O dia começava tranquilo, uma ventania suavizava o calor da manhã, o sol ao longe iniciava o seu brilho, triunfante reinava sobre o céu, o mesmo que a décadas permanecia vermelho, rachado ao meio, deixando uma pista do que havia acontecido com aquele lugar, as areias eram constantes, não se via local sem esse grão, tudo estava deserto, sem vida. É neste cenário que um jovem, digamos, vagaroso, porém, explorador, se encontrava naquele instante, sim ali ele estava, não se sabia o nome nem idade, mas pela sua aparência "lisa", delicada e vigorosa, posso dizer positivamente que estava em sua juventude. No entanto o mesmo não estava apenas de passagem, buscava algo, pois seu semblante mostrava isso, muito para frente e determinado, buscava sem parar por sobre as areias, pistas de algum objeto que tivesse valor, se é que algo poderia ser vendido em tais circunstâncias. Passa-se um certo tempo, não acha o que procura e desanima, seus olhos voltam-se para o céu, pensativo foca sua atenção no mesmo, sem desviar, fixo, parecia uma estátua de tempos antigos, aquelas que diziam ter seus olhos voltados para o futuro.
Alguns minutos se passam, e ele logo volta a realidade, pega em seu peito e retira uma placa de metal onde estão gravadas letras que formam o nome "Khafifa". Apertando o pedaço de ferro, começa a andar, segue em frente, parecia que algo lhe tinha vindo a memória quando tocou no objeto. Uns passos a frente, ele encontra um poste que tem escrito em sua parte superior "Memórias de um antigo refúgio", em frente podia-se ver ruínas que estavam sendo engolidas pelas areias do deserto. O jovem se empolga, acha que pode encontrar o que procura. Andando pelos devastados caminhos do local, que estava refletindo o vermelho dos céus, formando um ambiente pintado de cor sangue. As horas se passavam, o vermelho tomava uma tonalidade de vinho escuro, a rachadura que cortava os ares ao meio, começava a se expandir, logo o nosso amigo percebe que já estava ficando tarde, e as coisas ao tardar do dia, iam ficando mais e mais escuras. Andando mais um pouco, encontra um prédio soterrado, as paredes rachadas, o teto um pouco quebrado, mas, resolve entrar sem muita demora, pois sabia o que poderia acontecer se não buscasse abrigo. Tal lugar, era um antigo refúgio, dava para saber, pois em suas paredes estavam escritos relacionados a luz e brilho, corações e símbolos amorosos que retratavam pessoas unidas. Todavia, o que mais chamou atenção de nosso explorador, foi um ícone que lembrava uma espada, era enorme e estava acima das pessoas, envolto em um gigantesco coração que expelia raios brilhantes. Lembrou-se, que tudo aquilo outrora fora a principal linha de defesa contra as trevas que hoje estavam assolando-o, consumindo seu mundo, um deserto escuro.
Recordou-se de um período distante, sua infância, quando o seu mundo ainda tinha traços de humanidade, o amor e afeto de seus pais, as notícias de vitória e derrota contra A Escuridão, que naqueles dias ainda não havia saído do ocidente, quando as forças terrestres do mesmo não haviam sucumbido perante o poder devastador da maldade que vinha em forma materializada. Seus pensamentos ficaram naquilo, enquanto a noite vagava, lentamente, em um mundo que não sabia distinguir a luz do dia, com a escuridão noturna.
Merci pour la lecture!
Nous pouvons garder Inkspired gratuitement en affichant des annonces à nos visiteurs. S’il vous plaît, soutenez-nous en ajoutant ou en désactivant AdBlocker.
Après l’avoir fait, veuillez recharger le site Web pour continuer à utiliser Inkspired normalement.