase impossível. Antes que pudesse repreender o acastanhado, seu queixo foi segurado delicadamente e guiado até a boca dele. Wang Yibo mordeu o lábio inferior do noivo, arrancando um suspiro leve. Dessa vez, o beijo era intenso. As línguas dançavam de forma sensual.

O professor sempre imaginou voltar para os braços do amado e agora realmente estava, acolhido enquanto tinha seus lábios tomados com desejo. Uma felicidade tomava conta do seu peito, coisa não acontecia há muito tempo. Quando deitava na cama grande com Bichen, Xiao se sentia sozinho. A amargura era presente. Dolorosa.

Antes que ambos pudesse avançar para mais um beijo, ouviram uma voz tímida. Era o aluno que entregou o buquê, Zheng FanXing, e ele não estava sozinho. Atrás dele, um pequeno grupo de alunos curiosos se esgueirava através do muro, olhando para o casal com as bochechas rubras.

Acanhado, Xiao se afastou do noivo de súbito fazendo os alunos e o próprio Yibo rirem.

Zhang FanXing tinha levando algumas flores novamente, achando que ganharia mais um sorriso como recebeu na escola. Mas se surpreendeu pela felicidade estampada na casa do educador, que olhava timidamente para o rapaz que segurava sua cintura.

— A gente só queria entregar isso. — passando pelo portão, ele deixou algumas das flores que Xiao costumava a admirar. Largou-as no jardim e correu para fora, gritando que não queria atrapalhar.

— É primavera. Você costumava gostar dessa estação... — Yibo o abraçava de lado, aproveitando assim a oportunidade de beijar o pescoço alvo e livre de marcas.

"Oh, sim, eu costumava a gostar quando você estava aqui." —pensou.

Xiao abraçou o noivo, apoiando os braços nos ombros dele. Wang Yibo era incrivelmente lindo, tinha certeza que ninguém além dele poderia fazê-lo se sentir confortável. Bem e vivo. Porque simplesmente amava aquele soldado e estava disposto a amá-lo incondicionalmente.

— Talvez, porque você era a minha primavera.

Naquele ano, a primavera não foi fria e vazia. Não tinha angústia ou silêncio na casa, não tinha apenas Xiao Zhan. Por mais que anos passassem, o soldado Wang Yibo não deixaria de amar Xiao Zhan.

E se para Xiao o noivo era a primavera, para Wang Yibo, ele era todas as estações.

5 Décembre 2022 23:02 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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La fin

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