Eu devia estar estudando. Sinto que aquela prova sugará todo o pouco que eu sei. Mas estou entediado e não consigo estudar assim. Eu só consigo escrever.
Escrever tem sido meu dom desde quando a vida resolveu me fazer um solitário. Amigos? Tenho alguns, ou só um, ou ninguém. Eu sou o meu amigo desde quando o dia amanhece, mas tem dias que nem eu confio em mim.
Escrever liberta as palavras que eu não exponho por não possuir oportunidade de vomitá-las para fora. Não que eu não queira falar, mas meio que não sei me expressar. Pessoas elogiam a forma que eu escrevo com a alma, mas não entendem que só consigo escrever assim porque está tudo abafado, sufocado e tais palavras pedem para serem libertas no ar. Mas não, eu as liberto numa folha de papel em branco do Word. Não costumo escrever numa folha de papel porque sou bem ecológico.
Escrevo por fruição, a fim de ver o tempo correr. Não sei se um dia algum livro meu chegará impresso nas mãos de alguém, ou se terei um livro pronto para ser chamado de meu, mas é o que eu idealizo. Eu escrevo com todas as forças que ainda possuo. Era para eu estar vivendo, mas eu estou escrevendo... Nem eu mesmo me entendo. E por não me entender, muito menos entender com quem eu convivo que eu busco respostas. Busco respostas a partir dessa arte tão bela que é a escrita.
Eu não quero seguir um padrão de gênero, muito menos quero que o que eu escrevo seja considerado um texto literário. O que eu quero é que as palavras de um solitário estejam expressas e impressas nas folhas de um livro. Seria como se fosse a minha catarse digital ou impressa, o meu alívio, pois escrever é o meu psicólogo favorito.
(Por Igor Azevedo, antes de provar a si mesmo que poderia produzir algo tão completo e único: o seu primeiro livro.)
Merci pour la lecture!
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