chimminiez Vanessa | chimminiez

Casado com Sasuke, alfa líder da alcateia, Naruto tinha que lidar com a ausência do marido e com os dois filhos alfas. E mesmo que vivesse em meio a tanto caos, o ômega sente seu peito doer de felicidade quando descobre que novamente está grávido, porém não sabia que teria que enfrentar o possível ataque contra a sua alcateia e seu marido.


Fanfiction Anime/Manga Interdit aux moins de 18 ans.

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Sentimentos Estranhos

As mãos pequenas do ômega apertaram o lençol conforme se contorceu na cama. Sonhava que estava em uma casa vazia, era somente ele e um porta-retrato ao lado da cama sobre o criado-mudo. Na foto ele sorria ao lado de Sakura e sua esposa Ino, ambas fazendo careta, ao lado delas estava ele e Sasuke, seu Alfa.


Os olhos marejados se fecharam com força, tentando acabar com todo o sofrimento que aquele sonho lhe causava. Queria estar nos braços de Sasuke, junto dos dois filhos, o qual não conseguia largar ou ficar muito tempo longe. Sendo ômega do líder da alcateia, Uchiha Naruto sentia a ausência do companheiro alfa, mas que era suprida pelos dois filhos pequenos e um tanto rebeldes.


Apesar de não ter o marido sempre em casa, Naruto ainda se deleitava quando Sasuke voltava para casa cansado e com o corpo fervendo a procura pelo ômega dele. O Uchiha era ciumento, um pouco possessivo às vezes, e ele sentia pela marca o quanto o ômega estava triste. E caramba, eles nunca tinham muito tempo para conversar. Por isso Naruto sempre se sentia só e se não fosse pelos filhos sempre o enchendo de ocupações, ele estaria pensando bobeira. Assim como estava pensando na noite anterior, quando o marido chegou em casa.


Ele parecia cansado e estava sujo de lama, ao entrar na casa ainda foi possível ouvir algumas garotas ômegas agradecendo ao alfa por ajudá-las. Uma pequena pontada de ciúmes surgiu, foi breve, mas o suficiente para fazê-lo pensar besteiras e duvidar se Sasuke ainda o amava. Embora pudesse sentir através da marca que os ligava que ele ainda sentia algo por si, o loiro não sabia dizer o quê e quanto tempo duraria.


Mas agora estava preso em um pesadelo sobre o que mais temia; perder sua família. Só queria que aquilo acabasse logo, mas quando ouviu uma voz sussurrar seu nome, já sabia quem era. Um sorriso fraco nasceu em seus lábios e em seguida os olhos azuis foram se abrindo lentamente, até que se focassem na imagem do Marido. O olhar preocupado deste aqueceu seu coração, ele olhava-o procurando indício de que estivesse doente ou algo pior.


O Alfa tratou de embrulhar o corpo pequeno quando viu que nada grave tinha acontecido, soltou um suspiro de alívio e tratou de deixar o loiro sobre seu corpo. Sasuke escorregou as mãos para a cintura de Naruto, sentindo a pele macia e as gordurinhas no local.


— Voltou para casa por causa de mim? — Naruto perguntou cabisbaixo e sentiu-se ainda pior quando Sasuke assentiu. O ômega virou o rosto para que o moreno não visse a tamanha decepção consigo mesmo por fazer seu alfa voltar para casa, por causa de um mero pesadelo. — Me desculpe, nunca quis atrapalhá-lo. — A voz saiu chorosa e sussurrada.


O líder não disse nada, estava espantado com a tristeza que sentia pela marca e não era só isso, seu esposo estava chorando silenciosamente para não o preocupar.


— Não queria ser um peso morto. — Conseguiu ouvir o loiro dizer, mas antes que pudesse agir o loiro fugiu dos seus braços, aproveitando que o choro de Boruto foi ouvido. — Irei preparar seu banho.


Sasuke assistiu ele sair do quarto apressadamente, provavelmente sabendo que iria chamá-lo para conversar sobre a atitude anterior e sobre os sentimentos nada bons vindo da marca. Esperou que ele voltasse para o quarto, céus, minutos e minutos haviam se passado, o silêncio corria solto pela casa e não era mais possível ouvir o choro de Boruto. Decidido a falar com o companheiro, Sasuke saiu do quarto deixando a camisa para trás, caminhou sorrateiramente até o quarto dos filhos, onde o encontrou.


Naruto segurava Boruto no colo, embora soubesse que isso lhe traria dores por causa do peso. O filho mais novo tinha dois anos e Sarada tinha cinco anos, uma filha completamente esforçada e apegada ao Naruto. Talvez os dois fossem mais apegados ao Naruto, pois poucas eram as vezes que viam o Sasuke em casa e quando ele estava, bom... estava descansando no quarto. Isso obviamente machucava as crianças e o ômega, porém o Uchiha não havia notado de fato, era um pouco desatento para essas coisas. Contudo, ultimamente estava tão afastado da família que sentia-se um estranho quando voltava para casa e encontrava todos dormindo ou Naruto contando historinhas para as crianças já sonolentas.


Era um idiota e sabia disso.


— Preparei seu banho no andar de baixo, achei que gostaria de banhar-se sem barulho algum. — A voz controlada de Naruto o tirou do devaneio, fazendo-o encarar as costas do menor e o rostinho infantil do filho enterrado no pescoço deste. — Se apresse ou a água irá esfriar.


— Certo. — Disse relutante, tudo que queria era puxá-lo, levá-lo para seu quarto e interrogá-lo até que lhe contasse a verdade. Mas precisava ser paciente e conversar passivamente com o loiro, de preferência com os filhos não estando por perto. — Após Boruto dormir venha até mim, vamos conversar. Tudo bem?


— Sim.


A resposta breve o fez virar os calcanhares e partir em direção ao banheiro principal, que ficava no andar de baixo. Quando tratou de tirar a calça e cueca suja, deixando ela ao lado no cesto de lavar roupas, Sasuke tentou com todas as suas forças relaxar naquela água morna, porém pouco conseguia parar de pensar em Naruto. Ele estava acanhado, às trocas de humores lhe deixavam louco apesar de terem pouco tempo sozinhos.


O Alfa arrastou a mão nos fios rebeldes que insistiam em quase cobrir seus olhos, jogou-os para trás e soltou um suspiro. Uma pequena movimentação no andar de cima o alertou e em seguida saiu do banheiro quase que às pressas enrolando uma toalha na cintura. A casa não era muito espaçosa e ele agradecia por isso, pois não precisava de muito para chegar até seu quarto ou o dos filhos.


Ao chegar no quarto que dividia com o ômega se deparou com o mesmo dormindo, o loiro estava todo coberto, até mesmo seus ombros eram impossíveis de ver. Havia percebido logo de cara que o preparo do banho no andar de baixo era uma forma de escapar da conversa, mas dormir antes que chegasse fazia parte dos planos. Conhecia seu companheiro na palma da mão, ele estava consigo por tanto tempo que era transparente quando se tratava de perceber as coisas. Ou não tão transparente quanto ele pensou que era, principalmente agora que não conseguia entender o motivo da tristeza dele.


Naruto estava encolhido na cama, vez ou outra tremendo levemente as estruturas, Sasuke pôde ver a pele arrepiada quando o loiro se virou, fazendo com que o lençol escorregasse um pouco. Lembrou-se da última vez que esquentou o menor em seus braços, estavam em um cio intenso. Agora percebeu que fazia tempo que estiveram sozinhos, não tinham mais a intimidade de antes e poucas foram as vezes que tocou o esposo após o cio. Deus, ele nem se lembrava quando fora a última vez que esquentaram a cama juntos. Que fizeram amor.


Deixando de lado qualquer pensamento impuro, vestiu uma cueca e deitou ao lado do ômega, trazendo-o para si. Instantemente Naruto se enroscou nos seus braços, amando estar novamente acolhido no corpo do alfa. Beijou os fios loiros enquanto sentia a mão pequena abraçar seu tronco, se obrigou a relaxar e dormir agarradinho a ele, mesmo que não dormisse tão rápido assim por estar tão pensativo quanto queria. Amanhã seria um dia longo e precisava estar preparado.


[...]


Durante a madrugada o Uchiha se assustou quando ouviu um barulho no banheiro, mas logo em seguida soube que era Naruto, pois minutos depois ele deitou na cama e voltou a se enroscar no seu corpo. Mas o contato não durou muito, o baixinho voltou para o banheiro demorando alguns minutos e novamente voltou para o seu lado. Queria questionar se ele estava bem, mas estava tão sonolento que acabou dormindo.


Pela manhã foi obrigado a deixar a cama quentinha e o aconchego do seu ômega, beijou o cabelo cheiroso selando os lábios do dono do mesmo. Seguiu para o quarto dos filhos deixando um beijinho em cada um, e enquanto os olhava, jurou para si mesmo que iria protegê-los.


Não era só Naruto que estava correndo perigo, era toda a sua alcatéia, seu lar. Imaginar seu povo sofrendo qualquer tipo de ameaça já era o suficiente para lhe deixar furioso. Pior ainda quando sua família estava envolvida. Precisava protegê-los, nem que custasse sua vida, eles eram tudo para si e não imaginaria a vida sem eles. Kakashi tinha a total razão quando pediu para que tirasse não só Naruto como todos os ômegas, betas e crianças da pequena aldeia e os colocassem em um lugar seguro.


Por isso Sasuke decidiu chamar Gaara, o alfa líder da alcatéia vizinha. Precisava propor que alguns dos seus ficassem no território alheio até a guerra acabar, lá eles estariam seguros.


Quando saiu de casa seu peito apertou-se conforme os passos o levavam para mais longe da residência. Andou firmemente para chegar até o local onde tinha marcado para encontrar Gaara, estranhamente Shikamaru já estava lá e o próprio ruivo também. Assim que notaram a sua presença entraram na tenda para evitar os curiosos ao redor, os homens do Alfa moreno ficaram de prontidão a mando de Kankuro.


Sasuke entrou e sentou-se na cadeira de madeira feita por seu pai, todos também se acomodaram esperando que o Uchiha começasse a falar. Gaara mantinha a expressão séria, porém era possível ver curiosidade e preocupação nos olhos dele.


— Dá pra começar logo? Eu preciso buscar o Shikadai na escola ou a Temari vai me matar. — Shikamaru disse preguiçosamente, bocejando em seguida.


— Acho que vocês já devem saber sobre um possível ataque da alcatéia do Madara, o próprio atacou a aldeia do Sasori. Se Deidara não tivesse chegado a tempo e ajudado as pessoas a recuarem, todos estariam mortos. — Sasuke encarou o outro líder no lugar enquanto apoiava os cotovelos na mesa. — Antes de Zetsu morrer, ele conseguiu entregar uma informação para Kakashi; e ele disse com todas as palavras que nós éramos o próximo alvo.


— Você está seguro de que essa informação é verdadeira? — O ruivo questionou.


— Sim. Zetsu não faria tamanho esforço para nos contar mentiras, ele podia muito bem ir para outra aldeia que tivesse melhores médicos e se recuperar, mas ele preferiu morrer para entregar a derrota de Sasori e nossa ameaça.


— Ele está certo, Gaara, o homem não iria se sacrificar se não fosse algo verdadeiro. — Kankuro intrometeu-se, concordando com Sasuke. — E o que você pretende, Uchiha?


O Alfa suspirou e deixou que Shikamaru explicasse.


— Nossa alcateia é aliada não só da sua como também da Tsunade, por isso queremos propor que deixe alguns dos nossos ômegas e crianças acolhidos em seu território e outra parte deixaremos com ela. — Shikamaru explicou calmamente tendo toda a atenção para si. — Ficaremos em dívida com vocês e quando precisarem estaremos a seu dispor.


— Temos muito ainda que discutir sobre isso, eu irei colocar meu povo em risco e quem sabe se nós também não somos alvo dele? Preciso conversar com o conselho da minha alcateia e logo traremos uma resposta para vocês. — Gaara se levantou e apertou a mão de Sasuke quando o moreno a ergueu em sua direção. Sabia que ele estava correndo risco, mas colocar a sua aldeia em risco também era mais radical do que um Alfa louco destruindo lares por onde passa. — Nos vemos em menos de uma semana.


Gaara, Kankuro e seus homens saíram da tenda e com a ajuda dos membros da alcateia de Sasuke foram guiados para fora da aldeia. O Uchiha também se levantou e ele e Shikamaru saíram juntos, os dois estavam tensos e precisavam urgentemente da resposta positiva de Gaara ou muitos de seu povo iriam morrer.


— Você já contou para o Naruto?


— Sobre o quê? — Shikamaru parou de repente.


— Sobre uma possível invasão e que ele vai ser mandado para outra aldeia? — Pela feição dura de Sasuke, o outro percebeu que ele estava tentando evitar entrar no assunto. — Ele é seu ômega e merece saber que está em perigo.


— E você acha que eu não sei? Droga! Eu não quero vê-lo com medo ou assustado o tempo todo. — Sasuke rebateu furioso. — Ele anda estranho ultimamente e eu não quero preocupá-lo.


— Ainda acho que é melhor contar, Naruto não é o idiota que você pensa e… — Shikamaru parou de falar quando viu o filho correndo em sua direção, o coração pareceu falhar e assustado foi até ele. — Shikadai, o que está fazendo aqui? Como saiu da escola?


— O tio Naruto me trouxe papai. — O garoto apontou para o loiro, este que tentava a qualquer custo acompanhar os passos rápidos da filha, porém segurava Boruto em seus braços. — Eu venci você Sarada, fui o primeiro a chegar!


— Assim não vale seu trapaceiro! Eu não podia correr muito e deixar o papai Naru sozinho com meu irmãozinho. — O alfa Uchiha sorriu ao ver como a filha era protetora com seu esposo e se preocupava com o irmão mais novo. Naruto se aproximou acanhado tocando um dos ombros da filha, em seguida sorriu amigavelmente para Shikamaru. — Papai, o Shikadai é um trapaceiro, não é? Fala pra ele.


— Sarada! Não é assim que deve tratar seus amigos, sim? — A menina assentiu e pediu desculpas baixinho e abraçou a cintura do ômega, se escondendo totalmente envergonhada. — Desculpe pegá-lo sem pedir sua permissão ou a de Temari, a aula deles acabou mais cedo e eu não queria deixá-lo sozinho.


— Sem problema Naruto, na verdade, é muito bom revê-lo. Fazia tempo que eu não lhe via e... bem, devo dizer que está mais bonito do que antes. — Sasuke revirou os olhos com ciúme do ômega, embora soubesse que Shikamaru o via como amigo. Ainda assim, seu instinto de autoritário queria marcar território e enchia-se de ciúmes. Por isso caminhou até o loiro, abraçando-o por trás discretamente. — Obrigado por trazê-lo até aqui, agora vou levar esse mocinho para casa.


— Mande um beijo para Temari por mim. — Naruto gritou, enquanto Shikamaru, que estava a pouca distância, acenou. — Estamos atrapalhando você?


Sasuke apertou um pouco mais o ômega e Sarada rosnou baixinho, tão ciumenta quanto o pai.


— Não. Você sabe que não atrapalha, e eu já estava indo pra casa. — Sasuke sentiu a filha o empurrar um pouco para obter sua atenção, e ao olhá-la viu os olhos desta brilhar.


— Vai pra casa com a gente, papai? — Assentiu calmamente e garotinha sorriu, rosnando em felicidade enquanto corria de um lado para o outro.


Sasuke só não conseguiu compreender o corpo tenso de Naruto ao seu lado ou como o corpo dele estremeceu quando o segurou pela cintura. Estava certo e convicto de que precisavam conversar o mais rápido possível.

11 Novembre 2022 10:51 0 Rapport Incorporer Suivre l’histoire
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